terça-feira, 31 de março de 2009

"Faca de dois gumes": Crítica de Aécio aumenta a exposição de Dilma (Confirme, lendo a notícia seguinte:

Aécio minimiza subida de Dilma em pesquisa e diz que ministra é beneficiada por exposição
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

Possível candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto pelo PSDB, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, contemporizou nesta segunda-feira o resultado da pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje --que mostra o crescimento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na disputa.

Segundo o tucano, o resultado foi provocado pela exposição excessiva de Dilma, o que, de acordo com ele, não ocorre com outros candidatos às eleições presidenciais.

"Nossa estratégia não deve ser reagir em razão de estratégias de outros [candidatos]. É natural que a candidata Dilma apareça porque ela tem tido uma exposição [maior] nos últimos meses que talvez nenhum outro candidato no país já tenha tido", disse Aécio, que participou de uma reunião de governadores do Centro-Oeste, em Brasília.

Na pesquisa, o nome de Dilma aparece na frente do de Aécio, segundo a avaliação espontânea --em que os nomes dos candidatos não são apresentados aos eleitores. Nela, a ministra surge em terceiro lugar com 3,6% das intenções de voto na pesquisa espontânea, seguida pelo governador de Minas Gerais, somou 2,9% dos votos.

Na disputa pela indicação do PSDB à corrida presidencial com o governador de São Paulo, José Serra, Aécio se disse favorável a uma maior movimentação do partido na realização de debates e em defesa da plataforma política da oposição.

"O PSDB deve se movimentar mais. Não será uma eleição personalizada", disse o governador, evitando polemizar em torno da disputa que enfrenta internamente com Serra.

Segundo a pesquisa CNT/Sensus, apesar do crescimento de Dilma, o governador de São Paulo mantém a liderança na corrida pelo Palácio do Planalto --perdendo apenas na pesquisa espontânea para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não pode disputar o terceiro mandato.

Lula aparece em primeiro lugar na espontânea, com o apoio de 16% dos entrevistados. Em segundo lugar aparece Serra com 8,8% das intenções de voto. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) vem em quinto lugar na pesquisa espontânea, com 1,5% das intenções de votos, seguido pela ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), que teve o apoio de 1,4% dos eleitores. Os demais candidatos somam 1,7% dos votos, além de 7% dos eleitores que votariam em branco ou nulo.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Dilma sobe em pesquisas para 2010, diz CNT/Sensus

Piero Locatelli
Do UOL Notícias
Em Brasília
Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil e possível candidata do PT à presidência, melhorou sua posição em todas as simulações das eleições de 2010, de acordo com pesquisa divulgada hoje (30) pela CNT/Sensus. Na pesquisa espontânea, ela atingiu 3,6% da preferência, num empate técnico com o governador mineiro e tucano Aécio Neves, que possui 2,9%.

Aprovação ao governo Lula cai dez pontos desde janeiro, diz CNT/Sensus

A avaliação positiva do governo Lula caiu de 72,5% para 62,4% desde janeiro desta ano, de acordo com pesquisa divulgada hoje (30) pela CNT/Sensus.

* Leia mais
* UOL Notícias - Política

"Há uma maior percepção da população de que as eleições estão se aproximando", afirmou Ricardo Guedes, diretor da CNT/Sensus, sobre o aumento da preferência pela candidata Dilma Rousseff e a diminuição no número de indecisos, em todas as simulações feitas.

Na votação espontânea, Lula lidera, com 16,2%. O presidente, porém, não poderá ser novamente candidato.

Nas pesquisas estimuladas, em que são dados os nomes dos candidatos ao entrevistado, o governador paulista José Serra (PSDB) lidera todos os quadros, nos quais aparece de maneira isolada. Já Aécio Neves empata com Dilma Rousseff em um possível confronto com ela no primeiro turno e perde para ela na simulação do segundo.

O deputado Ciro Gomes (PSB), assim como Dilma, também melhorou em todos os quadros estimulados. Ele empata tecnicamente com Aécio e perde para Serra num possível primeiro turno entre eles. Já no segundo, perderia para Serra e ganharia de Aécio.

As simulações com Ciro, porém, o consideram como candidato da base governista, sem concorrer com Dilma Rousseff. Não foram feitas simulações envolvendo os dois candidatos.

Já a vereadora de Maceió e presidente do Psol, Heloisa Helena, se mantém na terceira posição em todas as simulações, com variação de 11% a 19% de preferência, nas quatro avaliações feitas pelo instituto.

Apesar da queda na avaliação positiva do presidente, aumentou a quantidade de eleitores que votariam somente no candidato apoiado por Lula. O índice subiu de 15,6% para 21,5%.

A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 23 e 27 de março, em 136 municípios de 24 Estados. Foram ouvidas 2.000 pessoas, e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou menos.

* do UOL Notícias

domingo, 29 de março de 2009

O “Amigo da Onça” contra Aécio Neves (Carlos Chagas)

BRASÍLIA – Nos anos quarenta e cinquenta um personagem mandava no Brasil. Era o “Amigo da Onça”, criação imortal de Péricles, que todas as semanas, no “O Cruzeiro”, encantava velhos e moços com todo tipo de maldades praticadas contra os semelhantes. O criador morreu, a criatura logo desapareceu. Pois está de volta.

Só o “Amigo da Onça” seria capaz de programar a deletéria armação de que se tem notícia esta semana contra o governador Aécio Neves. Evidência que nos leva a concluir pelo reaparecimento do “Amigo da Onça”, agora vestido de tucano. No PSDB, informa o sempre lúcido Merval Pereira, querem que o Aécinho abra mão de disputar a próxima indicação partidária para presidente da República, com a compensação de que José Serra, se eleito em 2010, não disputaria a reeleição em 2014, deixando a vaga para o colega mineiro.

