domingo, 28 de fevereiro de 2010

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Dilma cresce e encosta em Serra, diz DataFolha: 32 x 28




Pesquisa Datafolha publicada na edição de domingo da Folha (que já está nas bancas), mostra que a ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) cresceu cinco pontos nas pesquisas de intenção de voto de dezembro para janeiro, atingindo 28%.

No mesmo período, a taxa de intenção de voto no governador de São Paulo, José Serra (PSDB), recuou de 37% para 32%.

Com isso, a diferença entre os dois pré- candidatos recuou de 14 pontos para 4 pontos de dezembro para cá.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. No entanto, é impreciso dizer que o levantamento indica um empate técnico entre Serra e Dilma.

A pesquisa foi realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro. Foram ouvidas 2.623 pessoas com maiores de 16 anos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ciro continua a ser, mas abre fenda para o ‘não-ser’


Alan Marques/Folha
Como previsto, Ciro Gomes (PSB) reuniu-se com representantes do bloco de partidos que desejam convertê-lo em candidato a governador de São Paulo.


Terminado o encontro, o projeto presidencial de Ciro ganhou a consistência de um pote de gelatina. Deu-se o seguinte:



Ciro reafirmou que prefere disputar o Planalto. Considera-se mais experiente do que Dilma Rousseff, a preferida de Lula.



Acha que o quadro sucessório ainda não foi delineado. Crê que o tucano José Serra não vai se aventurar na quadra presidencial.



Blá, blá, blá... Súbito, quando se imaginava que Ciro continuava a ser, o deputado abriu uma fenda para o não-ser.



Ouça-se o Ciro gelatinoso: "O cenário de ter que ir para o governo de São Paulo é quase impossível, mas se o cenário nacional precisar desse desafio, eu não titubearia em ir...”



“...Quem alimentou a decisão de ser único, na política, deu com os burros n'água".



Presidente do PT-SP, Edinho Silva reconheceu o inusitado: Em São Paulo, berço do sindicalismo que deu à luz Lula, o petismo não tem candidatos:



"Nunca tivemos em São Paulo um campo partidário como esse atual. Hoje, a liderança que mais unifica é a do Ciro Gomes".



Assim, a platéia foi informada de que, sem Ciro, as forças que gravitam ao redor de Lula ficariam a pé no maior colégio eleitoral do país.



Informou-se também que Ciro Gomes pode, a qualquer momento, deixar de ser e voltar àquilo que não era.



- PS.: Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 19h11

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Partidos pró-Dilma rogam a Ciro que concorra em SP




Folha
Ciro Gomes, o suposto presidenciável do PSB, ouvirá nesta quarta (24) meia dúzia de apelos para que aceite disputar o governo de São Paulo.



O deputado participará de uma reunião com os partidos que, fechados com Dilma Rousseff, se dispõe a apoiá-lo no Estado.



Vão ao encontro com Ciro mandachuvas de sete legendas. A sopa de letras inclui: PT, PDT, PC do B, PRB, PSC, PTC, e PTN.



No plano nacional, Lula cuidou de submeter o projeto presidencial de Ciro a um torniquete partidário.



Mixaram todas as parcerias que o candidato idealizara. Sonhara especialmente com PDT e PCdoB.



Ao arrastar uma penca de partidos para a mesa desta quarta, o petismo deseja reafirmar a Ciro que, em São Paulo, a histórica seria outra.



Se decidir trocar a candidatura ao Planalto pela eleição ao governo de São Paulo, Ciro terá uma coligação vasta e tempo de TV generoso.



Para desassossego do Planalto, Ciro não parece, por ora, disposto a entregar os pontos. É improvável que a reunião produza a reviravolta desejada por Lula.



Ciro continua aferrado à idéia de esticar a corda até meados de março. Só então, depois de uma conversa com Lula, dirá o que pretende fazer da vida.



Na semana passada, o PSB levou a cara e o discurso de Ciro à sua propaganda partidária televisiva. Dez minutos, em horário nobre.



Ciro fez as vezes de âncora do programa. Condenou o “Fla-Flu partidário” que reduziu a sucessão presidencial a um embate entre o PSDB de José Serra e o PT de Dilma.



Agora, Ciro e o PSB desejam aferir os efeitos da publicidade sobre o eleitorado. Aguardam pelas próximas pesquisas. Encomendou uma sondagem própria.



Em privado, Ciro diz que prefere não disputar coisa nenhuma a apresentar-se como candidato em São Paulo.



A reunião desta quarta demonstra que o deputado ainda não é levado ao pé da letra. Deixou de ser tomado a sério, aliás, em setembro do ano passado.



Deu-se no instante em que, a pedido de Lula, aceitou transferir o seu título eleitoral do Ceará, seu Estado de adoção, para São Paulo, onde nasceu.



Desde então, a palavra de Ciro é posta a prova. Por mais que diga, por mais que repita, por mais que repise suas inteções presidenciais, o deputado continua sendo visto como um candidato multiuso.



- PS.: Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 05h50

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Lula pode retornar em 2014? ‘Sem dúvida’, diz Dilma

‘Não fui condenada por ação armada, porque não pratiquei’

‘Dizem: ‘Fiz o Bolsa Família antes’. Ah é? Para quantos?’

‘Você acha que, como ministra da Casa Civil, sou poste?’

‘Não queremos cercear ou controlar conteúdo dos jornais’


José Cruz/ABr



‘Lula chegou a um ponto que futuro dele é o que ele quiser’

Convertida em presidenciável oficial do PT, Dilma Rousseff tornou-se a personagem da semana. Caminhara à sombra de Lula. Agora, no dizer do próprio presidente, terá de descer ao gramado da sucessão “com as próprias pernas”.



