Excelente reportagem de Sueli Cotta, "O Globo" de ontem, revelou diretamente que o governador Aécio Neves decidiu antecipar o lançamento de sua candidatura à presidência da República em 2010, defendendo a realização de prévias no partido, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos. Deixou claro assim que pretende enfrentar o governador José Serra na legenda tucana.
Está perfeito, condições não lhe faltam para a colocação. Mas há um complicador em seu caminho, que não existe para Serra, tampouco para Dilma Rousseff, esta do PT. É que a legislação estabelece para os candidatos o prazo mínimo de um ano de filiação partidária e, ao mesmo tempo, que as convenções para a escolha dos nomes se realizem entre seis a três meses do ano das eleições.
Quando falo no prazo de filiação é porque, com base na motivação demonstrada, se for derrotado no PSDB, Aécio terá que voar provavelmente para o PMDB, ou pelo menos tentar este caminho. Nesta hipótese, ele não pode esperar pela convenção do PSDB em 2010. Nesse momento, se perder a disputa para Serra, terá se tornado inelegível por outra agremiação. Por esta razão, como Sueli Cotta ressaltou, é que Aécio Neves deseja antecipar as prévias que propõe para 2009. Caso perca entre os tucanos, até 30 de setembro, no máximo, um ano antes da sucessão presidencial, pode viajar para outro esquema partidário. Mas isso não basta.
Para o projeto do governador mineiro, torna-se necessário que se institucionalize as prévias como fator decisivo na escolha final, o que existe nos Estados Unidos, como se viu na disputa entre Obama e Hillary Clinton, mas não existe no Brasil. Além disso, quem disse que o vencedor de prévias garante sua escolha antecipada?
Não está no papel. Para que esteja, é indispensável mudar-se a lei eleitoral. Difícil. Difícil porque o grupo de Serra, aliás majoritário no PSDB, evidentemente não vai concordar com a mudança, a menos que tenha certeza absoluta na vitória, também antecipada, junto aos convencionais de 2010. De qualquer maneira, mudar leis no campo político é sempre algo problemático.
Aécio sabe disso, muito melhor do que nós. Ele, afinal de contas, é governador de um grande estado, segundo colégio eleitoral do País. Suas declarações podem constituir a primeira iniciativa para aferir a repercussão de um confronto seu com José Serra, ou preparar o terreno para sair do PSDB e buscar outra legenda. O roteiro de viagem mais provável é o PMDB, mas este partido forma firme no governo Lula.
O presidente da República possui uma candidatura lançada, a ministra-chefe da Casa Civil. O PMDB se disporia a deixar os ministérios que detém para abrir espaço para Aécio? Esta é uma pergunta fundamental? Pode ser, entretanto, também que Aécio esteja procurando aproximar-se ainda mais de Lula, colocando-se como alternativa anti-Serra no caso de a candidata Dilma Rousseff não decolar, como devem decolar os que se dispõem a lutar pela presidência da República. Mas seja como for, o prazo de Aécio permanece como sendo o de 30 de setembro de 2009, já que as eleições estão marcadas para o primeiro domingo de outubro do ano seguinte. A intenção de Aécio de disputar a presidência é clara. Se estivesse disposto a incluir no elenco de suas alternativas a hipótese de ser vice de Serra, não teria detonado ontem, em "O Globo", o processo da sucessão de 2010.
Detonou. Deu início concreto ao páreo. Independentemente, inclusive, de acabar ou não com a reeleição. Este aspecto não faz diferença, nem para ele, nem para Serra, nem para Dilma Rousseff. Faz isso, sim, diferença para Lula, que, com a popularidade lá em cima, com seu governo sendo considerado entre ótimo e muito bom por 64 por cento da população, como destacaram as pesquisas do Ibope e Datafolha, e na escala de 69 por cento na visão do instituto Sensus, pode naturalmente programar uma tentativa de retorno ao Planalto em 2014 ou 2015, caso o mandato presidencial permaneça em 4 anos ou passe a ter, sem reeleição, 5 anos de prazo. As cartas começaram a ser colocadas na mesa, os movimentos iniciais a se verificar.
