segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Autor(es): Raymundo Costa e Raquel Ulhôa
Valor Econômico - 07/10/2009

A cúpula do PSDB decidiu pressionar o governador Aécio Neves (MG) a aceitar a candidatura a vice na chapa de José Serra, governador de São Paulo, a presidente. Aécio, no entanto, já avisou os dirigentes tucanos que não lhe interessa um acordo, nesse momento. O governador mineiro quer adiar o máximo possível a definição do nome que o partido indicará para candidato à Presidência da República.

Muito embora a posição de Aécio seja conhecida do PSDB, a intenção da cúpula tucana é disfaar a pressão sob a forma de "apelos" de líderes, dirigentes regionais e governadores à construção de uma "chapa demolidora", que reuniria São Paulo e Minas Gerais, dois dos três maiores colégios eleitorais do país.

O governador mineiro, atualmente, está em desvantagem no partido em relação a José Serra. O governador paulista tem o favoritismo no PSDB porque, entre os tucanos, é quem demonstra força nas pesquisas para derrotar a candidata do governo e do PT, a ministra Dilma Rousseff.

A direção do PSDB aagora deu tudo o que Aécio pediu, como aprovar a realização de prévias e promover debates nos Estados com a presea dos dois pré-candidatos. O objetivo é assegurar a efetiva colaboração de Aécio na eleição de 2010.

Tanto na eleição de 2002, com José Serra, como na de 2006, o apoio de Aécio ao candidato tucano foi apenas formal. É isso o que os tucanos tucanos pretendem evitar em 2010. Em Roma, onde se encontra, Aécio desmentiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha lhe pedido para não compor uma chapa com Serra e indicar o ex-presidente Itamar Franco para a vaga.

"Se o presidente Lula, obviamente, tiver algum conselho nesse campo, daaos seus aliados e não aos seus adversários, até porque ele me respeita e é por isso mesmo que eu o respeito", disse Aécio, segundo sua assessoria.

Os aliados mais próximos do governador de Minas reconhecem que as últimas semanas não foram boas para Aécio. Ele esperava, por exemplo, por um melhor desempenho da ministra Dilma nas pesquisas. Isso poderia levar Serra a pensar duas vezes antes de trocar uma reeleição considerada garantida por uma eleição incerta a presidente. O desempenho de Aécio nas pesquisas também não é bom, sempre atrás de Dilma Rousseff e Ciro Gomes (PSB).

A intenção dos tucanos não é convencer Aécio a aceitar o lugar de vice, mas também José Serra de que, na eventualidade da vitória tucana, assegurar a Aécio uma função importante no governo. Algo como Barack Obama fez com Hillary Clinton, sua principal adversária nas primárias americana, hoje secretária de Estado dos EUA.

Aécio, no entanto, quer ganhar tempo e deixar qualquer decisão para depois de março. Nesse aspecto, os dois governadores estão de acordo: Serra quer definir sua candidatura em março. A ansiedade maior é do partido e de seus candidatos nos Estados, que precisam definir os palanques regionais.

Essa é uma tarefa que, por enquanto, Serra e Aécio preferem deixar a cargo do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, a fim de evitar o desgaste de tomar partido a um ano da eleição. Serra tem sido mais ativo nas negociações regionais e partidárias. Ele costurou o apoio do PV no Rio de Janeiro, agora duvidoso devido ao provável laamento de Marina Silva a presidente.

Mas antes de qualquer acordo regional, o PSDB precisa resolver suas demandas internas. O Nordeste, por exemplo, é uma questão aberta. O principal líder do partido no Nordeste, por exemplo, é o senador Tasso Jereissati (CE), que trabalha por Aécio e com o qual Serra precisaria ajustar os ponteiros.

A cúpula do PSDB gostaria de ter um candidato escolhido antes de novembro, quando vai ao ar o programa partidário dos tucanos no rádio e na televisão, mas a previsão mais otimista é de que um acordo possa ocorrer em fevereiro. Tarde, na avaliação dos tucanos, quando é sabido que o PT avançou na definição do comando da campanha de Dilma, nos seus projetos de internet e já faz sondagens no mercado para contratação de pessoal.


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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.