Para onde caminharia o Brasil caso Dilma fosse eleita em outubro?, eis a pergunta que o eleitor começa a fazer aos seus botões. Em busca da resposta, os repórteres Eumano Silva, Guilherme Evelin e Helio Gurovitz foram à presença de Dilma.



Entrevistaram-na por quase duas horas na última quinta (18). O resultado foi às páginas da revista Época. Pressionando aqui:


http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI122895-15223-1,00-DILMA+VOCE+ACHA+QUE+SOU+UM+POSTE.html


você chega à íntegra.



Neste sábado (20), ao discursar no Congresso petista que consagrou a candidatura de Dilma, Lula disse que, eleita, sua pupila não exercerá um “mandato tampão”. Deseja para ela dois mandatos.



No curso de sua entrevista, a candidata foi instada a comentar o papel que teria Lula num hipotético governo Dilma. “Acho que o Lula seria um dos melhores conselheiros que alguém poderia ter”.



Trabalha com a hipótese de que Lula possa disputar a presidência em 2014? “Sem sombra de dúvida, ele pode”. Para ela, “Lula chegou a um ponto de liderança pessoal, política, nacional e internacional, que o futuro dele é o que ele quiser”.



Vão abaixo outros trechos da entrevista:





1. Dotes pessoais: “Uma das coisas que me credenciam para ser presidente é que conheço hoje o governo brasileiro de forma bastante circunstanciada, precisa”.



2. Teoria do poste: “Você acha que, como ministra-chefe da Casa Civil, eu sou um poste? Duvido que os grandes experientes em gestão tenham o nível de experiência que eu tenho. Duvido”.



3. Estado na economia: “Somos contra a privatização de patrimônio público ou de estatais como Petrobras, Furnas, Chesf, Eletrobrás, Banco do Brasil, a Caixa”.



4. Estado X iniciativa privada: “Nos anos 50, o Estado empresário tinha lá sua função. Não tinha todas as empresas estruturadas. Como alguém em sã consciência, em pleno século 21, em 2010, pode falar que o Estado brasileiro vai ser empresário? Isso é um equívoco monstruoso”.



5. Privatizações da era FHC: “Não chegou a ser tão danoso como foi para países vizinhos, porque não conseguiram fazer tudo. Mas pegaram a Petrobras e começaram a tentar reduzi-la a uma dimensão menor. [...] Achamos estranha aquela história do nome Petrobrax. Era uma tentativa de abrir o capital mais do que devia. [...] As intenções são muito claras!”



6. Venda da Vale e das teles: “Com as teles, acho que foi diferente. Em relação à Vale, vamos ter de fazer exigências a respeito do uso da riqueza natural. Isso não significa reestatizar. Ela pode ser privada, desde que submetida a controles”.



7. Bolsa Família: “[...] Quando chamam o Bolsa Família de ‘bolsa-esmola’, é porque veem a política social como uma coisa ultrapassada. [...] Não dá para falar: ‘Eu fiz o Bolsa Família antes’. Ah é? Fez para quantos?”



8. Gostou de ser chamada de ‘companheira de armas’ por José Dirceu? “Ele estava fazendo para mim um cumprimento. [...] Havia várias características nas diferentes organizações de esquerda. A minha fazia certa crítica às ações armadas, principalmente assaltos a banco. [...] Não fui condenada por ação armada, porque não a pratiquei”.



9. Combate à ditadura: “Minha geração experimentou a pior cara da ditadura [...]. Então, alguém que acreditava que seria possível a democracia naquele período era ingênuo. [...] Esse processo vai levar à minha prisão, em 1970. [...] Quando você está na cadeia e vê tortura, morte e o diabo, o valor da democracia e o direito de expressão e de discordar começam a ser cada vez mais um valor intrínseco”.



10. Revisão da Lei da Anistia: “Essa é uma questão que está no STF. O que o Supremo decidir tem de ser acatado por todos. Agora, uma coisa é uma atividade de violência de pequenos grupos [...]. Outra coisa, muito diferente, é a violência do Estado, porque é desproporcional. [...] Fui condenada e cumpri pena maior do que minha condenação. Ninguém me ressarciu de nada”.



11. Venezuela e imprensa: “[...] Não queremos cercear, controlar o conteúdo de jornais ou fazer nada similar. Mas não nos relacionamos com países exportando nosso modelo para ninguém [...]. A Venezuela é uma realidade, nós somos outra. Temos uma relação com a Venezuela [...]. Temos também uma relação com o presidente Álvaro Uribe [Clômbia], que está pedindo o terceiro mandato – e não tenho visto por aqui ninguém questionando o terceiro mandato dele”.



12. Irã e a bomba: “Depois da Guerra do Iraque, temo muito essa história de que o Irã está fazendo isso ou aquilo. Se você não der uma abertura para o diálogo com o Irã, você vai isolá-lo. [...] Não deu muito certo a política de invadir o Iraque e do Afeganistão, deu?”



13. Aborto: “Sou a favor de que haja uma política que trate o aborto como uma questão de saúde pública”.



14. Drogas: “Não podemos tratar da questão da droga no Brasil só com descriminalização. Estou muito preocupada com o crack. [...]A questão da droga no século 21 é muito diferente daquele tempo de Woodstock, que tinha um componente libertário. [...] A não ser que a gente tenha um avanço muito grande no controle social da droga, fazer um processo de descriminalização é um tiro no pé”.

Escrito por Josias de Souza às 05h07

sábado, 20 de fevereiro de 2010

PT referenda indicação de Dilma Roussef à Presidência neste sábado

Camila Campanerut
Do UOL Notícias
Em Brasília

Filiados e delegações do PT de todo país confirmam a indicação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, como pré-candidata única do PT ao Planalto nas eleições deste ano. O referendo acontece neste sábado (20), em Brasília, no terceiro dia do 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores, que acontece em Brasília.

