segunda-feira, 27 de abril de 2009
Lula: Especular sobre Dilma é burrice e desrespeito
Presidente afirma que sua ministra ‘continua candidata’
Age para que o PT evite abrir debate sobre alternativas
Folha
Nos diálogos privados que manteve no final de semana, Lula disse que o câncer contra o qual passou a se bater Dilma Rousseff não muda “uma vírgula” nos seus planos.
Disse que a ministra “continua candidata” a 2010. Disse que quem especular em contrário, além de “desrespeitar” Dilma, “vai passar atestado de burrice”.
O raciocínio, segundo Lula, vale para a oposição e também para o PT. Nos próximos dias, o presidente pretende agir para segurar o petismo.
Avaliou como positivas as primeiras manifestações do partido. Sempre na linha da manutenção dos planos originais. Mas receia a abertura de um debate sobre “Plano B”.
Um dos personagens que trocou idéias com Lula saiu com a impressão de que o presidente raciocina com os olhos no calendário.
As sessões de quimeoterapia de Dilma vão durar quatro meses, segundo a estimativa dos médicos. Devem começar em dez dias. Terminariam em agosto.
Só então seria possível, segundo a interpretação do interlocutor de Lula, avaliar o ânimo de Dilma e as chances de êxito do tratamento.
Antes disso, o presidente refutará qualquer abordagem que passe pela rediscussão da candidatura presidencial da ministra.
Por ora, Dilma reage bem ao drama que se imiscui em sua rotina no mês de março. Soube que tinha um nódulo sob a axila esquerda quando fazia exames cardíacos.
Em 28 de março, um sábado, foi submetida ao procedimento que levou à extração. Coisa rápida, feita em ambulatório. Durou menos de 50 minutos.
Os médicos a sedaram. Fizeram um corte de três centímetros. O suficiente para retirar o nódulo, que media 2,5 centímetros de diâmetro.
Na segunda-feira (20) da semana passada, Dilma retornou ao Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Dessa vez para implantar um cateter (portacath).
É por esse cateter, que inclui uma pequeno tubo de silicone, que a ministra receberá a medicação quimioterápica. Era o prenuncia de que a biopsia não traria boa notícia.
Na quarta-feira (22), a ministra voou para o Rio Grande do Sul, Estado onde mora sua filha, Paula. A viagem era administrativa. Mas ganhou contornos familiares.
Dilma confidenciou à filha detalhes do exame e da cirurgia a que se submetera. Ainda não sabia, àquela altura, o resultado da biopsia.
Soube na quinta-feira (23). Era noite. Chegara a Brasília havia pouco, procedente de Porto Alegre. Ficara no Sul por dois dias.
A notícia lhe chegou por meio de um telefonema do cardiologista Roberto Kalil, um dos médicos que a assistem. Na manhã de sexta (24) tocou o telefone para a filha.
Depois, reuniu-se com Lula. Contou os detalhes. Acentuou a perspectiva otimista que lhe fora repassada pelo médico.
O presidente voou para o município goiano de Itumbiara. Retornou a Brasília à noite. Reuniu-se de novo com Dilma.
Dessa vez, a pedido do presidente, participou da conversa o ministro Franklin Martins (Comunicação Social).
Na manhã de sábado, acompanhada de Franklin, Dilma viajou para São Paulo. No inínico da tarde, o segredo converteu-se em notícia, numa entrevista coletiva.
Antes, Dilma e Franklin almoçaram com o amigo e ex-minsitro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Dividiram uma mesa no restaurante italiano Magari.
Fica no número 234 da Rua Amauri, no bairo do Itaim Bibi, zona Sul da capital paulista. Depois, em diálogo com amigos, Thomaz Bastos se revelaria “impressionado”.
Passada a surpresa da notícia, causara-lhe impressão a forma mansa como Dilma parecia lidar com o câncer.
A Lula agradou o fato de a ministra não ter feito a mínima objeção à divulgação da notícia sobre a doença.
Algo que, aliás, tornara-se inevitável na manhã de sábado, quando a edição da Folha circulou com a informaçõa de que Dilma submetia-se a tratamento no Sírio Libanês.
Lula deixou Dilma à vontade para reduzir o ritmo de trabalho na Casa Civil. A oferta foi, por ora, rejeitada.
Na manhã desta segunda (27), a ministra viaja com o chefe para Manaus. Visitará obras, participará de solenidade de entrega de títulos fundiários...
...Almoçará com governadores de Estados situados na chamada Amazônia Legal. Na terça, Lula segue para Rio Branco (AC). Dilma fica em Manaus.
Fará uma exposição para prefeitos amazonenses sobre o andamento das obras do PAC no Amazonas. Depois, retorna a Brasília.
Ao menos nessas primeiras horas depois da divulgação da notícia explosiva, Dilma faz justiça às palavras de Lula: “Continua candidata”.
Com uma diferença: deve receber da oposição um refresco. Lideranças do PSDB e do DEM avaliam que não seria prudente manter a ministra sob artilharia.
No sábado, aliás, depois da entrevista de Dilma, o líder tucano Arthur Virgílio, eleito pelo Amazonas, apressou-se em divulgar uma nota. Escreveu:
“Desejo que, de fato, esse câncer seja do tipo mais leve. E que ela possa superar isso muito bem, como ocorreu com um irmão meu que, há 15 anos, passou por problema semelhante”.
Noutras circunstâncias, Virgílio talvez estivesse alvejando Dilma por conta da viagem política que realiza ao seu Estado.
Escrito por Josias de Souza às 04h49
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Quem sou eu
- Blog do Paim
- Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.
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