Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em São Paulo
PT pode não ter candidatos em SP, MG e RJ
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No Estado mais rico do país ninguém sabe qual aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputará o Palácio dos Bandeirantes. Em Minas Gerais, dois ministros e um ex-prefeito falam em conciliação, mas armam palanques separados. No Rio de Janeiro, o governador peemedebista tem apoio de Brasília, mas um prefeito petista se articula. Na Bahia há rompimento total.
Se PT e PMDB já se aliaram no plano nacional em torno da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, nos quatro maiores colégios eleitorais do Brasil - onde vive quase metade do eleitorado brasileiro - a situação é bem diferente para as disputas estaduais. Por isso, aliados da preferida de Lula temem que ela não possa subir em palanques de candidatos a governador em Estados importantes para não melindrar petistas nem peemedebistas.
Em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia vive quase a metade do eleitorado brasileiro - mais de 64 milhões dos 131 milhões aptos a votar em 2010, segundo números de setembro divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse número é superior ao que reelegeu Lula presidente em 2006, na disputa contra o tucano Geraldo Alckmin: o petista recebeu 58 milhões de votos.
Naquela ocasião, o petista teve solidez no palanque paulista - seu candidato chegou ao segundo turno - e no baiano, com a vitória de seu ex-ministro Jaques Wagner. Dirigentes de ambos os partidos admitem que Dilma, provável candidata do PT à sucessão presidencial, precisará de aliados fortes nas disputas estaduais. Mas a um ano das eleições e com a campanha já ganhando corpo, é grande a indefinição sobre quem estará ao lado dela como candidato a governador ligado ao Palácio do Planalto.
Os quatro maiores colégios eleitorais reúnem 48,7% dos votos no Brasil
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O caso mais grave para Dilma é o de São Paulo, onde as pesquisas apontam fácil reeleição de um governo tucano e ausência de um quadro petista competitivo. Na provável hipótese de o governador José Serra ser seu adversário na disputa nacional, a petista, que na última pesquisa Datafolha aparece tecnicamente empatada com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) em segundo lugar na sucessão presidencial, não corre somente o risco de perder para o tucano no Estado, mas também o de ver as margens de uma eventual derrota crescerem.
O cálculo dos petistas é que sem um rival competitivo o PSDB pode eleger já no primeiro turno o pré-candidato ao governo Geraldo Alckmin. Se assim for, os tucanos usarão carga total contra a ministra em uma eventual segunda votação para a Presidência no maior colégio eleitoral do país. Uma derrota dura em São Paulo pode significar a vitória da oposição.
"Vamos chegar a um nome que unifique esse movimento. A ministra Dilma terá um palanque forte em São Paulo e quem aposta o contrário vai errar", disse ao UOL Notícias o presidente do PT paulista, Edinho Silva. "Podemos não ter acordo com o PMDB estadual, mas vamos procurar a base do partido para construir um projeto com a base aliada do presidente Lula. Vários prefeitos do PMDB têm declarado apoio à Dilma e sabem que o governo federal tem se esforçado. Isso vai nos ajudar."
O presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, já declarou apoio à pré-candidatura do governador José Serra, mas outra liderança importante do partido no Estado, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, é cogitado para ser candidato a vice na chapa de Dilma.
Quércia já sinalizou que teme uma intervenção da cúpula nacional nas alianças feitas em São Paulo e em outros diretórios que prefiram se aliar aos tucanos, como acontece também em Pernambuco. Mas seja como for, não subirá no palanque da petista em São Paulo.
Na disputa em 2006, Lula diminuiu a margem da derrota nos últimos dias antes do segundo turno: 52,26% a 47,74% em favor de Alckmin. Contou com o impulso da candidatura a governador do senador Aloizio Mercadante, que acabou derrotado por Serra.
Dois palanques
Além das dificuldades em São Paulo, onde cogita lançar o ex-ministro Antonio Palocci ou Ciro Gomes, se o último aceitar desistir da disputa presidencial, o PT de Dilma até agora não se entendeu com o PMDB no segundo maior colégio eleitoral do país, Minas Gerais, e no quarto, a Bahia. Nos dois casos estão envolvidos ministros peemedebistas de Lula, mas dirigentes de ambos os partidos já se vêem com candidaturas consolidadas ao governo estadual.
