JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse que a formalização da candidatura do PT à Presidência deverá se dar apenas no início de 2010, no congresso do partido, mas que o nome da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) já "surge como o mais identificado com o coração" do governo Lula.
"O nome da Dilma pode se consolidar rapidamente. Podem surgir alternativas. No momento, não há ninguém se propondo a isso, mas é preciso deixar esse espaço aberto em nome da democracia do PT e da relação com outros partidos", afirmou.
Segundo ele, apesar da formalização acontecer apenas em 2010, no segundo semestre do ano que vem o partido terá condições de avaliar se poderá ou não apresentar um candidato petista à sucessão de Lula.
No final de semana passado, em São Roque (SP), a ala majoritária do PT discutiu a sucessão presidencial. Segundo a Folha apurou, não houve consenso com relação ao nome de Dilma por conta de eventuais efeitos da crise econômica no país em 2009.
O ex-ministro José Dirceu avalia que é cedo para avançar na discussão de um candidato petista ao Planalto.
"A prioridade do PT, do governo do país, é a crise. Não é antecipar a sucessão. Nós temos uma pré-candidatura, que é a da ministra Dilma. O presidente apresentou ao partido. Ela tem simpatia e tem adesão no partido, mas a questão não está resolvida (...)", disse.
O PT, no entanto, definiu que começará a negociar com potenciais aliados no início do ano que vem, dando prioridade ao PSB, ao PC do B, PDT, PR e PMDB.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
sábado, 6 de dezembro de 2008
Dilma inicia articulação no PT para 2010
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) participou ontem à noite, em São Roque (SP), de evento da corrente majoritária do PT, a CNB (Construindo um Novo Brasil), que inicia o processo de consolidação de seu nome como pré-candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010.
A aposta dos petistas é transformar a atual chefe da Casa Civil em fiadora da estabilidade financeira do Brasil e nome mais bem preparado para dar continuidade ao processo de retomada do crescimento.
Dilma foi convidada para tentar tranqüilizar os militantes sobre eventuais efeitos da crise econômica no Brasil e para traçar um plano de ação que agregue partido e governo com vistas nos próximos dois anos.
"Não há nenhuma resistência ao nome dela. Ela é uma pessoa apreciada e admirada por todos. Vamos trabalhar para que em 2010 nós tenhamos um candidato ou uma candidata, que pode ser a ministra Dilma, que dê continuidade ao desafio que Lula assumiu e venceu até agora", afirmou o deputado federal Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT.
A CNB substituiu o antigo Campo Majoritário da sigla, implodido após a crise do mensalão em 2005. Dilma fez uma palestra na abertura do encontro, que acontece até amanhã em um luxuoso hotel fazenda de São Roque, cidade a cerca de 60 quilômetros de São Paulo.
Dilma não quis falar como pré-candidata. Disse apenas que "a construção de um novo Brasil passa pela forma como o país enfrentará a crise".
Para ela, o PT precisa ser um "partido unido" e manter suas "articulações com os movimentos sociais". "O diálogo dos militantes do governo com os demais petistas é fundamental e não depende da eleição".
A ascensão da ministra Dilma passa pelo fortalecimento da CNB, que nas últimas eleições municipais assistiu às derrotas de adversários internos como a Novo Rumo, da ex-ministra Marta Suplicy, e a Mensagem ao Partido, do ministro Tarso Genro (Justiça).
A ministra afirmou que o Brasil vive um momento de desaceleração econômica, mas que não afetará o desempenho da economia de forma catastrófica em 2009. "Depois da crise, virá a retomada", disse.
Hoje, estará no seminário o ex-ministro José Dirceu, que deixou o governo no escândalo do mensalão, em 2005.
Hotel fazenda
Para o evento, as diárias do hotel custam em média cerca de R$ 350, com refeições completas para os participantes.
Até ontem, a CNB não havia informado quantas militantes participariam do encontro nem quem pagaria as despesas. A Folha apurou que são mais de 220 pessoas.
O hotel, que tem quadras poliesportivas, piscinas, academia de ginástica, sauna, salão de festas, bosques e restaurantes, foi fechado para os petistas no final de semana.
A aposta dos petistas é transformar a atual chefe da Casa Civil em fiadora da estabilidade financeira do Brasil e nome mais bem preparado para dar continuidade ao processo de retomada do crescimento.
Dilma foi convidada para tentar tranqüilizar os militantes sobre eventuais efeitos da crise econômica no Brasil e para traçar um plano de ação que agregue partido e governo com vistas nos próximos dois anos.
"Não há nenhuma resistência ao nome dela. Ela é uma pessoa apreciada e admirada por todos. Vamos trabalhar para que em 2010 nós tenhamos um candidato ou uma candidata, que pode ser a ministra Dilma, que dê continuidade ao desafio que Lula assumiu e venceu até agora", afirmou o deputado federal Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT.
A CNB substituiu o antigo Campo Majoritário da sigla, implodido após a crise do mensalão em 2005. Dilma fez uma palestra na abertura do encontro, que acontece até amanhã em um luxuoso hotel fazenda de São Roque, cidade a cerca de 60 quilômetros de São Paulo.
Dilma não quis falar como pré-candidata. Disse apenas que "a construção de um novo Brasil passa pela forma como o país enfrentará a crise".
Para ela, o PT precisa ser um "partido unido" e manter suas "articulações com os movimentos sociais". "O diálogo dos militantes do governo com os demais petistas é fundamental e não depende da eleição".
A ascensão da ministra Dilma passa pelo fortalecimento da CNB, que nas últimas eleições municipais assistiu às derrotas de adversários internos como a Novo Rumo, da ex-ministra Marta Suplicy, e a Mensagem ao Partido, do ministro Tarso Genro (Justiça).
A ministra afirmou que o Brasil vive um momento de desaceleração econômica, mas que não afetará o desempenho da economia de forma catastrófica em 2009. "Depois da crise, virá a retomada", disse.
Hoje, estará no seminário o ex-ministro José Dirceu, que deixou o governo no escândalo do mensalão, em 2005.
Hotel fazenda
Para o evento, as diárias do hotel custam em média cerca de R$ 350, com refeições completas para os participantes.
Até ontem, a CNB não havia informado quantas militantes participariam do encontro nem quem pagaria as despesas. A Folha apurou que são mais de 220 pessoas.
O hotel, que tem quadras poliesportivas, piscinas, academia de ginástica, sauna, salão de festas, bosques e restaurantes, foi fechado para os petistas no final de semana.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Vale repetir: vão entregar o poder ao Serra? (Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa)
BRASÍLIA - Insistimos na pergunta: vão entregar o poder ao Serra? A referência é para o fato de que nem divulgadas vêm sendo as pesquisas encomendadas pelo Palácio do Planalto e adjacências a respeito das possibilidades de Dilma Rousseff eleger-se em 2010. A chefe da Casa Civil não passa de um dígito enquanto o governador de São Paulo vai além dos 40%.
As coisas podem mudar, ouve-se nos bastidores do governo, sendo o presidente Lula, por enquanto, o maior crédulo nas mudanças. O diabo é que, se as coisas não mudarem, como fica o sistema de poder hoje exercido pelo PT, PMDB e penduricalhos, beneficiados com nomeações, favores e facilidades de toda ordem?
Como ficarão as centrais sindicais, mesmo condenadas a um silêncio constrangedor, com a CUT à frente, mas felizes por conta da participação de seus dirigentes no banquete servido desde 2003? Nem se fala dos bancos e das financeiras, atendidos em suas mínimas necessidades ao primeiro sinal da crise mundial. Até os aquinhoados pelo bolsa-família começam a preocupar-se, ainda que pareça impossível José Serra retirar-lhes a esmola.
Todo esse complexo aglomerado de comensais anda acordando de pesadelos diante da simples hipótese de entrar em campo um novo time, provavelmente não menos ávido de ganhar as tetas do governo, dispostos que estão os tucanos a recuperar o tempo perdido.
Entregarão o poder ao Serra, sabendo todos das conseqüências para a vida de cada um, individualmente, além do estrago que poderá ser feito em suas corporações?
A partir da possibilidade de a candidatura da companheira não decolar, abrem-se mil esboços de estratégias. Por que não admitir outro nome do PT? A resposta é que o partido anda ralo de possibilidades, depois da queda de José Dirceu e de Antônio Palocci. Que tal buscar fora do PT, mas no governo, uma alternativa fiel?
Quem, sabendo-se que Henrique Meirelles não é do ramo e Nelson Jobim enfrenta sérios problemas de convivência no PMDB? Pinçar um candidato nos pequenos partidos afins, tipo Ciro Gomes? Também não dá, menos pelo sumiço do candidato duas vezes derrotado, mais por conta da ciumeira petista.
Esperar que Aécio Neves deixasse o ninho dos tucanos para lançar-se na aventura peemedebista? Ora, a legenda que antes pertenceu ao dr. Ulysses é hoje feudo de Lula, não propriamente entusiasmado pelo governador mineiro. Como se trata de um delírio esperar que o presidente manifeste qualquer simpatia pela candidatura do governador paulista, fica a equação à espera do principal fator: fazer o que para não entregar o poder a José Serra?
Quem quiser que conclua, partindo da premissa de não ser porque o termômetro registra altas temperaturas ser dele a culpa pela febre. O fato de há mais de dois anos estarmos alertando para o perigo do terceiro mandato ou similar não significa a sua defesa. Pelo contrário, exprime um alerta e uma denúncia.
Estão tramando a continuidade de Lula através de artifícios variados: se Fernando Henrique mudou despudoradamente as regras do jogo para conquistar o segundo mandato, por que Lula não poderia, "democraticamente", fazer o mesmo? Ou então, para evitar a confusão eleitoral de dois em dois anos, por que não estabelecer a coincidência de mandatos municipais, estaduais e federais em 2012, com a prorrogação por dois anos dos períodos presidenciais, governamentais e congressuais? Todos iriam adorar. Para concluir, mais uma repetição: vão entregar o poder ao Serra?
"Exército Brancaleone"?
Os três mosqueteiros viraram quatro quando Cristovam Buarque, Eduardo Suplicy e Fernando Gabeira admitiram Paulo Paim na caravana que nos próximos dias começa a percorrer o País sustentando a necessidade de uma nova candidatura presidencial fora do eixo Dilma-Serra. Pediram inscrição os senadores Mozarildo Cavalcanti e Mão Santa, esperando-se a próxima adesão do senador Pedro Simon. Também Artur Virgílio foi convocado.
Não demora muito deixará de caber numa Kombi a comitiva programada para fazer palestras em universidades diversas. Vão precisar de um ônibus, ainda que se parlamentares ricos forem cooptados, por certo providenciarão um vôo-charter.
