domingo, 9 de novembro de 2014

Marina retoma projeto de criar a Rede

Publicação: 2014-11-09 00:00:00 | Comentários: 0
 
São Paulo (AE) - Terceira colocada na eleição presidencial deste ano, a ex-ministra Marina Silva deixará o PSB no começo de 2015, quando pretende apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os papéis necessários para a segunda tentativa de transformar em partido o seu grupo político, a Rede Sustentabilidade. A movimentação ocorre ainda sob impacto do racha entre os “marineiros” após a decisão de apoiar o tucano Aécio Neves no 2.º turno.

A coleta de assinaturas, que estava congelada, foi retomada logo após a votação de 26 de outubro, Pelas contas dos dirigentes do grupo, faltam 32 mil rubricas certificadas para se atingir as 483 mil exigidas pela lei. O número diminuiu em relação à 2013, quando o TSE negou o primeiro pedido de registro da Rede, porque o cálculo leva em conta a última votação para a Câmara dos Deputados - em 2014, houve menos votos válidos que em 2010.
Adriana SpacaMarina Silva decidiu apoiar a candidatura de Aécio NevesMarina Silva decidiu apoiar a candidatura de Aécio Neves

Durante a campanha, quando Marina liderava as pesquisas de intenção de voto, os integrantes da Rede cogitaram a possibilidade de ficar no PSB, em caso de vitória. Após o 1.º turno, dirigentes do partido deixaram aberta a possibilidade de manter os marineiros na legenda como uma corrente interna. A ideia, porém, foi rechaçada.

Adesões
Quando se constituir como partido, a Rede poderá receber deputados eleitos em outubro por outras legendas em suas fileiras, mas não herdará o tempo de TV nem os recursos do Fundo Partidário referentes a esses parlamentares. “Essa é uma questão dramática”, diz Walter Feldman, porta-voz do grupo. Ele afirma acreditar na possibilidade de reverter no Supremo Tribunal Federal a Lei 12.875, de outubro de 2013, que fechou as chamadas “janelas partidárias”. “Isso dificulta. Essa foi uma lei anti-Rede criada pelo Congresso”, diz Feldman. O assunto será discutido no dia 22, quando a direção executiva da Rede se reunirá em Brasília com Marina.

Se o TSE reconhecer a Rede como um partido político, a nova legenda nascerá menor que era em outubro de 2013, quando o plenário do tribunal rejeitou a criação da sigla por 6 votos a 1 Por causa do apoio de Marina a Aécio, houve uma debandada de dirigentes e militantes da Rede. “Na executiva de São Paulo, por exemplo, 7 dos 12 integrantes saíram”, diz Célio Turino, ex-porta-voz dos marineiros em São Paulo. O grupo também perdeu quadros importantes em Minas Gerais e em outros Estados. “O apoio ao Aécio sinalizou outro caminho e criou um ambiente muito ruim. Isso aflorou um conservadorismo na Rede”, considera Turino

Segundo ele, os que deixaram o grupo já se articulam para criar um outro partido, inspirado no “Podemos”, agremiação espanhola de matriz esquerdista. “Falta no Brasil uma alternativa claramente de esquerda e que seja ampla e horizontalizada”, afirma o ex-marineiro. “Havia um grupo que, com visão mais à esquerda, já questionava a entrada no PSB e sentiu-se incomodado com a aproximação com o PSDB”, reconhece Feldman, que foi tucano na maior parte da carreira política.


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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Virgílio diz que Aécio é 'candidato natural' em 2018

RICARDO BRITO E NIVALDO SOUZA - Estadão Conteúdo

05 Novembro 2014 | 12h 13

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), defendeu nesta quarta-feira, 05, o senador Aécio Neves (MG) como "candidato natural" do partido a presidente da República em 2018. Ex-líder do PSDB no Senado e um dos principais quadros partidários, Virgílio argumentou que Aécio teve uma expressiva votação para presidente na atual eleição e conseguiu angariar importantes forças políticas em torno do projeto dele.
"Entendo que é a vez dele", disse o prefeito de Manaus, em entrevista ao Broadcast Político antes do encontro do PSDB com parlamentares e governadores eleitos do partido e de aliados políticos.
Virgílio afirmou que, desde a última reeleição de Fernando Henrique Cardoso, no primeiro turno de 1998, um candidato do PSDB não teve melhor desempenho do que Aécio no segundo turno. O senador mineiro, que é presidente do PSDB, obteve 51 milhões de votos e ficou a apenas 3,4 milhões atrás da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT). As derrotas anteriores do PSDB, do atual senador eleito José Serra e do governador reeleito Geraldo Alckmin (SP), foram por uma margem maior. Serra e Alckmin são potenciais candidatos a presidente.
O prefeito disse que Aécio é o "Messi" e concorreria em 2018 até mesmo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado se Lula não seria o Messi do PT, ele ironizou: "O Lula é mais um Michel Platini, que está aposentado". Para o tucano, o ex-presidente não tem a mesma força política que já teve.
Virgílio, contudo, disse que o partido não precisa antecipar a escolha do nome que vai disputar a corrida ao Palácio do Planalto daqui a quatro anos. E ressalvou que Aécio precisar manter a liderança dentro do partido para se consolidar como candidato para uma nova disputa presidencial.
O prefeito disse que o partido precisa, nos próximos quatro anos, fazer um trabalho para conquistar o eleitorado em Estados do Sudeste em que perdeu no segundo turno, como Minas Gerais, além de melhorar o desempenho no Norte e no Nordeste - nesta região o PT conquistou uma vantagem de 12 milhões de votos no segundo turno.