Ciro será rival ou opção de palanque em SP
* Folha Imagem
Na Bahia a possibilidade de reaproximação é mínima, depois do rompimento público da aliança entre o PT do governador Jaques Wagner, ex-ministro do governo Lula, e o PMDB do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que aderiu ao Palácio do Planalto no segundo mandato, depois de longa convivência com os tucanos da gestão de Fernando Henrique Cardoso. Os dois partidos divergem sobre o efeito que a separação terá sobre a candidatura de Dilma à Presidência.
"Não ajuda. Eles estão remando contra a maré porque estão se opondo a um governo da base do presidente Lula, não a um governo da oposição", diz o presidente do PT baiano, Jonas Paulo. "Ajuda sim. A ministra precisa de um palanque forte no Estado e o palanque forte será o do PMDB. Nós atraímos gente que não vota Wagner, mas votará Dilma, como o PR do ex-governador César Borges", afirma o presidente do PMDB estadual, Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel.
Interlocutores de Dilma dizem que se o quadro de antagonismo entre PT e PMDB permanecer na Bahia ela pode ter de abrir mão de fazer campanha com os prováveis candidatos no primeiro turno das eleições - apesar das rusgas ambos os lados dizem que estarão juntos na segunda votação caso o voto final não seja decidido entre Wagner e Geddel. Na disputa do ano que vem, eles devem enfrentar dois representantes da oposição a Lula: o tucano Antonio Imbassahy e o candidato do DEM, possivelmente o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto.
* Folha Imagem
Em 2006, Lula venceu Alckmin na Bahia por 78,08% a 21,92%, contando com a ajuda de Wagner, eleito governador no primeiro turno em aliança com o PMDB.
Questão de vez
Em Minas Gerais o adversário é o governo do tucano Aécio Neves. Embora os conflitos entre petistas e peemedebistas sejam menos duros do que na Bahia, mesmo depois de os partidos anunciarem aliança nacional não houve acerto sobre como conduzir a disputa no segundo maior colégio eleitoral do Brasil.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, aparece nas pesquisas com vantagem no primeiro turno e o PMDB local pressiona para que ele seja o candidato da base aliada em uma provável disputa contra o vice-governador Antonio Anastasia. Por outro lado, o PT tem dois ex-prefeitos de Belo Horizonte que têm chances de vencer na segunda votação: Fernando Pimentel e o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.
"Sabemos que começaram pela aliança nacional porque se fosse o contrário demoraria muito. Só que também sabemos que é a vez do PT", disse o presidente estadual do partido, Reginaldo Lopes. "Isso não significa deixar de ter responsabilidade de dar prioridade para a eleição da ministra Dilma. Vamos discutir com o governo federal, mas temos um posicionamento já pela candidatura. Ainda esperamos compor com o PMDB, com cabeça de chapa do PT. Se não der, respeitaremos. Mas seria melhor para a eleição nacional se fosse uma candidatura só."
Líderes do PMDB mineiro avaliam que a tática de dois palanques ajudaria Dilma porque amplia o espaço de críticas ao candidato tucano à Presidência em praticamente todo o tempo do horário eleitoral gratuito voltado às eleições estaduais. Em 2006, Lula bateu Alckmin por 65,19% a 34,81% no Estado apesar de o governador Aécio Neves, reeleito no primeiro turno, ter feito campanha pelo colega tucano.
* Folha Imagem
O ministro Hélio Costa (PMDB) lidera pesquisas em Minas, mas o PT diz que é sua vez no Estado
No Rio de Janeiro a tendência da maior parte dos governistas é de apoio à campanha reeleitoral do governador Sergio Cabral. Mas há resistência por parte do petista prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, famoso por ser um dos líderes do movimento popular que resultou na renúncia do presidente Fernando Collor, em 1992.
"Vai ser bom para a Dilma que haja várias candidaturas ao governo do Rio porque deixar tudo com o Cabral é problemático. A aprovação dele beira os 30% e a nossa candidata precisa agregar votos que o Cabral hoje afasta", disse Lindberg recentemente a jornalistas. Aliado próximo do presidente, o governador fluminense se movimentou em Brasília para conter os ânimos do PT do Rio de Janeiro.
Em 2006, mesmo sem alinhamento imediato com Cabral nem com sua adversária no segundo turno, a oposicionista Denise Frossard (PPS), Lula superou Alckmin no Estado do Rio de Janeiro por 69,69% a 30,31%.
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Quem sou eu
- Blog do Paim
- Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.
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