quinta-feira, 31 de julho de 2008

Serra diz que disputa PSDB-DEM limita participação nas eleições

Serra diz que disputa PSDB-DEM limita participação nas eleições


LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Após encontro no Palácio do Planalto, o governador José Serra (PSDB) se solidarizou ontem com o presidente Luiz Inácio Lula quanto à preocupação de que as disputas municipais produzam "rachas" entre aliados. "Eu também tenho este problema em São Paulo", disse, após a conversa com Lula.

O governador viu ruir a aliança DEM-PSDB em São Paulo quando os dois partidos não chegaram a um consenso sobre o candidato à prefeitura da capital. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), ex-vice de Serra, estão na disputa.

Serra veio a Brasília tratar de temas administrativos, mas disse ter também ouvido de Lula que este participaria "o menos possível" da campanha pelas prefeituras, para evitar desgastes entre aliados que, nos municípios, disputam entre si.

"Esse é um problema que cada um tem no seu Estado, e o presidente tem em todos os lugares. Então, ele me disse que terá participação moderada."

Para Serra, o fato de ter "base do governo muito próxima, concorrendo entre si, limita, naturalmente, a participação" dos governantes.

Serra afirmou ter ido a Brasília para discutir com Lula a renovação de concessões da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Em março, a venda do controle da companhia fracassou devido ao prazo curto de concessão das duas usinas, responsáveis por 67% da geração da companhia. Pela atual legislação, as duas usinas deverão ser devolvidas ao governo federal em 2015. Segundo o governador, Lula fará nova reunião para decidir sobre o assunto assim que voltar de viagem à China, por volta de 10 de agosto.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Lula chama Dilma de "minha candidata"

SALVADOR - Em um jantar, segunda-feira, em Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a sinalizar a preferência pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como pré-candidata para a sucessão dele em 2010. O jantar foi no Palácio de Ondina e terminou com Lula fazendo aos convidados presentes um pedido especial: "Tratem bem a minha candidata".

Estavam no jantar, além de Lula, o governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), os ministros da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel (PT), e da Educação, Fernando Haddad (PT), entre outros.

Depois do recado presidencial, ontem o ministro Lobão aproveitou a solenidade de inauguração da Petrobras Biocombustíveis, em Cadeias, para fazer rasgados elogios a Dilma Na avaliação do ministro das Minas e Energia, o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) "só faz o sucesso que faz" porque tem "uma gerente como a ministra Dilma para administrá-lo".

Dilma foi muito aplaudida, sempre que teve o nome citado pelo presidente e os colegas ministros, nas três solenidades realizadas em Candeias e Salvador. Ao transformar a Secretaria de Pesca em ministério, Lula disse que só foi possível aprontar a medida provisória com a mudança administrativa graças "ao empenho dela", a ministra-chefe da Casa Civil. Aplaudidos, o ministro Altemir Gregolim e Dilma festejaram levantando os braços para a platéia.

A pouco mais de dois meses para as eleições municipais, atendendo a pedido do presidente Lula, nenhum dos candidatos à prefeitura de Salvador esteve presente às cerimônias de ontem, na Bahia. Mas o nome de João Henrique, do PMDB, candidato à reeleição, que está sendo apoiado pelo ministro Geddel Vieira Lima, foi lembrado em discursos na cerimônia de lançamento do plano da Pesca.

Fonte: Tribuna da Imprensa

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Aliados de Ciro têm maior nº de candidatos em 2008 (Josias de Souza)

Segundo TSE, a disputa de outubro tem 296,4 mil políticos

A conta inclui os postulantes a prefeito, a vice e a vereador

Partidos do bloquinho vão às urnas com 69 mil postulantes

Na quantidade, estão à frente dos ‘rivais’ PMDB, PT e PSDB



Lula Marques/Folha
Integrantes do consórcio que dá suporte político a Lula, as legendas do chamado “bloquinho” disputam as eleições de 2008 de olho em 2010.

Na era pós-ideológica, o bloquinho ainda se define como “de esquerda”. E acalenta o sonho de virar alternativa presidencial capaz de se contrapor ao PT e ao PSDB.



O núcleo do grupo é constituído por PSB, PDT e PC do B. Enganchadas nessas três siglas, vêm duas legendas menores: PRB e PMN.



