da BBC Brasil
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparece como um dos nomes mais fortes para suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na avaliação de reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário argentino La Nación.
"Tem uma boa imagem ante a opinião pública, ambição política e é claramente a pessoa mais poderosa do governo depois do presidente. E não somente isso: é mulher", afirma a reportagem.
Segundo o jornal, "foi a soma desses atributos" que converteu a ministra nas últimas semanas na possível candidata de Lula para sua sucessão, em 2010.
Para a reportagem, a declaração do presidente de que não buscaria um terceiro mandato --para o qual seria necessário uma mudança constitucional-- provocou uma luta precoce por sua sucessão.
O jornal comenta que a ministra, que participou da luta armada contra a ditadura brasileira e foi presa e torturada, tem uma "história de novela".
"Apesar de sua atividade política de extrema-esquerda nos anos 1970, hoje é uma figura pragmática, essência do governo Lula", diz a reportagem.
"Com capacidade de mando e ambição política, mas sem uma ansiedade visível por escalar posições, converteu-se na voz mais poderosa do governo depois da do presidente. Aqueles que a desafiam quase invariavelmente perdem", afirma o texto.
O jornal comenta que Lula já anunciou que fará campanha pelo candidato governista, inclusive admitindo a hipótese de se licenciar do cargo para fazer campanha, desde que a atual coalizão governista apresente um candidato único, mas observa que "a esta altura, isso parece improvável".
Para o Nación, vários políticos da coalizão governista sonham com a candidatura. "Se as eleições fossem hoje, o relativamente bom momento político e econômico que vive o Brasil converteria o candidato oficial em uma figura difícil de vencer", diz o jornal.
O jornal observa que Dilma leva uma vantagem sobre outros possíveis candidatos da coalizão governista, como Ciro Gomes, por ser do Partido dos Trabalhadores, agremiação do presidente Lula.
"É nessas entrelinhas onde se trava a luta pela herança do capital político de Lula. E as aspirações políticas de Dilma são grandes", conclui a reportagem.
Fonte: Folha Online
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