  • Ricardo Stuckert/Presidência da República

    O presidente Lula ao lado de Dilma durante a cerimônia de inauguração da barragem Setúbal, em Jenipapo (MG), no dia 19 de janeiro

A apresentação da candidatura sem concorrência interna repete a receita de 2006, quando não havia dúvidas de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sairia novamente pela legenda para apostar na reeleição.

No que se refere à rejeição do eleitorado à ideia de Dilma como candidata, a última pesquisa da CNT/Sensus identificou que este índice caiu: em novembro passado era de 34,4%, e em janeiro apontava 28,4%. Segundo o levantamento, houve uma redução pela metade na diferença entre ela e o possível pré-candidato do PSDB, o governador de São Paulo, José Serra: de 10,1% em novembro para 5,4% em janeiro. O tucano registrou 33,2% e a ministra teve 27,8% das intenções de votos na última pesquisa.

A candidata escolhida por Lula não terá de passar pelo mesmo que Lula viveu em 2002. Ele teve de ser submetido a uma prévia dentro do partido, em que concorreu com o senador por São Paulo, Eduardo Suplicy – que angariou cerca 15% dos votos.

Suplicy, que tem se envolvido em polêmicas nos últimos anos, foca no momento em uma outra briga: sair como pré-candidato ao governo de São Paulo. Podem fazer frente a ele nomes como o da ex-mulher e ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, do senador Aloizio Mercadante e do ex-ministro da Fazenda e deputado federal, Antônio Palocci. Também não estão descartados o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, e o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Uma possibilidade ainda não rejeitada para ter apoio do partido em São Paulo é a do deputado da base aliada, Ciro Gomes (PSB-CE) que, em caso de apoiar a candidatura de Dilma em nível nacional, poderia ser o candidato do PSB para o governo paulista.

“Todos aceitaram a Dilma em consenso e, eu, em especial”, revelou o senador Eduardo Suplicy (SP). “Da minha parte, eu disse a Dilma Rousseff que compreendo os méritos que a fizeram ser a escolhida. E ela compreendeu a minha parte e o meu programa renda cidadã foi aprovado como emenda de aperfeiçoamento ao programa Bolsa-Família, pelo programa do PT”, completou.

O deputado federal José Genoíno, no entanto, ressaltou que “o programa do PT não é o programa de Dilma”, e sim parte dele.

Sobre a candidatura única, o deputado federal Ricardo Berzoini alegou que não houve inscritos e o consenso do partido fechou com o nome da ministra.

"Ela [Dilma] tem histórico de militância de esquerda, participou dos principais feitos do governo Lula. A candidatura única é uma mostra expressiva da unidade do PT”, defendeu Genoino.

Biografia
A mineira de Uberaba, Dilma Vana Rousseff, ocupou a cadeira de ministra-chefe da Casa Civil desde a demissão de José Dirceu, em 2005, acusado de envolvimento no suposto mensalão pago por dirigentes do PT a parlamentares da base aliada do governo.

Ainda no governo Lula, foi ministra de Minas e Energia de 2003 a junho de 2005. Antes de filiar-se ao Partido dos Trabalhadores, em 2001, Dilma era do PDT. Nas décadas de 1980 e 1990 atuou no governo do Rio Grande do Sul, nas secretárias da Fazenda e de Energia, Minas e Comunicações, e nos governos de Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT).

Na juventude, participou da luta armada contra a ditadura militar. Teve atuações como militante no Polop (Política Operária), no Colina (Comando de Libertação Nacional), e no VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Foi torturada e ficou presa por quase três anos.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Congresso petista lança Dilma à Presidência e enquadra rebeldes

RANIER BRAGON

MARIA CLARA CABRAL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O PT abre hoje em Brasília o congresso nacional que vai aclamar no sábado a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), 62, como a pré-candidata da legenda à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva.

Os dirigentes petistas pretendem restringir ao máximo a possibilidade de questionamentos internos durante o evento, que deve aprovar diretriz de campanha submetendo todos os arranjos regionais do partido à estratégia nacional em prol da ministra.

Ex-pedetista, filiada ao PT desde março de 2001, Dilma teve sua candidatura bancada diretamente pelo presidente Lula, de quem também foi ministra de Minas e Energia antes de assumir a Casa Civil, em 2005.

Ela fará no sábado, após a fala de Lula "a apresentando" como a candidata, o discurso final do congresso, que será encerrado com um show de Jorge Ben Jor. O PT estima gastar R$ 6,5 milhões, o que inclui transporte e hospedagem de cerca de 1.350 delegados, mais convidados.

No discurso, a ministra deve, de acordo com petistas, falar da necessidade de avanços como a qualificação do funcionalismo responsável pela execução das obras e dos programas federais.

Amanhã o partido deve aprovar as diretrizes preliminares para o programa de governo de Dilma e para a política de alianças. Nos documentos, o PT prega um fortalecimento do papel do Estado, o aprimoramento dos programas sociais e a manutenção das políticas de ajuste fiscal, entre outros pontos.

O PT deixa claro nos documentos que o objetivo de eleger Dilma "deve orientar todos os movimentos políticos", ou seja, candidaturas regionais da legenda podem ser sacrificadas.

"Quem vai conduzir o processo da candidatura e das alianças é a Dilma. O próprio Lula diz isso", diz o deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara.

Nos textos, o PT critica indiretamente a atual base de Lula no Congresso, dizendo que o eventual governo Dilma precisará "de apoio parlamentar afinado com seus objetivos".

Segundo dirigentes do partido, haverá a tentativa de restringir a um limite "tolerável" os debates em torno das emendas das alas mais à esquerda. "Será o congresso da unidade. Não teremos uma agenda negativa", disse o deputado José Genoino (SP), integrante do Diretório Nacional que toma posse.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ciro recorre à TV para melhorar nas pesquisas

ANDREZA MATAIS

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Na semana em que o PT irá lançar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial, o PSB vai usar o programa eleitoral de rádio e TV para tentar alavancar a candidatura do deputado Ciro Gomes ao Palácio do Planalto.