Ora bolas, quem pensam que Aécio Neves é? Primeiro, porque no caso da eleição de Serra, ano que vem, nem se os elefantes voassem o hoje governador de São Paulo abriria mão de pleitear um segundo mandato, quatro anos depois. Acresce que mesmo no caso de o Sargento Garcia prender o Zorro, o neto do dr. Tancredo admitiria concorrer contra um Lula renovado e retemperado.

É essa trama que pretendem impingir a Aécio Neves, para que desista de pleitear sua candidatura imediata.

Resta identificar o “Amigo da Onça”. Facílimo. Tem nome e endereço no catálogo telefônico: chama-se Fernando Henrique Cardoso...

Quem não quer aparecer na tv?

Escorregou o presidente Lula ao afirmar que só os políticos querem e devem aparecer nas telinhas. Referia-se à suposição de que à Polícia Federal não interessa estar nas manchetes, vazando informações sobre seus inquéritos e investigações. Nem a Polícia Federal nem a torcida do Flamengo abrem mão de ser vistos pela população inteira, em qualquer oportunidade. Uns delegados mais, outros só um pouquinho menos, não rejeitam a hipótese de aparecer. E, aqui para nós, é perfeitamente natural, no caso das devassas que se sucedem.

Trata-se da necessidade que cada entidade ou pessoa tem de mostrar trabalho. Por que policiais federais deixariam de informar a sociedade a respeito de sua atuação? A autoridade pública, qualquer que seja, só é respeitada quando a opinião nacional toma conhecimento de como atua, em especial quando atua bem. Se for para apurar acusações de roubalheira, mesmo diante da frustração de os ladrões quase sempre conseguirem escapar, como pretender a Polícia Federal trabalhando em silêncio?

O próprio presidente Lula confirma essa obviedade. Não se passa um dia sem que seus improvisos e suas iniciativas ganhem o noticiário, seja televisivo, radiofônico ou impresso. Seria justo negar a um dos braços armados postos a seu dispor a chance de credenciar-se perante a sociedade?

Gente branca de olhos azuis

Jânio Quadros era presidente da República e dedicava-se à “política externa independente”, ampliando fronteiras com o Terceiro Mundo e abrindo seguidas embaixadas na África. Num arroubo de racismo, decidiu que para representar o Brasil em Gana, ninguém melhor do que um representante negro. Escolheu um de seus oficiais de gabinete, imediatamente transformado em embaixador. Naqueles idos, Carlos Lacerda já havia passado de aliado a desafeto de Jânio, e não perdeu a oportunidade. Escreveu estar vaga nossa embaixada na Suécia e sugeriu, para embaixador, que o presidente selecionasse um lourinho no Itamaraty, se era para manter a coerência.

Vem o presidente Lula e, diante do primeiro-ministro inglês, acusa os brancos de olhos azuis como responsáveis pela atual crise econômica. Além do fato de que na Inglaterra prevalece a raça branca e de olhos azuis, esqueceu-se o nosso companheiro de que a bandalheira não tem cor.

A hora de recolher os flaps

Corre em Brasília haver o presidente Lula aconselhado Dilma Rousseff a fazer menos campanha partidária e a dedicar-se mais às tarefas administrativas. Não deu certo a tentativa de aumentar a popularidade da candidata através de reuniões com dirigentes do PT e de partidos aliados, já que a mais recente pesquisa divulgada dias atrás revelou a chefe da Casa Civil com apenas 11% de aceitação junto ao eleitorado. José Serra com 41% e até Ciro Gomes, com 17%, atrapalharam os cálculos palacianos.

Melhor será que dona Dilma procure crescer como administradora, menos do que como cristã nova na política. Até porque, se os companheiros exaltam a candidata como já consagrada pelo comandante, garantia inexiste de estarem sendo completamente sinceros. Sentem-se, muitos deles, atropelados por uma imposição de cima para baixo. Melhor será dar tempo ao tempo. Só que tempo começará a faltar, se as pesquisas mantiverem a mesma tônica.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A onça e os bodes (Sebastião Nery)

Campanha eleitoral no Nordeste é como casamento na roça antigamente: quem não montava a cavalo não ia à festa. João Cleofas, 76 anos, duas vezes derrotado para o governo, tirou uma foto bonita montado a cavalo, todo esbelto e saiu para senador contra Marcos Freire em 74.

Dormia cinco horas por noite, levantava-se às 6,30, atendia filas de gente no escritório da Arena em Recife, distribuía bolsas de estudo, telhas para cobrir casas, cartões para receitas médicas e saía para o interior fazendo comícios. Dois meses de guerra. A Arena entrou em pânico, sentindo a derrota a cada passo. Argemiro Pereira, deputado da Arena: “Minha mão murcha se eu pedir voto para o dr. Cleofas”.

Cleofas

O governador nomeado, Moura Cavalcanti, ia de dedo no nariz:

- Quem não votar no Cleofas não toma cafezinho no palácio.

Cleofas esperneava, montado nas fotos e ameaçando de dedo duro:

- Marcos Freire é um agente da contestação. D. Helder é comunista!

E o povo, nas esquinas, dava gargalhadas inventando histórias:

Cleofas foi fazer comício em frente à estátua de Mauricio de Nassau: - Povo do meu tempo! Nassau respondeu: - Fala, Cleofas!

Abriram o túmulo de Duarte Coelho, estava lá o apelo:

- Votem em Cleofas! Esse menino vai longe!

Lívio Valença, deputado do MDB, definiu o estrago que Marcos Freire estava fazendo nos redutos oficiais:

- Soltaram a onça no chiqueiro dos bodes.