Com todo o respeito pelos ideais e até pelo diagnóstico correto de tornar-se necessário um candidato do Brasil, não apenas de São Paulo ou do PAC, a verdade é que essa iniciativa lembra muito as aventuras do "Exército Brancaleone", inesquecível filme dos anos sessenta. Se não vão salvar Jerusalém das mãos dos infiéis, almejam ao menos oferecer ao País uma alternativa acima e além do ninho dos tucanos ou da estância dos companheiros.
Pode não dar em nada a empreitada, como tantas similares verificadas no passado. Será bom não esquecer, porém, que a campanha das "Diretas-Já" começou com um comício em Goiânia, com menos de quinhentas pessoas em praça pública aplaudindo o dr. Ulysses. A bola de neve cresceu, no final eram milhões, reunidos em torno dos maiores líderes nacionais, de Lula a Brizola, de Tancredo a Sobral Pinto, de Franco Montoro a Miguel Arraes. Fora alguns bicões que por caridade é bom não citar. Os de lá e os de cá...
Estado laico
Vamos deixar de fora o fato de que Cássio Cunha Lima perdeu o mandato de governador da Paraíba por haver feito no plano estadual aquilo que Lula cansou de fazer no plano federal, ou seja, tirar proveito de obras assistenciais realizadas em seu primeiro mandato para concorrer a um segundo. O jovem acabou fulminado pela Justiça Eleitoral, o torneiro-mecânico vai bem, obrigado.
O problema é que decisões judiciais não se discutem. Cumprem-se. Não dá para entender, assim, como o arcebispo de João Pessoa tenha comparecido ao palácio do governo não apenas para hipotecar solidariedade a Cássio Cunha Lima, um direito seu e até uma iniciativa louvável, mas para descer tacape e borduna no lombo do senador José Maranhão, que vai assumir o governo do estado. Duas vezes governador segundo colocado nas eleições de 2006, manda a lei que Maranhão ocupe o cargo. Por que diabos o arcebispo tinha de se meter em questões político-partidárias? O estado, no Brasil, continua laico...
A moda vinda do frio
Encontrou-se o presidente Lula, ontem, com o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev. Jantaram no Rio, deixando em aberto à indagação de ser verdade que os russos não entendem nada de protocolo, porque a obrigação de seu presidente era vir até Brasília, sede do poder federal, para as cerimônias de rotina.
Como George W. Bush já fez isso não faz muito, indo a São Paulo sem passar pela capital federal, é provável que a iniciativa russa tenha mais a ver com a disputa entre as duas potências do que propriamente com a intenção de nos desprestigiar. Como Lula engoliu mais um sapo na política internacional, deslocando-se para o Rio, o problema é dele. Ou dos caças Sukoi, que deixamos de comprar por pressão dos americanos, ainda que tenhamos adquirido uns tantos helicópteros russos de combate.
O que faz a gente pensar é sobre a conversa que mantiveram. Porque Medvedev acaba de ter seu mandato prorrogado, de quatro para seis anos. A Duma aprovou quase por unanimidade o casuísmo inexplicável, já que o representante das estepes foi eleito para quatro, não para seis anos. Qualquer mudança na legislação, pela lógica, deveria valer para o seu sucessor, não para ele. Será que a moda vinda do frio poderá nos contaminar?
As coisas podem mudar, ouve-se nos bastidores do governo, sendo o presidente Lula, por enquanto, o maior crédulo nas mudanças. O diabo é que, se as coisas não mudarem, como fica o sistema de poder hoje exercido pelo PT, PMDB e penduricalhos, beneficiados com nomeações, favores e facilidades de toda ordem?
Como ficarão as centrais sindicais, mesmo condenadas a um silêncio constrangedor, com a CUT à frente, mas felizes por conta da participação de seus dirigentes no banquete servido desde 2003? Nem se fala dos bancos e das financeiras, atendidos em suas mínimas necessidades ao primeiro sinal da crise mundial. Até os aquinhoados pelo bolsa-família começam a preocupar-se, ainda que pareça impossível José Serra retirar-lhes a esmola.
Todo esse complexo aglomerado de comensais anda acordando de pesadelos diante da simples hipótese de entrar em campo um novo time, provavelmente não menos ávido de ganhar as tetas do governo, dispostos que estão os tucanos a recuperar o tempo perdido.
Entregarão o poder ao Serra, sabendo todos das conseqüências para a vida de cada um, individualmente, além do estrago que poderá ser feito em suas corporações?
A partir da possibilidade de a candidatura da companheira não decolar, abrem-se mil esboços de estratégias. Por que não admitir outro nome do PT? A resposta é que o partido anda ralo de possibilidades, depois da queda de José Dirceu e de Antônio Palocci. Que tal buscar fora do PT, mas no governo, uma alternativa fiel?
Quem, sabendo-se que Henrique Meirelles não é do ramo e Nelson Jobim enfrenta sérios problemas de convivência no PMDB? Pinçar um candidato nos pequenos partidos afins, tipo Ciro Gomes? Também não dá, menos pelo sumiço do candidato duas vezes derrotado, mais por conta da ciumeira petista.
Esperar que Aécio Neves deixasse o ninho dos tucanos para lançar-se na aventura peemedebista? Ora, a legenda que antes pertenceu ao dr. Ulysses é hoje feudo de Lula, não propriamente entusiasmado pelo governador mineiro. Como se trata de um delírio esperar que o presidente manifeste qualquer simpatia pela candidatura do governador paulista, fica a equação à espera do principal fator: fazer o que para não entregar o poder a José Serra?
Quem quiser que conclua, partindo da premissa de não ser porque o termômetro registra altas temperaturas ser dele a culpa pela febre. O fato de há mais de dois anos estarmos alertando para o perigo do terceiro mandato ou similar não significa a sua defesa. Pelo contrário, exprime um alerta e uma denúncia.
Estão tramando a continuidade de Lula através de artifícios variados: se Fernando Henrique mudou despudoradamente as regras do jogo para conquistar o segundo mandato, por que Lula não poderia, "democraticamente", fazer o mesmo? Ou então, para evitar a confusão eleitoral de dois em dois anos, por que não estabelecer a coincidência de mandatos municipais, estaduais e federais em 2012, com a prorrogação por dois anos dos períodos presidenciais, governamentais e congressuais? Todos iriam adorar. Para concluir, mais uma repetição: vão entregar o poder ao Serra?
"Exército Brancaleone"?
Os três mosqueteiros viraram quatro quando Cristovam Buarque, Eduardo Suplicy e Fernando Gabeira admitiram Paulo Paim na caravana que nos próximos dias começa a percorrer o País sustentando a necessidade de uma nova candidatura presidencial fora do eixo Dilma-Serra. Pediram inscrição os senadores Mozarildo Cavalcanti e Mão Santa, esperando-se a próxima adesão do senador Pedro Simon. Também Artur Virgílio foi convocado.
Não demora muito deixará de caber numa Kombi a comitiva programada para fazer palestras em universidades diversas. Vão precisar de um ônibus, ainda que se parlamentares ricos forem cooptados, por certo providenciarão um vôo-charter.
Com todo o respeito pelos ideais e até pelo diagnóstico correto de tornar-se necessário um candidato do Brasil, não apenas de São Paulo ou do PAC, a verdade é que essa iniciativa lembra muito as aventuras do "Exército Brancaleone", inesquecível filme dos anos sessenta. Se não vão salvar Jerusalém das mãos dos infiéis, almejam ao menos oferecer ao País uma alternativa acima e além do ninho dos tucanos ou da estância dos companheiros.
Pode não dar em nada a empreitada, como tantas similares verificadas no passado. Será bom não esquecer, porém, que a campanha das "Diretas-Já" começou com um comício em Goiânia, com menos de quinhentas pessoas em praça pública aplaudindo o dr. Ulysses. A bola de neve cresceu, no final eram milhões, reunidos em torno dos maiores líderes nacionais, de Lula a Brizola, de Tancredo a Sobral Pinto, de Franco Montoro a Miguel Arraes. Fora alguns bicões que por caridade é bom não citar. Os de lá e os de cá...
Estado laico
Vamos deixar de fora o fato de que Cássio Cunha Lima perdeu o mandato de governador da Paraíba por haver feito no plano estadual aquilo que Lula cansou de fazer no plano federal, ou seja, tirar proveito de obras assistenciais realizadas em seu primeiro mandato para concorrer a um segundo. O jovem acabou fulminado pela Justiça Eleitoral, o torneiro-mecânico vai bem, obrigado.
O problema é que decisões judiciais não se discutem. Cumprem-se. Não dá para entender, assim, como o arcebispo de João Pessoa tenha comparecido ao palácio do governo não apenas para hipotecar solidariedade a Cássio Cunha Lima, um direito seu e até uma iniciativa louvável, mas para descer tacape e borduna no lombo do senador José Maranhão, que vai assumir o governo do estado. Duas vezes governador segundo colocado nas eleições de 2006, manda a lei que Maranhão ocupe o cargo. Por que diabos o arcebispo tinha de se meter em questões político-partidárias? O estado, no Brasil, continua laico...
A moda vinda do frio
Encontrou-se o presidente Lula, ontem, com o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev. Jantaram no Rio, deixando em aberto à indagação de ser verdade que os russos não entendem nada de protocolo, porque a obrigação de seu presidente era vir até Brasília, sede do poder federal, para as cerimônias de rotina.
Como George W. Bush já fez isso não faz muito, indo a São Paulo sem passar pela capital federal, é provável que a iniciativa russa tenha mais a ver com a disputa entre as duas potências do que propriamente com a intenção de nos desprestigiar. Como Lula engoliu mais um sapo na política internacional, deslocando-se para o Rio, o problema é dele. Ou dos caças Sukoi, que deixamos de comprar por pressão dos americanos, ainda que tenhamos adquirido uns tantos helicópteros russos de combate.
O que faz a gente pensar é sobre a conversa que mantiveram. Porque Medvedev acaba de ter seu mandato prorrogado, de quatro para seis anos. A Duma aprovou quase por unanimidade o casuísmo inexplicável, já que o representante das estepes foi eleito para quatro, não para seis anos. Qualquer mudança na legislação, pela lógica, deveria valer para o seu sucessor, não para ele. Será que a moda vinda do frio poderá nos contaminar?
domingo, 23 de novembro de 2008
FHC quer que PSDB defina nome para sucessão presidencial já em 2009
FHC defende que PSDB tenha candidato para concorrer à sucessão presidencial em 2010
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S. Paulo
O presidente de honra do PSDB e ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, defendeu neste sábado (22) que o partido apresente à sociedade já no ano que vem um único candidato à sucessão do petista Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em 2010. Ele não descarta a convenção como mecanismo de escolha.