Nos dez minutos de programa, Ciro só irá dividir o tempo com os três governadores do partido --de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

Apesar do destaque, Ciro não monopolizará as inserções nos Estados onde o PSB deverá lançar candidatura a governador. Pelo menos em sete Estados --incluindo São Paulo e Espírito Santo-- as entradas (distribuídas ao longo da programação) serão destinadas à promoção do candidato a governo.

Como as inserções têm maior impacto eleitoral, essa última chance de Ciro poderia ser prejudicada.

Num contraponto à candidata petista, vendida como de continuidade, Ciro irá se apresentar como capaz de aprimorar o governo Lula.

Ao dar espaço para Ciro, o PSB aposta num crescimento capaz de influenciar na decisão do presidente Lula, que ainda resiste em lançar dois candidatos da sua base de apoio.

"O programa todo vai ser apresentado pelo Ciro. Ele tem destaque, é o nosso pré-candidato à Presidência. Vamos fazer o que todos os partidos fizeram, dar espaço para nossa liderança", disse o presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Em nota ontem, a própria assessoria de Ciro disse que o programa iria "confirmar" sua candidatura à sucessão presidencial. O movimento foi emblemático porque a assessoria não costuma divulgar os passos do deputado federal.

O PSB definiu com o presidente Lula um prazo até março para a decisão sobre o futuro de Ciro. Preocupa os socialistas, mesmo os que defendem a postulação à Presidência, o fato de o deputado não ter conquistado apoios entre os demais partidos, o que deixaria o PSB isolado. Neste cenário, a candidatura é inviável, dizem.

Lula poderia ajudar a atrair esses apoios, caso se convença do argumento de socialistas de que Ciro pode ajudar a tirar votos do tucano José Serra e, num segundo turno entre PSDB e PT, ele pode ser um apoio importante. A definição do PSDB sobre quem será o seu candidato também é um senão para o partido, uma vez que Ciro não disputaria se o nome tucano fosse outro.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

PT e PSDB declaram guerra nos estados por apoios


Folha S. Paulo/JP



Potenciais adversários na corrida presidencial, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), não se dedicam apenas à consolidação de seus palanques. Trabalham para "roubar" o aliado do outro pelo país afora.

Em pelo menos sete Estados, o PSDB ensaia alianças com partidos da base governista. É aí que serristas e petistas travam uma disputa para desmontar a estrutura do adversário, ou, no mínimo, evitar o constrangimento da partilha de um mesmo palanque no Estado.

A Paraíba é um exemplo. Lá, o PSDB promete apoiar o PSB, desde que seu candidato, o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), não ofereça palanque a Dilma. Do contrário, o PSDB lançará a candidatura própria ao governo. No Estado, o PT caminha para uma aliança com o PMDB.

Segundo tucanos, não é necessário que Coutinho manifeste apoio a Serra. Ele poderá até declarar voto em Ciro Gomes (PSB-CE), caso ele concorra mesmo à Presidência. Só não poderá abrigar Dilma.

A intenção é impedir que Dilma conte com dois palanques. E Serra fique sem. Serra chegou a pedir que o vice-líder do governo na Alesp, Jonas Donizete (PSB), fizesse essa ponderação a Coutinho. Já o presidente Lula pediu ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, apoio para Dilma nos Estados.

"A relação do PSB com o PT está sendo discutida. Na hipótese de um apoio ao PT, a lealdade do PSB ao governo do presidente Lula e à candidatura de Dilma careceria de um apoio formal do PT aos candidatos do PSB nos Estados. Seria o mínimo para iniciar uma discussão", disse Coutinho.

No Maranhão, é a própria Dilma quem se mobiliza para tirar de Serra o palanque de Jackson Lago (PDT). No Estado, o PSDB pretende apoiar a candidatura de Lago contra a de Roseana Sarney (PMDB).

Embora o PT costure a aliança com os Sarney, Dilma disse à cúpula do PDT que seria "um prazer estar com Lago". "Dilma lembrou que foi filiada ao PDT durante 20 anos", afirma o líder do PDT na Câmara, Brizola Neto (RJ).

O PDT duvida que Lago apoie Serra. Mas, numa reunião, o PSDB cobrou de Lago sinais explícitos de apoio a Serra como condição para a aliança.

No Rio Grande do Sul, o PSDB admite até a hipótese de convencer a governadora Yeda Crusius -alvo de denúncias- a desistir da reeleição em favor do prefeito de Porto Alegre, o peemedebista José Fogaça. Mas, numa articulação nacional, o vice-prefeito José Fortunati (PDT) insiste num acordo com Dilma. Fogaça, que já negocia aliança com DEM, afirmou, publicamente, que não teria constrangimento em receber Dilma no Estado, onde o PT lançará Tarso Genro.

Mas se esquiva de opinar sobre o assunto dizendo que existe uma candidatura própria do PMDB à Presidência -a de Roberto Requião, que não é considerada viável pela cúpula da legenda. "Aqui, o PMDB apoia Requião. Não posso falar sobre Serra ou Dilma", afirmou.

No Espírito Santo, tucanos admitem apoiar o senador Renato Casagrande (PSB).

No Amazonas, o PSDB pode apoiar Serafim Corrêa (PSB), desde que ele se disponha a fornecer um palanque para Serra, já que Dilma deverá estar aliada ao ministro Alfredo Nascimento (PR).