Pesquisas

Eleição é sempre assim. Cada um soltando sua onça no chiqueiro dos bodes. Não adianta dizer que ainda é cedo, que falta um ano e meio para as eleições e que pesquisa que vale é a da véspera. É verdade, mas não é toda a verdade. Os políticos ficaram agitados com a publicação do “Datafolha” sobre as eleições do próximo ano na maioria dos estados porque sabem que a primeira pesquisa, antes da campanha, da TV, dos marqueteiros, reflete o que o povo já pensa dos candidatos. É a nota da prova da vida de cada um.

Quando a campanha começa, o povo também começa a mudar. Mas sempre a partir dessa base inicial, que é o pensamento popular sedimentado, sem campanha. A pesquisa repercutiu tanto porque é a onça no chiqueiro dos bodes. A partir de agora, nada será como antes. Cada um vai se mexer, fingindo não dar importância, mas armando esquemas, abrindo o chiqueiro.

Outra lição da sabedoria popular sobre pesquisas: é como lobisomem de novela. Ninguém acredita, mas todo mundo abre a janela para ver se há alguma coisa suspeita rondando pela madrugada, uivando na noite.

São Paulo

É uma surpresa atrás da outra. Quem esperava Alckmin com 41% em São Paulo, Marta com 13% e Maluf com 12%? Quando sai Alckmin pelo PSDB e entra Aloysio Nunes, chefe da Casa Civil de Serra, um político sério, eficiente, com excelente biografia, Marta pula para 19% e Aloysio tem apenas 2%. É o que o povo pensa hoje: tucano governador é Alckmin.

No PT, a mesma coisa. Tira Marta e põe Palocci, Alckmin vai a 45% e Palocci com míseros 3%. O competente ministro Hadad é pior: 1%.

Como o PSDB vai tirar Alckmin e o PT tirar Marta? São as onças.

Minas e Rio

Em Minas, Aecio Neves também levou sua lambada. Seu vice-governador, Antonio Anastasia, seu factotum e candidato desde sempre, só 5%. Helio Costa, do PMDB, 41%. Patrus Ananias, do PT, 11%. Se sai Patrus e entra Pimentel, Helio desce para 37%, Pimentel 24%, Anastasia 4%.

No Rio, Sergio Cabral, com o máximo de 26%, é o grande derrotado da pesquisa. Governador candidato à reeleição que não chega a 30% “ou está bichado, Zé, ou tem marimbondo no pé”. Crivela 16%, Gabeira 15% e Lindberg, do PT, 2%. Se Garotinho sai candidato, tem 7% e Sergio despenca para 21%. O Rio está muito interessante.

Bahia e Pernambuco

São os dois principais estados de Lula no Nordeste. Na Bahia, o governador Jaques Wagner do PT tem 36% a 38%, Paulo Souto do DEM, 19%, Cesar Borges do PR, 10% e Gedel Vieira Lima do PMDB, só 7%. É muito pouca farinha para um caminhão tão grande e tão barulhento. Em Pernambuco, há uma situação estimulante: Eduardo Campos do PSB de Lula com 40% e Jarbas Vasconcelos do PMDB com 34%. Mas isso sem o PT disputando. Quando entra o João Paulo do PT, candidato já em campanha, Eduardo cai para 34%, Jarbas fica com 31% e João Paulo 12%.
Duas onças e um bode.

Rio Grande e Paraná

No Rio Grande do Sul, o exportador de cubanos Tarso Genro, do PT, está com 30%, o prefeito José Fogaça, do PMDB, 27%, a governadora tucana Yeda Crusius, 9%. Situação calamitosa. Se sai Tarso e entra Olívio Dutra, o pajé do PT gaúcho, Fogaça vai a 30%, Olívio 24%. O ex-governador Germano Rigoto, do PMDB, no lugar de Fogaça chega a 20%.

No Paraná, o PSDB tem dois candidatos que fazem 39%: o prefeito Beto Richa e o senador Álvaro Dias. O terceiro é Osmar Dias, PDT, irmão de Álvaro, 27 . O PMDB do governador Requião não passa de 8% com seu vice Pessuti. E o PT, de 3% com o ministro Paulo Bernardo. Muito bode.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Acendeu o sinal amarelo (Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa)

BRASÍLIA - O mundo político dedicou o fim de semana à análise da mais recente pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial, emergindo dois raciocínios maiores e, obviamente, conflitantes.

Para as oposições, a permanência de José Serra na vanguarda das preferências populares deixa claro ser o governador de São Paulo o próximo presidente da República. Afinal, há quantas pesquisas ele se mantém à frente? Ao mesmo tempo, festejam tucanos e penduricalhos, Dilma Rousseff não decolou, apesar da monumental propaganda oficial praticada em torno de seu nome.

Não ultrapassa os 11%%, enquanto Serra mantém-se nos 41%. Basta, para o PSDB e aliados, preservar o processo eleitoral nos moldes em que se encontra, quer dizer, sem deixar de viajar eventualmente pelo País, o candidato deve continuar centralizando sua ação política na administração do estado.

Outra lição tirada pelos tucanos é de estar por pouco o desfecho na disputa entre José Serra e Aécio Neves, no âmbito do partido. O governador de Minas perde para Ciro Gomes, na hipótese de ser o candidato, por 26% a 17%, sendo que Dilma cresce apenas um ponto, de 11% para 12%.

No reverso da medalha, mesmo forçando um pouco a mão, os governistas sustentam o crescimento de Dilma Rousseff, que de 8% passou para 11%. Rompeu a barreira de um dígito. Além disso, raciocinam que Serra mantém-se à frente apenas por já ter sido candidato, conhecido pela maioria da população apesar da derrota para o Lula, em 2002. Aplicam como reforço para esse argumento as preferências manifestadas por Ciro Gomes, outro que já concorreu à Presidência da República.

