BRASÍLIA - Uma bomba explodiu no PMDB, depois de haver ficado clara a candidatura de Dilma Rousseff à presidência da República, pelo PT. Melhor seria dizer uma antibomba, um daqueles artefatos que em vez de explodir, implodem, feito de antimatéria, capaz de arremessar para dentro o que se supunha destinado para fora.
Quem quer ser candidato à vice-presidência na chapa de dona Dilma? Primeiro falaram em Geddel Vieira Lima, que saltou de banda alegando compromissos com o eleitorado baiano, ou seja, pretende disputar o governo do estado ou uma das duas vagas de senador, em 2010. Só não quer arriscar seu futuro político. Depois, no próprio ministério, apareceu Edison Lobão, um craque na arte de dar nó em pingo d'água, mas de olho, mesmo, no governo do Maranhão.
Falou-se, em seguida, em Michel Temer, eleito presidente da Câmara e ainda aferrado à presidência nacional do partido. Sua candidatura jogaria para o espaço a perspectiva de candidatar-se ao governo de São Paulo, à senatoria ou à permanência tranquila na Câmara dos Deputados, podendo ocupar o biênio 09/10 e, depois, 11/12, como permite a lei, por tratar-se de nova Legislatura. Acresce que Michel tem simpatias por José Serra, do outro lado. Melhor, para ele, manter um pássaro na mão do que dois voando.
Roberto Requião, rejeitado para entrar no camarote do presidente Lula em pleno domingo de Carnaval, aceitaria? Sérgio Cabral, com a reeleição garantida para o governo do Rio de Janeiro?
A verdade é que apesar das aparências o PMDB não quer conversa com Dilma Roussef, pelo menos enquanto não houver certeza de que ela poderá chegar ao segundo turno das eleições de 2010. Todos fazendo reverências e curvaturas à candidata, mas sequiosos de que o PT levante a tese da "chapa pura", ou seja, dois petistas integrados na disputa pela sucessão do presidente Lula.
Só que nem o PT pretende entregar-se assim aos azares da política. No partido, não se encontra um só companheiro disposto ao sacrifício. Nem Ricardo Berzoini, nem Tarso Genro, muito menos Marta Suplicy, para quem essa história de duas mulheres numa só candidatura acaba afrontando a cultura nacional e dando jacaré.
Ao menos por enquanto, ninguém arrisca o próprio futuro nas cores de dona Dilma, uma espécie de "duplo zero" na roleta assentada no pano verde. Nem Ciro Gomes, que já foi lembrado. Aguardam todos que a candidata decole, pois só se acoplarão a ela diante da certeza de poderem chegar pelo menos ao segundo turno.
Já que o presidente Lula impôs a candidata sem consultar seu próprio partido ou os aliados, ele que decifre o enigma. Que defina também o companheiro de chapa de sua escolha, pronto para assumir toda a responsabilidade pela aventura.
No mínimo, 14 pedidos
Anuncia o ministro José Múcio, da Coordenação Política, que o presidente Lula começará a receber, em separado, os presidentes dos 14 partidos da base governamental. Não haverá quem duvide de que, no mínimo, serão 14 pedidos. Ou mais. Até o presidente do PT, Ricardo Berzoini, não deixará de aproveitar a oportunidade. É provável que o presidente Lula convide para ficar a seu lado o próprio José Múcio e, também, a ministra Dilma Rousseff. A conta do apoio ao governo será renovada.
Mensaleiros em paz
Não terminará antes do fim do ano a oitiva de mais de cem testemunhas de defesa dos mensaleiros atualmente processados no Supremo Tribunal Federal. A tarefa caberá a juízes singulares, carecendo a mais alta corte nacional de justiça de instrumentos e mecanismos para a tarefa. Diversas testemunhas arroladas pelos quarenta réus moram no exterior, registrando-se entre todos um denominador comum: deporão acentuando jamais ter ouvido falar em mensalão. Melhor faria o relator, ministro Joaquim Barbosa, se tomasse os depoimentos como completados, desde já, procedendo então o julgamento no plenário, depois de suas conclusões. Na bolsa de apostas de Brasília, não há quem arrisque um centavo na condenação sequer de Delúbio Soares.
Reação do baixo clero
Nem será preciso realizar pesquisa de opinião. O chamado baixo clero, na Câmara, rejeitará o projeto que estabelece a votação em listas fechadas para deputado federal, estadual e vereador. Como os párocos constituem ampla maioria sobre os bispos e os cardeais, parece afastada a hipótese. A razão é simples: as listas partidárias seriam elaboradas pelos dirigentes, que sem dúvida se colocariam nos primeiros lugares. Poderiam concorrer tranquilamente, até sem fazer campanha, com a eleição garantida.
Da mesma forma não se espere a ressurreição da cláusula de barreira, já aprovada uma vez e revogada por apelo dos pequenos partidos. Salvar-se-ão as legendas históricas de poucos votos, ainda que o preço a pagar seja a permanência dos partidos de aluguel.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Advogado-geral da União nega que Lula e Dilma tenham feito propaganda antecipada
Piero Locatelli
Do UOL Notícias
Em Brasília
O ministro José Antônio Tofolli, advogado-geral da União, negou nesta quinta-feira (26) que o governo esteja fazendo propaganda antecipada da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). O DEM e o PSDB entraram com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante a semana passada contra o Encontro Nacional de Prefeitos. Ocorrido nos dias 10 e 11 de fevereiro, ele reuniu mais de 15.100 pessoas, sendo 5.300 prefeitos, com gastos de mais de R$ 2 milhões. Como a ação é dirigida ao presidente Lula e à ministra Dilma, a defesa será feita por Tofolli.
Lula e Dilma recebem notificação para defesa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) já receberam a notificação do ministro Arnaldo Versiani para que apresentem, se quiserem, defesa na representação do DEM e PSDB por propaganda eleitoral antecipada, segundo informou o TSE
"As equipes sequer escolheram seus pilotos. Os treinos livres nem começaram ainda. Se não há candidatura, não há propaganda antecipada", disse o ministro comparando a corrida presidencial de 2010 à Fórmula-1. Tofolli lembrou ainda que estavam presentes no evento prefeitos de todos os partidos, além do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM-DF), que participou da abertura.
O ministro, porém, afirmou que não houve má-fé da oposição ao fazer a denúncia. "Isso faz parte do jogo democrático", disse. Tofolli negou que vá fazer algum tipo de recomendação ao presidente Lula. "Ele já disputou muitas eleições, ninguém no Brasil conhece mais o direito eleitoral que o presidente Lula", completou.
A União tem até segunda-feira para responder ao TSE sobre a ação da oposição.
* do UOL Notícias
Do UOL Notícias
Em Brasília
O ministro José Antônio Tofolli, advogado-geral da União, negou nesta quinta-feira (26) que o governo esteja fazendo propaganda antecipada da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). O DEM e o PSDB entraram com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante a semana passada contra o Encontro Nacional de Prefeitos. Ocorrido nos dias 10 e 11 de fevereiro, ele reuniu mais de 15.100 pessoas, sendo 5.300 prefeitos, com gastos de mais de R$ 2 milhões. Como a ação é dirigida ao presidente Lula e à ministra Dilma, a defesa será feita por Tofolli.
Lula e Dilma recebem notificação para defesa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) já receberam a notificação do ministro Arnaldo Versiani para que apresentem, se quiserem, defesa na representação do DEM e PSDB por propaganda eleitoral antecipada, segundo informou o TSE
"As equipes sequer escolheram seus pilotos. Os treinos livres nem começaram ainda. Se não há candidatura, não há propaganda antecipada", disse o ministro comparando a corrida presidencial de 2010 à Fórmula-1. Tofolli lembrou ainda que estavam presentes no evento prefeitos de todos os partidos, além do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM-DF), que participou da abertura.
O ministro, porém, afirmou que não houve má-fé da oposição ao fazer a denúncia. "Isso faz parte do jogo democrático", disse. Tofolli negou que vá fazer algum tipo de recomendação ao presidente Lula. "Ele já disputou muitas eleições, ninguém no Brasil conhece mais o direito eleitoral que o presidente Lula", completou.
A União tem até segunda-feira para responder ao TSE sobre a ação da oposição.
* do UOL Notícias
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Na Sapucaí, Lula e Cabral costuram 2010
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara com grande expectativa o lançamento de um programa habitacional que prevê a construção de 1 milhão de moradias populares no País. É o que contou o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que aproveitou a passagem de Lula e dona Marisa Letícia pela Marquês de Sapucaí na noite de domingo para afinar a estratégia política para 2010.
Enquanto fazia as honras de anfitrião do presidente, Cabral ouviu de Lula incentivos para concorrer à reeleição e trocou ideias sobre a tabelinha que ele poderá fazer com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata do PT à Presidência.
"Sou candidatíssimo à reeleição em 2010 e o presidente acha que estou fazendo um trabalho de fôlego, que não se esgota em quatro anos", disse Cabral, indicando que Lula vê em sua candidatura um importante palanque para a estratégia eleitoral da ministra. A principal vitrine do governo de Cabral são as obras do PAC no Estado. "Com Dilma, faremos uma grande parceria".
