sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Na TV, PT vende Dilma e reforça tática do ‘plebiscito’



Foi ao ar na noite passada o programa institucional do PT na televisão. Dez minutos, em horário nobre.



Na peça, o partido reforçou sua tática para a sucessão presidencial de 2010. Está escorada em três estacas:



1. Grudou-se a imagem de Dilma Rousseff à de Lula.



2. Vendeu-se a ministra como coordenadora de todo o ministério, responsável pelos principais programas do governo.



3. Carregou-se na comparação da era Lula –voltada para os “mais pobres”— com o ciclo FHC –“elistista”.



O petismo adotou integralmente a tática plebistária idealizada por Lula –O “nosso governo” versus o “governo deles”.



O programa foi permeado por uma espécie de ping-pong entre Lula e Dilma. O presidente dizia algo e a ministra o segundava.



"Presidente, eu penso igual ao senhor”, diz Dilma num trecho. “Tem governo que fez pouco e acha que fez muito. Nós não. A gente fez muito, mas sabe que é preciso fazer muito mais."



Na comparação, fez-se questão de associar o PSDB a FHC, citado nominalmente. Um expectador desavisado poderia supor que Dilma vai às urnas contra o ex-presidente.



Na comparação com o programa do PSDB, exibido na semana passada (assista aqui), o PT levou nítida vantagem.



Fechado com Dilma, o partido de Lula levou à prateleira a única “mercadoria” de que dispõe,



Ainda às voltas com uma disputa interna, o PSDB viu-se compelido a dividir o seu tempo igualitariamente entre José Serra e Aécio Neves.



Pouco antes de o PT levar o rosto de Dilma à telinha, saiu do forno a última pesquisa do Vox Populi.



Serra ainda em primeiro, com 39%. Dilma em segundo, com 17%. Ciro Gomes na terceira posição, com 13%.

A novidade dessa pesquisa chama-se Aécio Neves. Num cenário em que substitui Serra, Aécio amealha 25%. Ciro Gomes, 19%. Dilma, apenas 15%.



Noutro cenário, sem Ciro, Aécio volta figurar adiante de Dilma: 29% dele contra 21% dela.





O PT acha que, depois do programa desta quinta, sua candidata vai tomar o elevador. O tempo se encarrerá de demonstrar se o prestígio de Lula basta para converter desejo em fato.

Escrito por Josias de Souza às 03h29

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