segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Marina corre risco de ter candidatura cassada por uso de caixa 2

24/8/2014 15:11
Por Redação - de São Paulo

Avião usado por Eduardo Campos não tem proprietário definido
Avião usado por Eduardo Campos não tem proprietário definido

A Polícia Federal iniciou, neste domingo, uma detalhada investigação sobre possível uso de caixa 2 na campanha do PSB e de sua candidata à Presidência da República, Marina Silva, para o pagamento das despesas de campanha, entre elas, o aluguel do avião que, na queda, matou o ex-governador pernambucano Eduardo Campos. A campanha de Marina precisará explicar a quem pertencia o avião usado por Campos; além da origem dos recursos para as despesas com a aeronave.
A Polícia Federal já investiga a hipótese de que o jatinho teria sido comprado com dinheiro de caixa 2 da campanhas pelo PSB ou pelo próprio Eduardo Campos, através de laranjas. Agora, o PSB terá que indicar, rapidamente, na prestação de contas quem doou a aeronave à sua campanha presidencial.
O grupo AF Andrade, em nome do qual está a propriedade do avião, pertence a um usineiro falido, do interior paulista. Ele alega que a aeronave foi vendida a amigos de Eduardo Campos. O ex-piloto diz que toda a transação foi intermediada por Aldo Guedes, braço direito do ex-governador, que é casado com uma de suas primas e sócio em uma fazenda, além de ter sido nomeado para a presidência da empresa de gás – em Pernambuco, Guedes é também tido como tesoureiro informal do PSB.
Amigos de Campos não possuem patrimônio declarado para comprar uma aeronave avaliada em R$ 18,5 milhões, o que leva a principal suspeita da PF ao uso de caixa dois da campanha. Até agora, ninguém declarou-se proprietário da aeronave ou se responsabilizou pelos danos materiais em Santos e pela reparação que terá de ser paga aos familiares das vítimas.
Investigadores da PF acreditam que ninguém aparecerá para reclamar a propriedade da aeronave acidentada, o que inviabilizaria a prestação de contas do PSB e poderia levar à cassação da candidatura de Marina Silva. Ricardo Tepedino, advogado do grupo AF Andrade, assegura que a aeronave foi repassada aos amigos de Eduardo Campos, que, por sua vez, negam a operação.
– A doação precisa constar de um contrato, com a emissão de recibo eleitoral pela campanha. O contrato deve ser anterior à doação. Se os gastos com o avião não forem declarados, isso pode configurar omissão de despesas e o candidato pode responder a uma ação por abuso de poder econômico – disse Kátia Kufa, presidente do Instituto Paulista de Direito Eleitoral, a jornalistas do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, que publicou matéria sobre o assunto em sua última edição, deste domingo.
A maior dificuldade do PSB, no momento, é convencer algum empresário ou amigo de Campos a assinar um contrato, que lhe imporia a obrigação de arcar com o custo do acidente.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.