Aécio reduziu a diferença para Marina Silva
de 9,8% para 5,4% pontos percentuais, em comparação ao levantamento da
semana passada. Étore Medeiros Publicação:30/09/2014 00:12Atualização:30/09/2014 07:17 Brasília – Mais de um mês depois de cair para o
terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto – após o acidente que
matou Eduardo Campos (PSB) –, Aécio Neves (PSDB) conseguiu consolidar um
crescimento na reta final da campanha que o coloca definitivamente na
briga pelo segundo turno. De acordo com a pesquisa CNT/MDA divulgada
nessa segunda-feira, o ex-governador de Minas Gerais reduziu a diferença
para Marina Silva de 9,8% para 5,4% pontos percentuais, em comparação
ao levantamento da semana passada.
Agora, a ambientalista tem 25,2%, contra
19,8% do tucano. Se a diferença encolher mais um ponto percentual, os
dois estarão tecnicamente empatados. A margem de erro da pesquisa é de
2,2%. A subida de Aécio já havia sido constatada pela pesquisa
Istoé/Sensus, divulgada na sexta-feira. De acordo com o levantamento,
Marina teria 25% das intenções de voto, contra 20,7% do tucano. Como a
margem de erro da pesquisa é de 2,2%, o cenário já revelava um empate
técnico entre os dois. De acordo com a Istoé/Sensus, Dilma Rousseff (PT)
tem 35% da preferência do eleitorado. Depois de perder a
dianteira para a substituta de Campos, Dilma se consolidou novamente à
frente no levantamento CNT/MDA. Com 40,4% das intenções de voto, a
presidente tem uma vantagem confortável sobre Marina no primeiro turno.
Além disso, aparece pela primeira vez à frente da ex-senadora no segundo
turno. Com nove pontos de vantagem, Dilma tem 47,7% das intenções de
voto, contra 38,7% de Marina. Na pesquisa anterior, as duas estavam
tecnicamente empatadas (42% para a petista e 41% para a socialista). A
pesquisa também dá a vitória a Dilma contra Aécio (49,1% a 36,8%). No
último cenário pesquisado, de disputa entre Marina e Aécio, a candidata
do PSB tem 41,1% das intenções de voto no segundo turno, contra 36% do
tucano. A pesquisa entrevistou 2.002 pessoas, em 137 municípios
de 25 unidades da Federação de todas as cinco regiões do país, entre 27 e
28 de setembro. No primeiro turno, também pontuaram os candidatos
Luciana Genro (PSol), com 1,2%, e Pastor Everaldo (PSC), que teve 0,6%
das intenções de voto. Os demais candidatos somaram 0,5%. Votos brancos e
nulos somam 5,9%, e 6,4% dos entrevistados não sabem ou não
responderam. A sondagem foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número
BR-00992/2014.
sábado, 27 de setembro de 2014
Aécio: Tucano busca reação que até amigos veem com ceticismo
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
Vinte e seis de junho de 2001, penúltimo ano do PSDB no comando do país.
Do gabinete da Presidência da República, o mineiro Aécio Neves liga
para alguns de seus conterrâneos em tom de celebração: "Chegamos lá".
Aos 41 anos, ele sentia o gosto de assumir, ainda que interinamente, o
cargo de presidente que o destino tirou de seu avô. Eleito em 1984 pelo
colégio eleitoral, Tancredo Neves morreu no ano seguinte sem tomar
posse.
Então presidente da Câmara dos Deputados, Aécio dizia que assumir o
posto por três dias, com a viagem ao exterior de Fernando Henrique
Cardoso e de seu vice, Marco Maciel, era uma homenagem ao avô.
Treze anos depois, em sua primeira campanha presidencial, Aécio Neves,
54, relembra: "Eu já fui presidente", deixando escapar um sorriso de
quem deseja um dia ser o dono do cargo.
Juan Osborne
Ilustração feita com as palavras do discurso de Aécio na convenção do PSDB em junho
Aécio entrou na disputa deste ano com a certeza de que chegaria ao
segundo turno, mas a morte de seu amigo e adversário Eduardo Campos
(PSB) mudou o cenário. Agora, pode ser o primeiro tucano a ficar fora da
reta final da eleição desde 1994.
A amigos, costuma desabafar que sua grande oportunidade de "chegar lá"
era em 2010, quando terminava seu segundo mandato de governador de Minas
Gerais. Acreditava ser o melhor nome para derrotar Dilma Rousseff,
lançada pelo presidente Lula, mas desistiu de enfrentar José Serra em
prévias do PSDB.
Naquele ano, elegeu-se senador e, mais uma vez, foi acusado por tucanos
paulistas de fazer corpo mole e ser um dos responsáveis pela derrota de
Serra.