Lula Marques/Folha Imagem
"É cedo para definir [esse nome] agora, mas não é cedo para iniciarmos as conversas entre nós. E não temos medo. Se houver divisão, fazemos a convenção. Mas [o partido] tem de ter um candidato. Caso contrário, as forças da sociedade não têm por onde ecoar, não têm como se exprimir porque não há outro lado. Nós temos de apresentar o outro lado", disse.
O ex-presidente, no entanto, não quis citar nomes. "Nós temos vários líderes com essa capacidade de despertar entusiasmo nos nossos militantes. Vamos convergir e, no momento que isso acontecer, podem contar comigo. Essa é a única coisa que eu quero fazer -ajudar a formar essa visão que incorpore alguém", disse ele em São Paulo, em evento para uma platéia de 400 pessoas, entre prefeitos e vereadores eleitos do PSDB no Estado.
Antes de iniciar seu discurso, FHC fez questão de avisar que havia jantado com o governador de São Paulo, José Serra, na madrugada anterior.
O paulista trava disputa interna com o colega mineiro Aécio Neves pelo direito de concorrer à Presidência pela chapa tucana. O ex-presidente também deve se reunir com Aécio nos próximos dias.
À tarde, ao chegar ao evento, Serra foi saudado como "futuro presidente da República", mas não quis falar de eleição.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Com Dilma, Lula afasta Aécio e Ciro (Pedro do Coutto)
Em Roma, cidade eterna, como se diz, ao incluir a ministra Dilma Rousseff na visita que ele e dona Marisa fizeram ao papa Bento XVI, Lula já teria deixado absolutamente claro que ela é a sua candidata, e do PT, à sucessão presidencial de 2010. Porém, para enfatizar ainda mais sua opção pela chefe da Casa Civil, referiu-se explicitamente ao seu desejo pessoal de vê-la disputando o Palácio do Planalto. Sublinhou fortemente o episódio, inclusive politizando-o ao máximo.
Lançamento de uma candidatura na audiência com Sua Santidade. Brasília vale uma missa, pode-se dizer repetindo frase histórica quanto a Paris de um rei da França no passado. Pelo cenário do lançamento, a escolha é mais que definitiva. Para ganhar ou para perder. Luís Inácio da Silva não tem mais linha de recuo.
Com isso, afastou totalmente as hipóteses de vir a apoiar ou Aécio Neves, caso deixasse o PSDB e fosse para o PMDB, ou Ciro Gomes, em aliança com o PSB. Aécio ainda vai lutar por um lugar ao sol entre os tucanos. Ciro Gomes ficou completamente sem espaço. Pode concorrer isoladamente pelo Partido Socialista Brasileiro, mas sem possibilidade de êxito. Aliás, seria sua terceira tentativa. Na primeira, em 98, teve 10 por cento dos votos.
Na segunda, em 2002, chegou à escala de 112 pontos. Sua legenda é muito fraca, carece de estrutura sólida, o tempo na televisão é mínimo. A impressão que se tem, quanto a Aécio, é que, se não conseguir derrotar José Serra na convenção do PSDB, não terá outro caminho senão apoiá-lo, inclusive podendo aceitar a vice na chapa de oposição. Inclusive, pressentindo que não seria acolhido por Lula, o governador de Minas já iniciou uma série de críticas ao governo, aliás reproduzidas em uma das colunas recentes de Dora Kramer em "O Estado de S. Paulo".
Fechava a estrada do situacionismo, e, como se dizia antigamente, Aécio Neves optou pela rota da oposição. Está certo. Não podendo ser reeleito daqui a dois anos para o Palácio da Liberdade, o chefe do Executivo mineiro ou tenta uma aproximação com o governador de São Paulo ou renuncia seis meses antes para se candidatar ao Senado.
Aliás, sob este aspecto, verifica-se a total impropriedade da legislação eleitoral brasileira introduzida pela emenda 16, de junho de 97. Um governador que disputar a reeleição não precisa desincompatibilizar-se. Enfrenta as urnas no cargo. Mas se desejar candidatar-se ao Senado ou à Câmara dos Deputados precisa renunciar seis meses antes. O mesmo absurdo se aplica ao presidente da República e aos prefeitos.
Das duas, uma: ou ninguém precisaria sair, como ocorre nos Estados Unidos, ou então todos têm que sair. A diferença, resultante de um casuísmo para beneficiar Fernando Henrique Cardoso e que acabou beneficiando também Lula, é simplesmente incompreensível à luz do Direito. Isso de um lado. De outro, pelo que os sintomas indicam, o instituto da reeleição vai terminar com o anunciado projeto de reforma política.
O fim da reeleição viabilizaria Lula para disputar um novo mandato em 2014 ou 2015. Neste último caso, se o término da reeleição acarretasse consigo a volta do mandato presidencial de cinco anos. Eu disse que Dilma Rousseff é a candidata definitiva de Lula para ganhar ou perder. Isso mesmo. Porque, no fundo, o projeto de Lula é o mesmo que Juscelino Kubitschek imaginou para si nas eleições de 60: JK 65, depois de transmitir o governo a Jânio Quadros, em 61.
Era um projeto bastante lógico, pois Juscelino deixou o governo sob grande popularidade. Em 63, lembro bem, as pesquisas do Ibope apontavam grande vantagem para ele contra Carlos Lacerda, virtual candidato da UDN e portanto da oposição. Mas a radicalização do processo político, culminando com a deposição de Jango em 64, mudou todo o esquema. JK era o candidato mais forte para as eleições que não iriam se realizar.
Afirmei que Lacerda era o candidato da oposição. Sem dúvida. Oposição a JK, oposição a Jânio Quadros, já que tinha rompido com o presidente no episódio da condecoração de Guevara, e depois oposição a João Goulart. A contestação a Jânio ficou clara quando, enquanto sexta-feira, em Brasília, Quadros condecorava Che Guevara, no sábado, no Palácio Guanabara, Carlos Lacerda entregava a chave da cidade e recepcionava o líder anticastrista Manoel Varona.
Era a crise explodindo. Três dias depois, como conta Murilo Melo Filho em seu livro, Lacerda vai à TV Tupi e anuncia ter sido convidado pelo presidente para participar de um golpe de estado, incluindo o fechamento do Congresso. Nos bastidores dos quartéis, Jânio tentou armar uma intervenção na Guanabara. Não obtendo o apoio dos ministros Odilo Denys, Silvio Heck e Gabriel Grun Moss, escolheu o lance da renúncia.
Pensou em mobilizar multidões nas ruas por seu retorno nos braços do povo. Mas as multidões se mobilizaram pela posse de Goulart. Rei morto, rei posto, como afirmou na ocasião o governador Juraci Magalhães, então na UDN, mas que fora o primeiro presidente da Petrobras, nomeado por Vargas em 54, meses antes da tragédia de agosto. Mas estas questões pertencem à história e, portanto, ao passado. Agora, o futuro. Lula fez sua opção. Como disse Júlio César, 43 anos antes de Cristo, a sorte está lançada.
Lançamento de uma candidatura na audiência com Sua Santidade. Brasília vale uma missa, pode-se dizer repetindo frase histórica quanto a Paris de um rei da França no passado. Pelo cenário do lançamento, a escolha é mais que definitiva. Para ganhar ou para perder. Luís Inácio da Silva não tem mais linha de recuo.
Com isso, afastou totalmente as hipóteses de vir a apoiar ou Aécio Neves, caso deixasse o PSDB e fosse para o PMDB, ou Ciro Gomes, em aliança com o PSB. Aécio ainda vai lutar por um lugar ao sol entre os tucanos. Ciro Gomes ficou completamente sem espaço. Pode concorrer isoladamente pelo Partido Socialista Brasileiro, mas sem possibilidade de êxito. Aliás, seria sua terceira tentativa. Na primeira, em 98, teve 10 por cento dos votos.
Na segunda, em 2002, chegou à escala de 112 pontos. Sua legenda é muito fraca, carece de estrutura sólida, o tempo na televisão é mínimo. A impressão que se tem, quanto a Aécio, é que, se não conseguir derrotar José Serra na convenção do PSDB, não terá outro caminho senão apoiá-lo, inclusive podendo aceitar a vice na chapa de oposição. Inclusive, pressentindo que não seria acolhido por Lula, o governador de Minas já iniciou uma série de críticas ao governo, aliás reproduzidas em uma das colunas recentes de Dora Kramer em "O Estado de S. Paulo".
Fechava a estrada do situacionismo, e, como se dizia antigamente, Aécio Neves optou pela rota da oposição. Está certo. Não podendo ser reeleito daqui a dois anos para o Palácio da Liberdade, o chefe do Executivo mineiro ou tenta uma aproximação com o governador de São Paulo ou renuncia seis meses antes para se candidatar ao Senado.
Aliás, sob este aspecto, verifica-se a total impropriedade da legislação eleitoral brasileira introduzida pela emenda 16, de junho de 97. Um governador que disputar a reeleição não precisa desincompatibilizar-se. Enfrenta as urnas no cargo. Mas se desejar candidatar-se ao Senado ou à Câmara dos Deputados precisa renunciar seis meses antes. O mesmo absurdo se aplica ao presidente da República e aos prefeitos.
Das duas, uma: ou ninguém precisaria sair, como ocorre nos Estados Unidos, ou então todos têm que sair. A diferença, resultante de um casuísmo para beneficiar Fernando Henrique Cardoso e que acabou beneficiando também Lula, é simplesmente incompreensível à luz do Direito. Isso de um lado. De outro, pelo que os sintomas indicam, o instituto da reeleição vai terminar com o anunciado projeto de reforma política.
O fim da reeleição viabilizaria Lula para disputar um novo mandato em 2014 ou 2015. Neste último caso, se o término da reeleição acarretasse consigo a volta do mandato presidencial de cinco anos. Eu disse que Dilma Rousseff é a candidata definitiva de Lula para ganhar ou perder. Isso mesmo. Porque, no fundo, o projeto de Lula é o mesmo que Juscelino Kubitschek imaginou para si nas eleições de 60: JK 65, depois de transmitir o governo a Jânio Quadros, em 61.
Era um projeto bastante lógico, pois Juscelino deixou o governo sob grande popularidade. Em 63, lembro bem, as pesquisas do Ibope apontavam grande vantagem para ele contra Carlos Lacerda, virtual candidato da UDN e portanto da oposição. Mas a radicalização do processo político, culminando com a deposição de Jango em 64, mudou todo o esquema. JK era o candidato mais forte para as eleições que não iriam se realizar.
Afirmei que Lacerda era o candidato da oposição. Sem dúvida. Oposição a JK, oposição a Jânio Quadros, já que tinha rompido com o presidente no episódio da condecoração de Guevara, e depois oposição a João Goulart. A contestação a Jânio ficou clara quando, enquanto sexta-feira, em Brasília, Quadros condecorava Che Guevara, no sábado, no Palácio Guanabara, Carlos Lacerda entregava a chave da cidade e recepcionava o líder anticastrista Manoel Varona.