Segundo Cabral, Lula adorou o espetáculo na Sapucaí, mas também falou sobre política. Ele se mostrou entusiasmado com o anúncio em breve do programa habitacional que reunirá R$ 22 bilhões em recursos da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e bancos regionais de desenvolvimento como os bancos do Nordeste, da Amazônia e BMG.
O governador disse também que Lula prepara o anúncio de recursos para o que chama de PAC da mobilidade urbana para regiões metropolitanas. Lula quer apenas aguardar a definição das cidades que serão sede das Olimpíadas de 2014 para listar as obras. Lula deve se reunir com cada governador para definir prioridades, disse Cabral.
O governador diz já ter garantias do presidente de que o Rio receberá recursos para a construção de casas, a expansão do metrô e a construção de um corredor de ônibus na capital. "Pelo que o presidente disse, o programa habitacional será extraordinário, uma proposta ambiciosa", disse Cabral, confessando que se sentiu prestigiado com a visita de Lula ao sambódromo.
Ele definiu a popularidade alta do presidente como "um momento mágico" de sua trajetória para sugerir que Lula não precisaria temer as vaias que não aconteceram nem quando Neguinho da Beija-Flor gritou seu nome do carro de som. Tampouco houve manifestações de apoio das arquibancadas diante da limitada visibilidade do camarote.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Senador Pedro Simon sugere "uma limpa" no PMDB (TRIBUNA DA IMPRENSA)
BELO HORIZONTE - O senador Pedro Simon (RS), em entrevista ao jornal mineiro "O Tempo", publicada ontem, disse que "o PMDB está se oferecendo para ver quem paga mais e quem ganha mais", numa espécie de barganha eleitoral para articulação na eleição presidencial em 2010. Segundo ele, o processo de escolha do partido se dará entre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ambos pré-candidatos ao Palácio do Planalto.
Simon criticou os "métodos de condução" do atual comando do PMDB, afirmando que ele "não está à altura do partido". Sugeriu "uma limpa" na legenda e disse que no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a maior parte dos correligionários utiliza como moeda de negociação com o governo federal a ocupação de espaço na máquina pública. "Passou a ser a política de quem paga mais. Eles ficam esperando para ver quem paga mais", insistiu.
De acordo com Simon, a mesma situação ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "O PMDB fez de tudo para agradar Fernando Henrique e conseguiu 'carguinhos'. Agora faz a mesma coisa com Lula."
Peemedebista histórico, o senador gaúcho foi um dos poucos membros da legenda a se solidarizar com as críticas do senador Jarbas Vasconcelos (PE) ao partido. Em entrevista recente à revista "Veja", Jarbas disse que "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção" e que "a maioria de seus quadros se move por manipulação de licitações e contratações dirigidas".
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
As prévias americanas de Serra e Aécio (Pedro do Coutto - Tribuna da Imprensa)
As repórteres Cristiane Samarco, em "O Estado de S. Paulo", e Andreza Matais, na "Folha", publicaram matérias no mesmo dia, 18 de fevereiro, revelando que José Serra aceitou a proposta de Aécio Neves, no sentido de que o PSDB realize prévias, estilo americano, para escolher quem será o candidato do partido à sucessão presidencial em 2010. O vitorioso enfrentará Dilma Roussef, candidata do presidente Lula e portanto do PT.
A ideia é inovadora na política brasileira, já que não será realizada apenas a convenção nacional, mas uma eleição interna, de fato, a ser inclusive regulamentada pelo TSE.
Perfeito, a decisão é positiva e de inegável caráter democrático. O mesmo não deverá ocorrer no Partido dos Trabalhadores, pois um confronto nas estruturas do partido governista poderia alimentar o surgimento de uma cisão que, mesmo pequena, nada acrescentaria em favor da ministra-chefe da Casa Civil.
Voltando ao PSDB: a aceitação plena do governador de São Paulo ao teorema - teor e tema - colocado pelo governador de Minas, à primeira vista acentua que ele se sente suficientemente forte para vencer. Não vacilou. Retirou assim um espaço político no qual Aécio poderia avançar. Mas Aécio decolou, inclusive com o apoio de Itamar Franco, manifestado numa entrevista há duas semanas no jornal econômico "Valor".
As declarações de Itamar foram importantes, sobretudo porque assinalou a necessidade de alianças no rumo do Planalto. Aécio fará mais alianças do que Serra? Eis aí uma questão interessante.
Itamar Franco, que foi fator decisivo para a eleição de Fernando Henrique em 94 e de Lula em 2002, no fundo procurou sensibilizar o quadro político tentando mostrar que Aécio é melhor aglutinador e articulador do que José Serra.
Mas a segurança do governador paulista dá margem a supor que ele começou a pensar numa chapa com Aécio como vice. Esta hipótese existe, mas sua consolidação depende de emenda constitucional acabando com o instituto da reeleição. Se a reeleição permanecer, nada feito. Na melhor das hipóteses, para Aécio, serão quatro ou cinco anos de espera. Mantendo-se a reeleição, oito anos no sereno.
O mesmo raciocínio aplica-se a Lula. Sem reeleição, dependendo da duração do novo mandato, ele aguarda quatro ou cinco anos. Havendo reeleição, oito anos. É muito tempo. O mais provável, penso eu, é que a reeleição seja derrubada. Dilma Roussef também terá que escolher o vice. No PMDB, claro, para manter a atual aliança.
Uma coligação, porém, que não será mais a mesma depois da dissidência claramente aberta pelo senador Jarbas Vasconcelos.
Dentro deste quadro, desaparece a perspectiva Ciro Gomes, seja como candidato a presidente, seja como vice. Serra prefere Aécio a Ciro, claro, Dilma alguém do PMDB. Heloisa Helena disputará a presidência da República. Dissidente do PT brilhando nas pesquisas com a legenda do PSOL, vai contribuir para remeter o desfecho a um segundo turno. Não há muitas alternativas em torno do sucessor do presidente Lula. Aécio tem pressa nas prévias.
Isso porque seu prazo para trocar de legenda acaba a 30 de setembro deste ano. Mas ele não vai romper com os tucanos. Para qual legenda iria? Eis aí uma pergunta fundamental. A sorte parece estar lançada. Pelo menos na aparência. No panorama de hoje, vale frisar.
A ideia é inovadora na política brasileira, já que não será realizada apenas a convenção nacional, mas uma eleição interna, de fato, a ser inclusive regulamentada pelo TSE.
Perfeito, a decisão é positiva e de inegável caráter democrático. O mesmo não deverá ocorrer no Partido dos Trabalhadores, pois um confronto nas estruturas do partido governista poderia alimentar o surgimento de uma cisão que, mesmo pequena, nada acrescentaria em favor da ministra-chefe da Casa Civil.
Voltando ao PSDB: a aceitação plena do governador de São Paulo ao teorema - teor e tema - colocado pelo governador de Minas, à primeira vista acentua que ele se sente suficientemente forte para vencer. Não vacilou. Retirou assim um espaço político no qual Aécio poderia avançar. Mas Aécio decolou, inclusive com o apoio de Itamar Franco, manifestado numa entrevista há duas semanas no jornal econômico "Valor".
As declarações de Itamar foram importantes, sobretudo porque assinalou a necessidade de alianças no rumo do Planalto. Aécio fará mais alianças do que Serra? Eis aí uma questão interessante.
Itamar Franco, que foi fator decisivo para a eleição de Fernando Henrique em 94 e de Lula em 2002, no fundo procurou sensibilizar o quadro político tentando mostrar que Aécio é melhor aglutinador e articulador do que José Serra.
Mas a segurança do governador paulista dá margem a supor que ele começou a pensar numa chapa com Aécio como vice. Esta hipótese existe, mas sua consolidação depende de emenda constitucional acabando com o instituto da reeleição. Se a reeleição permanecer, nada feito. Na melhor das hipóteses, para Aécio, serão quatro ou cinco anos de espera. Mantendo-se a reeleição, oito anos no sereno.
O mesmo raciocínio aplica-se a Lula. Sem reeleição, dependendo da duração do novo mandato, ele aguarda quatro ou cinco anos. Havendo reeleição, oito anos. É muito tempo. O mais provável, penso eu, é que a reeleição seja derrubada. Dilma Roussef também terá que escolher o vice. No PMDB, claro, para manter a atual aliança.
Uma coligação, porém, que não será mais a mesma depois da dissidência claramente aberta pelo senador Jarbas Vasconcelos.
Dentro deste quadro, desaparece a perspectiva Ciro Gomes, seja como candidato a presidente, seja como vice. Serra prefere Aécio a Ciro, claro, Dilma alguém do PMDB. Heloisa Helena disputará a presidência da República. Dissidente do PT brilhando nas pesquisas com a legenda do PSOL, vai contribuir para remeter o desfecho a um segundo turno. Não há muitas alternativas em torno do sucessor do presidente Lula. Aécio tem pressa nas prévias.