Suas divergências com o grupo serrista no PSDB se agravaram, mas
conseguiu, em 2014, com o apoio de FHC, unir o partido para se lançar à
Presidência.
Ungido pelo empresariado como melhor nome para derrotar Dilma, Aécio
acreditava ter a campanha perfeita para devolver o poder ao PSDB.
Cresceu nas pesquisas, chegou ao patamar de 20%, mas começou a sentir o
gosto de ser vidraça –algo que, dizem seus inimigos, não havia
experimentado porque contaria com a proteção de parte da imprensa
mineira.
Sua campanha sofreu o primeiro revés após a Folha noticiar, em julho,
que ele havia mandado construir, quando governador, um aeroporto num
terreno de um tio, na cidade mineira de Cláudio.
No mês seguinte, a morte de Eduardo Campos atingiu em cheio sua campanha.
Marina Silva, substituta do ex-governador de Pernambuco, lhe tirou do segundo posto da corrida presidencial.
Agora, Aécio busca uma "reação histórica" que nem amigos mais próximos
acreditam ser possível e tenta salvar a disputa em seu Estado –seu
candidato, Pimenta da Veiga (PSDB), pode perder no primeiro turno para
Fernando Pimentel (PT).
Ficará com o prestígio e futuro político abalados se, além de ficar fora
do segundo turno da eleição presidencial, perder em Minas, onde nasceu
em 10 de março de 1960, em Belo Horizonte.
Filho de uma família de políticos –além do avô Tancredo Neves, seu pai,
Aécio Ferreira da Cunha, foi deputado federal–, o hoje presidenciável
não tinha muito interesse pela política até a adolescência.
Aos dez anos, mudou com a família para o Rio, onde curtia mais o surf e
as noites cariocas. Ali nasceu sua paixão pela cidade maravilhosa,
motivo de ataques de seus adversários. Durante o período em que foi
governador, era acusado de passar mais tempo no Rio do que em Minas.
Suas incursões pelas noitadas cariocas teriam sido a causa de sua
iniciação na política. Aos 21 anos, foi chamado pelo avô para trabalhar
em sua campanha ao governo de Minas. Motivo: tirá-lo da "convivência com
más influências" no Rio.
LIÇÕES DO AVÔ
Aécio seguiu Tancredo pelo ano inteiro. Eleito, virou seu secretário
particular. Em seguida, participou com o avô da campanha pelas "Diretas
Já" e da transição do regime militar para a democracia brasileira.
O avô deu a Aécio algumas lições sobre a vida pública que ele costuma
sempre repetir. Entre elas, a de que a Presidência da República é mais
um destino do que um projeto político.
Duas semanas depois da morte de Tancredo, entregou ao presidente José
Sarney o cargo de secretário particular da Presidência para o qual havia
sido nomeado. Ali, foi definida sua nomeação para a diretoria de
Loterias da Caixa Econômica Federal.
Dali, planejou sua campanha a deputado federal. Foi eleito por quatro
mandatos consecutivos (1987-2002). Virou líder do PSDB e, depois,
presidente da Câmara contrariando o então presidente FHC.
Em 2002, foi eleito em primeiro turno governador de Minas, sendo
reeleito em 2006. Em 2010, fez seu sucessor, Antonio Anastasia, um
técnico sem nenhuma experiência na vida política.
Adepto do estilo "bon vivant", Aécio sempre foi acusado de não
sacrificar sua vida pessoal pela política, algo que nunca escondeu. No
ano passado, porém, largou a vida de solteiro, que mantinha desde que se
separou da mãe de sua primeira filha, Gabriela, hoje com 23 anos.
Em dezembro de 2013, casou-se com Letícia Weber. Ao lado dela, diz ter
superado uma das fases mais críticas do período eleitoral. Lembrou o
nascimento dos gêmeos Julia e Bernardo, que nasceram durante a campanha,
prematuros e que ficaram 60 dias internados num hospital. "Quem passou
pelo que a gente passou não pode reclamar. Depois que eles saíram do
hospital, eu já venci."
TRAJETÓRIA Nome completo: Aécio Neves da Cunha
Nascimento: 10 de março de 1960, em Belo Horizonte (MG)
ANOS 1960 Neto do político mineiro Tancredo Neves (1910-85), que
foi primeiro-ministro do governo Goulart entre 1961 e 1962, passa a
infância com a família em Minas
ANOS 1970 Aos dez anos de idade, muda-se com a família de Minas
Gerais para o Rio de Janeiro. Voltará a morar em Minas na década
seguinte, a pedido do avô Tancredo
ANOS 1980 Em 1983, torna-se secretário particular de Tancredo,
então governador do Estado. Em 1986, é eleito deputado federal pelo PMDB
e participa da Constituinte
ANOS 1990 Filiado ao PSDB, é reeleito como deputado federal por
Minas Gerais. Em 1992, é candidato a prefeito de Belo Horizonte, mas não
é eleito
ANOS 2000 Em 2001, torna-se presidente da Câmara dos Deputados.