Era a crise explodindo. Três dias depois, como conta Murilo Melo Filho em seu livro, Lacerda vai à TV Tupi e anuncia ter sido convidado pelo presidente para participar de um golpe de estado, incluindo o fechamento do Congresso. Nos bastidores dos quartéis, Jânio tentou armar uma intervenção na Guanabara. Não obtendo o apoio dos ministros Odilo Denys, Silvio Heck e Gabriel Grun Moss, escolheu o lance da renúncia.
Pensou em mobilizar multidões nas ruas por seu retorno nos braços do povo. Mas as multidões se mobilizaram pela posse de Goulart. Rei morto, rei posto, como afirmou na ocasião o governador Juraci Magalhães, então na UDN, mas que fora o primeiro presidente da Petrobras, nomeado por Vargas em 54, meses antes da tragédia de agosto. Mas estas questões pertencem à história e, portanto, ao passado. Agora, o futuro. Lula fez sua opção. Como disse Júlio César, 43 anos antes de Cristo, a sorte está lançada.
sábado, 15 de novembro de 2008
Lula pede a Dilma um 'comportamento de candidata'
Aconselhada pelo chefe, a ministra aproxima-se do PMDB
Líder peemedebista elogia: ‘Ela aprendeu a ouvir a gente’
Pesquisa de opinião vai ‘testar’ imagem da presidenciável
Sérgio Lima/Folha
De passagem por Roma, Lula disse a jornalistas italianos uma verdade e uma inverdade sobre Dilma Rousseff.
O pedaço verdadeiro da entrevista: "Já tenho um nome na cabeça [para 2010], o de Dilma Rousseff".
A lorota: "Ainda não conversei com a ministra. Mas quem conhece a Dilma sabe que ela tem potencial e que poderá ser escolhida [...]”.
Lula já escolheu. Comunicou a decisão à interessada. E encomendou-lhe um “comportamento de candidatura”.
Deu-se há cerca de cinco meses. Desde então, duas Dilmas desfilam pelos corredores do Planalto.
A ministra carrancuda sobrevive apenas nas reuniões administrativas. Nos encontros com políticos, há uma presidenciável em fase de aprendizado.
As maçanetas da Casa Civil, antes avessas a senadores e deputados, tornaram-se subitamente acessíveis.
A pedido do chefe, a ministra dá atenção especial à tribo do PMDB, de cujos quadros Lula planeja extrair um vice.
A nova Dilma arranca elogios. Michel Temer (SP), presidente do PMDB, diz que o partido tem conversado amiúde com a ministra.
Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara, gosta do que vê: “A ministra está mais acessível, mais sorridente. Ela aprendeu a ouvir o que a gente tem a dizer”.
Lula esboça os próximos passos. Planeja a realização de uma pesquisa de opinião. Deseja “testar” a imagem pública de sua presidenciável.
Trama a “oxigenação” do comando do PT. Quer ver na executiva da legenda gente que lhe seja amiga e que tenha votos.
Por exemplo: os governadores Jaques Wagner (Bahia) e Marcelo Deda (Sergipe). Na presidência do PT, Lula quer alguém que lhe devote fidelidade, que não cause problemas.
De resto, como que preocupado com o caminhar da crise financeira, Lula aperta o ritmo na costura de uma aliança que dê a Dilma suporte partidário.
Nesse ponto, a pressa de Lula não condiz com a cautela dos parceiros. Ao discorrer sobre os planos do PMDB, Michel Temer passeia por três alternativas.
O presidente do PMDB diz que, vitaminado pelas urnas municipais, o partido analisará a sério a hipótese de comparecer a 2010 com candidatura própria.
E se a coisa evoluir para uma aliança? Neste caso, diz Temer, a opção “preferencial” é o acordo com as forças que gravitam em torno de Lula.
Mas Temer não exclui o PSDB de José serra e Aécio Neves do campo das cogitações. “A decisão não depende só de mim”, diz o deputado.
O PMDB, no dizer de Temer, não é legenda de “caciques”. A opção de 2010 será construída em regime de colegiado.
Dono de um linguajar mais direto que o de Temer, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), diz que a crise global devolveu o PSDB ao jogo sucessório.
Declara que o discurso da candidatura própria do PMDB é conversa fiada: “O partido tem que trabalhar para manter a aliança com o presidente Lula...”
“...Do contrário, o PMDB teria de adotar um comportamento digno, devolver tudo o que tem no governo e ir embora. Fora disso, é brincadeira”.
Mas Geddel também não tem pressa: “Isso é assunto para segundo semestre do ano que vem”.
Até lá, diz o ministro, “o PMDB deve ter como prioridade a construção da aliança com lula”. Geddel traduz assim o que entende por “prioridade”.
“Eu digo prioridade porque, não sendo mais o presidente Lula o candidato, é preciso analisar a conjuntura...”
“...Num país federado como o nosso, com os interesses que tem, é preciso saber como esse contexto nacional pode se consolidar nas composições dos Estados...”
...Por ora, acho que o PMDB tem que fazer a manifestação de preferência. A boa norma política aconselha a superação dos problemas, para consolidar aliança com o PT”.
No caso de Geddel, o “problema” estadual atende pelo nome de Jaques Wagner. Para 2010, embora não admita de público, o ministro peemedebista é sério candidato a adversário do governador petista na disputa pelo governo da Bahia.
Para que diferenças assim sejam superadas, Dilma terá de exibir, além de sorrisos, musculatura eleitoral que possa ser traduzida em votos.
Escrito por Josias de Souza às 04h46
sábado, 1 de novembro de 2008
Eleições 2010: FH defende nome de consenso do PSDB (Tribuna da Imprensa)
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem um nome de consenso no PSDB para as eleições de 2010. Quinta-feira, dois potenciais candidatos, José Serra e Aécio Neves, concordaram com a realização de uma prévia interna para escolha do candidato ao Palácio do Planalto. Tradicionalmente, cabe à cúpula do PSDB definir o nome do concorrente tucano às eleições.
"Acho que pode haver um nome de consenso no partido. Tenho esperança de que haja uma convergência entre Aécio e Serra. Eles são os potenciais e acho difícil que apareça um terceiro", disse FHC após participar de um prêmio concedido pela mineradora Vale à ex-primeira dama Ruth Cardoso. "Vou trabalhar para que haja um nome de convergência, que para mim pode ser qualquer um dos dois", completou.
Fernando Henrique descartou uma possível ruptura de Aécio com o PSDB caso o partido opte por Serra, que já foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2006. "Não existe essa possibilidade. Isso é absolutamente fora de cogitação", afirmou.
Bem humorado, o ex-presidente aproveitou o evento para ironizar a recente declaração do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, de que o Partido dos Trabalhadores e o PMDB estarão unidos nas eleições de 2010.
"Isso tudo é muito variável e daqui a dois anos acho que o Cabral vai estar conosco", disse. Sem descartar a importância de uma aliança com o PMDB, Fernando Henrique fez questão de ressaltar que fundamental mesmo para o partido tucano é defender uma candidatura que o "povo queira".
"O importante para o PSDB e os demais partidos é encontrar bons candidatos. Essas últimas eleições mostraram que nosso eleitor é muito independente. Ele não segue ordem de ninguém e nem tem muito amor a nenhum partido político especificamente. Ele quer saber quem na naquele momento assegura um futuro melhor".
O ex-presidente aproveitou ainda para descartar a possibilidade de voltar a concorrer ao Palácio do Planalto. "Já disse antes que cada um tem que saber o seu momento na história. Meu papel é agora outro",afirmou.
"Acho que pode haver um nome de consenso no partido. Tenho esperança de que haja uma convergência entre Aécio e Serra. Eles são os potenciais e acho difícil que apareça um terceiro", disse FHC após participar de um prêmio concedido pela mineradora Vale à ex-primeira dama Ruth Cardoso. "Vou trabalhar para que haja um nome de convergência, que para mim pode ser qualquer um dos dois", completou.
Fernando Henrique descartou uma possível ruptura de Aécio com o PSDB caso o partido opte por Serra, que já foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2006. "Não existe essa possibilidade. Isso é absolutamente fora de cogitação", afirmou.
Bem humorado, o ex-presidente aproveitou o evento para ironizar a recente declaração do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, de que o Partido dos Trabalhadores e o PMDB estarão unidos nas eleições de 2010.
"Isso tudo é muito variável e daqui a dois anos acho que o Cabral vai estar conosco", disse. Sem descartar a importância de uma aliança com o PMDB, Fernando Henrique fez questão de ressaltar que fundamental mesmo para o partido tucano é defender uma candidatura que o "povo queira".
"O importante para o PSDB e os demais partidos é encontrar bons candidatos. Essas últimas eleições mostraram que nosso eleitor é muito independente. Ele não segue ordem de ninguém e nem tem muito amor a nenhum partido político especificamente. Ele quer saber quem na naquele momento assegura um futuro melhor".
O ex-presidente aproveitou ainda para descartar a possibilidade de voltar a concorrer ao Palácio do Planalto. "Já disse antes que cada um tem que saber o seu momento na história. Meu papel é agora outro",afirmou.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Aécio antecipa lançamento de sua candidatura (Pedro do Coutto - Tribuna da Imprensa)
Excelente reportagem de Sueli Cotta, "O Globo" de ontem, revelou diretamente que o governador Aécio Neves decidiu antecipar o lançamento de sua candidatura à presidência da República em 2010, defendendo a realização de prévias no partido, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos. Deixou claro assim que pretende enfrentar o governador José Serra na legenda tucana.
Está perfeito, condições não lhe faltam para a colocação. Mas há um complicador em seu caminho, que não existe para Serra, tampouco para Dilma Rousseff, esta do PT. É que a legislação estabelece para os candidatos o prazo mínimo de um ano de filiação partidária e, ao mesmo tempo, que as convenções para a escolha dos nomes se realizem entre seis a três meses do ano das eleições.
Quando falo no prazo de filiação é porque, com base na motivação demonstrada, se for derrotado no PSDB, Aécio terá que voar provavelmente para o PMDB, ou pelo menos tentar este caminho. Nesta hipótese, ele não pode esperar pela convenção do PSDB em 2010. Nesse momento, se perder a disputa para Serra, terá se tornado inelegível por outra agremiação. Por esta razão, como Sueli Cotta ressaltou, é que Aécio Neves deseja antecipar as prévias que propõe para 2009. Caso perca entre os tucanos, até 30 de setembro, no máximo, um ano antes da sucessão presidencial, pode viajar para outro esquema partidário. Mas isso não basta.
Para o projeto do governador mineiro, torna-se necessário que se institucionalize as prévias como fator decisivo na escolha final, o que existe nos Estados Unidos, como se viu na disputa entre Obama e Hillary Clinton, mas não existe no Brasil. Além disso, quem disse que o vencedor de prévias garante sua escolha antecipada?