É cedo para tirar conclusões, um ano e seis meses nos separam das eleições, mas a ninguém será dado negar que acendeu o sinal amarelo postado à frente do palácio do Planalto. Dilma não decolou, ainda que daqui até outubro de 2010 muita coisa possa mudar. Por enquanto, porém, fica claro que popularidade não se transfere com facilidade. O governo Lula baixou de 70% para 65% de aprovação, parecendo claro que seus índices pessoais continuam mais acima. Aliás, é de estranhar que a Datafolha não tenha incluído na consulta a pergunta feita em ocasiões anteriores, especificamente sobre o presidente, desvinculado do governo. Por que terá sido?

Para encerrar, vale a mesma questão de sempre: se tivessem incluído o nome do Lula como candidato, mesmo por enquanto impossibilitado pela Constituição, qual teria sido o resultado? Por quantos percentuais ele teria superado José Serra? É bom tomar cuidado, porque permanecendo dona Dilma como vai logo essa pergunta estará incluída nas consultas...
Cabe todo mundo?

Os jornais de ontem dedicaram espaço para texto e fotos da mais recente realização que vem acontecendo no Senado, a construção de uma cela nos porões da Casa, de nove metros quadrados, destinada a abrigar autores de qualquer espécie de crime praticado em suas dependências. A Polícia Legislativa dá prioridade à obra, a ser concluída em uma semana.

Um gaiato que conseguiu inspecionar a cela não se conteve e indagou do pedreiro que preparava a massa: "Será que cabem todos nesse espaço tão pequeno?"...
As distâncias são as mesmas

Um dos argumentos utilizados pelos ministros do Supremo Tribunal Federal para a decisão de ser contínua a reserva Raposa-Serra do Sol foi que, dividida em ilhas, ficaria mais difícil o deslocamento dos índios entre as diversas tribos da região. Com todo o respeito aos doutos juristas da mais alta corte nacional de Justiça, fica a pergunta: sendo contínua a reserva, as distâncias foram encurtadas?

Acresce serem dezenas de etnias a apossar-se integralmente da região, a maioria delas em litígio interno, com línguas e costumes diferentes. Serão dadas as tribos a fazer visitas de boa vizinhança? Ou será que as ONGs estrangeiras empenhadas em locupletarem-se da riqueza local vão criar uma empresa aérea regional para facilitar os deslocamentos?
Melhor aviação comercial

Ficou célebre, décadas atrás, a fotografia do então presidente Richard Nixon sentado numa poltrona da primeira classe da United Airlines, viajando de Washington para Los Angeles. Era o auge da crise do petróleo, todo mundo tinha que economizar e Nixon cancelou os vôos do Air Force One. Durante algum tempo, viajava em aviões de carreira, não sendo difícil identificar agentes da segurança presidencial em fileiras próximas do presidente. Mas ele seguia como um passageiro normal, cercado de gente comum, ou nem tanto, por conta dos preços dos bilhetes de primeira classe.

Agora que o Aerolula passa por reparos, nos Estados Unidos, encontrando-se o "sucatinha" em estado meio precário, não seria o caso de o presidente Lula valer-se da aviação comercial, ao menos em longos trajetos? Está prevista sua ida a Londres, nos próximos dias, para a reunião do G-20. Aguentaria seguir pela TAM e, quem sabe, voltar pela Gol.

domingo, 22 de março de 2009

Alckmin lidera em SP e Hélio Costa, em Minas; Angela Amin aparece como principal nome em SC

da Folha Online

O tucano Geraldo Alckmin, derrotado ainda no primeiro turno da eleição do ano passado para prefeito de São Paulo, é o preferido dos paulistas na corrida para governador, aponta pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste domingo pela Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Segundo a pesquisa, o atual secretário de Desenvolvimento do governador José Serra (PSDB) obtém entre 41% e 46% das intenções de voto --sempre na liderança-- em todos os cenários em que ele foi citado.

O levantamento mostra ainda que, a 19 meses da eleição, nenhum dos adversários de Alckmin atinge sequer a metade de suas intenções de voto nos cenários em que ele é apresentado. Os mais bem posicionados são os ex-prefeitos Marta Suplicy (PT) e Paulo Maluf (PP).

A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 19 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Minas

Em Minas Gerais, o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), apresenta ampla vantagem em relação aos demais aspirantes a candidato ao governo do Estado.

Segundo a pesquisa (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL), Costa lidera nas quatro situações apresentadas, variando de 37% a 43% das intenções de voto.

Nos dois primeiros cenários, com quatro candidatos, ele lidera com 41%. É seguido pelo também ministro do governo Lula, o petista Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), com 11%. Na sequência aparecem o vice-governador Antonio Anastasia (PSDB), que tem 5% e está empatado tecnicamente com Maria da Consolação Rocha (PSOL), com 4%.

A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O Datafolha ouviu 1.073 eleitores entre os dias 16 e 19, em 42 municípios mineiros.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, o levantamento (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL) mostra que a governadora Yeda Crusius (PSDB) está em terceiro lugar na disputa, atrás do ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), e do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB).

Nos quatro cenários pesquisados pelo Datafolha, os prováveis candidatos do PT e do PMDB --partidos que antecederam o PSDB no governo gaúcho-- se revezam na dianteira das intenções de votos. Yeda aparece em terceiro, com percentuais que oscilam de 8% a 9% das intenções de votos.

A pesquisa ouviu 1.092 pessoas entre os dias 16 e 19 março. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Santa Catarina

Mesmo após duas derrotas seguidas do PP em eleições para o governo de Santa Catarina, a deputada federal Angela Amin aparece como o principal nome ao governo em 2010, segundo o Datafolha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

A senadora Ideli Salvatti (PT) aparece em segundo lugar nos três cenários pesquisados --sendo que em dois está tecnicamente empatada com aliados do atual governador, Luiz Henrique da Silveira (PMDB) -- Leonel Pavan (PSDB) e Dário Berger (PMDB).

