sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dilma diz que manterá legislação atual sobre aborto e religião

Plantão | Publicada em 15/10/2010 às 19h03m
Reuters/Brasil Online
SÃO PAULO (Reuters) - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (PT), divulgou documento nesta sexta-feira no qual se compromete a, se eleita, não propor alterações na legislação do aborto e outros temas relacionados à família e à adoração religiosa.
Segundo Dilma, a iniciativa visa pôr fim ao que classificou de "campanha de calúnias e boatos espalhados por meus adversários eleitorais".
Os temas aborto e religião ganharam destaque na reta final da campanha do primeiro turno, com líderes religiosos pregando abertamente contra o voto nos candidatos do PT. A justificativa para isso seriam propostas contidas no Plano Nacional dos Direitos Humanos 3, posições do PT e declarações anteriores da candidata se dizendo favorável à descriminalização do aborto.
A equipe de Dilma avalia que esse movimento foi um dos fatores que impediram a eleição da candidata no dia 3, levando ao segundo turno com José Serra (PSDB).
O senador reeleito Marcelo Crivella (PRB-RJ), evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus, fez uma avaliação otimista sobre os efeitos do documento. Para ele, a carta será bem recebida pelo eleitorado, inclusive para recuperar votos perdidos entre religiosos, e não deve afastar setores feministas e de defesa de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais.
"Eu acho que (o documento) vai reverter todo o voto daqueles que deixaram de votar na candidata por conta de boatos religiosos", afirmou o senador. "A carta não podia ter sido melhor, vai ter uma repercussão imensa."
O documento divulgado nesta tarde foi acertado em encontro na quarta-feira entre Dilma e lideranças evangélicas que a apoiam.
A petista inicia o texto com uma linguagem religiosa voltada diretamente aos cristãos dizendo que se dirige àqueles que "sonham com um Brasil cada vez mais perto da premissa do Evangelho de desejar ao próximo o que queremos para nós mesmos".
"Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no país", afirma Dilma.
A candidata também se compromete a sancionar, caso seja aprovado, o PLC 122, projeto de lei que propõe a criminalização da homofobia, "nos artigos que não violem a liberdade de crença, culto e expressão".
Dilma, que chegou a estar virtualmente eleita já no primeiro turno, segundo as pesquisas eleitorais, viu nos últimos dias sua vantagem se reduzir a uma situação de empate técnico com Serra, tornando a eleição presidencial deste ano a mais disputada desde 1989.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Bruno Peres)

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.