No Paraná, o PSB apoiará a candidatura de Beto Richa ao governo do Estado, ocupando o palanque do PSDB. Já o DEM flerta com Osmar Dias, numa tentativa de esvaziar o palanque de Dilma.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Política - Para atrair o PDT, Fogaça admite apoiar Dilma

Possibilidade de o PMDB gaúcho apoiar Dilma Rousseff abriria uma nova fase no embate entre petistas e pemeedebistas no Estado

Os esforços petistas e pedetistas para fortalecer a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência com apoio dos peemedebistas gaúchos colocaram o cenário eleitoral no Estado de cabeça para baixo. De repente, aliados de Tarso Genro (PT) e José Fogaça (PMDB) – atuais pontas-de-lança de uma rivalidade de quase 20 anos – foram obrigados a avaliar as vantagens e os prejuízos de uma reviravolta histórica.

Ontem, disposto a assegurar a aliança com o PDT, Fogaça sinalizou que seguirá o que o PMDB nacional decidir sobre a disputa presidencial (leia entrevista na página 6). Como os caciques que comandam o partido estão fechados com Dilma, o prefeito da Capital, que precisa renunciar ao cargo até o início de abril para concorrer a governador, na prática admite subir no palanque da ministra, uma exigência dos pedetistas para selar a união. Também ontem, em encontro com o presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Jr., Fogaça avalizou outra condição da sigla, a vaga de vice na chapa.

Mantido esse cenário, Fogaça vai impor constrangimentos a ele próprio e a Tarso. Se o adversário aparecer ao lado de Dilma, o candidato petista terá de se esforçar para provar ser o preferido da ministra e do presidente Lula. Nem mesmo caciques da campanha tarsista sabem explicar como será o comportamento de Lula na disputa gaúcha. Há quem acredite que o presidente não virá ao Estado. O ex-prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, pensa diferente:

– Se o PMDB do RS apoiar Dilma, Lula e a ministra vão estar no palanque de Fogaça. Acho que vai haver dois tipos de comício, um com Tarso e outro com Fogaça.

Na trincheira peemedebista, a confusão é semelhante por conta da divisão entre apoiadores de Dilma e do governador paulista José Serra (PSDB). Apesar da convicção de que a tese de candidatura própria ao Planalto não decolará, os caciques pretendem manter o discurso para evitar constrangimentos a Fogaça, que não será obrigado a se posicionar neste momento.

– Não estamos em nenhum brete. Até a convenção, em junho, o PMDB defende a candidatura própria. Lá, veremos qual a tese vencedora – afirma o secretário-geral do PMDB, Eliseu Padilha.

Após um encontro com Dilma na sexta-feira em Porto Alegre, o prefeito teve de acalmar os ânimos dos apoiadores de Serra. Segundo um aliado, Fogaça relatou internamente no partido que a visita da ministra foi técnica.

– Fogaça pode até ter vontade de se aliar a Dilma, mas é um processo muito difícil de construir internamente – diz o presidente do PMDB de Porto Alegre, Fernando Záchia.

A preocupação de serristas é como administrar o apoio a Dilma em momentos de acirramento com o PT. Outro motivo de tensão é como explicar aos eleitores o rompimento com o PSDB e a aliança não tradicional com os velhos algozes.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Lula volta a exibir candidatura de Dilma em SP e MG


Marcello Casal/ABr



Liberado pelo TSE, que não vê sinais de campanha eleitoral em sua movimentação, Lula programou duas viagens para esta semana.



Autoconvertido em cabo-eleitoral de Dilma Rousseff, o presidente voltará a exibir sua candidata nas duas principais vitrines eleitorais do país: Minas e São Paulo.



Na semana passada, num pa©mício montado no Rio, Lula dissera que deixaria a oposição “doida de raiva” de tanta obra que iria inaugurar.



Pois bem, parece decidido a cutucar o bico do tucanato no par de ninhos onde a oposição é mais forte.



Nesta terça (9), Lula levará Dilma às Minas Gerais do governador tucano Aécio Neves. Visitará duas cidades: Teófilo Otoni e Governador Valadares.



No primeiro município, presidente e candidata vão abrir um campus universitário. No outro, a dupla vai inaugurar obras do PAC.



Será a terceira visita de Lula e Dilma a Minas no intervalo de um mês e meio. O governador decidiu não recepcioná-los.



Aécio mimetiza o patrono de Dilma em âmbito estadual. Tenta empinar a candidatura de seu vice, Antonio Anastasia, ao governo do Estado.



O governador tucano preencherá a terça-feira com suas próprias inaugurações. Sempre ao lado de Anastasia, espécie de Dilma de calças.



Na quinta (11), Lula e Dilma voarão para o Estado governado pelo rival José Serra, o presidenciável da oposição.



Em São Paulo, a visita também se estenderá a duas cidades: Mirante do Paranapanema e Presidente Prudente.



São localidades onde o MST faz e acontece. E o Planalto oganizou para Lula e Dilma uma agenda que deixou tontos os emeesetês locais.



Primeiro, a comitiva presidencial vai visitar uma usina de cana tocada pelo grupo Odebrecht.



O MST diz que um pedaço da usina repousa sobre terras públicas. Defende a desapropriação. E não se conforma com a visita de Lula.



Depois, presidente e comitiva vão sujar os sapatos no pó de um assentamento chamado Dona Carmen.



Quem dá as cartas nesse aglomerado de lotes é José Rainha, um líder controverso. Já foi preso inúmeras vezes. Sob FHC, teve o acesso às arcas da Viúva vetado.



Expulso do MST e investigado pelo Ministério Público sob a acusação de malversar verbas, Rainha saboreia a recuperação do prestígio.



Ele promete arrastar cerca de 10 mil pessoas para recepcionar os visitantes ilustres. Os 'emeessetontos' e o petismo local acenam com o boicote à caravana.



Ouça-se o que diz Marcio Barreto, um dos líderes do MST no Pontal do Paranapanema:



“Temos sete companheiros presos, e outros 13 são procurados por terem agido contra o grilo da Cutrale. Para nós, a Odebrecht é a Cutrale do Pontal”.



