Marina Silva hesita e diz que só vai decidir futuro político neste sábado
Fundadora da Rede Sustentabilidade afirmava até ontem não ter plano B para concorrer em 2014
Marina destacou que a Rede Sustentabilidade já é um partido, mesmo sem o registro concedido pelo TSE. Para a ex-senadora, sua legenda possui base social em todos os Estados e militantes espalhados pelo Brasil, que lutaram para conseguir as assinaturas de apoio necessárias para o trâmite burocrático da criação de um partido.
Três legendas formalizaram convite para que Marina Silva concorra ao cargo de presidente da República nas eleições de 2014. Mais próximo à ex-ministra, o deputado federal Roberto Freire colocou o PPS à disposição de Marina e seus apoiadores, ainda que os aliados dela que se filiarem ao partido venham a sair depois que a Rede obtiver o registro definitivo da Justiça Eleitoral.
Já o presidente do PEN, Adilson Barroso, ofereceu até mesmo a presidência do partido na intenção de que Marina monte a executiva de acordo com seu programa de governo para a disputa eleitoral. O PHS também convidou Marina para se filiar à legenda, ainda que apenas para concorrer às eleições.
O sonho de Marina em disputar a eleição já pelo seu novo partido foi abatido na noite de ontem pelo TSE. A maioria dos ministros entendeu que a Rede Sustentabilidade não cumpriu os requisitos exigidos por lei para que fosse criada, uma vez que o grupo capitaneado pela ex-senadora obteve cerca de 50 mil assinaturas a menos que o mínimo necessário, de 492 mil.
Diante da decisão do TSE, recebida aos choros por apoiadores de Marina que acompanhavam a sessão, a Rede poderá continuar o processo de criação, mas só poderá disputar uma eleição daqui a dois anos. Isso porque o prazo final para o registro de partidos para que disputem o pleito do ano que vem se encerra neste sábado, data limite também para que políticos que queiram concorrer a um cargo eletivo se filiem a uma legenda.
Ainda ontem, após a sessão, Marina lamentou o fato de não ter conseguido reunir as assinaturas necessárias. Mesmo criticando a morosidade dos cartórios eleitorais na conferência dos apoiamentos, a ex-senadora admitiu que poderia ter agido de forma diferente para garantir a presença da Rede nas eleições de 2014.
"Nós descartamos 220 mil assinaturas pelos nossos próprios critérios. Talvez tivéssemos anexado 100 mil, poderíamos contabilizar pela quantidade e não pela qualidade. Mas para nós, os fins e os meios tem que ser compatíveis. Não queremos apenas um registro, queremos ser uma contribuição para a realidade política brasileira. Aqueles que acham que o poder é um fim em si mesmo se contentam com um registro", disse.
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