A margem de erro é de três pontos percentuais, e a pesquisa ouviu 964 pessoas entre os dias 16 e 19 de março.

Paraná

No Paraná, o Datafolha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL) indica que dois nomes do PSDB estão na frente na disputa pelo governo em quatro possíveis cenários pesquisados para a eleição de 2010. O atual governador é Roberto Requião, do PMDB.

Tanto o senador Álvaro Dias quanto o prefeito de Curitiba, Beto Richa, têm 39% das intenções de voto no cenário em que o senador Osmar Dias (PDT) está incluído.

Dias tem 31% das intenções de voto no confronto com Richa. Neste cenário, o atual vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB), tem 7% das citações. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), recebe 3%.

O levantamento ouviu 1.038 pessoas entre 16 e 19 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Leia a reportagem completa na Folha deste domingo, que já está nas bancas.

sábado, 21 de março de 2009

Datafolha consolida quadro da sucessão de 2010 (Pedro do Coutto)

A excelente pesquisa do Datafolha, publicada na FSP de sexta-feira, sobre a aprovação do governo Lula e o panorama hoje visto da ponte para a sucessão presidencial de 2010 consolida plenamente o quadro identificado pelo mesmo instituto no ano passado. A crise financeira internacional afetou pouco a faixa dos que consideram a administração Luis Inácio ótima e boa, registrando uma descida de 70 para 65 pontos.

Há dois meses, em levantamento feito para a Confederação Nacional dos Transportes, o Sensus havia identificado uma aprovação recorde da ordem de 84%. Mas 65% é um índice positivo fantástico para um governante, sobretudo no sexto ano de seu período. Inclusive porque parcela de 28 por cento considera o governo regular. E somente 8%, ruim e péssimo.

A média de Lula, dividindo-se o maior pelo menor, apresenta um resultado extremamente favorável. Entretanto, seu desempenho, de acordo com o Datafolha, não foi suficiente para transferir votos em favor da ministra Dilma Roussef. Ela ficou com 11% das intenções de voto, percentagem idêntica à obtida pela ex-senadora, agora vereadora em Maceió, Heloisa Helena. Vinculada a uma legenda pequena, o PSOL, é, por isso mesmo, muito forte a presença de Heloisa Helena junto à opinião pública do País.

Quando digo que o panorama sucessório não mudou é porque o governador José Serra continua liderando com 41 pontos, seguido de longe por Ciro Gomes com 16. Quando a pesquisa substitui Serra pelo governador de Minas, Aécio Neves registra apenas 17%. Não há dúvida que o PSDB vai escolher Serra. Aécio talvez de vice numa chapa café com leite. São Paulo-Minas Gerais, como no tempo da república velha.

As bases da campanha sucessória assim estão lançadas, faltando definir somente se a reeleição permanece ou termina. Se for acabar, já está em tempo de emenda constitucional com este objetivo começar a tramitar. O fim da reeleição proporciona a Lula a oportunidade de retornar ao Planalto em 2014 ou 2015, neste segundo caso se o mandato presidencial passasse a ser de 5 anos. Uma hipótese.

Porém é possível que o atual presidente da República pretenda voltar a disputar o poder em 2014, mesmo com a reeleição mantida. Isso não afetará o desenrolar dos próximos lances. Eles serão intensos de uma maneira ou de outra. O que pode sensibilizar, em matéria de articulação política, é a boa cotação alcançada pelo deputado Ciro Gomes.

Afinal, teve 16% das intenções de voto para presidente. Muito, sobretudo levando-se em conta que também pertence a uma legenda pequena, a do PSB. Mas pode estar se habilitando à vice na chapa da chefe da Casa Civil. É possível, mas não muito provável.

Pois se Ciro viesse a ser vice de Dilma Roussef, estaria abalada a aliança PT-PMDB, que assegura ao presidente da República ampla maioria no Congresso e as maiorias, quando sólidas, constituem sempre um fator de estabilização do poder. A maioria parlamentar, seja por qual ângulo for analisada, é sempre fundamental. Evita uma série de crises. Vejam-se os exemplos, em épocas distintas, de Getúlio Vargas, de Jânio Quadros, de Castelo Branco e de Costa e Silva. As consequências foram desastrosas.

Mas esta é outra questão. O fato é que o quadro básico para os próximos dois anos se manteve. Porém as preocupações subiram: o desemprego passou à condição de maior problema do País e para 78% a crise internacional vai afetar o Brasil de alguma forma.

Este pensamento vai se fazer sentir durante a campanha. Ela, aliás, já começou.

terça-feira, 17 de março de 2009

Crise com FH está superada, afirma Aécio (Tribuna da Imprensa)

SÃO PAULO - O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que o mal-entendido com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está superado. FHC criticou a proposta de Aécio de viajar pelo país para discutir a realização de prévias no PSDB -que serviriam para escolher o candidato tucano na eleição presidencial de 2010. Em resposta a FHC, Aécio disse que não dava para construir um projeto pelo país de "gabinetes ou da avenida Paulista".

Ontem, Aécio afirmou que o clima entre ele e FHC já é de entendimento. "Superamos algo mal entendido. Eu tenho pelo presidente Fernando Henrique, além de uma admiração enorme, uma amizade pessoal muito grande, mas as coisas estão superadas", disse o mineiro, segundo texto enviado por sua assessoria.

Aécio defendeu o sentimento de unidade dentro do partido. Segundo ele, a participação do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na viagem de ontem a Recife (PE), simboliza isso.

"Eu concordo com o presidente [do PSDB] Sérgio Guerra no sentido de que todas as forças políticas, sejam aquelas que estejam mais próximas do governador José Serra, outras mais próximas a nós, compreendam que a nossa unidade é o instrumento de maior vigor que nós temos para enfrentar uma batalha que não será fácil. Por isso é muito importante que haja cautela nas declarações."