Tanto assim que tanto Serra quanto Aécio, na mesma edição de "O Globo", destinaram elogios ao PMDB, apontando-o como o vencedor das eleições municipais de domingo passado. Isso porque, com reeleição ou sem ela, a disputa permanecerá sendo em dois turnos, modelo francês instituído por De Gaulle em 65, implantado em nosso País no pleito de 89, quando Fernando Collor derrotou Lula pela margem de 4 pontos. Influiu no destino da disputa o debate que ambos travaram em cadeia nacional e que, surpreendentemente no dia seguinte, foi objeto de montagem feita na Rede Globo pelo então subeditor de jornalismo, Alberico Sousa Cruz.
Luís Inácio da Silva não havia ido bem no confronto e Alberico destacou, na síntese que montou, os melhores momentos de Collor e os piores instantes de Lula. Mas esta é outra questão. Pertence ao passado, está nos arquivos da história. Agora é o futuro. Aliás, como sempre, já que, como diz o velho adágio popular, águas passadas não movem moinhos. Mas se tornam exemplos para que se evitem repetições. A memória do País e de cada um de nós é fundamental por isso. O importante, a partir de ontem, é que foi dada a largada para 2010. Faltam 23 meses. O tempo passa rápido.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Aécio antecipa lançamento de sua candidatura
Excelente reportagem de Sueli Cotta, "O Globo" de ontem, revelou diretamente que o governador Aécio Neves decidiu antecipar o lançamento de sua candidatura à presidência da República em 2010, defendendo a realização de prévias no partido, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos. Deixou claro assim que pretende enfrentar o governador José Serra na legenda tucana.
Está perfeito, condições não lhe faltam para a colocação. Mas há um complicador em seu caminho, que não existe para Serra, tampouco para Dilma Rousseff, esta do PT. É que a legislação estabelece para os candidatos o prazo mínimo de um ano de filiação partidária e, ao mesmo tempo, que as convenções para a escolha dos nomes se realizem entre seis a três meses do ano das eleições.
Quando falo no prazo de filiação é porque, com base na motivação demonstrada, se for derrotado no PSDB, Aécio terá que voar provavelmente para o PMDB, ou pelo menos tentar este caminho. Nesta hipótese, ele não pode esperar pela convenção do PSDB em 2010. Nesse momento, se perder a disputa para Serra, terá se tornado inelegível por outra agremiação. Por esta razão, como Sueli Cotta ressaltou, é que Aécio Neves deseja antecipar as prévias que propõe para 2009. Caso perca entre os tucanos, até 30 de setembro, no máximo, um ano antes da sucessão presidencial, pode viajar para outro esquema partidário. Mas isso não basta.
Para o projeto do governador mineiro, torna-se necessário que se institucionalize as prévias como fator decisivo na escolha final, o que existe nos Estados Unidos, como se viu na disputa entre Obama e Hillary Clinton, mas não existe no Brasil. Além disso, quem disse que o vencedor de prévias garante sua escolha antecipada?
Não está no papel. Para que esteja, é indispensável mudar-se a lei eleitoral. Difícil. Difícil porque o grupo de Serra, aliás majoritário no PSDB, evidentemente não vai concordar com a mudança, a menos que tenha certeza absoluta na vitória, também antecipada, junto aos convencionais de 2010. De qualquer maneira, mudar leis no campo político é sempre algo problemático.
Aécio sabe disso, muito melhor do que nós. Ele, afinal de contas, é governador de um grande estado, segundo colégio eleitoral do País. Suas declarações podem constituir a primeira iniciativa para aferir a repercussão de um confronto seu com José Serra, ou preparar o terreno para sair do PSDB e buscar outra legenda. O roteiro de viagem mais provável é o PMDB, mas este partido forma firme no governo Lula.
O presidente da República possui uma candidatura lançada, a ministra-chefe da Casa Civil. O PMDB se disporia a deixar os ministérios que detém para abrir espaço para Aécio? Esta é uma pergunta fundamental? Pode ser, entretanto, também que Aécio esteja procurando aproximar-se ainda mais de Lula, colocando-se como alternativa anti-Serra no caso de a candidata Dilma Rousseff não decolar, como devem decolar os que se dispõem a lutar pela presidência da República. Mas seja como for, o prazo de Aécio permanece como sendo o de 30 de setembro de 2009, já que as eleições estão marcadas para o primeiro domingo de outubro do ano seguinte. A intenção de Aécio de disputar a presidência é clara. Se estivesse disposto a incluir no elenco de suas alternativas a hipótese de ser vice de Serra, não teria detonado ontem, em "O Globo", o processo da sucessão de 2010.