Refere-se às prisões decretadas por conta da depredação que o MST promoveu nos laranjais da Cutrale. Coisa captada em vídeo e exibida no horário nobre da TV.



Escute-se mais um pouco de Marcio Barreto: “O presidente ignora a história do MST no Pontal e vem fortalecer uma dissidência [José Rainha]”...



“...Ele prestigia a banda podre, que foi afastada do movimento, e deixa a parte legítima de fora”.



O pedaço paulista da viagem presidencial será, como se vê, animado.



- PS.: Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 05h58

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Tucanos mapeiam gargalos de infraestrutura para atacar Dilma

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Líderes do PSDB defendem que seu provável candidato ao Palácio do Planalto, o governador de São Paulo, José Serra, busque a vitória nas eleições presidenciais exibindo biografia e trajetória pública mais conhecida que a da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidenciável petista. Mas os tucanos também acumulam artilharia contra projetos – ou o que classificam como a falta deles - capitaneados pela preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mapeiam onde concentrarão as críticas.

As críticas à capacidade de gestão de Dilma, disseram interlocutores de Serra no PSDB e no DEM, se concentrarão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que gerou no início de janeiro o primeiro bate-boca entre PSDB e PT neste ano. Para este ano, de acordo com dados oficiais, R$ 17,2 bilhões foram autorizados para a iniciativa, mas apenas R$ 1,9 bilhão foi empenhado e R$ 13,7 milhões foram efetivamente pagos até o início de fevereiro.

Dilma bateu tambores durante a semana que passou com o balanço do PAC em três anos, indicando a realização de 63% das obras ligadas ao Orçamento Geral da União – o programa também inclui projeções de investimentos privados. A oposição, por sua vez, preferiu usar dados do Sistema Interligado de Administração Financeira (Siafi) para dizer que, ao contrário do discurso governista, a execução dos recursos só cai desde 2007 e que desde seu surgimento o programa executou apenas 33% do total.

Em 2007, dizem os tucanos, a expectativa do governo era de gastos de R$ 16,5 bilhões, mas na verdade, de acordo com os tucanos, foram utilizados R$ 12 bilhões, ou 72% do previsto. O levantamento do PSDB também aponta que em 2008 o PAC só executou 68% dos R$ 19 bilhões estimados no início daquele ano. Em 2009, ao contrário do anúncio de Dilma, os oposicionistas estimam que o percentual de realizações tenha sido de 31% dos R$ 28,4 bilhões anunciados.

“A ministra Dilma não tem essa capacidade gerencial que o PT gosta de alardear. Se tivesse, teríamos obras de verdade no país inteiro. Temos anúncios, lançamentos de pedra fundamental, vistorias, mas de concreto é muito pouco. O PAC é uma embalagem marqueteira e cabe ao PSDB mostrar isso na campanha presidencial, sem se esquecer de que temos de mirar o futuro”, disse o secretário-geral da legenda, deputado Rodrigo de Castro (MG), ligado ao governador mineiro, Aécio Neves.

“Se ela soubesse gerir o programa tão bem nós não teríamos quase R$ 30 bilhões parados que vão passando de um ano para o outro sem serem utilizados. Se a Dilma fosse uma gerente melhor no PAC, o Brasil poderia ter uma infraestrutura melhor nesses últimos anos. Não foi o que aconteceu, os gargalos continuam”, afirmou. O governo federal alega que parte dos recursos não é aplicada por falta de projetos de governos municipais e estaduais.

O próprio Serra, sem admitir candidatura à Presidência, já deu suas primeiras alfinetadas em Dilma. "O TCU (Tribunal de Contas da União) impugnou dezenas de obras federais, mas não impugnou o Rodoanel. Em geral não temos obras paralisadas por esse tipo de problema. É efeito da eficiência da ação governamental", afirmou o governador a jornalistas. "Para o TCU o Rodoanel é uma obra federal, apesar de o dinheiro do governo federal ser R$ 1,2 bilhão de R$ 4,4 bilhões."

Nacional ou regional?
Nos bastidores, tucanos paulistas se dividem entre os defensores de críticas mais nacionais a Dilma e outras, regionalizadas. Um dos interlocutores do governador, que pediu para não ser identificado, defende discursos focados nos Estados. “Acho que um discurso muito geral pode passar a impressão de distanciamento dos problemas locais. Mesmo no Nordeste, onde há apoio forte ao Lula, podemos ampliar nosso espaço se discutirmos bem quais são as questões locais em infraestrutura”, disse.

Entre os Estados onde discurso local seria especialmente importante, o tucano citou todos os da região Sul -Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná -; os nordestinos Alagoas, Pernambuco e Ceará; e os dois principais colégios eleitorais do país, São Paulo e Minas Gerais. “Em todos eles o governo federal investiu menos do que deveria. É só ver as obras de aeroportos, portos e ferrovias que não foram feitas nesses locais ou, se estão sendo feitas, andam devagar demais.”

Para o líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia (RN), também cotado para a posição de vice numa eventual chapa encabeçada por Serra, a crítica da capacidade de Dilma gerenciar obras não deve ser regionalizada. “Se a oposição for ficar pegando um caso por Estado e ficar batendo só naquilo a crítica como um todo perde relevância. Não podemos fulanizar, porque entendemos que a ministra representa um retrocesso para o Brasil como um todo, não por Estado”, afirmou.

Agripino prevê uma disputa dura entre Serra e Dilma – tecnicamente empatados em um dos cenários da mais recente pesquisa CNT/Sensus. Ele também avalia que a crítica à gestão petista também deve incluir “uma avaliação sobre o modelo antigo que ela representa, que é estatizante e concentrador. “O modelo de administração que deu certo no Brasil é o que produziu o pré-sal com a quebra do monopólio da Petrobras, que hoje é mais forte porque enfrenta competição externa. A ministra representa o Estado mais devagar porque foi aparelhado. É esse nosso argumento.”