Não está no papel. Para que esteja, é indispensável mudar-se a lei eleitoral. Difícil. Difícil porque o grupo de Serra, aliás majoritário no PSDB, evidentemente não vai concordar com a mudança, a menos que tenha certeza absoluta na vitória, também antecipada, junto aos convencionais de 2010. De qualquer maneira, mudar leis no campo político é sempre algo problemático.
Aécio sabe disso, muito melhor do que nós. Ele, afinal de contas, é governador de um grande estado, segundo colégio eleitoral do País. Suas declarações podem constituir a primeira iniciativa para aferir a repercussão de um confronto seu com José Serra, ou preparar o terreno para sair do PSDB e buscar outra legenda. O roteiro de viagem mais provável é o PMDB, mas este partido forma firme no governo Lula.
O presidente da República possui uma candidatura lançada, a ministra-chefe da Casa Civil. O PMDB se disporia a deixar os ministérios que detém para abrir espaço para Aécio? Esta é uma pergunta fundamental? Pode ser, entretanto, também que Aécio esteja procurando aproximar-se ainda mais de Lula, colocando-se como alternativa anti-Serra no caso de a candidata Dilma Rousseff não decolar, como devem decolar os que se dispõem a lutar pela presidência da República. Mas seja como for, o prazo de Aécio permanece como sendo o de 30 de setembro de 2009, já que as eleições estão marcadas para o primeiro domingo de outubro do ano seguinte. A intenção de Aécio de disputar a presidência é clara. Se estivesse disposto a incluir no elenco de suas alternativas a hipótese de ser vice de Serra, não teria detonado ontem, em "O Globo", o processo da sucessão de 2010.
Detonou. Deu início concreto ao páreo. Independentemente, inclusive, de acabar ou não com a reeleição. Este aspecto não faz diferença, nem para ele, nem para Serra, nem para Dilma Rousseff. Faz isso, sim, diferença para Lula, que, com a popularidade lá em cima, com seu governo sendo considerado entre ótimo e muito bom por 64 por cento da população, como destacaram as pesquisas do Ibope e Datafolha, e na escala de 69 por cento na visão do instituto Sensus, pode naturalmente programar uma tentativa de retorno ao Planalto em 2014 ou 2015, caso o mandato presidencial permaneça em 4 anos ou passe a ter, sem reeleição, 5 anos de prazo. As cartas começaram a ser colocadas na mesa, os movimentos iniciais a se verificar.
Tanto assim que tanto Serra quanto Aécio, na mesma edição de "O Globo", destinaram elogios ao PMDB, apontando-o como o vencedor das eleições municipais de domingo passado. Isso porque, com reeleição ou sem ela, a disputa permanecerá sendo em dois turnos, modelo francês instituído por De Gaulle em 65, implantado em nosso País no pleito de 89, quando Fernando Collor derrotou Lula pela margem de 4 pontos. Influiu no destino da disputa o debate que ambos travaram em cadeia nacional e que, surpreendentemente no dia seguinte, foi objeto de montagem feita na Rede Globo pelo então subeditor de jornalismo, Alberico Sousa Cruz.
Luís Inácio da Silva não havia ido bem no confronto e Alberico destacou, na síntese que montou, os melhores momentos de Collor e os piores instantes de Lula. Mas esta é outra questão. Pertence ao passado, está nos arquivos da história. Agora é o futuro. Aliás, como sempre, já que, como diz o velho adágio popular, águas passadas não movem moinhos. Mas se tornam exemplos para que se evitem repetições. A memória do País e de cada um de nós é fundamental por isso. O importante, a partir de ontem, é que foi dada a largada para 2010. Faltam 23 meses. O tempo passa rápido.
Está perfeito, condições não lhe faltam para a colocação. Mas há um complicador em seu caminho, que não existe para Serra, tampouco para Dilma Rousseff, esta do PT. É que a legislação estabelece para os candidatos o prazo mínimo de um ano de filiação partidária e, ao mesmo tempo, que as convenções para a escolha dos nomes se realizem entre seis a três meses do ano das eleições.
Quando falo no prazo de filiação é porque, com base na motivação demonstrada, se for derrotado no PSDB, Aécio terá que voar provavelmente para o PMDB, ou pelo menos tentar este caminho. Nesta hipótese, ele não pode esperar pela convenção do PSDB em 2010. Nesse momento, se perder a disputa para Serra, terá se tornado inelegível por outra agremiação. Por esta razão, como Sueli Cotta ressaltou, é que Aécio Neves deseja antecipar as prévias que propõe para 2009. Caso perca entre os tucanos, até 30 de setembro, no máximo, um ano antes da sucessão presidencial, pode viajar para outro esquema partidário. Mas isso não basta.
Para o projeto do governador mineiro, torna-se necessário que se institucionalize as prévias como fator decisivo na escolha final, o que existe nos Estados Unidos, como se viu na disputa entre Obama e Hillary Clinton, mas não existe no Brasil. Além disso, quem disse que o vencedor de prévias garante sua escolha antecipada?
Não está no papel. Para que esteja, é indispensável mudar-se a lei eleitoral. Difícil. Difícil porque o grupo de Serra, aliás majoritário no PSDB, evidentemente não vai concordar com a mudança, a menos que tenha certeza absoluta na vitória, também antecipada, junto aos convencionais de 2010. De qualquer maneira, mudar leis no campo político é sempre algo problemático.
Aécio sabe disso, muito melhor do que nós. Ele, afinal de contas, é governador de um grande estado, segundo colégio eleitoral do País. Suas declarações podem constituir a primeira iniciativa para aferir a repercussão de um confronto seu com José Serra, ou preparar o terreno para sair do PSDB e buscar outra legenda. O roteiro de viagem mais provável é o PMDB, mas este partido forma firme no governo Lula.
O presidente da República possui uma candidatura lançada, a ministra-chefe da Casa Civil. O PMDB se disporia a deixar os ministérios que detém para abrir espaço para Aécio? Esta é uma pergunta fundamental? Pode ser, entretanto, também que Aécio esteja procurando aproximar-se ainda mais de Lula, colocando-se como alternativa anti-Serra no caso de a candidata Dilma Rousseff não decolar, como devem decolar os que se dispõem a lutar pela presidência da República. Mas seja como for, o prazo de Aécio permanece como sendo o de 30 de setembro de 2009, já que as eleições estão marcadas para o primeiro domingo de outubro do ano seguinte. A intenção de Aécio de disputar a presidência é clara. Se estivesse disposto a incluir no elenco de suas alternativas a hipótese de ser vice de Serra, não teria detonado ontem, em "O Globo", o processo da sucessão de 2010.
Detonou. Deu início concreto ao páreo. Independentemente, inclusive, de acabar ou não com a reeleição. Este aspecto não faz diferença, nem para ele, nem para Serra, nem para Dilma Rousseff. Faz isso, sim, diferença para Lula, que, com a popularidade lá em cima, com seu governo sendo considerado entre ótimo e muito bom por 64 por cento da população, como destacaram as pesquisas do Ibope e Datafolha, e na escala de 69 por cento na visão do instituto Sensus, pode naturalmente programar uma tentativa de retorno ao Planalto em 2014 ou 2015, caso o mandato presidencial permaneça em 4 anos ou passe a ter, sem reeleição, 5 anos de prazo. As cartas começaram a ser colocadas na mesa, os movimentos iniciais a se verificar.
Tanto assim que tanto Serra quanto Aécio, na mesma edição de "O Globo", destinaram elogios ao PMDB, apontando-o como o vencedor das eleições municipais de domingo passado. Isso porque, com reeleição ou sem ela, a disputa permanecerá sendo em dois turnos, modelo francês instituído por De Gaulle em 65, implantado em nosso País no pleito de 89, quando Fernando Collor derrotou Lula pela margem de 4 pontos. Influiu no destino da disputa o debate que ambos travaram em cadeia nacional e que, surpreendentemente no dia seguinte, foi objeto de montagem feita na Rede Globo pelo então subeditor de jornalismo, Alberico Sousa Cruz.
Luís Inácio da Silva não havia ido bem no confronto e Alberico destacou, na síntese que montou, os melhores momentos de Collor e os piores instantes de Lula. Mas esta é outra questão. Pertence ao passado, está nos arquivos da história. Agora é o futuro. Aliás, como sempre, já que, como diz o velho adágio popular, águas passadas não movem moinhos. Mas se tornam exemplos para que se evitem repetições. A memória do País e de cada um de nós é fundamental por isso. O importante, a partir de ontem, é que foi dada a largada para 2010. Faltam 23 meses. O tempo passa rápido.
Aécio antecipa lançamento de sua candidatura
Excelente reportagem de Sueli Cotta, "O Globo" de ontem, revelou diretamente que o governador Aécio Neves decidiu antecipar o lançamento de sua candidatura à presidência da República em 2010, defendendo a realização de prévias no partido, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos. Deixou claro assim que pretende enfrentar o governador José Serra na legenda tucana.
Está perfeito, condições não lhe faltam para a colocação. Mas há um complicador em seu caminho, que não existe para Serra, tampouco para Dilma Rousseff, esta do PT. É que a legislação estabelece para os candidatos o prazo mínimo de um ano de filiação partidária e, ao mesmo tempo, que as convenções para a escolha dos nomes se realizem entre seis a três meses do ano das eleições.
Quando falo no prazo de filiação é porque, com base na motivação demonstrada, se for derrotado no PSDB, Aécio terá que voar provavelmente para o PMDB, ou pelo menos tentar este caminho. Nesta hipótese, ele não pode esperar pela convenção do PSDB em 2010. Nesse momento, se perder a disputa para Serra, terá se tornado inelegível por outra agremiação. Por esta razão, como Sueli Cotta ressaltou, é que Aécio Neves deseja antecipar as prévias que propõe para 2009. Caso perca entre os tucanos, até 30 de setembro, no máximo, um ano antes da sucessão presidencial, pode viajar para outro esquema partidário. Mas isso não basta.
Para o projeto do governador mineiro, torna-se necessário que se institucionalize as prévias como fator decisivo na escolha final, o que existe nos Estados Unidos, como se viu na disputa entre Obama e Hillary Clinton, mas não existe no Brasil. Além disso, quem disse que o vencedor de prévias garante sua escolha antecipada?
Não está no papel. Para que esteja, é indispensável mudar-se a lei eleitoral. Difícil. Difícil porque o grupo de Serra, aliás majoritário no PSDB, evidentemente não vai concordar com a mudança, a menos que tenha certeza absoluta na vitória, também antecipada, junto aos convencionais de 2010. De qualquer maneira, mudar leis no campo político é sempre algo problemático.