Detonou. Deu início concreto ao páreo. Independentemente, inclusive, de acabar ou não com a reeleição. Este aspecto não faz diferença, nem para ele, nem para Serra, nem para Dilma Rousseff. Faz isso, sim, diferença para Lula, que, com a popularidade lá em cima, com seu governo sendo considerado entre ótimo e muito bom por 64 por cento da população, como destacaram as pesquisas do Ibope e Datafolha, e na escala de 69 por cento na visão do instituto Sensus, pode naturalmente programar uma tentativa de retorno ao Planalto em 2014 ou 2015, caso o mandato presidencial permaneça em 4 anos ou passe a ter, sem reeleição, 5 anos de prazo. As cartas começaram a ser colocadas na mesa, os movimentos iniciais a se verificar.
Tanto assim que tanto Serra quanto Aécio, na mesma edição de "O Globo", destinaram elogios ao PMDB, apontando-o como o vencedor das eleições municipais de domingo passado. Isso porque, com reeleição ou sem ela, a disputa permanecerá sendo em dois turnos, modelo francês instituído por De Gaulle em 65, implantado em nosso País no pleito de 89, quando Fernando Collor derrotou Lula pela margem de 4 pontos. Influiu no destino da disputa o debate que ambos travaram em cadeia nacional e que, surpreendentemente no dia seguinte, foi objeto de montagem feita na Rede Globo pelo então subeditor de jornalismo, Alberico Sousa Cruz.
Luís Inácio da Silva não havia ido bem no confronto e Alberico destacou, na síntese que montou, os melhores momentos de Collor e os piores instantes de Lula. Mas esta é outra questão. Pertence ao passado, está nos arquivos da história. Agora é o futuro. Aliás, como sempre, já que, como diz o velho adágio popular, águas passadas não movem moinhos. Mas se tornam exemplos para que se evitem repetições. A memória do País e de cada um de nós é fundamental por isso. O importante, a partir de ontem, é que foi dada a largada para 2010. Faltam 23 meses. O tempo passa rápido.
Está perfeito, condições não lhe faltam para a colocação. Mas há um complicador em seu caminho, que não existe para Serra, tampouco para Dilma Rousseff, esta do PT. É que a legislação estabelece para os candidatos o prazo mínimo de um ano de filiação partidária e, ao mesmo tempo, que as convenções para a escolha dos nomes se realizem entre seis a três meses do ano das eleições.
Quando falo no prazo de filiação é porque, com base na motivação demonstrada, se for derrotado no PSDB, Aécio terá que voar provavelmente para o PMDB, ou pelo menos tentar este caminho. Nesta hipótese, ele não pode esperar pela convenção do PSDB em 2010. Nesse momento, se perder a disputa para Serra, terá se tornado inelegível por outra agremiação. Por esta razão, como Sueli Cotta ressaltou, é que Aécio Neves deseja antecipar as prévias que propõe para 2009. Caso perca entre os tucanos, até 30 de setembro, no máximo, um ano antes da sucessão presidencial, pode viajar para outro esquema partidário. Mas isso não basta.
Para o projeto do governador mineiro, torna-se necessário que se institucionalize as prévias como fator decisivo na escolha final, o que existe nos Estados Unidos, como se viu na disputa entre Obama e Hillary Clinton, mas não existe no Brasil. Além disso, quem disse que o vencedor de prévias garante sua escolha antecipada?
Não está no papel. Para que esteja, é indispensável mudar-se a lei eleitoral. Difícil. Difícil porque o grupo de Serra, aliás majoritário no PSDB, evidentemente não vai concordar com a mudança, a menos que tenha certeza absoluta na vitória, também antecipada, junto aos convencionais de 2010. De qualquer maneira, mudar leis no campo político é sempre algo problemático.
