Atento à movimentação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o comando do PSDB está decidido a precipitar o lançamento da candidatura do governador José Serra à Presidência. Serra, porém, resiste. Sob o argumento de que, graças à colocação nas pesquisas, ele sairia vitorioso da disputa interna, tucanos chegam a insistir para que Serra enfrente o governador de Minas, Aécio Neves, em prévias partidárias.
Numa reunião com o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alegou que, se não lançar candidato o "quanto antes", a oposição ficará sem um porta-voz no país. Uma das avaliações é que, se fosse escolhido, o candidato já poderia monopolizar o programa partidário do PSDB. Agora, terá que dividir o tempo com outros governadores.
Ao longo da semana, FHC pediu para que o partido trabalhe para convencer Aécio Neves a abrir mão da disputa. O comando tucano defende ainda que Serra viaje mais pelo Brasil, numa tentativa de ampliar seu capital político fora das regiões Sul e Sudeste.
Hesitação
Serra argumenta, porém, que o eleitorado de São Paulo rejeita a ideia de o governador deixar o Estado num momento de crise para se dedicar à campanha a um ano e sete meses das eleições. Ele teme ser criticado caso estoure um problema em São Paulo durante uma viagem, e manifesta o receio de se transformar, prematuramente, em alvo do PT de São Paulo. "O governador não pode deixar o Estado", pondera o vice-governador, Alberto Goldman.
Além disso, Serra afirma que não há como se lançar sem o apoio de Aécio. Enquanto ele hesita, o PSDB promete aprovar, dentro de dois meses, o regulamento da prévia do partido. Guerra tenta convencer Serra de que a prévia é benéfica para o partido: "Se o Aécio quiser, teremos prévia. Isso movimenta o PSDB", diz Guerra. Além disso, os tucanos organizam para o fim de março uma reunião com prefeitos e vereadores do PPS e do DEM. "Vamos apresentar Serra e Aécio para os aliados", justificou o secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro. "Pelo bem do partido, os dois têm de viajar pelo país", diz Guerra.
Ele avalia que seria melhor lançar o candidato no segundo semestre, porque antes a direção do partido precisa costurar a aliança nos Estados. A data de lançamento da candidatura divide os serristas: o deputado federal Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB-ES) acha que, diante da movimentação de Dilma, "não dá mais para esperar 2010".
Mas o deputado federal Jutahy Jr. (PSDB-BA), discorda. Para ele, a escolha tem de ficar para 2010, pois os candidatos -incluindo Dilma- poderão pagar um preço alto caso antecipem a disputa: "Em 2009, os governadores de São Paulo e Minas têm de administrar seus Estados, e o presidente, o país. Antecipar o processo eleitoral num momento de crise é um desserviço".
Viagem ao Paraná
José Serra participou ontem do Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), onde cumprimentou visitantes, beijou crianças e posou para fotos. Rodeado de lideranças tucanas do Paraná, ele negou que sua visita seja uma antecipação da campanha: "Eu não vim aqui falar em política eleitoral. Acho que está sendo muito antecipado no Brasil esse assunto todo, inclusive pelo próprio governo federal e pelo próprio PT".
"A gente tem que, nesse momento, se debruçar para administrar bem, cumprir as responsabilidades e enfrentar a crise. Essa é a minha prioridade neste momento, e não a política eleitoral, de verdade", afirmou. O governador justificou sua presença na feira paranaense por se tratar de um dos maiores eventos do agronegócio e aproveitou para criticar a política econômica: "O mundo inteiro enfrenta a crise procurando tornar o crédito mais barato, mais acessível.
O Brasil se mantém em direção contrária. Esse é o ponto fraco da política do governo para enfrentar a crise".
Colaborou LUIZ CARLOS DA CRUZ ,da Agência Folha, em Cascavel
sábado, 14 de fevereiro de 2009
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- Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.
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