Keila Santana
Especial para o UOL Notícias
Em Brasília
Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil e provável candidata do PT à Presidência da República, cresce nas intenções de voto para as eleições de outubro, segundo levantamento feito pelo Instituto Sensus para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT-Sensus). É a primeira vez que a pré-candidata do governo aparece empatada tecnicamente no segundo lugar nas respostas espontâneas com o nome do governador de São Paulo, José Serra. Numericamente, no entanto, Dilma Rousseff está à frente de Serra, com 9,5% da preferência do eleitorado, contra 9,3% do tucano. O primeiro lugar na citação espontânea ainda é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 18,7% da preferência, mesmo com os entrevistados sabendo que o presidente Lula não pode mais concorrer ao cargo.
Na lista estipulada para a disputa de primeiro turno, contando com a presença do deputado Ciro Gomes (PSB), a ministra Dilma Rousseff cresceu 6,1 pontos percentuais desde novembro de 2009, passando de 21,7% das intenções de voto na última pesquisa para 27,8% em janeiro de 2010. Mesmo considerando a margem de erro de três pontos percentuais, o aumento real para Dilma Rousseff fica acima das rodadas anteriores. O tucano José Serra se mantém estável em primeiro lugar em todas as listas de simulação de candidatos, com 33,2% das intenções no primeiro turno.
Em uma segunda simulação, sem contar com Ciro, o governador José Serra cresce dos 33,2% para 40,7%, estável no primeiro lugar comparado à pesquisa anterior de novembro (40,5%), a ministra Dilma Rousseff registra 28,5%, crescendo cinco pontos percentuais de novembro para cá, e a senadora Marina Silva (PV-AC) também tem aumento de 8,1% de novembro para 9,5% em janeiro.
Segundo o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, a variação nos números da ministra Dilma Rousseff é positiva quando a simulação retira o nome do deputado Ciro Gomes da disputa. “Os votos do deputado Ciro Gomes, que também é da base aliada ao governo, vão um pouco mais para a Dilma do que para o candidato José Serra. A transferência de votos do Ciro para o PSDB, no entanto, ainda existe”, disse.
O deputado Ciro Gomes caiu 5,6 pontos percentuais de novembro para janeiro, passando de 17,5% para 11,9%. “Talvez o eleitor já esteja direcionando seu voto na crença de que a eleição vá se polarizar”, avalia Ricardo Guedes.
Nas listas de segundo turno, a primeira simulação entre José Serra e Dilma Rousseff, o tucano cai de 46,8% para 44% e Dilma sobe de 28,2% para 37,1%. Numa disputa entre Serra e Ciro, o governador de São Paulo cresce de 44,1% em novembro de 2009 para 47,6% em janeiro, enquanto Ciro Gomes fica estável no patamar de 26,7%.
A simulação entre Dilma e Ciro no segundo turno dá vitória para a petista, que cresce 31,5% para 43,3% contra queda de 35,1% para 31% de Ciro Gomes.
“Desde o levantamento de fevereiro de 2008, na lista de segundo turno, José Serra tinha 57,9% e Dilma 9,2%. Em dois anos há um crescimento significativo da preferência para a ministra Dilma. Há uma exposição maior dela, uma queda nos índices de rejeição e ela começa a alçar voo por conta própria. Me parece que ela passa a extrapolar os limites de transferência de Lula, em torno dos 20% que respondiam como único candidato que votaria. Ela caminha para uma consolidação de uma candidatura como nome escolhido sem o pedido do presidente Lula”, disse Guedes.
- do UOL Notícias
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