quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Sem Marina, chance de segundo

 turno é menor (Josias de Souza)

  • A cortina ainda não foi aberta. Por enquanto, a plateia ouve os ruídos da arrumação do palco. No início da semana, eram cinco os personagens em condições de disputar o amor da República. Até sábado, é possível que só restem três. As circunstâncias já excluíram José Serra do elenco. E os diretores de cena do TSE ameaçam arrancar Marina Silva de sua marca na noite desta quinta-feira. Se isso acontecer, cresce a chance de o espetáculo de 2014 acabar mais cedo.
Sem Marina, Aécio Neves e Eduardo Campos terão de matar vários leões em cena para impor a Dilma Rousseff um segundo ato. Lula, que no enredo faz o papel de ex-marido da República, passou por Brasília há dois dias. Em conversa com um figurante do PMDB, disse que ainda não desistiu de reeditar o velho Fla-Flu: tucanos de um lado, petistas do outro. A eventual exclusão de Marina o levaria a fazer uma derradeira tentativa de convencer Eduardo a adiar sua estreia nacional para 2018.
O problema é que a essa altura o galã do PSB já escreveu seu nome no cartaz e colou na porta do teatro. Fez isso ao empurrar para fora de sua legenda o silvério de Duque de Caxias (Alexandre Cardoso) e os insurretos do Ceará (Cid–Ciro & Cia.). Mantida sua disposição, Lula, Dilma e o PT tentarão asfixiá-lo junto com Aécio. Como? Limitando-lhes o acesso ao tempo de propaganda no rádio e na tevê.
Sob orientação de Lula, Dilma esforça-se para evitar que partidos como PDT, PR, PSD e PTB fechem alianças com Eduardo ou Aécio, cedendo-lhes o tempo de propaganda eletrônica. Em relação às novas legendas, o Planalto já amarrou o Pros. E olha para o Solidariedade com cara de verbas e cargos. Esse jogo de $edução tende a se prolongar até o final de março.
Supondo-se que o TSE desligue a Rede da tomada, Marina ainda terá até sábado para voltar ao jogo. Basta que se filie a um dos dois partidos que a cobiçam: os anões PPS e PEN. O diabo é que, considerando-se que seu charme de Marina está no discurso sobre a nova maneira de fazer política, um retorno desse tipo poderia devolvê-la ao palco num figurino de Rainha má, não de Branca de Neve. Voltaria a crescer a chance de segundo turno. Mas Marina talvez se condenasse a ficar fora dele. Repetiria 2010, quando serviu de escada para levar Serra ao round complementar.

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.