Isso porque seu prazo para trocar de legenda acaba a 30 de setembro deste ano. Mas ele não vai romper com os tucanos. Para qual legenda iria? Eis aí uma pergunta fundamental. A sorte parece estar lançada. Pelo menos na aparência. No panorama de hoje, vale frisar.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Oposição ataca exposição excessiva de Dilma
BRASÍLIA - Em representação que encaminha hoje ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, o DEM aponta "exposição diuturna e ostensiva do nome da pré-candidata Dilma Rousseff ao eleitorado" e o "viés nitidamente eleitoreiro" do encontro nacional de prefeitos realizado na semana passada e financiado pelo governo federal. O partido sustenta a prática de crime eleitoral por antecipação de propaganda e pede à Justiça a cobrança de multa a ser paga por Lula e Dilma, além do envio da denúncia ao Ministério Público Eleitoral para abertura de investigação.
Em outra frente, o partido encaminhará uma consulta ao TSE em que pergunta, em tese, os limites da pré-campanha e da divulgação de realizações dos governos. O PSDB deverá se associar ao DEM nas duas ações e reforçar as acusações de que o presidente Lula antecipa a disputa presidencial de 2010, ao divulgar o nome de sua candidata, Dilma Rousseff.
O Palácio do Planalto nega qualquer caráter eleitoral do encontro de prefeitos e informa que o governo gastou R$ 253 mil "com a ambientação do evento (faixas, banners, adesivação) e na impressão do catálogo". O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), também rejeita a tese da antecipação de campanha. "O presidente Lula está governando o País. Ação de governo nunca é eleitoral", diz o líder.
"O clima eleitoreiro do evento era tão evidente que os participantes do encontro poderiam até mesmo levar de recordação fotografias digitalmente montadas com as "estrelas" do evento: o Presidente da República e a sua candidata preferida à sucessão presidencial, a Ministra-Chefe da Casa Civil", diz a representação do DEM. Uma fotografia do estande onde prefeitos posavam para uma montagem entre Dilma e Lula foi anexada ao documento encaminhado do TSE.
Segundo o DEM, no primeiro dia do encontro, "já se pôde constatar que, a rigor, o seu objetivo principal não era outro senão vincular a criação e a gestão de programas públicos a possíveis candidatos a cargos eletivos do próximo pleito eleitoral". O partido citou que "o Presidente da República se fez acompanhar de Ministros de Estados com pretensões eleitorais e de cinco presidentes de bancos estatais". A representação destaca que a propaganda eleitoral só é permitida a partir do dia 5 de julho do ano da eleição e a proibição de uso do dinheiro público para promoção pessoal de governantes.
"Fácil perceber que os representados estão se utilizando do poder político que detêm e dos recursos públicos que gerenciam para a dispendiosa e bem montada estratégia de, desde já, lançar a Ministra Dilma Rousseff com vantagem no certame eleitoral do próximo ano", sustenta a ação. Em relação às sucessivas viagens do presidente Lula e da ministra Dilma para vistoriar obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), a representação afirma que "os representados podem fiscalizar as obras em andamento e participar de eventos políticos", mas ressalva que "isso não lhes confere o direito de se utilizarem dessas oportunidades para propagar mensagens eleitorais para quem quer que seja, por se tratar de conduta que se contrapõe ao permissivo legal."
O deputado Roberto Magalhães (DEM-PE), que orientou a elaboração da representação e da consulta, disse não ter dúvidas de que houve campanha antecipada com uso de recursos públicos. "Se a Justiça considerar legal esse tipo de campanha, a eleição de 2010 para presidente estará totalmente prejudicada pela desigualdade de tratamento da campanha dos governistas e a dos oposicionistas", disse Magalhães.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
FHC, que comprou a própria sucessão, condena a pressa presidenciável (Helio Fernandes)
FHC não pode ficar longe dos holofotes, da visibilidade, das manchetes. Agora aparece propondo(?) a descriminalização das drogas. (Vão descriminalizá-lo também, já que criou foro privilegiado para ele mesmo?)
Isso é um desejo e uma vontade antiga, nos mais diversos países. Por que FHC não tomou providências quando era presidente? É que na época isso não dava dividendos publicitários. Para se mostrar, a hora é agora.
Mesmo vindo através de alguém sem credibilidade como ele, é importante, imprescindível, altamente necessário. É preciso combater, prender, impedir o traficante criminoso.
Na mesma fala, FHC foi mais longe como insensato e contraditório: "Lula foi muito apressado ao tratar da sucessão presidencial dele mesmo. Por isso, nós tucanos, temos que deixar de brigar e cuidar logo da sucessão".
É inacreditável que um homem como FHC acuse Lula de cuidar apressadamente da sucessão presidencial. Ninguém trata ou tratou mais desse assunto do que o seu amigo(?) Serra. Este destrói o partido das formas mais ostensivas e calamitosas, sem ligar para a ética ou a legenda.
Na verdade, Lula está realmente mergulhado na própria sucessão, que, dependendo dos rumos da decisão do Congresso sobre a reeeleição, pode redundar no terceiro mandato para o próprio presidente no cargo.
Pelo fato de estar na presidência há 8 anos (dois mandatos), Lula é o único que pode obter, conseguir, vá lá, conquistar, o terceiro seguido. Quanto a isso, nenhuma dúvida.
Mesmo que imprima à sucessão um ritmo de Fórmula 1, Lula não alcançará jamais a velocidade de FHC. Ele foi tão apressado, blandicioso, que palavra, ambicioso, que cuidou da própria reeleição, 1 ano e meio antes de acabar o mandato. Reeeleição única na história, inconstitucional.
Foi correto do ponto de vista financeiro. Não pediu votos a deputados e senadores para a reeeleição, COMPROU e PAGOU à vista. Em dinheiro na mão, sem qualquer desconto para o imposto de renda.
Desde a República, foi o primeiro presidente a ser reeeleito. Não que não houvesse vontade ou clima para isso, é que naqueles tempos a ética era muito forte e invencível. Prudente, o consolidador da República, nem quis conversar.
Juscelino deixou o governo, lançou nova candidatura para 5 anos depois. Jânio renunciou para voltar nos "braços do povo", nem imaginou reeeleito ou alongamento do período.
FHC foi o primeiro a "apressar" a sucessão, que agora condena em Lula. Não voltou nos "braços do povo", desprezava. Preferiu os "braços (e as contas) do amigo e caixa 2, Sergio Motta".
Se há um fato elogiável para Lula: perdeu três vezes seguidas, se conformou, não protestou, não se revoltou. Ganhou na quarta, na quinta e na sexta. (Perdão, essa está em suspenso e suspeita.)
Só Miterrand e Salvador Allende ganharam na quarta tentativa, mas não perderam, como Lula, três vezes seguidas. (Que alguns, de mau gosto, chamam de CONSECUTIVAS.)
PS - Para terminar por hoje, por hoje. FHC foi eleito por 4 anos, um mandato, ficou 8, dois mandatos. Lula ganhou 8 anos, dois mandatos, se ficar 12 anos, proporcionalmente igual a FHC. (Deviam estudar a emenda nº 24 dos EUA.)
PS 2 - Esta não é de jeito algum a minha convicção. É apenas uma análise isenta, do passado, presente e futuro. (Felizmente, FHC está fora de tudo.)
Isso é um desejo e uma vontade antiga, nos mais diversos países. Por que FHC não tomou providências quando era presidente? É que na época isso não dava dividendos publicitários. Para se mostrar, a hora é agora.
Mesmo vindo através de alguém sem credibilidade como ele, é importante, imprescindível, altamente necessário. É preciso combater, prender, impedir o traficante criminoso.
Na mesma fala, FHC foi mais longe como insensato e contraditório: "Lula foi muito apressado ao tratar da sucessão presidencial dele mesmo. Por isso, nós tucanos, temos que deixar de brigar e cuidar logo da sucessão".
É inacreditável que um homem como FHC acuse Lula de cuidar apressadamente da sucessão presidencial. Ninguém trata ou tratou mais desse assunto do que o seu amigo(?) Serra. Este destrói o partido das formas mais ostensivas e calamitosas, sem ligar para a ética ou a legenda.
Na verdade, Lula está realmente mergulhado na própria sucessão, que, dependendo dos rumos da decisão do Congresso sobre a reeeleição, pode redundar no terceiro mandato para o próprio presidente no cargo.
Pelo fato de estar na presidência há 8 anos (dois mandatos), Lula é o único que pode obter, conseguir, vá lá, conquistar, o terceiro seguido. Quanto a isso, nenhuma dúvida.
Mesmo que imprima à sucessão um ritmo de Fórmula 1, Lula não alcançará jamais a velocidade de FHC. Ele foi tão apressado, blandicioso, que palavra, ambicioso, que cuidou da própria reeleição, 1 ano e meio antes de acabar o mandato. Reeeleição única na história, inconstitucional.