Aécio sabe disso, muito melhor do que nós. Ele, afinal de contas, é governador de um grande estado, segundo colégio eleitoral do País. Suas declarações podem constituir a primeira iniciativa para aferir a repercussão de um confronto seu com José Serra, ou preparar o terreno para sair do PSDB e buscar outra legenda. O roteiro de viagem mais provável é o PMDB, mas este partido forma firme no governo Lula.
O presidente da República possui uma candidatura lançada, a ministra-chefe da Casa Civil. O PMDB se disporia a deixar os ministérios que detém para abrir espaço para Aécio? Esta é uma pergunta fundamental? Pode ser, entretanto, também que Aécio esteja procurando aproximar-se ainda mais de Lula, colocando-se como alternativa anti-Serra no caso de a candidata Dilma Rousseff não decolar, como devem decolar os que se dispõem a lutar pela presidência da República. Mas seja como for, o prazo de Aécio permanece como sendo o de 30 de setembro de 2009, já que as eleições estão marcadas para o primeiro domingo de outubro do ano seguinte. A intenção de Aécio de disputar a presidência é clara. Se estivesse disposto a incluir no elenco de suas alternativas a hipótese de ser vice de Serra, não teria detonado ontem, em "O Globo", o processo da sucessão de 2010.
Detonou. Deu início concreto ao páreo. Independentemente, inclusive, de acabar ou não com a reeleição. Este aspecto não faz diferença, nem para ele, nem para Serra, nem para Dilma Rousseff. Faz isso, sim, diferença para Lula, que, com a popularidade lá em cima, com seu governo sendo considerado entre ótimo e muito bom por 64 por cento da população, como destacaram as pesquisas do Ibope e Datafolha, e na escala de 69 por cento na visão do instituto Sensus, pode naturalmente programar uma tentativa de retorno ao Planalto em 2014 ou 2015, caso o mandato presidencial permaneça em 4 anos ou passe a ter, sem reeleição, 5 anos de prazo. As cartas começaram a ser colocadas na mesa, os movimentos iniciais a se verificar.
Tanto assim que tanto Serra quanto Aécio, na mesma edição de "O Globo", destinaram elogios ao PMDB, apontando-o como o vencedor das eleições municipais de domingo passado. Isso porque, com reeleição ou sem ela, a disputa permanecerá sendo em dois turnos, modelo francês instituído por De Gaulle em 65, implantado em nosso País no pleito de 89, quando Fernando Collor derrotou Lula pela margem de 4 pontos. Influiu no destino da disputa o debate que ambos travaram em cadeia nacional e que, surpreendentemente no dia seguinte, foi objeto de montagem feita na Rede Globo pelo então subeditor de jornalismo, Alberico Sousa Cruz.
Luís Inácio da Silva não havia ido bem no confronto e Alberico destacou, na síntese que montou, os melhores momentos de Collor e os piores instantes de Lula. Mas esta é outra questão. Pertence ao passado, está nos arquivos da história. Agora é o futuro. Aliás, como sempre, já que, como diz o velho adágio popular, águas passadas não movem moinhos. Mas se tornam exemplos para que se evitem repetições. A memória do País e de cada um de nós é fundamental por isso. O importante, a partir de ontem, é que foi dada a largada para 2010. Faltam 23 meses. O tempo passa rápido.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Aliança pode pôr fim a sonho de Alckmin (Tribuna da Imprensa)
BRASÍLIA - A engenharia eleitoral da montagem do arco de alianças que conduziu Gilberto Kassab à reeleição em São Paulo já desenha novo projeto político que, mais uma vez, escanteará o ex-governador tucano Geraldo Alckmin do palco principal. Fiador da aliança do DEM com o PSDB e negociador do ingresso do PMDB de Orestes Quércia na aliança vitoriosa de Kassab, o secretário de Emprego e Relações de Trabalho, Afif Domingos, ganhou musculatura para ambicionar dois projetos, ambos conflitantes com os interesses de Alckmin.
