As seis centrais sindicais do país firmaram uma aliança para a sucessão presidencial de 2010.

O movimento é encabeçado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pela FS (Força Sindical).

Inconciliáveis no passado, as duas entidades gravitam, hoje, na órbita dos cofres do governo Lula.

Na presidência da CUT, o petista Arthur Henrique. No comando da FS, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força.

Paulinho é filiado ao PDT, o mesmo partido do ministro Carlos Lupi (Trabalho). A Executiva da legenda aprovou, há dois dias, o apoio a Dilma.

Reunidos em São Paulo, na sede da CUT, os líderes das centrais concluíram que, juntos, elevam sua capacidade de influir nos rumos da eleição.

Marcaram para o dia 1º de junho uma “Conferência Nacional da Classe Trabalhadora”. Reunirá sindicalistas de todo o país.

Nesse encontro, será aprovado um documento com as propostas do movimento sindical para o governo a ser instalado em 2011.

Em texto levado à web, o presidente da CUT, Arthur Henrique, refere-se ao documento como uma “agenda positiva”.

Um elenco de sugestões “a ser apresentado à candidatura das forças democráticas e populares”. Leia-se Dilma Rousseff.

Por que a preferência por uma das candidaturas? Ouça-se o presidente da CUT: “As centrais são autônomas e independentes, mas tem lado...”

O lado “...dos trabalhadores, da defesa de um projeto de desenvolvimento para o país com valorização do trabalho e distribuição de renda...”

“...A direita [leia-se PSDB, de José Serra] nunca abriu espaços para os trabalhadores...”

“...Pelo contrário, sabemos o que representa: privatização, desmonte do Estado, arrocho salarial, precarização e desemprego”.

Além de CUT e FS, incorporaram-se à estratégia eleitoral do sindicalismo outras quatro centrias:

1. CTB: Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.

2. CGTB: Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.

3. UGT: União Geral dos Trabalhadores.

4. NCST: Nova Central Sindical de Trabalhadores.

Wagner Gomes, presidente da CTB, disse que, na conferência marcada para junho, será definido o apoio a um dos presidenciáveis.

Alguém que “dê continuidade ao projeto político implementado” sob Lula e “aprofunde o processo de mudanças”. Leia-se, de novo, Dilma.

Planeja-se converter a pajelança sindical num ato grandiloquente. A coisa acontecerá em São Paulo.

A CUT fala em arrastar para a cidade “dezenas de milhares de dirigentes e militantes sindicais.”

A CTB arrisca um número: “Mais de 10 mil lideranças sindicais de todo Brasil”.

De resto, os mandachuvas das centrais sindicais agendaram para 2 de fevereiro, em Brasília, uma “vigília”.

Nesse dia, o Congresso reabre os seus trabalhos. Seus corredores serão tomados por cerca de três centenas de sindicalistas.

Vão pressionar os congressistas para que aprovem o projeto que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais. Sem poda de salários.

Para sensibilizar os empresários para a mesma causa, programam-se greves. Eis o que diz o presidente da CUT:

“Nossa orientação para as categorias que estão em campanha salarial, como os metalúrgicos, químicos e comerciários, é que joguem peso nas mobilizações e nas greves.”