Foi correto do ponto de vista financeiro. Não pediu votos a deputados e senadores para a reeeleição, COMPROU e PAGOU à vista. Em dinheiro na mão, sem qualquer desconto para o imposto de renda.
Desde a República, foi o primeiro presidente a ser reeeleito. Não que não houvesse vontade ou clima para isso, é que naqueles tempos a ética era muito forte e invencível. Prudente, o consolidador da República, nem quis conversar.
Juscelino deixou o governo, lançou nova candidatura para 5 anos depois. Jânio renunciou para voltar nos "braços do povo", nem imaginou reeeleito ou alongamento do período.
FHC foi o primeiro a "apressar" a sucessão, que agora condena em Lula. Não voltou nos "braços do povo", desprezava. Preferiu os "braços (e as contas) do amigo e caixa 2, Sergio Motta".
Se há um fato elogiável para Lula: perdeu três vezes seguidas, se conformou, não protestou, não se revoltou. Ganhou na quarta, na quinta e na sexta. (Perdão, essa está em suspenso e suspeita.)
Só Miterrand e Salvador Allende ganharam na quarta tentativa, mas não perderam, como Lula, três vezes seguidas. (Que alguns, de mau gosto, chamam de CONSECUTIVAS.)
PS - Para terminar por hoje, por hoje. FHC foi eleito por 4 anos, um mandato, ficou 8, dois mandatos. Lula ganhou 8 anos, dois mandatos, se ficar 12 anos, proporcionalmente igual a FHC. (Deviam estudar a emenda nº 24 dos EUA.)
PS 2 - Esta não é de jeito algum a minha convicção. É apenas uma análise isenta, do passado, presente e futuro. (Felizmente, FHC está fora de tudo.)
sábado, 14 de fevereiro de 2009
PSDB quer acelerar 2010, mas Serra hesita
Atento à movimentação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o comando do PSDB está decidido a precipitar o lançamento da candidatura do governador José Serra à Presidência. Serra, porém, resiste. Sob o argumento de que, graças à colocação nas pesquisas, ele sairia vitorioso da disputa interna, tucanos chegam a insistir para que Serra enfrente o governador de Minas, Aécio Neves, em prévias partidárias.
Numa reunião com o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alegou que, se não lançar candidato o "quanto antes", a oposição ficará sem um porta-voz no país. Uma das avaliações é que, se fosse escolhido, o candidato já poderia monopolizar o programa partidário do PSDB. Agora, terá que dividir o tempo com outros governadores.
Ao longo da semana, FHC pediu para que o partido trabalhe para convencer Aécio Neves a abrir mão da disputa. O comando tucano defende ainda que Serra viaje mais pelo Brasil, numa tentativa de ampliar seu capital político fora das regiões Sul e Sudeste.
Hesitação
Serra argumenta, porém, que o eleitorado de São Paulo rejeita a ideia de o governador deixar o Estado num momento de crise para se dedicar à campanha a um ano e sete meses das eleições. Ele teme ser criticado caso estoure um problema em São Paulo durante uma viagem, e manifesta o receio de se transformar, prematuramente, em alvo do PT de São Paulo. "O governador não pode deixar o Estado", pondera o vice-governador, Alberto Goldman.
Além disso, Serra afirma que não há como se lançar sem o apoio de Aécio. Enquanto ele hesita, o PSDB promete aprovar, dentro de dois meses, o regulamento da prévia do partido. Guerra tenta convencer Serra de que a prévia é benéfica para o partido: "Se o Aécio quiser, teremos prévia. Isso movimenta o PSDB", diz Guerra. Além disso, os tucanos organizam para o fim de março uma reunião com prefeitos e vereadores do PPS e do DEM. "Vamos apresentar Serra e Aécio para os aliados", justificou o secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro. "Pelo bem do partido, os dois têm de viajar pelo país", diz Guerra.
Ele avalia que seria melhor lançar o candidato no segundo semestre, porque antes a direção do partido precisa costurar a aliança nos Estados. A data de lançamento da candidatura divide os serristas: o deputado federal Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB-ES) acha que, diante da movimentação de Dilma, "não dá mais para esperar 2010".
Mas o deputado federal Jutahy Jr. (PSDB-BA), discorda. Para ele, a escolha tem de ficar para 2010, pois os candidatos -incluindo Dilma- poderão pagar um preço alto caso antecipem a disputa: "Em 2009, os governadores de São Paulo e Minas têm de administrar seus Estados, e o presidente, o país. Antecipar o processo eleitoral num momento de crise é um desserviço".
Viagem ao Paraná
José Serra participou ontem do Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), onde cumprimentou visitantes, beijou crianças e posou para fotos. Rodeado de lideranças tucanas do Paraná, ele negou que sua visita seja uma antecipação da campanha: "Eu não vim aqui falar em política eleitoral. Acho que está sendo muito antecipado no Brasil esse assunto todo, inclusive pelo próprio governo federal e pelo próprio PT".
"A gente tem que, nesse momento, se debruçar para administrar bem, cumprir as responsabilidades e enfrentar a crise. Essa é a minha prioridade neste momento, e não a política eleitoral, de verdade", afirmou. O governador justificou sua presença na feira paranaense por se tratar de um dos maiores eventos do agronegócio e aproveitou para criticar a política econômica: "O mundo inteiro enfrenta a crise procurando tornar o crédito mais barato, mais acessível.
O Brasil se mantém em direção contrária. Esse é o ponto fraco da política do governo para enfrentar a crise".
Colaborou LUIZ CARLOS DA CRUZ ,da Agência Folha, em Cascavel
Numa reunião com o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alegou que, se não lançar candidato o "quanto antes", a oposição ficará sem um porta-voz no país. Uma das avaliações é que, se fosse escolhido, o candidato já poderia monopolizar o programa partidário do PSDB. Agora, terá que dividir o tempo com outros governadores.
Ao longo da semana, FHC pediu para que o partido trabalhe para convencer Aécio Neves a abrir mão da disputa. O comando tucano defende ainda que Serra viaje mais pelo Brasil, numa tentativa de ampliar seu capital político fora das regiões Sul e Sudeste.
Hesitação
Serra argumenta, porém, que o eleitorado de São Paulo rejeita a ideia de o governador deixar o Estado num momento de crise para se dedicar à campanha a um ano e sete meses das eleições. Ele teme ser criticado caso estoure um problema em São Paulo durante uma viagem, e manifesta o receio de se transformar, prematuramente, em alvo do PT de São Paulo. "O governador não pode deixar o Estado", pondera o vice-governador, Alberto Goldman.
Além disso, Serra afirma que não há como se lançar sem o apoio de Aécio. Enquanto ele hesita, o PSDB promete aprovar, dentro de dois meses, o regulamento da prévia do partido. Guerra tenta convencer Serra de que a prévia é benéfica para o partido: "Se o Aécio quiser, teremos prévia. Isso movimenta o PSDB", diz Guerra. Além disso, os tucanos organizam para o fim de março uma reunião com prefeitos e vereadores do PPS e do DEM. "Vamos apresentar Serra e Aécio para os aliados", justificou o secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro. "Pelo bem do partido, os dois têm de viajar pelo país", diz Guerra.
Ele avalia que seria melhor lançar o candidato no segundo semestre, porque antes a direção do partido precisa costurar a aliança nos Estados. A data de lançamento da candidatura divide os serristas: o deputado federal Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB-ES) acha que, diante da movimentação de Dilma, "não dá mais para esperar 2010".
Mas o deputado federal Jutahy Jr. (PSDB-BA), discorda. Para ele, a escolha tem de ficar para 2010, pois os candidatos -incluindo Dilma- poderão pagar um preço alto caso antecipem a disputa: "Em 2009, os governadores de São Paulo e Minas têm de administrar seus Estados, e o presidente, o país. Antecipar o processo eleitoral num momento de crise é um desserviço".
Viagem ao Paraná
José Serra participou ontem do Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), onde cumprimentou visitantes, beijou crianças e posou para fotos. Rodeado de lideranças tucanas do Paraná, ele negou que sua visita seja uma antecipação da campanha: "Eu não vim aqui falar em política eleitoral. Acho que está sendo muito antecipado no Brasil esse assunto todo, inclusive pelo próprio governo federal e pelo próprio PT".
"A gente tem que, nesse momento, se debruçar para administrar bem, cumprir as responsabilidades e enfrentar a crise. Essa é a minha prioridade neste momento, e não a política eleitoral, de verdade", afirmou. O governador justificou sua presença na feira paranaense por se tratar de um dos maiores eventos do agronegócio e aproveitou para criticar a política econômica: "O mundo inteiro enfrenta a crise procurando tornar o crédito mais barato, mais acessível.
O Brasil se mantém em direção contrária. Esse é o ponto fraco da política do governo para enfrentar a crise".
Colaborou LUIZ CARLOS DA CRUZ ,da Agência Folha, em Cascavel
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Os obstáculos para Serra chegar lá
À primeira vista, o governador de São Paulo, José Serra, vive uma situação confortável como potencial candidato à Presidência da República em 2010. Lidera as pesquisas em todos os cenários sobre a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Faz um governo bem-avaliado. Tem dinheiro em caixa para investimentos. Possui laços fortes com o grande empresariado --o que é fundamental para o financiamento de campanha.