No ano seguinte, é eleito governador de Minas Gerais, sendo reeleito no
ano seguinte
ANOS 2010 É eleito, em 2010, senador por Minas Gerais. Torna-se,
em 2013, presidente nacional do PSDB. Em 2014, lança sua candidatura à
Presidência da República
CANETADA
Aécio usou uma caneta que seu avô Tancredo Neves ganhou de presente de
Getúlio Vargas para assinar o documento de posse como presidente da
República interino, em 2001. Tancredo havia reservado a caneta para o
dia de sua própria posse, em 1985. Como se sabe, morreu antes de assumir
GAGUEIRA
Aécio tem uma leve gagueira, por isso desenvolveu técnicas em
entrevistas para evitar interrupções. O tucano sempre se posiciona com
os pés separados, lado a lado, e se movimenta de forma pendular. A
tática foi alterada durante a campanha. Sua equipe achou que ficava ruim
para o presidenciável balançar na TV
UPGRADE
O tucano contratou Olga Curado, consultora de imagem que auxiliou a
presidente Dilma Rousseff na campanha de 2010, para ajudá-lo no gestual
de entrevistas
ASCENSÃO
A ascensão de Aécio dentro do PSDB começou contra a vontade do homem que
hoje é o padrinho político de sua candidatura, o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso
FHC reconhece força eleitoral de Dilma, com Aécio em eventual 2º turno
22/9/2014 13:58
Por Redação - de São Paulo
Candidato do PSDB, Aécio Neves ainda pode chegar a um
pouco provável segundo turno contra Dilma Rousseff
Em encontro com investidores internacionais, promovido em Nova York
pelo banco JP Morgan, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
sinalizou que nada estava perdido para o candidato de seu partido, o
senador Aécio Neves (PSDB-MG), e que a presença de Marina Silva (PSB) no
segundo turno não está garantida. Sequer um segundo turno, nas eleições
brasileiras, é ainda uma certeza matemática, conforme sinalizam
institutos de pesquisa. “Como se sabe, o DataCaf está para as eleições como o Institulo
alemão GfK para medir audiência de TV”, escreveu o jornalista Paulo
Henrique Amorim, recentemente, em seu blog. Com base neste levantamento,
Dilma Rousseff do PT seria reeleita no primeiro turno. Contrariando as
pesquisas do IBOPE, do Datafolha e de demais institutos de pesquisa. Caso haja uma segunda eleição, nada garante que Marina estará na
disputa. Na semana passada, o Datafolha mostrou que a distância entre
ela e o tucano diminuiu para 13 pontos. Na mesma reunião, semana
passada, FHC pediu cautela aos investidores quanto ao desempenho da presidenta Dilma Rousseff nas pesquisas sobre a disputa à Presidência: – Não se iludam. A presidente Dilma Rousseff ainda pode vencer as eleições. FHC afirmou que a força da máquina governista não pode ser
desprezada. Hoje, a situação é de empate no segundo turno, com Dilma em
vantagem no primeiro, segundo o Datafolha, mas uma nova pesquisa do
Instituto Vox Populi, na noite desta segunda-feira, pode mostrar uma
nova tendência nesse sentido. Por conta nas possíveis alterações no cenário eleitoral brasileiro,
as ações da Petrobras iniciaram esta segunda- feira com queda na faixa
de 4%, à espera da pesquisa Vox Populi, que será divulgada hoje a noite
no Jornal da Record, às 19h30. No mês, as ações da estatal já caíram
mais de 15%. Novos rumores apontam para uma recuperação de Aécio Neves
(PSDB) e uma queda de Marina Silva (PSB), enquanto Dilma Rousseff se
manteria na dianteira das intenções de voto, de acordo com informações
veiculadas em uma coluna na revista semanal de ultradireita Veja. Além dos números do Vox Populi, à noite, o mercado aguarda a
divulgação de uma série de pesquisas para as próximas sessões: Ibope,
Sensus, MDA e Datafolha. As pesquisas eleitorais têm guiado o rumo da
Bolsa desde meados de março: de lá pra cá, o Ibovespa saltou de 45 mil
para até 62 mil pontos, ao mesmo tempo em que o cenário de provável reeleição de Dilma Rousseff
(PT) deu lugar a uma acirrada disputa com a oposição. A reação
“compradora” do mercado às quedas de Dilma nas pesquisas explica-se pela
gestão do atual governo em defesa das conquistas sociais em importantes
setores da economia – caso das elétricas, bancos e estatais. Por conta
disso, esses três grupos têm sido os mais “sensíveis” na Bovespa às
novidades sobre eleições.
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF)
- Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia.
Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.