sábado, 12 de janeiro de 2008

Indicação de Lobão reduz poder eleitoral de Dilma

BRASÍLIA - A indicação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para o Ministério das Minas e Energia somada à crise energética diminuíram o potencial eleitoral da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, segundo avaliação de parlamentares da oposição e da base aliada. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse que a ocupação das Minas e Energia pelo peemedebista, contra a vontade de Dilma, faz menos estrago à eventual candidatura da ministra à Presidência, do que as ameaças de um novo apagão. "As advertências são graves", argumentou.

Mesmo frisando que não tem nada contra o senador Edison Lobão, o tucano afirmou que considera "desprezível" o método utilizado pelo governo. "São capitanias hereditárias com donatários, o senador José Sarney é o donatário do sistema elétrico do País", disse Virgílio.

Na avaliação do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), a vitória do critério político no preenchimento do cargo, somado ao risco do apagão, "tira um pouco a energia de a ministra vir a ser a candidata do PT". "Ela vai ter de lavrar minas mais profundas e será difícil conseguir isso quando o governo é refém voluntário do fisiologismo".

"Então, chegamos a este absurdo aí, de ver o PMDB cobrar a fatura sem o menor compromisso técnico", alegou. O resultado dessa combinação, a nomeação de Lobão e a crise energética, segundo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), mostra que a situação de Dilma como possível candidata à sucessão do presidente Lula sofreu "um arranhão".

"É uma derrota que a ministra sofre e isso tem repercussões internas por demonstrar que ela não é tão prestigiada pelo presidente Lula quanto muitos imaginam", disse, se referindo a entrega da pasta de Minas e Energia a um político do PMDB, quando, na opinião do senador, a possível crise energética exigia um técnico no cargo.

"O gerentão foi aposentado", afirmou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), ao apontar o "enfraquecimento" da ministra no episódio. "Ela vinha controlando o setor de energia de forma muito próxima e ao diminuir sua cotação como candidata, o presidente Lula mostrou que não priorizará na sua sucessão ninguém com características de gerenciamento", justificou.

Para o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), a tentativa da ministra de passar uma idéia de racionalidade no governo foi superada, "porque vai ter de engolir as exigências políticas e fisiológicas dos partidos da base". "Ela perdeu para o mote do governo de se tornar refém do fisiologismo", constatou.

Na avaliação da líder do bloco do governo, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), o episódio tomou o rumo esperado desde o início, quando já se sabia que o Ministério de Minas e Energia ficaria com o PMDB. "Inclusive o presidente Lula demorou muito tempo para dar sinal (de ocupar a vaga), porque queria resguardar a possibilidade de o Silas (Rondeau) voltar", lembrou, referindo-se ao afastamento do ministro, também ligado a Sarney, pela suspeita de ter sido favorecido pela Construtora Gautama. "Ela sabe que isso faz parte das condições de um governo de coalização", defendeu.

http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=politica05

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.