Mas esse conforto é apenas aparente. Serra anda tenso. Deseja ser ungido logo o candidato do PSDB, mas o governador de Minas, o tucano Aécio Neves, não aceita fato consumado e quer uma disputa em prévias pelo país. Se a escolha fosse hoje, Serra venceria. Mas a que custo?
Em 2006, ele ficou com medo de concorrer contra Lula, que já se recuperara do escândalo do mensalão (2005). A divisão do partido pesou e alimentou o temor de disputar. Cedeu a vez para o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A história é conhecida. Lula venceu.
Serra não pode tratorar Aécio. Se o fizer, o governador poderá cruzar os braços no segundo colégio eleitoral do país, a exemplo do que fez em 2002. Principal articulador da candidatura de Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deseja que Aécio apoie logo Serra. E deseja mais: que o mineiro seja candidato a vice-presidente na chapa do colega de São Paulo. Por ora, Aécio resiste.
Serra sofre também embaraços externos. Qual será o seu discurso de campanha? Ele se aproximou do presidente, com quem tem tido boa parceria administrativa. Vai falar mal de Lula em 2010? Poderá ouvir do presidente que até outro dia o tucano frequentava o Palácio do Planalto e o elogiava.
A crítica de Serra à política monetária (juros altos) do Banco Central não é unânime nem no seu partido. Ainda que fosse, renderia votos? O que Serra mudaria na política econômica? Essa mudança teria apelo eleitoral? Há fundadas dúvidas a respeito desta última indagação.
Qual será o discurso na área social? Vai manter o Bolsa Família, mas com melhoras, procurando uma "porta de saída", para usar um chavão? Isso o atual governo já promete que fará. Por que o eleitorado confiaria na oposição para melhorar o Bolsa Família e não em um candidato da situação? Enfim, há um monte de perguntas no meio do caminho de Serra.
Enquanto o PSDB está dividido e não tem um discurso de campanha consistente, Lula usa a crise como oportunidade para lançar medidas que podem render dividendos políticos à sua provável candidata, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Nessa toada, o presidente tem boa chance de viabilizar a vitória de Dilma.
Há ainda a contradição de ser um político com cabeça de centro-esquerda com uma base de centro-direita. O DEM, antigo PFL, é o aliado preferencial do governador paulista. Lula e o PT adoram associar o PSDB ao PFL, numa jogada retórica para dizer que se trataria de uma volta ao passado (governo FHC). Quando Serra atribui alguma manifestação dos movimentos sociais a interesses políticos-eleitorais, faz um discurso conservador. Criminalizar os movimentos sociais não combina com um político de centro-esquerda, mas é música aos ouvidos de políticos de centro-direita.
Outro problema: a administração de Gilberto Kassab começa a patinar. Não se sabe se o prefeito paulistano entregará as principais promessas da campanha municipal de 2008. Serra será cobrado pelo desempenho de seu afilhado político.
Por último, vem o famoso temperamento de Serra. O desejo obsessivo de ser presidente ajuda por um lado, mas atrapalha por outro. Ele tem procurado demonstrar mais jogo de cintura. Melhorou a relação com a imprensa. Aproximou-se de desafetos --integrar Geraldo Alckmin ao secretariado e se aliar a Orestes Quércia são exemplos disso. Mas ainda mantém uma certa tendência autoritária a querer controlar o noticiário, a tentar evitar perguntas embaraçosas, a editar jornais, rádios e TVs.
Não faltam obstáculos para o favorito Serra chegar lá.
Mas esse conforto é apenas aparente. Serra anda tenso. Deseja ser ungido logo o candidato do PSDB, mas o governador de Minas, o tucano Aécio Neves, não aceita fato consumado e quer uma disputa em prévias pelo país. Se a escolha fosse hoje, Serra venceria. Mas a que custo?
Em 2006, ele ficou com medo de concorrer contra Lula, que já se recuperara do escândalo do mensalão (2005). A divisão do partido pesou e alimentou o temor de disputar. Cedeu a vez para o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A história é conhecida. Lula venceu.
Serra não pode tratorar Aécio. Se o fizer, o governador poderá cruzar os braços no segundo colégio eleitoral do país, a exemplo do que fez em 2002. Principal articulador da candidatura de Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deseja que Aécio apoie logo Serra. E deseja mais: que o mineiro seja candidato a vice-presidente na chapa do colega de São Paulo. Por ora, Aécio resiste.
Serra sofre também embaraços externos. Qual será o seu discurso de campanha? Ele se aproximou do presidente, com quem tem tido boa parceria administrativa. Vai falar mal de Lula em 2010? Poderá ouvir do presidente que até outro dia o tucano frequentava o Palácio do Planalto e o elogiava.
A crítica de Serra à política monetária (juros altos) do Banco Central não é unânime nem no seu partido. Ainda que fosse, renderia votos? O que Serra mudaria na política econômica? Essa mudança teria apelo eleitoral? Há fundadas dúvidas a respeito desta última indagação.
Qual será o discurso na área social? Vai manter o Bolsa Família, mas com melhoras, procurando uma "porta de saída", para usar um chavão? Isso o atual governo já promete que fará. Por que o eleitorado confiaria na oposição para melhorar o Bolsa Família e não em um candidato da situação? Enfim, há um monte de perguntas no meio do caminho de Serra.
Enquanto o PSDB está dividido e não tem um discurso de campanha consistente, Lula usa a crise como oportunidade para lançar medidas que podem render dividendos políticos à sua provável candidata, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Nessa toada, o presidente tem boa chance de viabilizar a vitória de Dilma.
Há ainda a contradição de ser um político com cabeça de centro-esquerda com uma base de centro-direita. O DEM, antigo PFL, é o aliado preferencial do governador paulista. Lula e o PT adoram associar o PSDB ao PFL, numa jogada retórica para dizer que se trataria de uma volta ao passado (governo FHC). Quando Serra atribui alguma manifestação dos movimentos sociais a interesses políticos-eleitorais, faz um discurso conservador. Criminalizar os movimentos sociais não combina com um político de centro-esquerda, mas é música aos ouvidos de políticos de centro-direita.
Outro problema: a administração de Gilberto Kassab começa a patinar. Não se sabe se o prefeito paulistano entregará as principais promessas da campanha municipal de 2008. Serra será cobrado pelo desempenho de seu afilhado político.
Por último, vem o famoso temperamento de Serra. O desejo obsessivo de ser presidente ajuda por um lado, mas atrapalha por outro. Ele tem procurado demonstrar mais jogo de cintura. Melhorou a relação com a imprensa. Aproximou-se de desafetos --integrar Geraldo Alckmin ao secretariado e se aliar a Orestes Quércia são exemplos disso. Mas ainda mantém uma certa tendência autoritária a querer controlar o noticiário, a tentar evitar perguntas embaraçosas, a editar jornais, rádios e TVs.
Não faltam obstáculos para o favorito Serra chegar lá.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Sarney promete apoiar Aécio para presidente
A disposição do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de fechar com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), para o sucessão de Lula foi manifestado numa conversa entre os dois ontem. "Você para mim é Tancredo e não vou ficar contra Tancredo nunca", disse o veterano senador, que foi eleito vice-presidente na chapa encabeçada por Tancredo Neves, avô de Aécio.(Estado de Minas)
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
PT festeja 29 anos fechado com 'projeto Dilma 2010'
O PT comemora nesta terça (10) aniversário de 29 anos. Rendido à vontade de Lula, o partido encontra-se unificado em torno da candidatura de Dilma Rousseff.
Uma candidatura não declarada, que a ministra diz que não assume “nem amarrada”. Mas que, em reunião de seu diretório nacional, o PT deu como favas contadas.
O diretório petista encontrou-se nesta segunda (9), em Brasília. Os dirigentes petistas fizeram uma análise da conjuntura.
Na política, verificou-se que não há voz dissonante na cúpula do PT quanto à opção por Dilma, vista como algo irreversível para a sucessão de 2010.
Na economia, avaliou-se que o governo Lula portou-se com acerto diante da crise financeira global. Ouviram-se, porém, críticas ao Banco Central.
A reunião do diretório prossegue nesta terça (10). O PT deve aprovar uma resolução que pede a flexibilização da política monetária. Leia-se queda da taxa de juros.
Na noite passada, o diretório do PT promoveu, na sede brasiliense do partido, um debate sobre a crise. A debatedora Dilma fez um sucesso de refrigerante.
A chefe da Casa Civil discorreu sobre a crise com desenvoltura de candidata. A certa altura, lembrou uma frase dita por Lula num encontro com empresários:
“Um bom governo combate a crise. Um governo excepcional aproveita as oportunidades da crise”.
Dilma contou à platéia detalhes da reunião do empresariado com Lula, ocorrida no final do ano passado.
Disse que os executivos das grandes empresas reconheceram no presidente “a única pessoa capaz de coesionar o país nesse momento” de turbulência econômica.
