Com a eleição presidencial polarizada pela petista Dilma Rousseff e pelo tucano José Serra, uma corrida política paralela foi deflagrada para garantir posições vantajosas na disputa de 2014. Assim, projetos nacionais de poder já foram incubados em várias disputas regionais.
Alguns desses movimentos foram bem claros. É o caso do ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) e da senadora Marina Silva (PV-AC). Mas há outros nomes desde já de olho na disputa de 2014: os governadores eleitos de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do Paraná, Beto Richa (PSDB), além dos governadores reeleitos de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB).
Assim como Marina e Aécio, todos representam lideranças mais jovens que aproveitaram a eleição para se consolidar e ocupar papel de destaque no cenário político nacional.
Aécio, de 50 anos, ganhou tudo em Minas. Foi eleito senador com votação expressiva, emplacou o sucessor Antônio Anastasia (PSDB) no governo e garantiu a vaga de senador para o ex-presidente Itamar Franco (PPS), derrotando na mesma eleição o ex-ministro Hélio Costa (PMDB), e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT). O resultado credencia o tucano como melhor aposta do PSDB para a sucessão presidencial daqui a quatro anos.
Marina Silva, de 52 anos, é nome consolidado para 2014. Credenciada por quase 20 milhões de votos no primeiro turno, mesmo contando com uma estrutura mínima de campanha e quase nenhum tempo de propaganda na televisão, ela se tornou a maior surpresa da corrida presidencial deste ano. Sua campanha bem sucedida formou uma base bastante sólida para a próxima eleição.
Geração. Eduardo Campos, de 44 anos, lidera o projeto nacional do PSB, que ampliou bastante sua representação no País. Cabral, de 47 anos, também se consolidou como maior liderança do Rio, deixando para trás grupos importantes representados pelo ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR). Passa a ser mais importante ainda se o PMDB decidir bancar um projeto de candidatura presidencial descolado da parceria com o PT.
Entre os tucanos, Alckmin, de 57 anos, dá a volta por cima na sua trajetória política com a eleição para o governo de São Paulo.
Comandando o Estado mais populoso do País, passa a ter importância política para planejar uma nova campanha para o Palácio do Planalto, depois de ter sido batido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.
Beto Richa, de 44 anos, saiu da Prefeitura de Curitiba para o comando do governo do Paraná, derrotando o senador Osmar Dias (PDT), que tinha o apoio de Lula e do governador Roberto Requião (PMDB). Os dois tucanos, no entanto, precisariam antes superar o bom momento de Aécio dentro do partido.
Na prática, a transição entre as disputas de 2010 e 2014 representa uma espécie de troca de gerações na política brasileira. Depois de dois mandatos, Lula deixará o governo com 65 anos. Pode até tentar um novo mandato em 2014, mas já estará perto dos 70 anos. Os dois principais candidatos à sua sucessão também passaram dos 60 anos. José Serra tem 68 anos e Dilma está com 62 anos. Eleita, é candidata quase certa à reeleição.
Há ainda o caso do deputado Ciro Gomes, de 52 anos, que sonhava com sua terceira campanha presidencial, mas viu o plano ser barrado pela direção do PSB e pelo próprio Lula e não disputou nenhum cargo este ano.
Projetos regionais. Um bom resultado nas eleições, entretanto, não garante o sucesso dessas incubadoras políticas. O principal problema é que, tradicionalmente, a maioria dos partidos não desenvolve projetos de poder em nível nacional. Preferem concentrar suas atenções nas disputas regionais onde possuem lideranças expressivas.
Ciro Gomes experimentou na pele a situação este ano. O PSB preferiu investir na parceria nacional com o PT em torno da candidatura de Dilma e ganhar o apoio petista em campanhas estaduais consideradas estratégicas pelo partido. Em troca, o PT decidiu abrir mão de candidaturas em locais importantes, como Ceará, Pernambuco e Espírito Santo, por exemplo. A estratégia garantiu a vitória do PSB nesses três Estados já no primeiro turno.
Essa falta de interesse dos maiores partidos em ter candidatos na eleição para o Palácio do Planalto fica clara na atual disputa. Entre os partidos com representação expressiva dentro do Congresso, apenas PT, PSDB, PV e PSOL bancaram candidaturas majoritárias - outras cinco legendas pequenas também participaram da disputa.
O PMDB é o principal exemplo desse tipo de comportamento. Apesar de ser líder em número de parlamentares dentro do Congresso e sempre ter número expressivo de governadores, não lança um candidato à Presidência desde 1994, quando Orestes Quércia terminou em quarto lugar. Depois disso, passou a se concentrar com sucesso nas disputas estaduais e, agora, chega à Vice-Presidência da República.