Na primeira hipótese, o DEM quer fazer de Afif o candidato ao Bandeirantes. No segundo cenário, que o PSDB considera mais provável, Afif seria vice de um tucano indicado pelo governador José Serra. A aposta geral no DEM e no PSDB é que este tucano não será Alckmin. Líderes e dirigentes do DEM avaliam que, ao deixar o caminho ao Senado livre para Quércia, o secretário de Serra, que por pouco não venceu o PT do senador Eduardo Suplicy (SP) em 2006, pode ser o ungido para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
A cúpula do DEM está certa de que, na pior hipótese, Afif já é, hoje, o candidato a vice na chapa do PSDB. Ninguém tem dúvidas de que, estando fora da prefeitura da capital, o PSDB vai pôr empenho máximo no projeto de manter o governo de São Paulo sob seu comando. Isto, é claro, no cenário de Serra trocar o projeto da reeleição pela disputa presidencial.
No entanto, o entendimento geral é que o PSDB vai investir em um perfil que possa facilitar a composição nacional com o PMDB, a partir de São Paulo. E neste caso, o DEM acredita que não haveria lugar para um Alckmin que recusou aliança com Quércia. A opção estaria muito mais para um Aloysio Nunes Ferreira, o chefe da Casa Civil de Serra que, em 1992, foi candidato à prefeitura de São Paulo, pelo PMDB.
Seja qual for o cenário, tucanos e representantes do DEM paulista que acompanharam de perto a eleição municipal crêem que a maior pedra no caminho de Alckmin em 2010 será Kassab. O raciocínio neste caso é que o prefeito terá se fortalecido mais, até se sentar à mesa de negociação para compor o xadrez de 2010. A seu favor, também o fato de que ele poderá ser o único negociador com mais dois anos de mandato pela frente.
Mais do que isto, pesa a animosidade entre Kassab e Alckmin, que é bem anterior à eleição. Tucanos e membros do DEM mais próximos do prefeito comentam hoje, nos bastidores, que Kassab quer "ver o diabo", mas não quer ver Alckmin à sua frente. Lembram que os problemas começaram quando o deputado Rodrigo Garcia, do então PFL, foi eleito presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, ainda em março de 2005.
Em conversas reservadas, Kassab jura que o governador Alckmin participou da articulação para eleger Rodrigo, sem lhe dar conhecimento, e ainda o acusou de traição. Até hoje o prefeito se queixa da "falsidade". Diz de que foi traído e, pior, saiu do episódio com fama de traidor. Um dirigente do DEM que acompanhou tudo isto avalia que Kassab usará toda sua força política para evitar uma candidatura Alckmin ao governo.
Na primeira hipótese, o DEM quer fazer de Afif o candidato ao Bandeirantes. No segundo cenário, que o PSDB considera mais provável, Afif seria vice de um tucano indicado pelo governador José Serra. A aposta geral no DEM e no PSDB é que este tucano não será Alckmin. Líderes e dirigentes do DEM avaliam que, ao deixar o caminho ao Senado livre para Quércia, o secretário de Serra, que por pouco não venceu o PT do senador Eduardo Suplicy (SP) em 2006, pode ser o ungido para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
A cúpula do DEM está certa de que, na pior hipótese, Afif já é, hoje, o candidato a vice na chapa do PSDB. Ninguém tem dúvidas de que, estando fora da prefeitura da capital, o PSDB vai pôr empenho máximo no projeto de manter o governo de São Paulo sob seu comando. Isto, é claro, no cenário de Serra trocar o projeto da reeleição pela disputa presidencial.
No entanto, o entendimento geral é que o PSDB vai investir em um perfil que possa facilitar a composição nacional com o PMDB, a partir de São Paulo. E neste caso, o DEM acredita que não haveria lugar para um Alckmin que recusou aliança com Quércia. A opção estaria muito mais para um Aloysio Nunes Ferreira, o chefe da Casa Civil de Serra que, em 1992, foi candidato à prefeitura de São Paulo, pelo PMDB.
Seja qual for o cenário, tucanos e representantes do DEM paulista que acompanharam de perto a eleição municipal crêem que a maior pedra no caminho de Alckmin em 2010 será Kassab. O raciocínio neste caso é que o prefeito terá se fortalecido mais, até se sentar à mesa de negociação para compor o xadrez de 2010. A seu favor, também o fato de que ele poderá ser o único negociador com mais dois anos de mandato pela frente.