"Fiquei extremamente feliz quando o governador José Serra, nesse fim de semana, aceitou o convite que eu já havia lhe feito. Ele estará participando comigo hoje (ontem) em Recife, no final do dia, do lançamento de um livro sobre o ex-presidente Tancredo [...]. Acho que essa é uma boa largada. É uma boa forma de nós demonstrarmos que mesmo tendo eventuais divergências em relação a processos internos, ambos temos compromisso com a unidade do partido. Portanto, acho que é uma sinalização muito positiva e que no depender de mim, chegará também a outras regiões do país", afirmou Aécio.

O governador mineiro e Serra são os nomes mais fortes do PSDB para encabeçar a chapa tucana de 2010. Aécio defende a realização de prévias para escolha do candidato. O grupo de Serra espera que a candidatura seja definida por entendimento interno, ou seja, sem prévias.

sábado, 14 de março de 2009

Parecer isenta Lula e Dilma de campanha antecipada (Tribuna da Imprensa)

BRASÍLIA - Parecer do vice-procurador-geral eleitoral, Francisco Xavier, encaminhado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) não fizeram propaganda no encontro com prefeitos, realizado em fevereiro em Brasília (DF).

O parecer foi dado na representação movida pelo DEM, que acusou o presidente Lula de usar o encontro para promover a pré-candidatura de Dilma. Embora o prazo para propagada eleitoral ainda não tenha começado, os partidos governistas e de oposição já começam a se articular para a sucessão presidencial de 2010. Lula já disse publicamente que Dilma é sua favorita. Já o PSDB tem dois nomes fortes: os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais).

No parecer encaminhado ao TSE, Xavier opinou pela improcedência da representação do DEM. Ele disse ainda que não viu no material apresentado pela oposição divulgação de ideias capazes de indicar futura candidatura nem mensagem que possa influenciar a opinião do eleitor com o objetivo de angariar voto. "Não há, nos discursos do presidente ou da ministra, referência à eleição, candidatura ou pedido de voto."

Xavier afirma ainda que Dilma não se apresentou como candidata no evento. "Os elogios de Lula à sua pessoa, por si sós, não configuram propaganda irregular. Esse encontro dos prefeitos, aliás, se constituiu em evento suprapartidário, no qual compareceram prefeitos de todas as legendas partidárias. Há nos autos, inclusive, a afirmação, não contestada pelos representantes, de que compareceram ao evento prefeitos das legendas do PSDB e do DEM".

No encontro, Lula anunciou vários benefícios para as prefeituras, apelidado de pacote de bondades. "Realizado o primeiro dia do evento, já se pôde constatar que, a rigor, o seu objetivo principal não era outro senão vincular a criação e a gestão de programas públicos a possíveis candidatos a cargos eletivos do próximo pleito eleitoral", diz a ação da oposição.
Defesa

Na defesa de Lula e Dilma, a AGU (Advocacia Geral da União) saiu para o ataque contra os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB), e do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM).

O ministro José Antônio Dias Toffoli (AGU) afirmou que Serra também promoveu evento semelhante em São Paulo -e que o encontro em Brasília contou com o apoio do governador do DF, que é da oposição.

Em seu parecer, Xavier cita esse episódio. "E, na realidade, não se pode ter como meramente eleitoreiro um evento dessa natureza. Até o governador José Serra, filiado ao PSDB, também realizou encontro com prefeitos paulistas sem sofrer os incômodos de uma representação."

quarta-feira, 11 de março de 2009

Aécio contesta FHC e defende campanha por prévias

BELO HORIZONTE - O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), rebateu ontem as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à campanha capitaneada por ele pela realização de prévias para a definição do presidenciável tucano. Aécio demonstrou certa irritação com a declaração de Fernando Henrique, que afirmou que ele e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) - que disputam a indicação como candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, "não podem sair pelo Brasil a fazer prévias e não trabalhar".

"Não se constrói um projeto para o País de alguns gabinetes ou da Avenida Paulista. Se constrói caminhando pelo País. E é o que eu estou me dispondo a fazer", retrucou o mineiro, sugerindo que o ex-presidente participe também das viagens. Aécio já havia sugerido que ele e Serra caminhem juntos Aécio ressalvou que a ideia é que essas viagens ocorram nos fins de semana, como parte do que chamou de "tarefa política de construção de um novo projeto para o País".

"O presidente Fernando Henrique seria uma figura muito importante nessas viagens. No seu caso, talvez ele possa até viajar além dos finais de semana" afirmou, garantindo, contudo, que não há divergência entre eles.

Aécio disse que "talvez" o ex-presidente não tenha sido informado com clareza de sua proposta. "O que eu tenho dito é que seria importante que nos finais de semana nós pudéssemos andar pelo País. Porque além das nossas tarefas administrativas - e, no caso de Minas, me parece que os mineiros julgam que ela vai bem -, nós temos também responsabilidades políticas na construção de um partido, na construção de propostas". O governador confirmou que na próxima segunda-feira desembarca em Recife, onde cumpre uma extensa agenda.

Sobre as prévias, observou que sempre ouviu de Fernando Henrique uma avaliação semelhante à sua: "As considera, nas conversas que tem tido comigo, um instrumento extremamente importante para que o partido possa tomar as suas decisões".
Contraponto

Para reforçar seu argumento em favor da consulta interna, Aécio alertou para as dificuldades que o partido enfrentará na próxima eleição presidencial. Segundo o governador mineiro, as primárias servirão como uma "oportunidade extraordinária" de o PSDB "se contrapor à movimentação" da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata petista. "Que cada vez será maior daqui por diante. Ela não diminuirá, ela será cada vez mais explícita", avaliou.