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Convenção do PMDB consolida aliança do partido com o PT

Um dos principais aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Michel Temer (SP) deverá ser reeleito neste sábado para a presidência nacional do PMDB, resultado que consolida a aliança do partido com o PT.

Temer também sai fortalecido como principal opção do PMDB à vice-presidência em uma futura chapa presidencial com o PT, provavelmente liderada pela ministra da Casa Civil, Dilma Roussef.

Nas paredes do auditório emprestado pela Câmara ao evento, faixas saudavam não apenas a reeleição de Temer, como também o "apoio" à ministra Dilma Roussef.

A manutenção de Temer no principal cargo da Executiva Nacional é vista por seus aliados como uma "vitória" sobre os chamados dissidentes - membros do partido que defendem uma aliança com o PSDB na chapa do governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, José Serra.

O presidente do PMDB de São Paulo, Orestes Quércia, principal aliado de Serra dentro do partido, chegou a entrar com uma liminar que suspendia a convenção, mas o grupo de Temer recorreu e horas depois o evento voltou a ser confirmado.

O argumento da ala alinhada ao PSDB, que, além dos paulistas, inclui sobretudo lideranças de Santa Catarina, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul, é de que a antecipação do evento não permitiu a formação de uma chapa concorrente a Temer. A convenção estava inicialmente marcada para o começo de março.

Um dos principais desafios do PMDB, agora, será o de discutir as alianças regionais, já que em alguns estados será mais difícil formar palanques com o PT.

Programa Em discurso aos cerca de 600 filiados presentes à convenção, Temer disse que "sem o PMDB não há condições de conduzir o país".

O deputado evitou falar abertamente sobre a formação da chapa presidencial com a ministra Dilma, mas disse que sua eleição neste sábado é uma "mensagem" de que o partido está "unido" em torno da aliança com o PT.

Ainda de acordo com Temer, o partido começa, logo após o Carnaval, a elaborar o programa de governo que o PMDB vai apresentar ao PT e aos outros partidos da coalizão.

"Confirmada a aliança (com o PT), aí sim vamos sentar para discutir um programa único", diz. "Dessa vez vamos participar desde o início".

Sua avaliação é de que a aliança com o PT "entra em uma nova fase". "A gente vai entrar em um programa de governo antes de ele ser colocado em prática. Ou seja, vamos ajudar a montar o programa de governo", acrescentou.

Críticas A participação de Michel Temer em uma possível chapa presidencial com a ministra Dilma enfrenta a resistência não apenas da ala paulista, mas a desconfiança de diversos setores ligados ao Palácio do Planalto.

Um dos argumentos é de que Temer agrega pouco à chapa petista, e uma opção melhor como vice seria o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Para esse grupo, a crise econômica ainda não está totalmente derrotada e Meirelles daria credibilidade à chapa de Dilma.

Mas o presidente do BC recém-entrou no partido e, por isso, não é considerado um peemedebista "autêntico" pela ala mais ligada a Temer.

Correm por fora como possíveis vices de Dilma o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (MA), e o das Comunicações, Hélio Costa (MG), ambos do PMDB.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Agarrada à cacunda de Lula, Dilma rejeita ‘salto alto’


Cristol Stache/AP



Mario Quintana ensinou: “Tudo o que acontece é natural, inclusive o sobrenatural”.



Foi com naturalidade que Dilma Rousseff reagiu aos afagos das pesquisas.



“Na vida, a gente não sobe em salto alto”, ela declarou. “É só uma pesquisa”.



De fato, de fato. Pesquisa não é urna. E o sobrenatural continua à espreita.



Mas Dilma realmente não precisa subir no salto alto.



A ministra escalou plataforma bem mais alta: a cacunda de Lula.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Pesquisa enfraquece candidatura de Ciro Gomes à Presidência, dizem analistas

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em São Paulo

A candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB) à Presidência perde fôlego com a divulgação da pesquisa CNT/Sensus, disseram nesta segunda-feira (1º) analistas ouvidos pelo UOL Notícias.

Para eles, a tendência de queda da intenção do voto do ex-ministro somada à ascensão da petista Dilma Rousseff abala a tese de que um segundo presidenciável governista na disputa reduziria as chances de vitória do governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB.

Na sondagem, Ciro caiu de 17,5% em novembro para 11,9% em janeiro, enquanto Dilma subiu de 21,7 para 27,8% no mesmo período. Integrantes do PSB esperam um avanço do deputado na próxima pesquisa, uma vez que ele será a estrela do programa partidário na televisão, a ser exibido neste mês. O salto da ministra-chefe da Casa Civil nas pesquisas se deu depois da transmissão petista, em dezembro.

Como a diferença entre os governistas Dilma e Ciro se alargou nas últimas sondagens, partidários do deputado avaliam que ele precisa chegar a cerca de 20% das intenções de voto até março para tentar se manter na corrida presidencial. O cientista político Amaury de Souza, consultor da MCM, afirma que o sobe e desce nas pesquisas é “um período de turbulências previsível na pré-pré-campanha, porque nem a pré-campanha começou”. Mas vê dificuldades para o ex-governador do Ceará.

“Mas está mais difícil para o PSB emplacar a tese de que Dilma terá maiores chances de vitória se Ciro concorrer. Para isso, o programa partidário tem que alavancar a posição do deputado em seis, sete por cento.

O Ciro caiu muito de dezembro para cá e caiu fora da margem de erro. Hoje já fica fácil para Lula defender o plebiscito entre Serra e Dilma”, disse. “Mas se Ciro depois do programa subir bem, a conversa tem que ser outra."

Antes da crise de hipertensão de Lula na última sexta-feira, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, disse ao mandatário que a presença do deputado na sucessão presidencial ajudaria a enfrentar a oposição.