domingo, 2 de novembro de 2014

FOLHA DE SÃO PAULO




Aécio tenta se manter como opção para 2018


O senador Aécio Neves (PSDB-MG) termina o ano em que disputou a Presidência da República com um patrimônio de 51 milhões de votos e o desafio de se manter como principal opção de seu partido para a próxima corrida ao Planalto, em 2018.
Não será tarefa fácil, especialmente num cenário em que, desde já, outros tucanos despontam como potenciais "presidenciáveis" na sigla.
A votação que o mineiro obteve –o melhor desempenho da oposição ao PT desde 2002– não impediu que, já no dia de sua derrota, colegas de partido e analistas políticos listassem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como potencial adversário interno de Aécio e forte candidato a representar o PSDB em 2018.
Alckmin foi reeleito em São Paulo no primeiro turno, com 57% dos votos, garantindo aos tucanos o poder no Estado por 24 anos consecutivos. A expressiva votação e o peso que integrantes da ala paulista têm no partido fizeram do governador um concorrente óbvio à Presidência. Ele trata o assunto com cautela.
Alckmin concorreu ao Planalto em 2006, contra o ex-presidente Lula. Desde então, dedicou-se a remontar suas forças em São Paulo. Tentou se eleger prefeito da capital em 2008 e perdeu. Voltou em 2010 elegendo-se governador no primeiro turno.
Seus aliados dizem que tudo o que o governador não precisa neste momento é colocar "todos os holofotes em São Paulo", o que ampliaria acertos, mas também possíveis erros da administração.
O cuidado do paulista abre, portanto, espaço para que Aécio tenha, ao menos pelos próximos dois anos, condições de se manter competitivo dentro da sigla.
Ainda assim, o mineiro terá que vencer muitos obstáculos, admitem seus principais estrategistas e aliados.
O primeiro deles será permanecer com o comando nacional do PSDB –a nova diretoria será escolhida no ano que vem. Aécio preside a sigla desde 2013 e não deverá enfrentar oposição de São Paulo para ficar no posto. "Poderia parecer retaliação pela derrota da eleição", observa um aliado de Alckmin.
A permanência na chefia da legenda é vital para que o senador possa dar outros passos estratégicos. O primeiro deles: manter uma agenda intensa de viagens pelo país, especialmente no Nordeste, onde o PSDB teve seu pior desempenho nesta eleição.
A ideia é que Aécio possa manter viva a militância que o apoiou nesses locais e tenha tempo para divulgar suas propostas e se tornar mais conhecido na região.
Em outro lance vital, a presidência da sigla também dará ao mineiro a possibilidade de intervir diretamente na escolha das alianças e candidaturas para as próximas eleições municipais, em 2016.
A prioridade, neste caso, é retomar o controle de regiões importantes de Minas Gerais, o berço eleitoral de Aécio. Governador por duas vezes e senador eleito pelo Estado, ele perdeu a preferência dos mineiros para a presidente Dilma Rousseff nos dois turnos.Aliados defendem que Aécio lance mão de "pesos-pesados" do partido para conquistar cidades importantes.
Eleito senador este ano, Antonio Anastasia, braço direito do tucano em Minas, é apontado como melhor opção para a Prefeitura de Belo Horizonte. O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) seria o nome para Juiz de Fora.
Por fim, os tucanos dizem que Aécio terá ainda que atuar com maior protagonismo no Congresso. Seus primeiros anos no Senado foram marcados por uma atuação "tímida" nos ataques ao governo, só intensificados com a proximidade da eleição.
O desafio de atuar de maneira mais incisiva ocorrerá no momento em que a bancada do PSDB no Senado ganha nomes de peso. José Serra (SP), que travou por anos uma disputa interna com Aécio, assumirá sua cadeira no ano que vem.
Há ainda Álvaro Dias (PR), que se reelegeu com a maior votação que um senador teve no país. "O PSDB precisa parar de analisar seus quadros apenas entre São Paulo e Minas", disse Dias. Soou como um recado claro para Aécio.

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OS DESTAQUES DA OPOSIÇÃO

As estrelas em ascensão e os personagens derrotados nas urnas


  • Aécio Neves (PSDB) Teve o melhor desempenho nas urnas entre os candidatos tuca-nos à Presidência desde 2002 | Eduardo Anizelli - 19.out.2014/Folhapress

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  • Geraldo Alckmin (PSDB) Reeleito governador de São Paulo, é um dos cotados para disputar o Planalto em 2018 | Edson Silva - 31.out.2014/Folhapress

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  • José Serra (PSDB) Elegeu-se senador derrotando Suplicy (PT), e deve dar o tom da oposição ao governo Dilma | Alan Morici - 26.out.2014/Folhapress

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  • Marina Silva (PSB) Ficou de fora do 2º turno e apoiou o PSDB à despeito da "polarização" que condenava | Luiz Carlos Murauskas - 30.set.2014/Folhapress

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  • José Agripino (DEM) O presidente da sigla vê suas bancadas no Congresso enco-lherem a cada eleição | Sergio Lima - 4.dez.2012/Folhapress

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  • Roberto Freire (PPS) Presidente da sigla, não conseguiu se reeleger à Câmara e viu sua bancada minguar | Sergio Lima - 22.ago.2013/Folhapress

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.