sábado, 21 de novembro de 2009

Serra desfila candidatura no PR e flerta com Requião

Fábio Pozzebom/ABr

O governador tucano de São Paulo, José Serra, levou sua candidatura presidencial para passear em Curitiba.

Foi à capital paranaense escorado num pretexto administrativo: a assinatura de um termo de cooperação técnica com o prefeito Beto Richa, também tucano.

Um acordo que prevê a colaboração de São Paulo num projeto de erradicação de favelas curitibanas.

Cuidou-se para que Serra participasse também do lançamento de um programa social-eleitoral de Richa: “Mulher Curitibana”.

Ajeitou-se também para que a cerimônia fosse prestigiada por um político ligado ao governador paranaense Roberto Requião (PMDB).

Chama-se Luiz Cláudio Romanelli. É deputado estadual. Não é um deputado qualquer. Lidera a bancada de Requião na Assembléia Legislativa.

Romanelli foi ao encontro de Serra já no aeroporto. Acompanhou-o, no mesmo carro, até o campus universitário onde se realizou a pajelança tucana.

Falaram sobre o quê? O líder de Requião esquivou-se de informar. Limitou-se a dizer que a conversa “foi muito agradável”.

De resto, Romanelli disse que Serra e Requião devem se encontrar nos próximos dias. A orelha de Dilma Rousseff há de ter ficado quente.

É curiosa a movimentação de Requião. Lulista de mostruário, o governador torce o nariz para o pré-acordo que acomodou o PMDB no colo de Dilma.

Neste sábado (21), Requião será o anfitrião de um encontro de presidentes estaduais do PMDB. Vão a Curitiba para debater a candidatura própria do partido.

Algo que serve aos interesses de Serra, a essa altura mais empenhado em evitar que o PMDB ceda o seu tempo de TV a Dilma do que em obter o apoio do partido.

O prefeito Beto Richa vai às urnas de 2010 como candidato do PSDB ao governo do Paraná. Cederá o seu palanque ao presidenciável que o tucanato escolher.

Embora não se bique com Requião, Beto tenta atrair o PMDB paranaense para a sua coligação. Vale a pena ouvir o prefeito:

“Acredito que a gente pode construir um grande leque de alianças, que pode fortalecer ainda mais um bom projeto a ser apresentado pelo PSDB no ano que vem...”

“...E, nesse projeto, se inclui o PDT do senador Osmar [Dias], o PMDB... O único partido com quem o PSDB não estabeleceu diálogo foi com o PT”.

Curiosa a declaração. Osmar Dias se diz candidato ao governo. Em Brasília, acena com o apoio a Dilma Rousseff.

Requião se diz interessado em empinar uma candidatura presidencial genuinamente pemedebê. O colega Pedro Simon apressou-se em lançar o nome dele.

Ou Beto Richa vende mercadoria que não está na prateleira ou Osmar Dias e Roberto Requião não devem ser tomados a sério.

De resto, é digno de nota o comportamento de Serra. Declara que ainda não é candidato. Afirma que só vai decidir em março de 2010.

Mas, a pretexto de celebrar convênios com prefeitos e governadores, corre o país. Faz campanha nas asas do erário paulista.

Escrito por Josias de Souza às 06h50

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.