Algo que, no dizer de Dilma, “significa uma tomada de consciência de que nosso governo vem agindo corretamente e tomando as decisões corretas”.
Para a presidenciável de Lula, o governo está aniquilando o discurso da oposição e de parte da imprensa.
“Diziam que éramos bons para governar com o vento a favor, mas que não saberíamos o que fazer diante da crise econômica...”
“...Mas há, hoje, clara percepção de que o Brasil está em melhores condições do que qualquer outro país, e de que o governo está tomando as medidas necessárias para o enfrentamento” da crise.
O ápice dos festejos do aniversário do PT será um megajantar, em Brasília, nesta terça. Coisa para 1.200 talheres.
Lula não disse se vai. Sua eventual ausência realçará a presença de Dilma, vista como a grande estrela da noite.
Longe do fausto que marcou a era delúbio-valeriana, o PT foi buscar no bolso dos comensais o dinheiro para o repasto. Estima-se que custará cerca de R$ 100 mil.
O valor da “adesão” variou conforme o tamanho da conta bancária. A menor mordida saiu por R$ 200. A intermediária, R$ 500. A maior, R$ 1.000.
O dia foi organizado como uma passarela para Dilma. Antes do jantar consagrador, a candidata desfilará seu rosto reformado na abertura de um encontro com prefeitos.
Prefeitos de todo país, filiados a legendas governistas e de oposição. O sucesso da empreitada é certo como o nascer do Sol.
Para comprar a simpatia dos prefeitos, o governo vai desembrulhar em Brasília um pacote de bondades.
O afago mais vistoso do embrulho é uma medida provisória que prevê a rolagem de débitos previdenciários dos municípios por 20 anos. Um mimo de R$ 14 bilhões.
Em troca, o governo deseja amarrar as prefeituras a programas idealizados em Brasília. Entre eles o PAC, principal peça do marketing eleitoral de "mãe" Dilma.
Folha Online
Uma candidatura não declarada, que a ministra diz que não assume “nem amarrada”. Mas que, em reunião de seu diretório nacional, o PT deu como favas contadas.
O diretório petista encontrou-se nesta segunda (9), em Brasília. Os dirigentes petistas fizeram uma análise da conjuntura.
Na política, verificou-se que não há voz dissonante na cúpula do PT quanto à opção por Dilma, vista como algo irreversível para a sucessão de 2010.
Na economia, avaliou-se que o governo Lula portou-se com acerto diante da crise financeira global. Ouviram-se, porém, críticas ao Banco Central.
A reunião do diretório prossegue nesta terça (10). O PT deve aprovar uma resolução que pede a flexibilização da política monetária. Leia-se queda da taxa de juros.
Na noite passada, o diretório do PT promoveu, na sede brasiliense do partido, um debate sobre a crise. A debatedora Dilma fez um sucesso de refrigerante.
A chefe da Casa Civil discorreu sobre a crise com desenvoltura de candidata. A certa altura, lembrou uma frase dita por Lula num encontro com empresários:
“Um bom governo combate a crise. Um governo excepcional aproveita as oportunidades da crise”.
Dilma contou à platéia detalhes da reunião do empresariado com Lula, ocorrida no final do ano passado.
Disse que os executivos das grandes empresas reconheceram no presidente “a única pessoa capaz de coesionar o país nesse momento” de turbulência econômica.
Algo que, no dizer de Dilma, “significa uma tomada de consciência de que nosso governo vem agindo corretamente e tomando as decisões corretas”.
Para a presidenciável de Lula, o governo está aniquilando o discurso da oposição e de parte da imprensa.
“Diziam que éramos bons para governar com o vento a favor, mas que não saberíamos o que fazer diante da crise econômica...”
“...Mas há, hoje, clara percepção de que o Brasil está em melhores condições do que qualquer outro país, e de que o governo está tomando as medidas necessárias para o enfrentamento” da crise.
O ápice dos festejos do aniversário do PT será um megajantar, em Brasília, nesta terça. Coisa para 1.200 talheres.
Lula não disse se vai. Sua eventual ausência realçará a presença de Dilma, vista como a grande estrela da noite.
Longe do fausto que marcou a era delúbio-valeriana, o PT foi buscar no bolso dos comensais o dinheiro para o repasto. Estima-se que custará cerca de R$ 100 mil.
O valor da “adesão” variou conforme o tamanho da conta bancária. A menor mordida saiu por R$ 200. A intermediária, R$ 500. A maior, R$ 1.000.
O dia foi organizado como uma passarela para Dilma. Antes do jantar consagrador, a candidata desfilará seu rosto reformado na abertura de um encontro com prefeitos.
Prefeitos de todo país, filiados a legendas governistas e de oposição. O sucesso da empreitada é certo como o nascer do Sol.
Para comprar a simpatia dos prefeitos, o governo vai desembrulhar em Brasília um pacote de bondades.
O afago mais vistoso do embrulho é uma medida provisória que prevê a rolagem de débitos previdenciários dos municípios por 20 anos. Um mimo de R$ 14 bilhões.
Em troca, o governo deseja amarrar as prefeituras a programas idealizados em Brasília. Entre eles o PAC, principal peça do marketing eleitoral de "mãe" Dilma.
Folha Online
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Dilma é recebida como candidata a presidente em reunião do PT
12/12/2008 17:30:00
Do G1
Convidada para abrir encontro de prefeitos eleitos pelo PT, nesta sexta-feira, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi tratada como a candidata do partido para a eleição presidencial de 2010.
Anunciada pelo mestre de cerimônias do evento como a representante das "expectativas de continuidade dos petistas" e das "realizações do governo Lula", Dilma discursou por cerca de meia hora e ao final foi aplaudida de pé.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem afirmado que Dilma é a sua escolhida para a disputa pela sucessão. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP) disse a jornalistas concordar com Lula. Ele ponderou que o partido aguardará o ano que vem para saber se outras pessoas têm as mesmas pretensões, mas destacou as qualidades da ministra, que tem "um perfil de gestão, agregação, conta com o respeito dos empresários e dos trabalhadores e é ligada ao desenvolvimento".
"Não vejo candidatura melhor do que a dela", declarou Berzoini.
Para o presidente do PT, o partido só deve anunciar oficialmente o candidato em fevereiro ou março de 2010, pois a decisão não pode atrapalhar a agenda de Dilma como ministra. "O momento correto de formalizar é em 2010, o ano da eleição."
Berzoini frisou que o partido está gostando da maior aproximação de Dilma, que por sua vez está "ciente da responsabilidade que tem".
"Não há nenhuma restrição a ela no partido", afirmou.
Reunião
O encontro com os prefeitos foi uma forma de Dilma fortalecer as ligações com os militantes petistas, o que é considerado por setores do partido um dos desafios para a consolidação de seu nome como candidata do PT à Presidência da República.
Nas eleições municipais deste ano, Dilma iniciou um movimento para inverter essa situação, participando da campanha de diversos candidatos petistas. A ministra também passou a trabalhar sua imagem e a linguagem de seus discursos, marcados até então por jargões técnicos de difícil entendimento pelo povo.
Vestida de vermelho, a cor do PT, Dilma elogiou o desempenho do partido nas eleições municipais. Disse que, diferentemente do que muitos dizem, a sigla saiu vitoriosa do pleito, principalmente em função da reeleição de muitos prefeitos.
Para a ministra, esse dado "qualitativo" mostra que o partido cresce de forma orgânica e a população aprova o modo petista de governar, comprometido com o desenvolvimento e a distribuição de renda, segundo ela. O PT conquistou 559 municípios nas eleições de outubro.
"A verdade é que o PT cresceu de forma robusta", destacou a ministra em discurso. "Se há algo que se deve politizar é a gestão pública. Nós (governo Lula e prefeitos petistas) temos os mesmos métodos, e é isso que nos distingue", acrescentou.
A chefe da Casa Civil ressaltou também a importância de prefeitos trabalharem em conjunto com o governo federal, lembrando que o governo Lula aumentou os repasses financeiros para as prefeituras. "Essa é uma mudança no padrão republicano de relacionamento."
Alianças
Em outra passagem do discurso, a ministra elogiou a capacidade do PT de fazer alianças partidárias e coligações. O PT e os partidos de oposição disputam o apoio de legendas que hoje fazem parte da coalizão governista para as eleições de 2010, principalmente do PMDB.
Depois da cerimônia de abertura do evento, Dilma foi questionada por jornalistas sobre a declaração feita por Lula de que é a melhor candidata para 2010.
"É uma declaração do presidente Lula. Não posso concordar ou discordar. Só considero isso: uma declaração do presidente Lula", desconversou.
Do G1
Convidada para abrir encontro de prefeitos eleitos pelo PT, nesta sexta-feira, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi tratada como a candidata do partido para a eleição presidencial de 2010.
