terça-feira, 8 de abril de 2014

Campos traça plano para tirar melhor proveito da imagem de Marina

Por Luciana Lima , iG Brasília | - Atualizada às

    Plano do PSB é aproveitar exposição conjunta para transferir votos, sem que a ex-senadora se sobreponha ao socialista; pesquisas de opinião são ponto central da estratégia

    Em meio aos preparativos para a largada da campanha presidencial, o PSB vem discutindo internamente um plano para tirar melhor proveito da imagem da ex-senadora Marina Silva, sem que ela se sobreponha ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Apoiados na tese de que é preciso aproveitar a etapa inicial da corrida para transferir ao socialista os votos da ex-senadora, organizadores da campanha vão investir nas próximas semanas na aparição da dupla nos eventos públicos. Já no meio da campanha, os dois tendem a cumprir agendas diferentes, com o objetivo de abranger o maior número de municípios possível.
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    Divulgação
    Marina e Eduardo Campos, durante a cerimônia de filiação da ex-senadora ao PSB
    Essa estratégia só não valerá para o Nordeste, onde Campos é mais conhecido que Marina. Nas outras regiões, principalmente no Sudeste e no Sul, Marina será encarregada de “apresentar” o socialista ao eleitorado.
    Em pesquisas eleitorais realizadas até agora, Marina vem conseguindo mais que o dobro de intenções de votos que Campos. Os socialistas esperam que o lançamento da ex-senadora como vice do ex-governador, marcado para o próximo dia 14, em Brasília, contribua para fixar o nome de Eduardo Campos. No evento, a preocupação será demonstrar que a chapa Eduardo Campos -Marina Silva é definitiva, de forma a estimular a retirada do nome da ex-senadora das opções colocadas no cenário pré-eleitoral.
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    “Ela dirá a todos que já podem tirar o nome dela das pesquisas porque ela é vice de Eduardo Campos”, revela o deputado Júlio Delgado (PMDB-MG), que deverá fazer parte do núcleo da campanha.
    Com a intenção de tirar do primeiro turno a possível reeleição de Dilma, a campanha pretende priorizar os chamados “municípios-polo” para eventos públicos. A organização já está empenhada em mapear cidades com mais de 200 mil eleitores, onde o segundo turno é obrigatório, para montar uma agenda de comícios com a participação de Campos e Marina.
    Já foram definidos cerca de 150 municípios considerados polos regionais. Pelo menos 80 deles serão priorizados. “Nosso desafio é otimizar o tempo de Eduardo para que a gente possa abranger o maior número de cidades”, informou Júlio Delgado.
    Outro desafio da campanha é lidar com o pouco tempo de televisão. “Qualquer minuto para nós é precioso”, ponderou o deputado, que calcula que a chapa conseguirá alcançar de 4 a 5 minutos no horário eleitoral gratuito.
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    Time de campanha
    As funções na campanha já estão sendo definidas. Cada coordenação será exercida por uma dupla formada por um integrante do PSB e outro da Rede Sustentabilidade. A coordenação executiva, área responsável por cuidar da infraestrutura necessária para o dia-a-dia campanha, ficará a cargo do Carlos Siqueira, pelo PSB, e Bazileu Margarido, pela Rede.
    Um dos mais fieis aliados de Marina, Bazileu foi chefe de gabinete dela no Ministério do Meio Ambiente, no governo Lula. Carlos Siqueira é secretário-geral do PSB e preside a Fundação João Mangabeira, instituto de estuados do PSB.
    A agenda de Eduardo Campos, até que a coordenação geral da campanha seja definida, continua sendo comandada por Pedro Valadares, ex-chefe de gabinete de Campos no governo de Pernambuco. Valadares também é responsável pela organização dos encontros regionais que já estão sendo realizados na fase de pré-campanha.
    Os escolhidos para coordenar o programa de governo também estão definidos. O ex-petista, Maurício Rands, recém-filiado ao PSB, dividirá a tarefa com Neca Setúbal, indicada pela Rede. Neca é socióloga, filha do já falecido banqueiro Olavo Setúbal, herdeira do Itaú. Outros nomes que farão parte da coordenação da campanha ainda aguardam definição.
    Discurso
    Desmistificar a imagem de boa gestora da presidente Dilma Rousseff será o principal objetivo da campanha. Nessa estratégia a questão energética terá destaque no programa de TV. Ex-aliado do governo petista, Campos adotará nos discursos a crítica de que Dilma falhou principalmente na pasta que comandou no período do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: Minas e Energia.
    Como argumento, os socialistas pretendem explorar, ao máximo, a crise envolvendo a Petrobras e a desvalorização da Eletrobras durante o governo Dilma. “Dilma é hoje uma gestora sem credibilidade. Justamente a área em que ela era tida como grande entendedora que é o de geração de energia está desmantelada. Não há como não associar isso ao seu governo. Este será o tema”, comentou o deputado Beto Albuquerque, um dos nomes que fará parte da coordenação da campanha.
    A estratégia não deixa de ser também uma aposta de que as investigações sobre a Petrobras ainda renderão bastante desgaste à Dilma. Na mira de Eduardo Campos, estão as suspeitas de pagamento de propina a funcionários da Petrobras e a polêmica envolvendo a compra da refinaria de Passadena, nos Estados Unidos.
    Por ser a geração de energia um dos principais pontos de ataque da campanha de Eduardo Campos e Marina, as propostas de geração de energia por meio de usinas nucleares não serão incluídas no programa. Este é o principal ponto de discordância entre Eduardo Campos e Marina. Eduardo é um entusiasta da implantação no Brasil de usinas nucleares. Já Marina é uma história combatente.
    A proposta incluirá o compromisso de concluir projetos de centrais hidrelétricas pequenas e médias e, principalmente, a promessa de lançar um programa de implantação de formas de geração de energia solar a eólica.

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    Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.