KENNEDY ALENCAR
Colunista da Folha Online
Na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) terá chance de viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto se encerrar o ano de 2009 com um percentual entre 15% e 20% de intenções de voto nas pesquisas sobre o primeiro turno da sucessão do ano seguinte.
No ano de 2009, Lula e Dilma deverão colher a maior parte dos "frutos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento)", como gosta de dizer o presidente. Leia-se: uma agenda pública com inaugurações e resultados que poderá dar à ministra uma visibilidade política maior do que hoje.
Com um cacife mínimo de 15%, Dilma poderia também vencer resistência da máquina petista ao seu nome. Atualmente, ela não é a mais popular presidenciável entre os dirigentes do PT.
De acordo com recente pesquisa Sensus, a ministra da Casa Civil obteve 5,7% de intenção de voto no simulação que também teve como candidatos o governador de São Paulo, o tucano José Serra, e o deputado federal Ciro Gomes (PSB). Serra liderou com 30%. E Ciro marcou 22,8%.
Se for mantido esse cenário, não haverá como colocar Ciro e Dilma no mesmo jogo. No mínimo, Lula teria dois candidatos: o deputado federal do PSB e um petista (não necessariamente a ministra). Para o projeto Dilma ser levado a sério, há um longo caminho a ser percorrido.
Lula está disposto a ajudá-la. A mesma pesquisa Sensus mostrou que o petista será um cabo eleitoral forte na sucessão de 2010. Mas parece que o presidente ainda não faz milagre.
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Corrida petista
Há articulação em curso para que o deputado federal Jilmar Tatto (SP) apóie a reeleição do colega de Câmara Ricardo Berzoini (SP) à presidência do partido. Tatto é candidato de grupos que orbitam em torno do projeto político da ministra Marta Suplicy (Turismo).
Uma aliança com a tendência de Berzoini, a CNB (Construindo um Novo Brasil), faria do atual presidente do partido franco favorito à reeleição. No início de dezembro, os filiados do PT escolherão o novo comando partidário. Tatto e Berzoini são amigos e muito próximos politicamente, apesar de pertencerem a tendências diferentes do PT.
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Cacife federal
A futura rede pública de TV poderá contar em 2008 com uma senhora bolada de R$ 500 milhões. A rede terá garantidos R$ 350 milhões do Orçamento da União. Um fundo do Ministério da Cultura para produção audiovisual poderá dar à TV pública cerca de R$ 80 milhões --há estudos no governo nesse sentido. Existe ainda a meta da futura direção da rede de obter R$ 60 milhões por ano com dois instrumentos: publicidade institucional de estatais e empresas privadas e patrocínio a projetos que possam se beneficiar das leis de incentivo à cultura (dedução fiscal).
Kennedy Alencar, 39, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre os bastidores da política federal, aos domingos. E-mail: kalencar@folhasp.com.br Fonte: Folha Uol http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/brasiliaonline/ult2307u338157.shtml |
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