O grupo dispõe de um presidenciável que, por ora, freqüenta as pesquisas na segunda colocação, atrás apenas do tucano José Serra: Ciro Gomes (PSB-CE).



Convencidos de que 2008 é ante-sala de 2010, os líderes do bloquinho se auto-impuseram duas prioridades:



1. Lançar o maior número de candidatos possível no pleito de 2008;



2. Fincar estacas nas regiões Sul e Sudeste, donas dos maiores colégios eleitorais.



A julgar pelos números colecionados pelo TSE, esses primeiros objetivos do grupo foram alcançados.



De acordo com os dados disponíveis nos arquivos da corte eleitoral, serão disputados em outubro 5.563 cargos de prefeito e de vice-prefeito, além de cerca de 52 mil vagas de vereadores.



Nesse universo, o bloquinho pôs de pé o maior número de candidaturas: 69.169. Bem mais do que o PMDB (42.757), e mais do que o do PT (42.757), do PSDB (33.018) e do DEM (27.490).



Considerando-se apenas o número de candidatos a prefeito, o bloquinho (2.459), só perde para o PMDB (2.633), que é o maior partido do país. Tem, de novo, mais candidatos do que PSDB (1.763), PT (1.609) e DEM (1.228).



“Essa base numérica nos dá um diferencial de que não dispúnhamos”, anima-se o deputado Márcio França (SP), líder do PSB na Câmara.



“Quem entende de política sabe que é no município que está fincada a base da disputa para os governos estaduais e para a presidência da República.”



Resta agora saber o quanto da quantidade obtida pelo bloquinho vai se transformar em qualidade. Em outras palavras: onde o grupo tem chances de triunfar?



Entra aqui o segundo objetivo do bloquinho: a entrada nas regiões Sul e Sudeste. Para Márcio França, as chances são “promissoras”.



Em Minas, o bloquinho está, de fato, bem-posto. Disputa a prefeitura de Belo Horizonte com Márcio Lacerda (PSB), o candidato do governador tucano Aécio Neves e do prefeito petista Fernando Pimentel.



Subsidiariamente, vai às urnas da capital mineira com a candidatura de Jô Moraes (PCdoB). Para qualquer lado que decida pender o eleitor mineiro, o grupo já se considera acomodado na cadeira de prefeito.



Dá-se coisa semelhante na cidade do Rio de Janeiro, Ali, o bloquinho disputa a prefeitura com Marcelo Crivela (PRB) e Jandira Feghali (PCdoB), que figuram, respectivamente, no primeiro e no segundo lugares das pesquisas.



No Estado de São Paulo, o grupo lançou cerca de 200 candidatos a prefeito. Acha que pode eleger 100. Confirmando-se a previsão, abiscoitará algo como 25% do eleitorado do primeiro colégio eleitoral do país.



Na capital paulista, o bloquinho plantou, a pedido de Lula, Aldo Rebelo (PCdoB) na vice de Marta Suplicy (PT).



Em Curitiba, emplacou Luciano Ducci (PSB) como segundo de Beto Richa (PSDB).



São duas praças em que os titulares –Marta e Richa— concorrem com chances de vitória. E, uma vez eleitos, tendem a deixar os cargos em 2010 para vôos mais altos.



Em Porto Alegre, o bloquinho encampou a candidatura de Manuela Dávila (PCdoB), que disputa a vice-liderança com Maria do Rosário Caetano (PT).



Em Florianópolis, o grupo simpático a Ciro Gomes endossa a candidatura reeleitoal do prefeito Dário Berger. Egresso do PSB, ele se filiou, por conveniências locais, ao PMDB. Mas, politicamente, mantém-se fiel às origens.



“Conseguimos alcançar o nosso objetivo de estabelecer bases no Sul e no Sudeste”, festeja Márcio França.



Tudo considerado, tem-se o seguinte cenário: aos olhos de hoje, as eleições presidenciais tendem a reproduzir a polarização PT X PSDB que se materializou nas ultimas duas eleições.



O tucanato tem em José Serra, líder nas pesquisas, sua opção mais viável. O petismo vai com o “poste” que Lula indicar. Aposta na popularidade de Lula para chegar ao segundo turno.



E o bloquinho trabalha para oferecer a Ciro Gomes um colchão municipal que lhe permita manter-se na cena de 2010 como alternativa à polarização tucano-petista.

Escrito por Josias de Souza às 03h44

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.