terça-feira, 22 de julho de 2014

Interlocutores de Lula e Eduardo Campos conversam sobre apoio a Dilma


21/7/2014 12:37
Por Redação - de São Paulo



Eduardo Campos
Eduardo Campos tenta superar o papel de pêndulo na balança eleitoral
Embora pareça uma situação distante, o possível embate entre os candidatos do PT, Dilma Rousseff, e do PSDB, Aécio Campos, no segundo turno das eleições presidenciais – em um cenário pesquisado no último estudo do Instituto Datafolha junto à opinião dos eleitores – levou interlocutores da campanha petista a conversar com um dos coordenadores do comitê de Eduardo Campos, do PSB, neste final de semana, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil. Campos, que nunca perdeu o contato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está mais disposto a conversar.
Os 38% de intenções de voto para o ex-governador pernambucano, caso chegasse a disputar uma edição suplementar das eleições presidenciais, segundo um dos analistas do grupo de marketing do PT, credenciam Campos a ocupar um posto de destaque no provável segundo mandato da atual presidenta da República. Amigo pessoal do ex-presidente Lula, e do candidato tucano, senador Aécio Neves (MG), Campos tem tentado superar a condição de pêndulo na balança eleitoral, mas vê sua situação financeira ficar mais difícil, na medida em que seu desempenho nas pesquisas segue estagnado na casa dos 8% de votos possíveis.
Campos tem percebido a perda de interesse do empresariado e dos grandes grupos econômicos, ligados ao campo da direita – que ele busca acessar com o discurso de que sua campanha está longe dos objetivos outrora socialistas da legenda que o abriga – e percebe que os recursos para a reta final da corrida às urnas estão cada vez menores. O que é o pior, a captação dos últimos meses e as perspectivas de novos financiadores têm seguido na mesma direção.
À Justiça Eleitoral, Campos previu um gasto de até R$ 150 milhões no financiamento da campanha, recurso que esperava captar com mais facilidade junto aos empresários que, cada vez mais, demonstram um profundo aborrecimento com a política econômica da presidenta Dilma Rousseff. Ele esperava se beneficiar com o apoio de quem acredita que o crescimento pífio do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será o melhor combustível contra sua provável reeleição.
As tendências eleitorais, no entanto, mostram que a direita tende a se concentrar no tucano Aécio Neves, o que deixa a campanha de Campos na posição de coadjuvante em qualquer dos lados para o qual pender, se chegar em terceiro no pódio eleitoral. O tom da conversa de Campos com a equipe de Dilma, segundo observador independente da cena política, tem sido de cautela, pois há ainda o fator Marina Silva, que divide com o PSB a preferência de um eleitorado que, mesmo afastado de Dilma, não fecha com Aécio Neves em um primeiro plano. A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente na gestão do presidente Lula ingressou na campanha de Campos em outubro do ano passado e o levou à presença de fazendeiros, banqueiros e investidores, como uma promessa na oposição a Dilma.
Campos, no entanto, tem visto a situação mudar rapidamente nas últimas semanas, quando parte de seus prováveis patrocinadores passaram a ver que Dilma é favorita indiscutível para estas eleições, como demonstram os números das pesquisas eleitorais. Diante dos fatos, os grandes empresários tendem a dividir suas doações entre ela e seu adversário direto, Aécio Neves.
– A campanha está começando agora e há muito para acontecer. O custo da campanha é elevado, mas não é nossa ambição atingir o teto de arrecadação de R$ 150 milhões. É difícil competir com partidos mais estruturados – confessou o economista Henrique Costa, tesoureiro da campanha de Eduardo Campos, ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, em sua última edição.
A mesma dose de certeza que mobiliza o empresariado para contribuir com a campanha de Dilma Rousseff tem sido suficiente para adoçar a conversa com Eduardo Campos. Desde o lançamento da campanha do pernambucano, Lula tem evitado críticas mais contundentes ao ex-aliado, na esperança de tê-lo de volta caso seja necessário o apoio dele em um segundo turno. A recíproca também é verdadeira para Campos, que rasga elogios a Lula na mesma proporção em que critica a adversária petista.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.