Mais do que isto, pesa a animosidade entre Kassab e Alckmin, que é bem anterior à eleição. Tucanos e membros do DEM mais próximos do prefeito comentam hoje, nos bastidores, que Kassab quer "ver o diabo", mas não quer ver Alckmin à sua frente. Lembram que os problemas começaram quando o deputado Rodrigo Garcia, do então PFL, foi eleito presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, ainda em março de 2005.
Em conversas reservadas, Kassab jura que o governador Alckmin participou da articulação para eleger Rodrigo, sem lhe dar conhecimento, e ainda o acusou de traição. Até hoje o prefeito se queixa da "falsidade". Diz de que foi traído e, pior, saiu do episódio com fama de traidor. Um dirigente do DEM que acompanhou tudo isto avalia que Kassab usará toda sua força política para evitar uma candidatura Alckmin ao governo.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
PMDB está pronto para lançar candidato próprio em 2010, diz Jader
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha, em Belém
O crescimento do PMDB nestas eleições, em que conquistou prefeituras em capitais e grandes cidades, dá ao partido "tudo" para lançar um candidato próprio à Presidência em 2010, mas ainda falta achar um nome de "convergência".
A opinião é do ex-presidente do Senado e hoje deputado federal Jader Barbalho, uma das principais lideranças da sigla no Congresso.
Em entrevista à Folha, Jader disse que o pleito municipal deste ano enfraquece a análise "preconceituosa" de que os peemedebistas não emplacavam seus candidatos nos principais centros urbanos do país.
"Há algum tempo se afirmava que o PMDB era um partido que tinha se recolhido aos grotões, ao interior do Brasil. E saímos dessa eleição como o partido que fez o maior número de capitais", afirmou.
A legenda ganhou em seis das 26 capitais, mesmo número do PT, mas obteve maiores colégios eleitorais, como Rio, Porto Alegre e Salvador.
O fato de o partido não ter conseguido promover um nome forte para uma possível cabeça de chapa nas eleições presidenciais, afirma Jader, relativiza seu título de "grande vencedor" das eleições terminadas ontem.
"O PMDB saiu forte, cresceu, passou a ser um partido de prestígio urbano, manteve a capilaridade. Mas você não pode esquecer um dado: o PSDB tem dois [possíveis candidatos, José Serra e Aécio Neves]", disse. "Há tudo [para uma candidatura própria do PMDB]. Falta só encontrar o candidato."
Para o deputado, a possibilidade de seu partido ser vice em uma coligação com o indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmaria um papel de "ator coadjuvante" na política federal.
Ele não citou ninguém que considera pronto para a função de futuro candidato, mas disse que, "inegavelmente, o Sérgio Cabral [governador do Rio] sai fortalecido".
Mesmo com seu primo, José Priante, perdendo o segundo turno de Belém (PA) para o atual prefeito Duciomar Costa (PTB), Jader disse que lucrou com os resultados nas eleições no Pará.
"Elegemos 46 [ dos 143] municípios no Estado. E, no primeiro turno, ninguém imaginava que nosso candidato chegasse ao segundo turno."
da Agência Folha, em Belém
O crescimento do PMDB nestas eleições, em que conquistou prefeituras em capitais e grandes cidades, dá ao partido "tudo" para lançar um candidato próprio à Presidência em 2010, mas ainda falta achar um nome de "convergência".
A opinião é do ex-presidente do Senado e hoje deputado federal Jader Barbalho, uma das principais lideranças da sigla no Congresso.
Em entrevista à Folha, Jader disse que o pleito municipal deste ano enfraquece a análise "preconceituosa" de que os peemedebistas não emplacavam seus candidatos nos principais centros urbanos do país.
"Há algum tempo se afirmava que o PMDB era um partido que tinha se recolhido aos grotões, ao interior do Brasil. E saímos dessa eleição como o partido que fez o maior número de capitais", afirmou.
A legenda ganhou em seis das 26 capitais, mesmo número do PT, mas obteve maiores colégios eleitorais, como Rio, Porto Alegre e Salvador.
O fato de o partido não ter conseguido promover um nome forte para uma possível cabeça de chapa nas eleições presidenciais, afirma Jader, relativiza seu título de "grande vencedor" das eleições terminadas ontem.
