O governador tucano de São Paulo, José Serra, levou sua candidatura presidencial para passear em Curitiba.
Foi à capital paranaense escorado num pretexto administrativo: a assinatura de um termo de cooperação técnica com o prefeito Beto Richa, também tucano.
Um acordo que prevê a colaboração de São Paulo num projeto de erradicação de favelas curitibanas.
Cuidou-se para que Serra participasse também do lançamento de um programa social-eleitoral de Richa: “Mulher Curitibana”.
Ajeitou-se também para que a cerimônia fosse prestigiada por um político ligado ao governador paranaense Roberto Requião (PMDB).
Chama-se Luiz Cláudio Romanelli. É deputado estadual. Não é um deputado qualquer. Lidera a bancada de Requião na Assembléia Legislativa.
Romanelli foi ao encontro de Serra já no aeroporto. Acompanhou-o, no mesmo carro, até o campus universitário onde se realizou a pajelança tucana.
Falaram sobre o quê? O líder de Requião esquivou-se de informar. Limitou-se a dizer que a conversa “foi muito agradável”.
De resto, Romanelli disse que Serra e Requião devem se encontrar nos próximos dias. A orelha de Dilma Rousseff há de ter ficado quente.
É curiosa a movimentação de Requião. Lulista de mostruário, o governador torce o nariz para o pré-acordo que acomodou o PMDB no colo de Dilma.
Neste sábado (21), Requião será o anfitrião de um encontro de presidentes estaduais do PMDB. Vão a Curitiba para debater a candidatura própria do partido.
Algo que serve aos interesses de Serra, a essa altura mais empenhado em evitar que o PMDB ceda o seu tempo de TV a Dilma do que em obter o apoio do partido.
O prefeito Beto Richa vai às urnas de 2010 como candidato do PSDB ao governo do Paraná. Cederá o seu palanque ao presidenciável que o tucanato escolher.
Embora não se bique com Requião, Beto tenta atrair o PMDB paranaense para a sua coligação. Vale a pena ouvir o prefeito:
“Acredito que a gente pode construir um grande leque de alianças, que pode fortalecer ainda mais um bom projeto a ser apresentado pelo PSDB no ano que vem...”
“...E, nesse projeto, se inclui o PDT do senador Osmar [Dias], o PMDB... O único partido com quem o PSDB não estabeleceu diálogo foi com o PT”.
Curiosa a declaração. Osmar Dias se diz candidato ao governo. Em Brasília, acena com o apoio a Dilma Rousseff.
Requião se diz interessado em empinar uma candidatura presidencial genuinamente pemedebê. O colega Pedro Simon apressou-se em lançar o nome dele.
Ou Beto Richa vende mercadoria que não está na prateleira ou Osmar Dias e Roberto Requião não devem ser tomados a sério.
De resto, é digno de nota o comportamento de Serra. Declara que ainda não é candidato. Afirma que só vai decidir em março de 2010.
Mas, a pretexto de celebrar convênios com prefeitos e governadores, corre o país. Faz campanha nas asas do erário paulista.
Escrito por Josias de Souza às 06h50
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