domingo, 6 de outubro de 2013

Para Dirceu e petistas, Aécio perde com aliança entre Marina e Campos

Na visão de petistas, novo cenário não afeta campanha de Dilma em 2014.
Ex-chefe da Casa Civil disse que união mudou 'todo o quadro eleitoral'.

Fabiano Costa, Felipe Néri e Renan Ramalho Do G1, em Brasília
 


O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e vários parlamentares do PT afirmaram neste sábado que a aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva para a disputa eleitoral no ano que vem tende a enfraquecer a candidatuta de Aécio Neves para a Presdiência. Para eles, a presidente Dilma Rousseff não será afetada e pode até sair fortalecida com menos candidatos adversários no pleito.
Em seu blog, Dirceu escreveu que a união de Campos com Marina numa candidatura única pelo PSB mudou "todo o quadro eleitoral para 2014". "De qualquer forma, essa mudança do quadro eleitoral não é necessariamente contra a presidenta Dilma Rousseff e o PT. Pode ser que Aécio Neves seja o principal perdedor", afirmou o ex-presidente do PT.

Procurados pelo G1, vários petistas se manifestaram de forma semelhante, mantendo a visão de que Dilma não será prejudicada. Atualmente, a petista aparece em primeiro lugar nas intenções de voto, com 38%, segundo o
último levantamento do Ibope. Em segundo, aparece Marina Silva (16%), seguida por Aécio Neves (11%) e Eduardo Campos (4%). Vice-presidente da Câmara, o deputado André Vargas (PT-PR) vê na aliança de Campos com um "risco" para a candidatura de Aécio. "Aécio vai ficar isolado na oposição", disse. Para ele, o novo cenário político não altera os planos do PT para 2014. Para o deputado, o candidato do PSB não poderá fazer críticas às gestões de Lula e Dilma, na medida em que seu partido integrou a administração federal nos últimos 11 anos ao lado do PT.
O deputado Fernando Ferro (PT-PE) concorda com um possível enfraquecimento do tucano. "Não acho que vá haver um fortalecimento do campo da oposição. Vai ter consequências sérias sobre a candidatura de Aécio. Para o eleitorado de Dilma, não vejo muita consequência".

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), "quem sai perdendo muito é o Aécio". "Como a Dilma está a frente, tende a ser beneficiária", afirmou. Adversário Eduardo Campos em Pernambuco, ele diz que agora a eleição tende a se polarizar entre PT e PSB.
"Fica evidente que a candidatura de Eduardo Campos está posta e é uma candidatura de oposição. Agora está muito claro que é de oposição à Dilma, ao PT e ao Lula. Por isso, também acho que é bom, porque sepulta quaisquer ilusões de que ele pudesse vir a ser aliado nesse processo", disse o senador.
Mais moderado, o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), admite que o PT ainda alimentava a expectativa de Eduardo Campos desistir de concorrer pelo PSB. Com a aliança com Marina, porém, acha a candidatura irreversível, mas defende uma postura pacífica.
"Temos uma boa relação de respeito tanto com Eduardo Campos quanto com a Marina e vamos manter. No PT aprendemos que temos que cuidar do principal para nós, que é para o projeto de desenvolvimento de Brasil", disse.

O único petista a manter um prognóstico de polarização entre Dilma e Aécio é o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE).
"O quadro cada vez mais fica favorável para Dilma. Quanto menos candidaturas, mais votos agregamos para a presidente. Não altera em nada nossa estratégia. Se tiver segundo turno, é com Dilma e Aécio. Aí vamos procurar Eduardo e Marina para nos apoiarem", afirmou Guimarães.
Mesmo assim, criticou a provável chapa de Campos com Marina, por considerá-los "muito díspares". "Difícil pensar um projeto com essas lideranças. Acho muito difícil de ela [Marina] ser vice de Campos. Eles têm visões completamente diferentes", observou.

Neste sábado,
Aécio Neves saudou a decisão de Marina em apoiar Eduardo Campos e se filiar ao PSB. Para o senador tucano, a união representa "importante conquista do Brasil democrático". "A presença de Marina Silva fortalece o campo político das oposições e contribui para o debate de ideias e propostas, tão necessários para colocar fim a esse ciclo de governo do PT que tanto mal vem fazendo ao país", disse, em nota.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.