"O PMDB saiu forte, cresceu, passou a ser um partido de prestígio urbano, manteve a capilaridade. Mas você não pode esquecer um dado: o PSDB tem dois [possíveis candidatos, José Serra e Aécio Neves]", disse. "Há tudo [para uma candidatura própria do PMDB]. Falta só encontrar o candidato."
Para o deputado, a possibilidade de seu partido ser vice em uma coligação com o indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmaria um papel de "ator coadjuvante" na política federal.
Ele não citou ninguém que considera pronto para a função de futuro candidato, mas disse que, "inegavelmente, o Sérgio Cabral [governador do Rio] sai fortalecido".
Mesmo com seu primo, José Priante, perdendo o segundo turno de Belém (PA) para o atual prefeito Duciomar Costa (PTB), Jader disse que lucrou com os resultados nas eleições no Pará.
"Elegemos 46 [ dos 143] municípios no Estado. E, no primeiro turno, ninguém imaginava que nosso candidato chegasse ao segundo turno."
domingo, 26 de outubro de 2008
PT e PMDB conquistam seis capitais cada; veja lista dos eleitos
Da Redação
Em São Paulo
São Paulo (SP) Gilberto Kassab DEM
Vitória (ES) João Coser PT
Belo Horizonte (MG) Marcio Lacerda PSB
Rio de Janeiro (RJ) Eduardo Paes PMDB
Curitiba (PR) Beto Richa PSDB
Porto Alegre (RS) José Fogaça PMDB
Florianópolis (SC) Dário Berger PMDB
Recife (PE) João da Costa PT
Fortaleza (CE) Luizianne Lins PT
Natal (RN) Micarla de Sousa PV
Maceió (AL) Cícero Almeida PP
Aracaju (SE) Edvaldo Nogueira PC do B
Teresina (PI) Silvio Mendes PSDB
São Luís (MA) João Castelo PSDB
João Pessoa (PB) Ricardo Coutinho PSB
Salvador (BA) João Henrique PMDB
Goiânia (GO) Iris Rezende PMDB
Cuiabá (MT) Wilson Santos PSDB
Campo Grande (MS) Nelsinho Trad PMDB
Macapá (AP) Roberto Góes PDT
Rio Branco (AC) Raimundo Angelim PT
Porto Velho (RO) Roberto Sobrinho PT
Manaus (AM) Amazonino Mendes PTB
Boa Vista (RR) Iradilson Sampaio PSB
Belém (PA) Duciomar Costa PTB
Palmas (TO) Raul Filho PT
Capital Prefeito Partido
Em números absolutos, PT e PMDB foram os partidos que mais elegeram prefeitos em capitais nas eleições municipais de 2008. O PT venceu em Rio Branco, Porto Velho, Palmas, Recife, Fortaleza e Vitória. Já o PMDB conquistou as prefeituras de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, Campo Grande e Florianópolis.
Apesar de expressivo, o resultado representa um retrocesso para o Partido dos Trabalhadores. O número de capitais controladas pela sigla caiu de nove, em 2004, para seis, em 2008. O partido experimentou ainda derrotas em segundo turno em capitais importantes como São Paulo, Porto Alegre e Salvador.
Já o PMDB sai fortalecido. O número de capitais controladas pelo partido passou de dois, em 2004, para seis, em 2008, entre elas o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, Porto Alegre, com José Fogaça, e Salvador, com João Henrique.
PSDB e PSB conquistaram quatro capitais cada um. Os tucanos levaram Curitiba, Teresina, São Luís e Cuiabá. Já o PSB ganhou em João Pessoa, Belo Horizonte e Boa Vista, O PTB conquistou duas prefeituras (Manaus e Belém), enquanto PC do B (Aracaju), DEM (São Paulo), PP (Maceió), PV (Natal) e PDT (Macapá) ficaram com uma capital cada um.