Aécio sabe disso, muito melhor do que nós. Ele, afinal de contas, é governador de um grande estado, segundo colégio eleitoral do País. Suas declarações podem constituir a primeira iniciativa para aferir a repercussão de um confronto seu com José Serra, ou preparar o terreno para sair do PSDB e buscar outra legenda. O roteiro de viagem mais provável é o PMDB, mas este partido forma firme no governo Lula.
O presidente da República possui uma candidatura lançada, a ministra-chefe da Casa Civil. O PMDB se disporia a deixar os ministérios que detém para abrir espaço para Aécio? Esta é uma pergunta fundamental? Pode ser, entretanto, também que Aécio esteja procurando aproximar-se ainda mais de Lula, colocando-se como alternativa anti-Serra no caso de a candidata Dilma Rousseff não decolar, como devem decolar os que se dispõem a lutar pela presidência da República. Mas seja como for, o prazo de Aécio permanece como sendo o de 30 de setembro de 2009, já que as eleições estão marcadas para o primeiro domingo de outubro do ano seguinte. A intenção de Aécio de disputar a presidência é clara. Se estivesse disposto a incluir no elenco de suas alternativas a hipótese de ser vice de Serra, não teria detonado ontem, em "O Globo", o processo da sucessão de 2010.
Detonou. Deu início concreto ao páreo. Independentemente, inclusive, de acabar ou não com a reeleição. Este aspecto não faz diferença, nem para ele, nem para Serra, nem para Dilma Rousseff. Faz isso, sim, diferença para Lula, que, com a popularidade lá em cima, com seu governo sendo considerado entre ótimo e muito bom por 64 por cento da população, como destacaram as pesquisas do Ibope e Datafolha, e na escala de 69 por cento na visão do instituto Sensus, pode naturalmente programar uma tentativa de retorno ao Planalto em 2014 ou 2015, caso o mandato presidencial permaneça em 4 anos ou passe a ter, sem reeleição, 5 anos de prazo. As cartas começaram a ser colocadas na mesa, os movimentos iniciais a se verificar.
Tanto assim que tanto Serra quanto Aécio, na mesma edição de "O Globo", destinaram elogios ao PMDB, apontando-o como o vencedor das eleições municipais de domingo passado. Isso porque, com reeleição ou sem ela, a disputa permanecerá sendo em dois turnos, modelo francês instituído por De Gaulle em 65, implantado em nosso País no pleito de 89, quando Fernando Collor derrotou Lula pela margem de 4 pontos. Influiu no destino da disputa o debate que ambos travaram em cadeia nacional e que, surpreendentemente no dia seguinte, foi objeto de montagem feita na Rede Globo pelo então subeditor de jornalismo, Alberico Sousa Cruz.
Luís Inácio da Silva não havia ido bem no confronto e Alberico destacou, na síntese que montou, os melhores momentos de Collor e os piores instantes de Lula. Mas esta é outra questão. Pertence ao passado, está nos arquivos da história. Agora é o futuro. Aliás, como sempre, já que, como diz o velho adágio popular, águas passadas não movem moinhos. Mas se tornam exemplos para que se evitem repetições. A memória do País e de cada um de nós é fundamental por isso. O importante, a partir de ontem, é que foi dada a largada para 2010. Faltam 23 meses. O tempo passa rápido.
Está perfeito, condições não lhe faltam para a colocação. Mas há um complicador em seu caminho, que não existe para Serra, tampouco para Dilma Rousseff, esta do PT. É que a legislação estabelece para os candidatos o prazo mínimo de um ano de filiação partidária e, ao mesmo tempo, que as convenções para a escolha dos nomes se realizem entre seis a três meses do ano das eleições.
Quando falo no prazo de filiação é porque, com base na motivação demonstrada, se for derrotado no PSDB, Aécio terá que voar provavelmente para o PMDB, ou pelo menos tentar este caminho. Nesta hipótese, ele não pode esperar pela convenção do PSDB em 2010. Nesse momento, se perder a disputa para Serra, terá se tornado inelegível por outra agremiação. Por esta razão, como Sueli Cotta ressaltou, é que Aécio Neves deseja antecipar as prévias que propõe para 2009. Caso perca entre os tucanos, até 30 de setembro, no máximo, um ano antes da sucessão presidencial, pode viajar para outro esquema partidário. Mas isso não basta.
Para o projeto do governador mineiro, torna-se necessário que se institucionalize as prévias como fator decisivo na escolha final, o que existe nos Estados Unidos, como se viu na disputa entre Obama e Hillary Clinton, mas não existe no Brasil. Além disso, quem disse que o vencedor de prévias garante sua escolha antecipada?
Não está no papel. Para que esteja, é indispensável mudar-se a lei eleitoral. Difícil. Difícil porque o grupo de Serra, aliás majoritário no PSDB, evidentemente não vai concordar com a mudança, a menos que tenha certeza absoluta na vitória, também antecipada, junto aos convencionais de 2010. De qualquer maneira, mudar leis no campo político é sempre algo problemático.
Aécio sabe disso, muito melhor do que nós. Ele, afinal de contas, é governador de um grande estado, segundo colégio eleitoral do País. Suas declarações podem constituir a primeira iniciativa para aferir a repercussão de um confronto seu com José Serra, ou preparar o terreno para sair do PSDB e buscar outra legenda. O roteiro de viagem mais provável é o PMDB, mas este partido forma firme no governo Lula.
O presidente da República possui uma candidatura lançada, a ministra-chefe da Casa Civil. O PMDB se disporia a deixar os ministérios que detém para abrir espaço para Aécio? Esta é uma pergunta fundamental? Pode ser, entretanto, também que Aécio esteja procurando aproximar-se ainda mais de Lula, colocando-se como alternativa anti-Serra no caso de a candidata Dilma Rousseff não decolar, como devem decolar os que se dispõem a lutar pela presidência da República. Mas seja como for, o prazo de Aécio permanece como sendo o de 30 de setembro de 2009, já que as eleições estão marcadas para o primeiro domingo de outubro do ano seguinte. A intenção de Aécio de disputar a presidência é clara. Se estivesse disposto a incluir no elenco de suas alternativas a hipótese de ser vice de Serra, não teria detonado ontem, em "O Globo", o processo da sucessão de 2010.
Detonou. Deu início concreto ao páreo. Independentemente, inclusive, de acabar ou não com a reeleição. Este aspecto não faz diferença, nem para ele, nem para Serra, nem para Dilma Rousseff. Faz isso, sim, diferença para Lula, que, com a popularidade lá em cima, com seu governo sendo considerado entre ótimo e muito bom por 64 por cento da população, como destacaram as pesquisas do Ibope e Datafolha, e na escala de 69 por cento na visão do instituto Sensus, pode naturalmente programar uma tentativa de retorno ao Planalto em 2014 ou 2015, caso o mandato presidencial permaneça em 4 anos ou passe a ter, sem reeleição, 5 anos de prazo. As cartas começaram a ser colocadas na mesa, os movimentos iniciais a se verificar.
Tanto assim que tanto Serra quanto Aécio, na mesma edição de "O Globo", destinaram elogios ao PMDB, apontando-o como o vencedor das eleições municipais de domingo passado. Isso porque, com reeleição ou sem ela, a disputa permanecerá sendo em dois turnos, modelo francês instituído por De Gaulle em 65, implantado em nosso País no pleito de 89, quando Fernando Collor derrotou Lula pela margem de 4 pontos. Influiu no destino da disputa o debate que ambos travaram em cadeia nacional e que, surpreendentemente no dia seguinte, foi objeto de montagem feita na Rede Globo pelo então subeditor de jornalismo, Alberico Sousa Cruz.
Luís Inácio da Silva não havia ido bem no confronto e Alberico destacou, na síntese que montou, os melhores momentos de Collor e os piores instantes de Lula. Mas esta é outra questão. Pertence ao passado, está nos arquivos da história. Agora é o futuro. Aliás, como sempre, já que, como diz o velho adágio popular, águas passadas não movem moinhos. Mas se tornam exemplos para que se evitem repetições. A memória do País e de cada um de nós é fundamental por isso. O importante, a partir de ontem, é que foi dada a largada para 2010. Faltam 23 meses. O tempo passa rápido.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Aliança pode pôr fim a sonho de Alckmin (Tribuna da Imprensa)
BRASÍLIA - A engenharia eleitoral da montagem do arco de alianças que conduziu Gilberto Kassab à reeleição em São Paulo já desenha novo projeto político que, mais uma vez, escanteará o ex-governador tucano Geraldo Alckmin do palco principal. Fiador da aliança do DEM com o PSDB e negociador do ingresso do PMDB de Orestes Quércia na aliança vitoriosa de Kassab, o secretário de Emprego e Relações de Trabalho, Afif Domingos, ganhou musculatura para ambicionar dois projetos, ambos conflitantes com os interesses de Alckmin.
Na primeira hipótese, o DEM quer fazer de Afif o candidato ao Bandeirantes. No segundo cenário, que o PSDB considera mais provável, Afif seria vice de um tucano indicado pelo governador José Serra. A aposta geral no DEM e no PSDB é que este tucano não será Alckmin. Líderes e dirigentes do DEM avaliam que, ao deixar o caminho ao Senado livre para Quércia, o secretário de Serra, que por pouco não venceu o PT do senador Eduardo Suplicy (SP) em 2006, pode ser o ungido para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
A cúpula do DEM está certa de que, na pior hipótese, Afif já é, hoje, o candidato a vice na chapa do PSDB. Ninguém tem dúvidas de que, estando fora da prefeitura da capital, o PSDB vai pôr empenho máximo no projeto de manter o governo de São Paulo sob seu comando. Isto, é claro, no cenário de Serra trocar o projeto da reeleição pela disputa presidencial.
No entanto, o entendimento geral é que o PSDB vai investir em um perfil que possa facilitar a composição nacional com o PMDB, a partir de São Paulo. E neste caso, o DEM acredita que não haveria lugar para um Alckmin que recusou aliança com Quércia. A opção estaria muito mais para um Aloysio Nunes Ferreira, o chefe da Casa Civil de Serra que, em 1992, foi candidato à prefeitura de São Paulo, pelo PMDB.
Seja qual for o cenário, tucanos e representantes do DEM paulista que acompanharam de perto a eleição municipal crêem que a maior pedra no caminho de Alckmin em 2010 será Kassab. O raciocínio neste caso é que o prefeito terá se fortalecido mais, até se sentar à mesa de negociação para compor o xadrez de 2010. A seu favor, também o fato de que ele poderá ser o único negociador com mais dois anos de mandato pela frente.
