Desafiantes de Dilma, Aécio e Campos buscam viabilizar alianças
14/12/2013 | 17h43min
O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), têm muito mais em comum do que a intenção de desafiar a presidente Dilma Rousseff na eleição de 2014 ao Palácio do Planalto. Amigos há mais de dez anos, os dois herdaram de seus avôs maternos um legado político e são protagonistas de um projeto de poder.
Aécio é neto de Tancredo Neves, o presidente que morreu antes de tomar posse, em 1985, ano da transição da ditadura para a democracia. Sem carregar o sobrenome Arraes porque a família temia perseguição política, Campos é neto de Miguel Arraes – governador de Pernambuco cassado pelo golpe de 1964 – e só conheceu o avô, exilado na Argélia, quando tinha 10 anos.
Tanto Aécio quanto Campos conquistaram altos índices de aprovação em seus Estados, mas enfrentam dificuldades para ampliar o arco de alianças e se contrapor ao PT de Dilma.
O senador tucano administrou Minas duas vezes. O governador pernambucano está no segundo mandato à frente do Palácio do Campo das Princesas.
As semelhanças não param aí: ambos tiveram longa experiência como deputados federais, são presidentes de seus partidos e gostam de Luiz Inácio Lula da Silva. A diferença é que Campos, chamado por amigos de Dudu, era até ontem da base aliada e Aécio está na oposição desde 2003. Campos tem 48 anos; Aécio, 53. Na primeira campanha presidencial planejada pelos dois, a ideia tanto de um como de outro é explorar o lado do político que representa "o novo", embora suas famílias sejam velhas conhecidas da política brasileira.
Além das semelhanças em suas trajetórias, Aécio e Campos possuem estratégias comuns – fazem gestos públicos de aproximação e de apoio mútuo em um eventual segundo turno da eleição presidencial.
Na prática, porém, devem disputar um mesmo espaço no eleitorado e já foram protagonistas de uma disputa por aliados. Recentemente, Campos recebeu o indicativo de apoio futuro do PPS, tradicional parceiro dos tucanos. Antes, o pernambucano havia conseguido arregimentar a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, no lance até agora mais surpreendente da pré-campanha.
Ao lado de Marina, o governador mantém as pontes com o lulismo, mas reforça a proposta de se firmar como a terceira via na eleição presidencial e quebrar, em 2014, a polarização entre o PT de Lula e Dilma e o PSDB de Aécio. Seu slogan: "É possível fazer mais e bem feito".
O senador tucano, por sua vez, assumiu mais recentemente o figurino de oposição radical ao PT no poder, distanciando-se do tom quase sempre contemporizador que marcou seus dois mandatos à frente do governo de Minas. O mineiro que pregava o "pós-Lula" e uma aproximação futura entre PT e PSDB abraçou as bandeiras históricas dos tucanos com o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – principal patrono de sua postulação.
Em 2013, os projetos presidenciais de Aécio e Campos deixaram de ser esboço e já estão quase completamente desenhados.
14/12/2013 | 17h43min
Aécio é neto de Tancredo Neves, o presidente que morreu antes de tomar posse, em 1985, ano da transição da ditadura para a democracia. Sem carregar o sobrenome Arraes porque a família temia perseguição política, Campos é neto de Miguel Arraes – governador de Pernambuco cassado pelo golpe de 1964 – e só conheceu o avô, exilado na Argélia, quando tinha 10 anos.
Tanto Aécio quanto Campos conquistaram altos índices de aprovação em seus Estados, mas enfrentam dificuldades para ampliar o arco de alianças e se contrapor ao PT de Dilma.
O senador tucano administrou Minas duas vezes. O governador pernambucano está no segundo mandato à frente do Palácio do Campo das Princesas.
As semelhanças não param aí: ambos tiveram longa experiência como deputados federais, são presidentes de seus partidos e gostam de Luiz Inácio Lula da Silva. A diferença é que Campos, chamado por amigos de Dudu, era até ontem da base aliada e Aécio está na oposição desde 2003. Campos tem 48 anos; Aécio, 53. Na primeira campanha presidencial planejada pelos dois, a ideia tanto de um como de outro é explorar o lado do político que representa "o novo", embora suas famílias sejam velhas conhecidas da política brasileira.
Além das semelhanças em suas trajetórias, Aécio e Campos possuem estratégias comuns – fazem gestos públicos de aproximação e de apoio mútuo em um eventual segundo turno da eleição presidencial.
Na prática, porém, devem disputar um mesmo espaço no eleitorado e já foram protagonistas de uma disputa por aliados. Recentemente, Campos recebeu o indicativo de apoio futuro do PPS, tradicional parceiro dos tucanos. Antes, o pernambucano havia conseguido arregimentar a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, no lance até agora mais surpreendente da pré-campanha.
Ao lado de Marina, o governador mantém as pontes com o lulismo, mas reforça a proposta de se firmar como a terceira via na eleição presidencial e quebrar, em 2014, a polarização entre o PT de Lula e Dilma e o PSDB de Aécio. Seu slogan: "É possível fazer mais e bem feito".
O senador tucano, por sua vez, assumiu mais recentemente o figurino de oposição radical ao PT no poder, distanciando-se do tom quase sempre contemporizador que marcou seus dois mandatos à frente do governo de Minas. O mineiro que pregava o "pós-Lula" e uma aproximação futura entre PT e PSDB abraçou as bandeiras históricas dos tucanos com o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – principal patrono de sua postulação.
Em 2013, os projetos presidenciais de Aécio e Campos deixaram de ser esboço e já estão quase completamente desenhados.
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