Josias de Souza
Lula
retomou as rédeas da articulação do conglomerado partidário
pró-reeleição de Dilma Rousseff. Nesta sexta-feira (18), chamou o
vice-presidente Michel Temer para uma conversa no instituto que leva o
seu nome, em São Paulo. Ouviu dele um relato pouco tranquilizador sobre
as ameaças à solidez da coligação governista. O PMDB de Temer antevê um
final de ano turbulento.
Deve-se a inquietação ao entroncamento de
duas encrencas. Juntaram-se no calendário a troca de 12 ministros em
dezembro e a deflagração do processo de formação dos palanques
estaduais. Na avaliação de Temer e seu grupo, há ruídos demais em torno
desses dois assuntos. Avalia-se que, se não forem silenciados, esses
rumores podem ameaçar a higidez do projeto.
Quanto à reforma da
Esplanada, o que tira o sossego do PMDB é a suposta intenção de Dilma de
substituir por técnicos os ministros que deixarão os cargos para pedir
votos em 2014. No quadro esboçado por Temer, o desassossego não se
restringe ao PMDB. Espraia-se por todo o condomínio.
Em relação às
composições estaduais, o PMDB se queixa da falta de generosidade do PT.
Um integrante do grupo de Temer resumiu a cena: “O PT não pode querer
eleger a presidente da República, continuar controlando 19 ministérios e
ainda querer brigar com os partidos aliados nos Estados.”
Para o
PMDB, a encrenca é maior e mais explosiva no Rio de Janeiro. Em
português claro, o partido de Temer deseja que Lula retire da raia a
candidatura petista do senador Lindbergh Farias ao governo do Estado, e
obrigue o PT a apoiar o candidato do governador Sérgio Cabral (PMDB), o
vice Luiz Pezão.
De passagem pelo Rio, Lula reunira-se com Cabral e
Pezão na noite de quinta. Na conversa com Temer, recobriu a dupla de
elogios. Porém, segundo o relato do vice-presidente aos seus
correligionários, Lula não assumiu senão o compromisso de acionar o
presidente do PT, Rui Falcão, para manter vivo o diálogo.
Para
Temer e seus partidários, o Rio é simbólico porque se o PT não for capaz
de reconhecer a primazia do PMDB no Estado que é o terceiro maior
colégio eleitoral do país, ficará entendido que tudo pode suceder
noutras praças problemáticas. Há dificuldades, por exemplo, na Bahia, em
Pernambuco, no Ceará, no Mato Grosso do Sul, no Paraná, no Rio Grande
do Sul e em Santa Catarina.
O PMDB não perde oportunidade de
recordar que a renovação da aliança com o PT terá de ser aprovada em
convenção. Os convencionais virão dos Estados. E o acúmulo de passivos
põe em risco a maioria de votos a favor da presença de Temer na chapa de
2014. Tudo isso num instante em que há na praça uma opção nova e
ascendente: Eduardo Campos, o presidenciável do PSB.
Contra esse
pano de fundo que inclui um ex-azarão vitaminado pela ex-candidata
Marina Silva, o PMDB e os demais aliados de Dilma retardam para o início
de abril o fechamento dos acordos em que cederão os respectivos tempos
de propaganda no rádio e na tevê a um dos presidenciáveis. Em entrevista
ao blog no dia 8 de outubro, Marina discorrera sobre o que chamou de
“chantagem” dos aliados de Dilma (assista ao trecho abaixo).
Deve-se a inquietação ao entroncamento de duas encrencas. Juntaram-se no calendário a troca de 12 ministros em dezembro e a deflagração do processo de formação dos palanques estaduais. Na avaliação de Temer e seu grupo, há ruídos demais em torno desses dois assuntos. Avalia-se que, se não forem silenciados, esses rumores podem ameaçar a higidez do projeto.
Quanto à reforma da Esplanada, o que tira o sossego do PMDB é a suposta intenção de Dilma de substituir por técnicos os ministros que deixarão os cargos para pedir votos em 2014. No quadro esboçado por Temer, o desassossego não se restringe ao PMDB. Espraia-se por todo o condomínio.
Em relação às composições estaduais, o PMDB se queixa da falta de generosidade do PT. Um integrante do grupo de Temer resumiu a cena: “O PT não pode querer eleger a presidente da República, continuar controlando 19 ministérios e ainda querer brigar com os partidos aliados nos Estados.”
Para o PMDB, a encrenca é maior e mais explosiva no Rio de Janeiro. Em português claro, o partido de Temer deseja que Lula retire da raia a candidatura petista do senador Lindbergh Farias ao governo do Estado, e obrigue o PT a apoiar o candidato do governador Sérgio Cabral (PMDB), o vice Luiz Pezão.
De passagem pelo Rio, Lula reunira-se com Cabral e Pezão na noite de quinta. Na conversa com Temer, recobriu a dupla de elogios. Porém, segundo o relato do vice-presidente aos seus correligionários, Lula não assumiu senão o compromisso de acionar o presidente do PT, Rui Falcão, para manter vivo o diálogo.
Para Temer e seus partidários, o Rio é simbólico porque se o PT não for capaz de reconhecer a primazia do PMDB no Estado que é o terceiro maior colégio eleitoral do país, ficará entendido que tudo pode suceder noutras praças problemáticas. Há dificuldades, por exemplo, na Bahia, em Pernambuco, no Ceará, no Mato Grosso do Sul, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
O PMDB não perde oportunidade de recordar que a renovação da aliança com o PT terá de ser aprovada em convenção. Os convencionais virão dos Estados. E o acúmulo de passivos põe em risco a maioria de votos a favor da presença de Temer na chapa de 2014. Tudo isso num instante em que há na praça uma opção nova e ascendente: Eduardo Campos, o presidenciável do PSB.
Contra esse pano de fundo que inclui um ex-azarão vitaminado pela ex-candidata Marina Silva, o PMDB e os demais aliados de Dilma retardam para o início de abril o fechamento dos acordos em que cederão os respectivos tempos de propaganda no rádio e na tevê a um dos presidenciáveis. Em entrevista ao blog no dia 8 de outubro, Marina discorrera sobre o que chamou de “chantagem” dos aliados de Dilma (assista ao trecho abaixo).
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