Mais do que isto, pesa a animosidade entre Kassab e Alckmin, que é bem anterior à eleição. Tucanos e membros do DEM mais próximos do prefeito comentam hoje, nos bastidores, que Kassab quer "ver o diabo", mas não quer ver Alckmin à sua frente. Lembram que os problemas começaram quando o deputado Rodrigo Garcia, do então PFL, foi eleito presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, ainda em março de 2005.
Em conversas reservadas, Kassab jura que o governador Alckmin participou da articulação para eleger Rodrigo, sem lhe dar conhecimento, e ainda o acusou de traição. Até hoje o prefeito se queixa da "falsidade". Diz de que foi traído e, pior, saiu do episódio com fama de traidor. Um dirigente do DEM que acompanhou tudo isto avalia que Kassab usará toda sua força política para evitar uma candidatura Alckmin ao governo.
Na primeira hipótese, o DEM quer fazer de Afif o candidato ao Bandeirantes. No segundo cenário, que o PSDB considera mais provável, Afif seria vice de um tucano indicado pelo governador José Serra. A aposta geral no DEM e no PSDB é que este tucano não será Alckmin. Líderes e dirigentes do DEM avaliam que, ao deixar o caminho ao Senado livre para Quércia, o secretário de Serra, que por pouco não venceu o PT do senador Eduardo Suplicy (SP) em 2006, pode ser o ungido para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
A cúpula do DEM está certa de que, na pior hipótese, Afif já é, hoje, o candidato a vice na chapa do PSDB. Ninguém tem dúvidas de que, estando fora da prefeitura da capital, o PSDB vai pôr empenho máximo no projeto de manter o governo de São Paulo sob seu comando. Isto, é claro, no cenário de Serra trocar o projeto da reeleição pela disputa presidencial.
No entanto, o entendimento geral é que o PSDB vai investir em um perfil que possa facilitar a composição nacional com o PMDB, a partir de São Paulo. E neste caso, o DEM acredita que não haveria lugar para um Alckmin que recusou aliança com Quércia. A opção estaria muito mais para um Aloysio Nunes Ferreira, o chefe da Casa Civil de Serra que, em 1992, foi candidato à prefeitura de São Paulo, pelo PMDB.
Seja qual for o cenário, tucanos e representantes do DEM paulista que acompanharam de perto a eleição municipal crêem que a maior pedra no caminho de Alckmin em 2010 será Kassab. O raciocínio neste caso é que o prefeito terá se fortalecido mais, até se sentar à mesa de negociação para compor o xadrez de 2010. A seu favor, também o fato de que ele poderá ser o único negociador com mais dois anos de mandato pela frente.
Mais do que isto, pesa a animosidade entre Kassab e Alckmin, que é bem anterior à eleição. Tucanos e membros do DEM mais próximos do prefeito comentam hoje, nos bastidores, que Kassab quer "ver o diabo", mas não quer ver Alckmin à sua frente. Lembram que os problemas começaram quando o deputado Rodrigo Garcia, do então PFL, foi eleito presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, ainda em março de 2005.
Em conversas reservadas, Kassab jura que o governador Alckmin participou da articulação para eleger Rodrigo, sem lhe dar conhecimento, e ainda o acusou de traição. Até hoje o prefeito se queixa da "falsidade". Diz de que foi traído e, pior, saiu do episódio com fama de traidor. Um dirigente do DEM que acompanhou tudo isto avalia que Kassab usará toda sua força política para evitar uma candidatura Alckmin ao governo.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
PMDB está pronto para lançar candidato próprio em 2010, diz Jader
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha, em Belém
O crescimento do PMDB nestas eleições, em que conquistou prefeituras em capitais e grandes cidades, dá ao partido "tudo" para lançar um candidato próprio à Presidência em 2010, mas ainda falta achar um nome de "convergência".
A opinião é do ex-presidente do Senado e hoje deputado federal Jader Barbalho, uma das principais lideranças da sigla no Congresso.
Em entrevista à Folha, Jader disse que o pleito municipal deste ano enfraquece a análise "preconceituosa" de que os peemedebistas não emplacavam seus candidatos nos principais centros urbanos do país.
"Há algum tempo se afirmava que o PMDB era um partido que tinha se recolhido aos grotões, ao interior do Brasil. E saímos dessa eleição como o partido que fez o maior número de capitais", afirmou.
A legenda ganhou em seis das 26 capitais, mesmo número do PT, mas obteve maiores colégios eleitorais, como Rio, Porto Alegre e Salvador.
O fato de o partido não ter conseguido promover um nome forte para uma possível cabeça de chapa nas eleições presidenciais, afirma Jader, relativiza seu título de "grande vencedor" das eleições terminadas ontem.
"O PMDB saiu forte, cresceu, passou a ser um partido de prestígio urbano, manteve a capilaridade. Mas você não pode esquecer um dado: o PSDB tem dois [possíveis candidatos, José Serra e Aécio Neves]", disse. "Há tudo [para uma candidatura própria do PMDB]. Falta só encontrar o candidato."
Para o deputado, a possibilidade de seu partido ser vice em uma coligação com o indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmaria um papel de "ator coadjuvante" na política federal.
Ele não citou ninguém que considera pronto para a função de futuro candidato, mas disse que, "inegavelmente, o Sérgio Cabral [governador do Rio] sai fortalecido".
Mesmo com seu primo, José Priante, perdendo o segundo turno de Belém (PA) para o atual prefeito Duciomar Costa (PTB), Jader disse que lucrou com os resultados nas eleições no Pará.
"Elegemos 46 [ dos 143] municípios no Estado. E, no primeiro turno, ninguém imaginava que nosso candidato chegasse ao segundo turno."
da Agência Folha, em Belém
O crescimento do PMDB nestas eleições, em que conquistou prefeituras em capitais e grandes cidades, dá ao partido "tudo" para lançar um candidato próprio à Presidência em 2010, mas ainda falta achar um nome de "convergência".
A opinião é do ex-presidente do Senado e hoje deputado federal Jader Barbalho, uma das principais lideranças da sigla no Congresso.
Em entrevista à Folha, Jader disse que o pleito municipal deste ano enfraquece a análise "preconceituosa" de que os peemedebistas não emplacavam seus candidatos nos principais centros urbanos do país.
"Há algum tempo se afirmava que o PMDB era um partido que tinha se recolhido aos grotões, ao interior do Brasil. E saímos dessa eleição como o partido que fez o maior número de capitais", afirmou.
A legenda ganhou em seis das 26 capitais, mesmo número do PT, mas obteve maiores colégios eleitorais, como Rio, Porto Alegre e Salvador.
O fato de o partido não ter conseguido promover um nome forte para uma possível cabeça de chapa nas eleições presidenciais, afirma Jader, relativiza seu título de "grande vencedor" das eleições terminadas ontem.
"O PMDB saiu forte, cresceu, passou a ser um partido de prestígio urbano, manteve a capilaridade. Mas você não pode esquecer um dado: o PSDB tem dois [possíveis candidatos, José Serra e Aécio Neves]", disse. "Há tudo [para uma candidatura própria do PMDB]. Falta só encontrar o candidato."
Para o deputado, a possibilidade de seu partido ser vice em uma coligação com o indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmaria um papel de "ator coadjuvante" na política federal.
Ele não citou ninguém que considera pronto para a função de futuro candidato, mas disse que, "inegavelmente, o Sérgio Cabral [governador do Rio] sai fortalecido".
Mesmo com seu primo, José Priante, perdendo o segundo turno de Belém (PA) para o atual prefeito Duciomar Costa (PTB), Jader disse que lucrou com os resultados nas eleições no Pará.
"Elegemos 46 [ dos 143] municípios no Estado. E, no primeiro turno, ninguém imaginava que nosso candidato chegasse ao segundo turno."
domingo, 26 de outubro de 2008
PT e PMDB conquistam seis capitais cada; veja lista dos eleitos
Da Redação
Em São Paulo
São Paulo (SP) Gilberto Kassab DEM
Vitória (ES) João Coser PT
Belo Horizonte (MG) Marcio Lacerda PSB
Rio de Janeiro (RJ) Eduardo Paes PMDB
Curitiba (PR) Beto Richa PSDB
Porto Alegre (RS) José Fogaça PMDB
Florianópolis (SC) Dário Berger PMDB
Recife (PE) João da Costa PT
Fortaleza (CE) Luizianne Lins PT
Natal (RN) Micarla de Sousa PV
Maceió (AL) Cícero Almeida PP
Aracaju (SE) Edvaldo Nogueira PC do B
Teresina (PI) Silvio Mendes PSDB
São Luís (MA) João Castelo PSDB
João Pessoa (PB) Ricardo Coutinho PSB
Salvador (BA) João Henrique PMDB
Goiânia (GO) Iris Rezende PMDB
Cuiabá (MT) Wilson Santos PSDB
Campo Grande (MS) Nelsinho Trad PMDB
Macapá (AP) Roberto Góes PDT
Rio Branco (AC) Raimundo Angelim PT
Porto Velho (RO) Roberto Sobrinho PT
Manaus (AM) Amazonino Mendes PTB
Boa Vista (RR) Iradilson Sampaio PSB
Belém (PA) Duciomar Costa PTB
Palmas (TO) Raul Filho PT
Capital Prefeito Partido
Em números absolutos, PT e PMDB foram os partidos que mais elegeram prefeitos em capitais nas eleições municipais de 2008. O PT venceu em Rio Branco, Porto Velho, Palmas, Recife, Fortaleza e Vitória. Já o PMDB conquistou as prefeituras de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, Campo Grande e Florianópolis.
Apesar de expressivo, o resultado representa um retrocesso para o Partido dos Trabalhadores. O número de capitais controladas pela sigla caiu de nove, em 2004, para seis, em 2008. O partido experimentou ainda derrotas em segundo turno em capitais importantes como São Paulo, Porto Alegre e Salvador.
Já o PMDB sai fortalecido. O número de capitais controladas pelo partido passou de dois, em 2004, para seis, em 2008, entre elas o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, Porto Alegre, com José Fogaça, e Salvador, com João Henrique.
PSDB e PSB conquistaram quatro capitais cada um. Os tucanos levaram Curitiba, Teresina, São Luís e Cuiabá. Já o PSB ganhou em João Pessoa, Belo Horizonte e Boa Vista, O PTB conquistou duas prefeituras (Manaus e Belém), enquanto PC do B (Aracaju), DEM (São Paulo), PP (Maceió), PV (Natal) e PDT (Macapá) ficaram com uma capital cada um.