Anunciada pelo mestre de cerimônias do evento como a representante das "expectativas de continuidade dos petistas" e das "realizações do governo Lula", Dilma discursou por cerca de meia hora e ao final foi aplaudida de pé.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem afirmado que Dilma é a sua escolhida para a disputa pela sucessão. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP) disse a jornalistas concordar com Lula. Ele ponderou que o partido aguardará o ano que vem para saber se outras pessoas têm as mesmas pretensões, mas destacou as qualidades da ministra, que tem "um perfil de gestão, agregação, conta com o respeito dos empresários e dos trabalhadores e é ligada ao desenvolvimento".
"Não vejo candidatura melhor do que a dela", declarou Berzoini.
Para o presidente do PT, o partido só deve anunciar oficialmente o candidato em fevereiro ou março de 2010, pois a decisão não pode atrapalhar a agenda de Dilma como ministra. "O momento correto de formalizar é em 2010, o ano da eleição."
Berzoini frisou que o partido está gostando da maior aproximação de Dilma, que por sua vez está "ciente da responsabilidade que tem".
"Não há nenhuma restrição a ela no partido", afirmou.
Reunião
O encontro com os prefeitos foi uma forma de Dilma fortalecer as ligações com os militantes petistas, o que é considerado por setores do partido um dos desafios para a consolidação de seu nome como candidata do PT à Presidência da República.
Nas eleições municipais deste ano, Dilma iniciou um movimento para inverter essa situação, participando da campanha de diversos candidatos petistas. A ministra também passou a trabalhar sua imagem e a linguagem de seus discursos, marcados até então por jargões técnicos de difícil entendimento pelo povo.
Vestida de vermelho, a cor do PT, Dilma elogiou o desempenho do partido nas eleições municipais. Disse que, diferentemente do que muitos dizem, a sigla saiu vitoriosa do pleito, principalmente em função da reeleição de muitos prefeitos.
Para a ministra, esse dado "qualitativo" mostra que o partido cresce de forma orgânica e a população aprova o modo petista de governar, comprometido com o desenvolvimento e a distribuição de renda, segundo ela. O PT conquistou 559 municípios nas eleições de outubro.
"A verdade é que o PT cresceu de forma robusta", destacou a ministra em discurso. "Se há algo que se deve politizar é a gestão pública. Nós (governo Lula e prefeitos petistas) temos os mesmos métodos, e é isso que nos distingue", acrescentou.
A chefe da Casa Civil ressaltou também a importância de prefeitos trabalharem em conjunto com o governo federal, lembrando que o governo Lula aumentou os repasses financeiros para as prefeituras. "Essa é uma mudança no padrão republicano de relacionamento."
Alianças
Em outra passagem do discurso, a ministra elogiou a capacidade do PT de fazer alianças partidárias e coligações. O PT e os partidos de oposição disputam o apoio de legendas que hoje fazem parte da coalizão governista para as eleições de 2010, principalmente do PMDB.
Depois da cerimônia de abertura do evento, Dilma foi questionada por jornalistas sobre a declaração feita por Lula de que é a melhor candidata para 2010.
"É uma declaração do presidente Lula. Não posso concordar ou discordar. Só considero isso: uma declaração do presidente Lula", desconversou.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Dilma já adota modelo de discurso de Lula (Tribuna da Imprensa)
SÃO SALVADOR (TO) - Ao inaugurar ontem a primeira hidrelétrica financiada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, seguiu à risca as receitas de discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente na festa que reuniu cerca de 150 pessoas, incluindo grandes empreiteiros.
Num palco montado perto do lago formado pelas águas do Rio Tocantins, a 420 quilômetros de Palmas, a ministra lembrou o apagão elétrico no governo tucano, chamou os convidados de "companheiros" e "companheiras" ao invés de "senhores" e "senhoras", como costumava dizer, e fez críticas ao governo anterior.
Com o calor, Lula chegou a emprestar um lenço para a ministra enxugar o suor do rosto. "Vivemos uma insegurança no abastecimento de energia elétrica, que foi o apagão de 2001", disse a ministra, repetindo um tradicional discurso do presidente de crítica ao governo Fernando Henrique Cardoso.
Dilma afirmou que o atual governo definiu como diretrizes do setor de energia a redução do preço das tarifas, a segurança no abastecimento, a competição entre as empresas e a definição de um novo marco regulatório. Foi esse modelo, segundo ela, que viabilizou a construção da Usina de São Salvador, inaugurada ontem. "Antes, se licitava energia sem licença prévia, por exemplo, era papel puro."
A coordenadora do PAC ressaltou que o governo garantiu linhas de financiamentos a longo prazo para a construção de hidrelétricas. Dos R$ 850 milhões de investimentos da usina de São Salvador, do grupo francês GDF Suez, 67% foram recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Construída em 32 meses, a usina foi inaugurada um ano antes do previsto. "O PAC fez com que São Salvador saísse do papel", disse. "Aqueles que dizem que as obras (do PAC) estão atrasadas deveriam dizer que São Salvador foi antecipada", completou. "Nós fornecemos crédito de 20 anos, taxa de juros adequada e prazo de carência."
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, apontado como candidato a vice na chapa presidencial encabeçada pela ministra, se esforçou para aparecer nas imagens ao lado dela e do presidente Lula. Dali, os dois ministros seguiram para Salgueiro, no semiárido pernambucano, onde visitariam o canteiro de obras do projeto de transposição do Rio São Francisco.
Ainda no Tocantins, Lula brincou: "Não sei por que a Dilma está andando muito". A plateia riu. "Eu trabalho com a certeza que quando eu acabar a Presidência, quem vier depois de mim, que eu espero que seja quem eu penso que vai ser, vai receber o País muito mais organizado, mais destravado."
Questionado em entrevista se Dilma e Geddel poderiam compor uma chapa, Lula desconversou: "Primeiro, não sou eu que escolho. Segundo, não é o momento de escolher". "Quando chegar o momento certo eu terei imenso prazer de dizer", completou. Pessoas próximas de Lula dizem que o nome de Geddel como vice de Lula soa como uma "brincadeira".
Num palco montado perto do lago formado pelas águas do Rio Tocantins, a 420 quilômetros de Palmas, a ministra lembrou o apagão elétrico no governo tucano, chamou os convidados de "companheiros" e "companheiras" ao invés de "senhores" e "senhoras", como costumava dizer, e fez críticas ao governo anterior.
Com o calor, Lula chegou a emprestar um lenço para a ministra enxugar o suor do rosto. "Vivemos uma insegurança no abastecimento de energia elétrica, que foi o apagão de 2001", disse a ministra, repetindo um tradicional discurso do presidente de crítica ao governo Fernando Henrique Cardoso.
Dilma afirmou que o atual governo definiu como diretrizes do setor de energia a redução do preço das tarifas, a segurança no abastecimento, a competição entre as empresas e a definição de um novo marco regulatório. Foi esse modelo, segundo ela, que viabilizou a construção da Usina de São Salvador, inaugurada ontem. "Antes, se licitava energia sem licença prévia, por exemplo, era papel puro."
A coordenadora do PAC ressaltou que o governo garantiu linhas de financiamentos a longo prazo para a construção de hidrelétricas. Dos R$ 850 milhões de investimentos da usina de São Salvador, do grupo francês GDF Suez, 67% foram recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Construída em 32 meses, a usina foi inaugurada um ano antes do previsto. "O PAC fez com que São Salvador saísse do papel", disse. "Aqueles que dizem que as obras (do PAC) estão atrasadas deveriam dizer que São Salvador foi antecipada", completou. "Nós fornecemos crédito de 20 anos, taxa de juros adequada e prazo de carência."
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, apontado como candidato a vice na chapa presidencial encabeçada pela ministra, se esforçou para aparecer nas imagens ao lado dela e do presidente Lula. Dali, os dois ministros seguiram para Salgueiro, no semiárido pernambucano, onde visitariam o canteiro de obras do projeto de transposição do Rio São Francisco.
Ainda no Tocantins, Lula brincou: "Não sei por que a Dilma está andando muito". A plateia riu. "Eu trabalho com a certeza que quando eu acabar a Presidência, quem vier depois de mim, que eu espero que seja quem eu penso que vai ser, vai receber o País muito mais organizado, mais destravado."
Questionado em entrevista se Dilma e Geddel poderiam compor uma chapa, Lula desconversou: "Primeiro, não sou eu que escolho. Segundo, não é o momento de escolher". "Quando chegar o momento certo eu terei imenso prazer de dizer", completou. Pessoas próximas de Lula dizem que o nome de Geddel como vice de Lula soa como uma "brincadeira".
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Sarney consolida Dilma, mas abre cisão no PT (Pedro do Coutto)
As vitórias de José Sarney e Michel Temer para as mesas do Congresso, se de um lado consolidaram de modo absoluto a candidatura da ministra Dilma Roussef na sucessão de 2010, mantendo firme a aliança PMDB-PT em torno do governo Lula, de outro contribuíram, especialmente para a eleição de Sarney, para tornar evidente uma cisão no Partido dos Trabalhadores.
