segunda-feira, 14 de junho de 2010

Romeu Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça, é exonerado do cargo após denúncias de ligação com máfia chinesa (Pastora Simone Paim)

BRASÍLIA. O governo finalmente demitiu, nesta segunda-feira, o secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior, que gozava de um pedido de férias forçadas . A exoneração desmontou a estratégia do Planalto, que esperava que o desgaste do escândalo, provocado pela revelação da intimidade de Tuma Júnior com o chinês Li Kwok Kwen - conhecido como Paulo Li e preso por contrabando pela Polícia Federal - fosse suficiente para que ele mesmo tomasse a iniciativa de deixar o governo. Com o anúncio, a chefe de gabinete da Secretaria, Izaura Miranda, assume interinamente a função.
Entenda as denúncias contra Romeu Tuma Júnior Tuma Júnior ficou sabendo da demissão domingo, após conversar com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que antes recebera instruções do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante as férias de Tuma Jr., Barreto e emissários do Planalto renovaram os apelos para que ele se demitisse. A decisão de Lula deve ser publicada no Diário Oficial desta terça-feira.
- Tenho defeitos, mas não sou ladrão. Não sou bandido. Vou provar isso agora - disse Tuma Júnior.
O agora ex-secretário alegou que nada contra ele foi provado, por isso decidira continuar. Ao GLOBO, disse que se sente traído por gente "covarde" do governo, que não teve "coragem" de agir em sua defesa. Tuma Jr. associa à sua saída um elemento político, que serviria aos inimigos de seu pai, o senador Romeu Tuma (PTB-SP), candidato à reeleição em São Paulo.
" Tentaram acabar comigo, mas não conseguiram. Resolveram me desmoralizar. Então, me tiraram do cargo "

O temor era que a demissão Tuma Jr. se transformasse em um cavalo de batalha com o senador, que teve mais de sete milhões de votos nas eleições de 2002 e tem uma relação antiga e próxima com o presidente. O medo do constrangimento político se revela com o teor da nota divulgada ontem. Na nota , o ministro da Justiça diz que Tuma Jr. foi demitido para que pudesse preparar melhor a defesa. Não houve críticas ao seu comportamento, e o ministro destacou "os relevantes trabalhos prestados" pelo ex-secretário.
Tuma entrou de férias no dia 13 maio, após denúncias de envolvimento com Li Kwok Kwen, publicadas pelo "Estado de S.Paulo".
- Tentaram acabar comigo, mas não conseguiram. Resolveram me desmoralizar. Então, me tiraram do cargo - afirmou.
O ex-secretário é alvo de três frentes de investigação. Além do inquérito aberto pela Polícia Federal (PF) , também é investigado pela Comissão de Ética Pública da Presidência e por uma sindicância da Controladoria-Geral da União (CGU), que apura se ele cometeu falta ética no exercício da função.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.