Alguns desses movimentos foram bem claros. É o caso do ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) e da senadora Marina Silva (PV-AC). Mas há outros nomes desde já de olho na disputa de 2014: os governadores eleitos de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do Paraná, Beto Richa (PSDB), além dos governadores reeleitos de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB).
Assim como Marina e Aécio, todos representam lideranças mais jovens que aproveitaram a eleição para se consolidar e ocupar papel de destaque no cenário político nacional.
Aécio, de 50 anos, ganhou tudo em Minas. Foi eleito senador com votação expressiva, emplacou o sucessor Antônio Anastasia (PSDB) no governo e garantiu a vaga de senador para o ex-presidente Itamar Franco (PPS), derrotando na mesma eleição o ex-ministro Hélio Costa (PMDB), e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT). O resultado credencia o tucano como melhor aposta do PSDB para a sucessão presidencial daqui a quatro anos.
Marina Silva, de 52 anos, é nome consolidado para 2014. Credenciada por quase 20 milhões de votos no primeiro turno, mesmo contando com uma estrutura mínima de campanha e quase nenhum tempo de propaganda na televisão, ela se tornou a maior surpresa da corrida presidencial deste ano. Sua campanha bem sucedida formou uma base bastante sólida para a próxima eleição.
Geração. Eduardo Campos, de 44 anos, lidera o projeto nacional do PSB, que ampliou bastante sua representação no País. Cabral, de 47 anos, também se consolidou como maior liderança do Rio, deixando para trás grupos importantes representados pelo ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR). Passa a ser mais importante ainda se o PMDB decidir bancar um projeto de candidatura presidencial descolado da parceria com o PT.
Entre os tucanos, Alckmin, de 57 anos, dá a volta por cima na sua trajetória política com a eleição para o governo de São Paulo.
Comandando o Estado mais populoso do País, passa a ter importância política para planejar uma nova campanha para o Palácio do Planalto, depois de ter sido batido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.
Beto Richa, de 44 anos, saiu da Prefeitura de Curitiba para o comando do governo do Paraná, derrotando o senador Osmar Dias (PDT), que tinha o apoio de Lula e do governador Roberto Requião (PMDB). Os dois tucanos, no entanto, precisariam antes superar o bom momento de Aécio dentro do partido.
Na prática, a transição entre as disputas de 2010 e 2014 representa uma espécie de troca de gerações na política brasileira. Depois de dois mandatos, Lula deixará o governo com 65 anos. Pode até tentar um novo mandato em 2014, mas já estará perto dos 70 anos. Os dois principais candidatos à sua sucessão também passaram dos 60 anos. José Serra tem 68 anos e Dilma está com 62 anos. Eleita, é candidata quase certa à reeleição.
Há ainda o caso do deputado Ciro Gomes, de 52 anos, que sonhava com sua terceira campanha presidencial, mas viu o plano ser barrado pela direção do PSB e pelo próprio Lula e não disputou nenhum cargo este ano.
Projetos regionais. Um bom resultado nas eleições, entretanto, não garante o sucesso dessas incubadoras políticas. O principal problema é que, tradicionalmente, a maioria dos partidos não desenvolve projetos de poder em nível nacional. Preferem concentrar suas atenções nas disputas regionais onde possuem lideranças expressivas.
Ciro Gomes experimentou na pele a situação este ano. O PSB preferiu investir na parceria nacional com o PT em torno da candidatura de Dilma e ganhar o apoio petista em campanhas estaduais consideradas estratégicas pelo partido. Em troca, o PT decidiu abrir mão de candidaturas em locais importantes, como Ceará, Pernambuco e Espírito Santo, por exemplo. A estratégia garantiu a vitória do PSB nesses três Estados já no primeiro turno.
Essa falta de interesse dos maiores partidos em ter candidatos na eleição para o Palácio do Planalto fica clara na atual disputa. Entre os partidos com representação expressiva dentro do Congresso, apenas PT, PSDB, PV e PSOL bancaram candidaturas majoritárias - outras cinco legendas pequenas também participaram da disputa.
O PMDB é o principal exemplo desse tipo de comportamento. Apesar de ser líder em número de parlamentares dentro do Congresso e sempre ter número expressivo de governadores, não lança um candidato à Presidência desde 1994, quando Orestes Quércia terminou em quarto lugar. Depois disso, passou a se concentrar com sucesso nas disputas estaduais e, agora, chega à Vice-Presidência da República.
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