"Nós não ganhamos essa eleição de forma antecipada como alguns parecem demonstrar. Longe de ser o governador Serra, mas (para) algumas figuras do partido parece que basta apenas nós hoje termos um candidato que ganhamos as eleições", disse. "Temos de ter um projeto para o País. As prévias, mais do que um instrumento de indicação de um candidato, é um instrumento de definição de projetos, de popularização das propostas do PSDB".

Aécio voltou a garantir que o PSDB estará unido na disputa presidencial. Porém, ressaltou que essa unidade não pode ser apenas das lideranças da legenda, mas também das bases partidárias. No final da entrevista, o governador de Minas fez elogios rasgados ao ex-presidente Fernando Henrique. "Tenho por ele uma admiração pessoal enorme, uma amizade fraternal, o que nos permite, inclusive, em determinados momentos, discordarmos de determinados pontos de vistas".

O governador, que completou ontem 49 anos, esteve no início da tarde no velório da médica Orcanda Patrus, esposa do ex-deputado estadual e ex-secretário de Obras, Agostinho Patrus.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Advogado-geral da União acredita que oposição promove nome de Dilma (Tribuna da Imprensa)

BRASÍLIA - O advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, avalia como um erro estratégico da oposição a acusação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anteciparam a campanha eleitoral de 2010 no encontro com prefeitos em Brasília, no mês passado.

A representação da oposição ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), diz Toffoli, acabou jogando em favor da ministra, aumentando a exposição de seu nome por todo o País. "Do ponto de vista político, eu avalio que a oposição acaba promovendo o nome da ministra Dilma", disse Toffoli.


Se a tese da oposição prevalecesse, diz o advogado-geral, o governo ficaria paralisado, na medida em que qualquer ato público administrativo passaria a ser entendido como um ato eleitoral. "O que se está fazendo hoje não é campanha, é gestão. Se parar de fazer gestão, o governo para e o País também", afirma Toffoli. "A tese da oposição é de que governar é fazer campanha. Isso é inaceitável."

Questionado se as viagens de Dilma e sua presença em palanques por todo o País não poderiam ser entendidas como um ato eleitoral, Toffoli justifica que a chefe da Casa Civil é gestora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, por isso, exerce uma função que diz respeito a todo o Brasil. "O PAC envolve obras no Brasil inteiro. Uma das principais tarefas de coordenação é visitar obras. É natural que ela possa viajar. A ministra está fazendo a sua obrigação enquanto ministra de Estado. Todos os ministros viajam o País inteiro", continua.

Toffoli nega que o governo tenha tirado proveito de brechas na legislação brasileira para promover o nome de Dilma com intenções eleitoreiras. De acordo com ele, as regras são claras ao demandarem a desincompatibilização de candidatos no período de seis meses antes da realização das eleições. "Enquanto se está no governo não se pode fazer campanha eleitoral. Mas não há nenhum ato apontado pela oposição em que haja pedido de voto para a ministra Dilma ou alguma referência de que ela será candidata", justifica. "Se alguém está lançando a candidatura Dilma é a oposição, porque nem ela nem o partido lançaram seu nome", completa.

Toffoli aponta que a oposição tem o direito de apresentar a ação na Justiça. Mas é também papel do governo, segundo ele, deixar claro que os argumentos de que houve uma pretensão eleitoral no ato organizado com prefeitos são infundados. "O tribunal vai julgar. Faz parte da política", prosseguiu o advogado-geral da União. Questionado se o PT não adotou uma postura semelhante ao acusar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de antecipar a campanha, Toffoli rebateu: "Com dois anos de antecedência, não. Nós representamos durante o período eleitoral".

quinta-feira, 5 de março de 2009

Presidente da Assembleia da Bahia deixará PSDB para apoiar Jaques Wagner

PABLO SOLANO
da Agência Folha

O PSDB perdeu a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia. O presidente Marcelo Nilo anunciou a desfiliação do partido para continuar na base do governador Jaques Wagner (PT) e apoiá-lo na campanha para a reeleição em 2010.

A saída acontece no momento em que os tucanos baianos --históricos adversários do carlismo e ainda participantes da base de apoio de Wagner-- vislumbram uma aliança estadual em 2010 com o DEM. O objetivo é montar um palanque para a possível candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência.

A saída deverá ser oficializada em 60 dias. Antes, o deputado quer blindar o mandato contra uma possível ação por infidelidade partidária. Para isso, Nilo quer uma liberação do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para trocar de partido.

Os tucanos dizem que não irão brigar na Justiça pela vaga na Assembleia. O presidente do PSDB na Bahia, Antônio Imbassahy, admite que o partido vive uma mudança de rumos e considera compreensível a saída de Nilo.

O estopim da mudança é a tentativa do PSDB de atrair o ex-governador Paulo Souto (DEM) para o partido e lançá-lo como candidato de oposição a Wagner, o que reeditaria a disputa de 2006, quando o atual governador derrotou Souto já no 1º turno.

O diretório do PT na Bahia aposta em novas dissidências no PSDB para reforçar a candidatura à reeleição de Wagner.

Considerando certa a saída do PSDB da base do governador até o ano que vem, o PT trabalha para garantir a continuidade da aliança com o PMDB.

Os presidentes de ambos os partidos se reuniram anteontem e reafirmaram que estarão juntos nas eleições de 2010.

quarta-feira, 4 de março de 2009

De olho em 2010, Aécio começa 'caminhada' pelo País este (Tribuna da Imprensa)

BELO HORIZONTE - O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), confirmou ontem que no próximo dia 16 estará em Recife, dando início a uma caminhada pelo País que anunciou para este mês. Aécio, porém, disse que não tem pressa para definir sua agenda e nem esclareceu se pretendia convidar para a viagem o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), adversário na disputa interna pela indicação do presidenciável tucano e com quem se encontraria mais tarde em Brasília. Os dois governadores participariam de uma reunião com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também pré-candidata à Presidência pelo PT.