Inegavelmente este, no fundo, foi o sentido que inspirou a presença de Tião Viana na disputa pelo comando do Senado. E não apenas isso. A senadora Ideli Salvati, ex-líder do PT, que se empenhou por Tião, acusou correligionários de terem traído compromissos que assumiram em favor desta candidatura.
A insatisfação com Sarney, assim, foi tornada pública. Sentindo a dissidência que começou a aparecer, o PSDB decidiu apoiar o parlamentar do Acre contra o do Amapá, ex-presidente da República. Na esperança de vencer a disputa na chamada câmara alta? Não.
Os senadores tucanos, Arthur Virgílio à frente, sabiam que não poderiam vencer. Até mesmo talvez nem quisessem a vitória, pois esta poderia desestabilizar politicamente o presidente Lula. Não poderia ser este o interesse da oposição. O interesse da oposição era o de encurtar a margem de derrota no Senado visando com isso alimentar a divisão que emergiu das cinzas parlamentares de segunda-feira. Conseguiu.
Como a candidatura de José Serra dá sinais de se encontrar plenamente projetada para o embate do próximo ano, a começar pelo que revelam as pesquisas do Datafolha e do Ibope, o PSDB tenta, desde já, reduzir o poder de fogo do Partido dos Trabalhadores. Manobra, aliás, inteligente. Em relação à qual Tião Viana não pode alegar desconhecimento.
O senador Tião cumpriu com perfeição o desempenho a que se propôs. Não que tenha traído a legenda ou o governo de Lula. Mas sim porque deixou claro a existência de pelo menos uma dose de insatisfação quanto à escolha da chefe da Casa Civil para disputar as eleições presidenciais que vão se realizar daqui a somente vinte meses.
Vinte meses passam depressa. Daí, de outro lado, a urgência do Senado e da Câmara votarem a reforma política, sempre adiada, mas que no momento torna inadiável uma definição nela contida: a reeleição acaba ou permanece? Este é um ponto vital. E não pode a decisão passar deste ano. Se o fim da reeleição, como se espera, ficar para 2010, só poderá vigorar a partir de 2014.
E não é este o interesse do presidente Lula e do próprio PT. O objetivo natural do presidente é que o segundo mandato acabe logo, mesmo ao preço do período presidencial voltar a ser de cinco anos, como foi o de JK antes da crise que começou com a renúncia de Jânio Quadros e atingiu o cume com o movimento militar que derrubou o presidente João Goulart. Mas isso pertence à História, encontra-se na galeria do passado.
O futuro próximo exige uma definição rápida. Sela ela qual for. O fim da reeleição, pelo que se percebe na atmosfera, interessa a todos, envolvendo tanto a opinião pública quanto os partidos. A candidatura Dilma Roussef certamente vai mobilizar o PT, até porque o partido não possui outro caminho, a menos que rompesse com Lula.
Não vai romper, claro. Porém vai desenvolver esforços e articulações para que Dilma Roussef desça um pouco do Planalto e se aproxime mais da planície. Ou seja: vá mais ao encontro do PT. Política é assim.
Inegavelmente este, no fundo, foi o sentido que inspirou a presença de Tião Viana na disputa pelo comando do Senado. E não apenas isso. A senadora Ideli Salvati, ex-líder do PT, que se empenhou por Tião, acusou correligionários de terem traído compromissos que assumiram em favor desta candidatura.
A insatisfação com Sarney, assim, foi tornada pública. Sentindo a dissidência que começou a aparecer, o PSDB decidiu apoiar o parlamentar do Acre contra o do Amapá, ex-presidente da República. Na esperança de vencer a disputa na chamada câmara alta? Não.
Os senadores tucanos, Arthur Virgílio à frente, sabiam que não poderiam vencer. Até mesmo talvez nem quisessem a vitória, pois esta poderia desestabilizar politicamente o presidente Lula. Não poderia ser este o interesse da oposição. O interesse da oposição era o de encurtar a margem de derrota no Senado visando com isso alimentar a divisão que emergiu das cinzas parlamentares de segunda-feira. Conseguiu.
Como a candidatura de José Serra dá sinais de se encontrar plenamente projetada para o embate do próximo ano, a começar pelo que revelam as pesquisas do Datafolha e do Ibope, o PSDB tenta, desde já, reduzir o poder de fogo do Partido dos Trabalhadores. Manobra, aliás, inteligente. Em relação à qual Tião Viana não pode alegar desconhecimento.
O senador Tião cumpriu com perfeição o desempenho a que se propôs. Não que tenha traído a legenda ou o governo de Lula. Mas sim porque deixou claro a existência de pelo menos uma dose de insatisfação quanto à escolha da chefe da Casa Civil para disputar as eleições presidenciais que vão se realizar daqui a somente vinte meses.
Vinte meses passam depressa. Daí, de outro lado, a urgência do Senado e da Câmara votarem a reforma política, sempre adiada, mas que no momento torna inadiável uma definição nela contida: a reeleição acaba ou permanece? Este é um ponto vital. E não pode a decisão passar deste ano. Se o fim da reeleição, como se espera, ficar para 2010, só poderá vigorar a partir de 2014.
E não é este o interesse do presidente Lula e do próprio PT. O objetivo natural do presidente é que o segundo mandato acabe logo, mesmo ao preço do período presidencial voltar a ser de cinco anos, como foi o de JK antes da crise que começou com a renúncia de Jânio Quadros e atingiu o cume com o movimento militar que derrubou o presidente João Goulart. Mas isso pertence à História, encontra-se na galeria do passado.
O futuro próximo exige uma definição rápida. Sela ela qual for. O fim da reeleição, pelo que se percebe na atmosfera, interessa a todos, envolvendo tanto a opinião pública quanto os partidos. A candidatura Dilma Roussef certamente vai mobilizar o PT, até porque o partido não possui outro caminho, a menos que rompesse com Lula.
Não vai romper, claro. Porém vai desenvolver esforços e articulações para que Dilma Roussef desça um pouco do Planalto e se aproxime mais da planície. Ou seja: vá mais ao encontro do PT. Política é assim.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Sarney enviou recado ao Palácio do Planalto, segundo o qual seu preferido é o governador mineiro Aécio Neves e não a Ministra Dilma
Correio Braziliense
Manchete: Eis os generais da marcha para 2010
Com Sarney e Temer, PMDB conquista as duas casas do Congresso
José Sarney (AP) e Michel Temer (SP) venceram ontem com tranquilidade as eleições para presidente do Senado e da Câmara. Os dois são filiados ao PMDB. Os dois já comandaram as respectivas casas antes, por duas vezes. E os dois tornam-se desde já protagonistas da eleição presidencial de 2010. Irritado com interferências do Palácio do Planalto em favor do adversário, Tião Viana (PT-AC), o ex-presidente Sarney avisou que não pretende pôr as tropas que comanda na defesa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para suceder Luiz Inácio Lula da Silva. Ele enviou recado ao Palácio do Planalto, segundo o qual seu preferido é o governador mineiro Aécio Neves. Temer, por seu lado, ainda não fala abertamente sobre o assunto. Mas comanda o diretório nacional do PMDB e terá papel decisivo na construção das futuras alianças. Político muito próximo do governador paulista José Serra (PSDB), contraiu uma dívida de gratidão com Lula, que garantiu o apoio irrestrito do PT e assim ajudou a conduzi-lo ao topo da Câmara. A sorte está lançada. (págs. 1 e 2 a 10)
Alívio no Palácio do Planalto: disputa acaba sem grandes rusgas com alas do partido vitorioso (págs. 1 e 2 a 10)
Deputados licenciados retomam vagas e botam R$ 16,5 mil no bolso por um dia de trabalho (págs. 1 e 2 a 10)
Manchete: Eis os generais da marcha para 2010
Com Sarney e Temer, PMDB conquista as duas casas do Congresso
José Sarney (AP) e Michel Temer (SP) venceram ontem com tranquilidade as eleições para presidente do Senado e da Câmara. Os dois são filiados ao PMDB. Os dois já comandaram as respectivas casas antes, por duas vezes. E os dois tornam-se desde já protagonistas da eleição presidencial de 2010. Irritado com interferências do Palácio do Planalto em favor do adversário, Tião Viana (PT-AC), o ex-presidente Sarney avisou que não pretende pôr as tropas que comanda na defesa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para suceder Luiz Inácio Lula da Silva. Ele enviou recado ao Palácio do Planalto, segundo o qual seu preferido é o governador mineiro Aécio Neves. Temer, por seu lado, ainda não fala abertamente sobre o assunto. Mas comanda o diretório nacional do PMDB e terá papel decisivo na construção das futuras alianças. Político muito próximo do governador paulista José Serra (PSDB), contraiu uma dívida de gratidão com Lula, que garantiu o apoio irrestrito do PT e assim ajudou a conduzi-lo ao topo da Câmara. A sorte está lançada. (págs. 1 e 2 a 10)
Alívio no Palácio do Planalto: disputa acaba sem grandes rusgas com alas do partido vitorioso (págs. 1 e 2 a 10)
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Quem sou eu
- Blog do Paim
- Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.