* do UOL Eleicoes
Em São Paulo
São Paulo (SP) Gilberto Kassab DEM
Vitória (ES) João Coser PT
Belo Horizonte (MG) Marcio Lacerda PSB
Rio de Janeiro (RJ) Eduardo Paes PMDB
Curitiba (PR) Beto Richa PSDB
Porto Alegre (RS) José Fogaça PMDB
Florianópolis (SC) Dário Berger PMDB
Recife (PE) João da Costa PT
Fortaleza (CE) Luizianne Lins PT
Natal (RN) Micarla de Sousa PV
Maceió (AL) Cícero Almeida PP
Aracaju (SE) Edvaldo Nogueira PC do B
Teresina (PI) Silvio Mendes PSDB
São Luís (MA) João Castelo PSDB
João Pessoa (PB) Ricardo Coutinho PSB
Salvador (BA) João Henrique PMDB
Goiânia (GO) Iris Rezende PMDB
Cuiabá (MT) Wilson Santos PSDB
Campo Grande (MS) Nelsinho Trad PMDB
Macapá (AP) Roberto Góes PDT
Rio Branco (AC) Raimundo Angelim PT
Porto Velho (RO) Roberto Sobrinho PT
Manaus (AM) Amazonino Mendes PTB
Boa Vista (RR) Iradilson Sampaio PSB
Belém (PA) Duciomar Costa PTB
Palmas (TO) Raul Filho PT
Capital Prefeito Partido
Em números absolutos, PT e PMDB foram os partidos que mais elegeram prefeitos em capitais nas eleições municipais de 2008. O PT venceu em Rio Branco, Porto Velho, Palmas, Recife, Fortaleza e Vitória. Já o PMDB conquistou as prefeituras de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, Campo Grande e Florianópolis.
Apesar de expressivo, o resultado representa um retrocesso para o Partido dos Trabalhadores. O número de capitais controladas pela sigla caiu de nove, em 2004, para seis, em 2008. O partido experimentou ainda derrotas em segundo turno em capitais importantes como São Paulo, Porto Alegre e Salvador.
Já o PMDB sai fortalecido. O número de capitais controladas pelo partido passou de dois, em 2004, para seis, em 2008, entre elas o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, Porto Alegre, com José Fogaça, e Salvador, com João Henrique.
PSDB e PSB conquistaram quatro capitais cada um. Os tucanos levaram Curitiba, Teresina, São Luís e Cuiabá. Já o PSB ganhou em João Pessoa, Belo Horizonte e Boa Vista, O PTB conquistou duas prefeituras (Manaus e Belém), enquanto PC do B (Aracaju), DEM (São Paulo), PP (Maceió), PV (Natal) e PDT (Macapá) ficaram com uma capital cada um.
* do UOL Eleicoes
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Lula já escolheu Dilma como candidata em 2010, diz Tarso Genro
o ministro da Justiça, Tarso Genro, em entrevista nesta quinta (9) (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Ministro diz que, como subordinado ao presidente, respeita escolha.
Para ele, ministra da Casa Civil tem condições de ser acolhida pelo PT.
Do G1, em São Paulo
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já definiu o nome da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como candidata petista à sua sucessão em 2010.
“Tenho uma avaliação, por uma série de sinais, que o presidente já fez uma escolha, que vai propor ao partido. E eu, como membro do governo e subordinado politicamente ao presidente, devo respeitar a escolha dele”, disse o ministro em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Genro, a escolha de Lula, “visível”, é a ministra Dilma, a quem classificou como “uma escolha boa, que tem condições de ser acolhida pelo partido e fazer uma grande campanha”.
Estado 'policialesco'
Durante a entrevista à agência de notícias do governo, o ministro também rebate declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de que o Brasil vive um “Estado policialesco”.
“Recebo como uma preocupação legítima do presidente da Suprema Corte, mas não como um conceito. Se fosse um conceito, seria totalmente desfundamentado e sem nenhum tipo de relação com a realidade brasileira e com a realidade abstrata de um Estado policial”, disse.
Na opinião de Genro, se não estivesse num Estado democrático, o país estaria mais próximo “de um Estado judicial do que policial”.
“O Judiciário vem exercitando plenamente sua soberania, inclusive suprindo vácuos originários de uma ausência de decisões estruturais de natureza jurídica do Poder Legislativo. Mas, na minha opinião, isso não é nenhuma deformidade. O equilíbrio em relação aos Poderes sempre varia em períodos históricos.”
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Quem sou eu
- Blog do Paim
- Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.