BRASÍLIA (Reuters) - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tentou nesta terça-feira se aproximar do voto religioso, afastando indicações de que teria mudado de opinião em relação ao aborto.
"Eu não tenho problema de tocar nesta questão religiosa. Eu sou de uma família católica. Eu sou e sempre fui a favor da vida", disse Dilma a jornalistas.
Antes do início da campanha, Dilma deu uma declaração favorável à legalização do aborto mas, neste ano, manifestou-se de forma contrária à liberação da prática. O tema, caro a católicos e evangélicos, contribuiu para impedir que Dilma ganhasse a eleição no primeiro turno.
A presidenciável usou o nascimento do seu neto, no mês passado, para reafirmar sua posição. "(Foi) uma experiência pessoal muito importante". Seu neto Gabriel foi batizado pela Igreja Católica em cerimônia com a participação de Dilma.
A candidata voltou a citar a atuação do governo federal no Nordeste, tema que deve ser um dos pilares de sua estratégia para o segundo turno. Mencionou investimentos feitos em infraestrutura e nos programas Bolsa Família e Luz para Todos.
"(O projeto é) levar ao Nordeste cada vez mais desenvolvimento com inclusão social, distribuição de renda e ascensão social", afirmou ela.
A campanha também vai continuar insistindo na comparação entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
CIRO NA CAMPANHA
Dilma anunciou que o deputado federal Ciro Gomes (PSB) vai integrar sua equipe de campanha. "Tem uma pessoal muito especial que hoje integra minha campanha que é o Ciro Gomes, que eu admiro e respeito", disse Dilma.
Ciro, que pretendia concorrer à Presidência e foi desestimulado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é inimigo político de José Serra (PSDB), que disputa o segundo turno com Dilma.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Bruno Peres; Edição de Carmen Munari)