O petista tem reunião com Ciro até o fim de março para definir se ele terá apoio para se candidatar ao governo de São Paulo -Estado para o qual transferiu seu domicílio eleitoral-, ou se receberá a tolerância para buscar a Presidência da República.

Plano B
Para Francisco Fonseca, cientista político FGV-SP, o dado que aponta empate técnico entre Serra e Dilma apenas quando Ciro está na disputa não reforça as chances do deputado de se candidatar. A dúvida no Palácio do Planalto, na avaliação dele, não diz respeito às chances de a ministra polarizar com o governador sem ajuda do polêmico deputado, mas sim de ter um “plano B” para o caso de a petista não deslanchar.

“Ainda é cedo. Por hora a tendência, independentemente do Ciro, é de queda do Serra e subida da Dilma. Há grande desconhecimento da Dilma como candidata do Lula. Ainda há conhecimento da própria candidata, não sabem quem ela é.

A disputa plebiscitária que o presidente Lula quer continua fazendo sentido. No segundo turno, se houver, será um plebiscito de qualquer maneira. E o Ciro, candidato ou não, vai apoiar o governo Lula. Não há o que desagregar”, afirmou.

Para o cientista político Claudio Couto, da PUC-SP, o deputado só tem chances de disputar a Presidência se tiver “uma condução de campanha amena na relação com o governo”. “Mas a gente nunca sabe como ele vai reagir. O presidente deve ter preocupações com isso na hora de definir”, afirmou.

Ele acredita que se Ciro entrar na disputa pode ajudar Dilma a fazer uma ponte com eleitores avesos ao PT, caso não vá ele mesmo para um eventual segundo turno contra Serra.

“Estamos falando de um ex-tucano, percebido como não tão de esquerda por alguns setores, jeito de executivo. O papel dele, se entrar, é de aparecer como alguém simpático ao governo e que desanuvia parte da rejeição ao petismo."

Outro papel que Ciro cumpriria na disputa é atacar o tucano Serra, líder nas pesquisas de intenção de voto e adversário histórico do deputado do PSB.

"Mas para isso ele tem de se viabilizar primeiro, subir nas pesquisas e ganhar o OK de Lula”, afirma Couto.

CNT/Sensus traz Dilma empatada tecnicamente com Serra quando Ciro entra em cena


Keila Santana
Especial para o UOL Notícias
Em Brasília

Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil e provável candidata do PT à Presidência da República, cresce nas intenções de voto para as eleições de outubro, segundo levantamento feito pelo Instituto Sensus para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT-Sensus). É a primeira vez que a pré-candidata do governo aparece empatada tecnicamente no segundo lugar nas respostas espontâneas com o nome do governador de São Paulo, José Serra. Numericamente, no entanto, Dilma Rousseff está à frente de Serra, com 9,5% da preferência do eleitorado, contra 9,3% do tucano. O primeiro lugar na citação espontânea ainda é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 18,7% da preferência, mesmo com os entrevistados sabendo que o presidente Lula não pode mais concorrer ao cargo.

Na lista estipulada para a disputa de primeiro turno, contando com a presença do deputado Ciro Gomes (PSB), a ministra Dilma Rousseff cresceu 6,1 pontos percentuais desde novembro de 2009, passando de 21,7% das intenções de voto na última pesquisa para 27,8% em janeiro de 2010. Mesmo considerando a margem de erro de três pontos percentuais, o aumento real para Dilma Rousseff fica acima das rodadas anteriores. O tucano José Serra se mantém estável em primeiro lugar em todas as listas de simulação de candidatos, com 33,2% das intenções no primeiro turno.

Em uma segunda simulação, sem contar com Ciro, o governador José Serra cresce dos 33,2% para 40,7%, estável no primeiro lugar comparado à pesquisa anterior de novembro (40,5%), a ministra Dilma Rousseff registra 28,5%, crescendo cinco pontos percentuais de novembro para cá, e a senadora Marina Silva (PV-AC) também tem aumento de 8,1% de novembro para 9,5% em janeiro.

Segundo o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, a variação nos números da ministra Dilma Rousseff é positiva quando a simulação retira o nome do deputado Ciro Gomes da disputa. “Os votos do deputado Ciro Gomes, que também é da base aliada ao governo, vão um pouco mais para a Dilma do que para o candidato José Serra. A transferência de votos do Ciro para o PSDB, no entanto, ainda existe”, disse.

O deputado Ciro Gomes caiu 5,6 pontos percentuais de novembro para janeiro, passando de 17,5% para 11,9%. “Talvez o eleitor já esteja direcionando seu voto na crença de que a eleição vá se polarizar”, avalia Ricardo Guedes.

Nas listas de segundo turno, a primeira simulação entre José Serra e Dilma Rousseff, o tucano cai de 46,8% para 44% e Dilma sobe de 28,2% para 37,1%. Numa disputa entre Serra e Ciro, o governador de São Paulo cresce de 44,1% em novembro de 2009 para 47,6% em janeiro, enquanto Ciro Gomes fica estável no patamar de 26,7%.

A simulação entre Dilma e Ciro no segundo turno dá vitória para a petista, que cresce 31,5% para 43,3% contra queda de 35,1% para 31% de Ciro Gomes.

“Desde o levantamento de fevereiro de 2008, na lista de segundo turno, José Serra tinha 57,9% e Dilma 9,2%. Em dois anos há um crescimento significativo da preferência para a ministra Dilma. Há uma exposição maior dela, uma queda nos índices de rejeição e ela começa a alçar voo por conta própria. Me parece que ela passa a extrapolar os limites de transferência de Lula, em torno dos 20% que respondiam como único candidato que votaria. Ela caminha para uma consolidação de uma candidatura como nome escolhido sem o pedido do presidente Lula”, disse Guedes.

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.