No mês passado, após Serra dar aval para a realização de prévias no PSDB, o governador mineiro sugeriu que ele e o colega paulista caminhem juntos pelo Brasil, sob a coordenação da direção nacional do partido. Ele disse também que conversaria com Serra depois do carnaval.

"Vamos com calma definir essa agenda (de viagens pelo País). Como disse a vocês, não tenho pressa. Eu tenho uma agenda já marcada em Recife no próximo dia 16", afirmou, após participar de uma solenidade no Palácio da Liberdade com a presença de prefeitos de 35 municípios do Estado, que assinaram um termo de adesão ao programa Travessia, do governo estadual.

O programa tem por objetivo acelerar o crescimento econômico e o desenvolvimento social das cidades localizados nos vales do Mucuri, Jequitinhonha, Rio Doce e no norte de Minas, que apresentam os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. Conforme o governo mineiro, este ano serão investidos R$ 184 milhões de recursos do tesouro estadual nos municípios, atendendo uma população de 300 mil pessoas.
"Estadista"

Durante o evento, não faltaram elogios ao governador mineiro. O prefeito de Chapada do Norte, Heraldo Eustáquio Soares (PR), que falou em nome dos colegas, foi enfático: "Minas e o Brasil são testemunhas desse governo, comandado por um estadista, comprometido unicamente com o bem de seu povo. Senhor governador, esperamos que o senhor possa fazer para o Brasil o que está fazendo por Minas. Governa sem burocracia, com sensibilidade, com coragem. Conte conosco".

terça-feira, 3 de março de 2009

Dilma Rousseff admite que é pré-candidata

Gazeta Mercantil

A ministra Dilma Rousseff admitiu ontem que pode ser pré-candidata do PT à sucessão presidencial, mas garantiu que não está em campanha. “Pré-candidato qualquer militante do PT é”, declarou, em Campinas, durante encontro com prefeitos paulistas. Também em viagem a São Paulo, a senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu (DEM-TO), não descartou a possibilidade de enfrentar, indiretamente, a candidata petista como vice em uma eventual chapa encabeçada pelo atual governador paulista, José Serra (PSDB). A senadora declarou ainda interesse na disputa pelo governo de Tocantins. (págs. 1 e A11)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Jarbas Vasconcelos não pode ser vice de Serra (Pedro do Coutto)

Em matéria publicada em "O Estado de S. Paulo" de domingo de Carnaval, o deputado Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara, afirmou que a entrevista do senador Jarbas Vasconcelos à "Veja" faz parte de um plano para que se torne candidato a vice presidente na chapa de José Serra à sucessão de 2010.

Na sucessão do ano que vem, que já começou a ficar perto. Foi um equívoco ou uma tentativa de desclassificar o conteúdo das declarações que apontaram o interesse de ponderável grupo do partido no processo de corrupção administrativa. Seja qual for a intenção, Jarbas Vasconcelos não pode se tornar candidato a vice na chapa do PSDB, mantendo-se no PMDB. A legislação simplesmente não permite. Por sua legenda atual. Jarbas só pode ser candidato se homologado pela convenção e se esta optar pelo apoio ao governador de São Paulo.

Pode, isso sim, abrir uma dissidência. Mas esta é outra questão. Aliás fora de cogitações, já que o PMDB, ao qual pertenceram Tancredo Neves e Ulisses Guimarães, mantém seis ministérios no governo Lula..

E como na vai se afastar de Luis Inácio, não romperá com o plano alto do planalto. E como a candidata do presidente é a ministra Dilma Roussef, o PMDB vai com ela e com o governo até as urnas. Não existe a sua frente, hoje, nenhum outro caminho lógico. Se Dilma vence ou não é outra história. Mas não é possível que um partido abra mão de seis ministérios para apoiar o governador de São Paulo.

Por que faria isso? Se José Serra suceder Lula, o PMDB compõe com ele. Sem dúvida. Trocar duas alternativas por uma?

O PMDB de hoje transformou-se no PSD de ontem: tem uma vocação irresistível e irreversível para o poder. A frase surgiu, outrora, em forma de brincadeira, mas não se pode retirar dela uma boa dose de realidade institucional. O PMDB possui a maior bancada no Congresso.

E governo algum pode administrar em minoria ou com maioria instável. Sem entrar no mérito dos episódios, cada qual com suas características próprias, aconteceu isso com Getúlio Vargas, Café Filho, Castelo Branco, Costa e Silva e Collor de Melo. Sem sustentação parlamentar sólida, desabaram todos eles. Nenhum governo pode sobreviver em minoria parlamentar sem perspectivas de grave crise. A política é assim.

Não há como fugir da realidade, tampouco brigar com os fatos. O que se condena não são os acordos políticos, pois eles existem em todo o mundo. O que se condena, nos acordos, é o descompromisso com a construção e o compromisso com a corrupção. Seja pela convergência, seja pelo silêncio. O descompromisso com os objetivos públicos e com os interesses legítimos da população é que é um desastre.

No caso do senador Jarbas Vasconcelos, na entrevista ao repórter Otávio Cabral, que aliás continua repercutindo com intensidade, ela pode significar, sem dúvida, um rompimento com o governo Lula, mas não uma ponte para 2010, já que para ser candidato a vice, ele teria que, até 30 de setembro de 2009, ingressar em outra legenda. Mas aí deixaria de interessar a Serra. A lei exige um ano de filiação partidária. O mesmo obstáculo está à frente do governador Aécio Neves. Mas mesmo que ambos mudassem de agremiação, quem lhes poderia garantir o apoio dos partidos nos quais ingressariam?

Ninguém. Não faz sentido.

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.