* do UOL Eleicoes
Em São Paulo
São Paulo (SP) Gilberto Kassab DEM
Vitória (ES) João Coser PT
Belo Horizonte (MG) Marcio Lacerda PSB
Rio de Janeiro (RJ) Eduardo Paes PMDB
Curitiba (PR) Beto Richa PSDB
Porto Alegre (RS) José Fogaça PMDB
Florianópolis (SC) Dário Berger PMDB
Recife (PE) João da Costa PT
Fortaleza (CE) Luizianne Lins PT
Natal (RN) Micarla de Sousa PV
Maceió (AL) Cícero Almeida PP
Aracaju (SE) Edvaldo Nogueira PC do B
Teresina (PI) Silvio Mendes PSDB
São Luís (MA) João Castelo PSDB
João Pessoa (PB) Ricardo Coutinho PSB
Salvador (BA) João Henrique PMDB
Goiânia (GO) Iris Rezende PMDB
Cuiabá (MT) Wilson Santos PSDB
Campo Grande (MS) Nelsinho Trad PMDB
Macapá (AP) Roberto Góes PDT
Rio Branco (AC) Raimundo Angelim PT
Porto Velho (RO) Roberto Sobrinho PT
Manaus (AM) Amazonino Mendes PTB
Boa Vista (RR) Iradilson Sampaio PSB
Belém (PA) Duciomar Costa PTB
Palmas (TO) Raul Filho PT
Capital Prefeito Partido
Em números absolutos, PT e PMDB foram os partidos que mais elegeram prefeitos em capitais nas eleições municipais de 2008. O PT venceu em Rio Branco, Porto Velho, Palmas, Recife, Fortaleza e Vitória. Já o PMDB conquistou as prefeituras de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, Campo Grande e Florianópolis.
Apesar de expressivo, o resultado representa um retrocesso para o Partido dos Trabalhadores. O número de capitais controladas pela sigla caiu de nove, em 2004, para seis, em 2008. O partido experimentou ainda derrotas em segundo turno em capitais importantes como São Paulo, Porto Alegre e Salvador.
Já o PMDB sai fortalecido. O número de capitais controladas pelo partido passou de dois, em 2004, para seis, em 2008, entre elas o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, Porto Alegre, com José Fogaça, e Salvador, com João Henrique.
PSDB e PSB conquistaram quatro capitais cada um. Os tucanos levaram Curitiba, Teresina, São Luís e Cuiabá. Já o PSB ganhou em João Pessoa, Belo Horizonte e Boa Vista, O PTB conquistou duas prefeituras (Manaus e Belém), enquanto PC do B (Aracaju), DEM (São Paulo), PP (Maceió), PV (Natal) e PDT (Macapá) ficaram com uma capital cada um.
* do UOL Eleicoes
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Lula já escolheu Dilma como candidata em 2010, diz Tarso Genro
o ministro da Justiça, Tarso Genro, em entrevista nesta quinta (9) (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Ministro diz que, como subordinado ao presidente, respeita escolha.
Para ele, ministra da Casa Civil tem condições de ser acolhida pelo PT.
Do G1, em São Paulo
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já definiu o nome da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como candidata petista à sua sucessão em 2010.
“Tenho uma avaliação, por uma série de sinais, que o presidente já fez uma escolha, que vai propor ao partido. E eu, como membro do governo e subordinado politicamente ao presidente, devo respeitar a escolha dele”, disse o ministro em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Genro, a escolha de Lula, “visível”, é a ministra Dilma, a quem classificou como “uma escolha boa, que tem condições de ser acolhida pelo partido e fazer uma grande campanha”.
Estado 'policialesco'
Durante a entrevista à agência de notícias do governo, o ministro também rebate declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de que o Brasil vive um “Estado policialesco”.
“Recebo como uma preocupação legítima do presidente da Suprema Corte, mas não como um conceito. Se fosse um conceito, seria totalmente desfundamentado e sem nenhum tipo de relação com a realidade brasileira e com a realidade abstrata de um Estado policial”, disse.
Na opinião de Genro, se não estivesse num Estado democrático, o país estaria mais próximo “de um Estado judicial do que policial”.
“O Judiciário vem exercitando plenamente sua soberania, inclusive suprindo vácuos originários de uma ausência de decisões estruturais de natureza jurídica do Poder Legislativo. Mas, na minha opinião, isso não é nenhuma deformidade. O equilíbrio em relação aos Poderes sempre varia em períodos históricos.”
terça-feira, 30 de setembro de 2008
A sucessão municipal antes da presidencial (Helio Fernandes)
PSDB, PT-PT, PMDB: Lula elegerá um poste vago?
Só se fala na eleição de 2010. Opções várias, todas imaginárias ou ainda fora da realidade. A oposição "alimenta" a ilusão do terceiro mandato para o presidente Lula, este inteiramente longe disso. Se é que alguma vez esteve mesmo perto. O PMDB já decidiu seu FUTURO, será o mesmo do PRESENTE, baseado no PASSADO. Quer a vice e nada mais.
O PSDB se julga o mais poderoso de todos, só que ainda não resolveu a crise de 2008, mas já enfrenta a crise de 2010. Quer dizer: a crise de agora pode (e irá) aumentar a crise do depois. E tudo ainda depende do Congresso manter ou não manter o direito à REEELEIÇÃO.
Existem no Congresso vários projetos sobre reeeleição. Mantendo, acabando, aumentando o mandato, mas para uma vez, única e final. Se a reeeleição ficar proibida, o PSDB (que ainda não percebeu) pode ser o vitorioso. Motivo? Em 2010 pode juntar Serra e Aécio na mesma chave. Serra estará com 68 anos, Aécio com 50.
Assim, o governador de São Paulo se fortaleceria com a ajuda perfeitamente possível do governador de Minas. O mandato poderia ser de 5 anos, como defendem muitos. Eleito, Serra deixaria o governo com 73 anos, perfeitamente realizado. Insatisfeito e com o povo ignorando-o.
Em número de cargos "ecléticos", mas com pouco saldo na conjugação do verbo "fazer". Nunca se preocupou com isso, sempre foi um mestre na comunicação e mobilização dos holofotes, da administração dos amestrados e do aproveitamento da televisão.
Começou como secretário do governador Montoro. Passou para o plano nacional, no qual foi tudo sem deixar marca de coisa alguma. Perdeu duas vezes para prefeito de SP, foi eleito muito mais tarde, depois de 8 anos de exploração do governo FHC.
Senador, mas isso não conta, pois não ocupou a cadeira, simultaneamente foi ministro do Planejamento e da Saúde. O lugar no Senado ficou ocupado pelo financiador de suas campanhas.
Um homem que já foi tudo, como José Serra, mas que na verdade persegue a presidência pelos caminhos e descaminhos os mais disparatados e para ele quase desesperados, depende cada vez mais da eleição municipal que será realizada no próximo domingo. Só que ele tentou (e até se julgou, como sempre) ser mais maquiavélico do que o próprio. E que agora nem sabe o que será melhor para ele mesmo.
O governador, que ocupou todos os cargos federais como homem do PSDB, resolveu vetar um companheiro ainda mais PSDB do que ele. Sendo que Alckmin teve em muitas oportunidades o apoio incondicional de Covas, coisa que Serra nunca teve.
E Covas, ninguém discute ou contesta, foi o maior personagem do PSDB. Não chegou a presidente, como outros, a política é indescritível e não pode ser analisada facilmente. O que será melhor para o sucesso de Serra em 2010? A derrota ou a vitória de Alckmin agora? Como Alckmin, segundo pesquisas, caiu 8 pontos, Serra não sabia e nem sabe se festeja ou se chora, desconsoladamente.
Os analistas que sabem analisar já viram, a queda de Alckin tem explicação clara e irrefutável: foi a entrada de FHC na campanha de Alckmin. Este já percebeu que o ex-presidente é impopularíssimo, e não acrescenta votos, ao contrário, tira. Mais problemas para Serra, neste 2008 e no futuro 2010.
PS - É muita coisa, depois examino a ligação Lula-PMDB. E o que dizem: "Lula elege até um poste". Teria que se multiplicar e modificar a história: o PT-PT só tem poste.
Amanhã
Jamais houve um escândalo tão grande e tão profundo quanto o das gravações. Como envolveu personagens dos Três Poderes, não chegará a conclusão alguma. ESTARRECEDOR.
Carlos Lacerda
Foi o grande governador eleito da Guanabara. Na linha de Pedro Ernesto, o primeiro prefeito eleito do Rio. Depois, o vazio total.
As pesquisas nos EUA são tão enganadoras quanto no Brasil. E nessa eleição de 4 de novembro, existe um complicador indecifrável até mesmo para o eleitor: um candidato negro, o que ninguém acreditava ou admitia. Isso se reflete nas respostas dos pesquisadores. Vejam só as alterações. Na semana de 14 a 21 de setembro, McCain estava 8 pontos na frente. De 21 a 28, Obama livra vantagem de 10 por cento. Não existe alteração assim, é dúvida.
A mulher do ministro Paulo Bernardo já foi candidata a governador e logo a senador em 2006. Desistiu das duas por falta de votos. Agora é candidata a prefeito de Curitiba, Beto Richa ganha no primeiro turno.
Ontem, às 2 horas da tarde de Washington, o presidente ainda apelava para Democratas e Republicanos votarem os 700 BILHÕES de dólares para ajudar os manipuladores. Todos diziam: "Bush faz verdadeiro terrorismo".
A Coca-Cola se orgulha no mundo inteiro: não perdeu um dólar ou um real em toda essa crise financeira. E garante: é a empresa mais sólida do mundo, está acima de qualquer banco.
Qualquer que seja o resultado da eleição de São Paulo, José Serra terá dissabores, que palavra. Podem se abraçar em praça pública, mas não haverá reconciliação Serra-Alckmin.
Já disse aqui, e reafirmo com toda a segurança: se ele puder influir, gostaria que a vitória fosse de Dona Marta. Assim, quase certo, ela seria a candidata de Lula. E Serra acha, "para ela não perco".
Jornalões e revistonas disseram: "Lula teve longa conversa com Michel Temer do PMDB, falaram sobre a vice-presidência em 2010, que deve ser do PMDB". Que conversa longa podem ter Lula e Temer?
Falam linguagem inteiramente diferente. Lula está com quase 80% de popularidade, Temer mal se elege deputado. Queria presidir a Câmara, agora pretende ser vice da República. Ha! Ha! Ha!
Não existe a menor dúvida e há meses venho chamando a atenção para o fato: ganhando ou não ganhando a eleição, o PSDB de SP ficará inconciliável ou irreconciliável. E haja o que houver, o grande perdedor se chama José Serra.
E indiretamente, o vencedor será o Brasil. A possibilidade de Serra ser presidente, retrocesso maior do que FHC. Já disse e repito: a vitória será de Alckmin, a derrota, de Serra e FHC.
A matéria grande da Veja, "Procura-se um estadista", é inútil, sem sentido e desnecessária. O mundo teve poucos estadistas, e os EUA, em 220 anos de eleição, teve apenas 4 estadistas.
O primeiro foi o líder da Independência (que eles comemoram na data errada) e o último, o presidente que acumulou mais mandatos. E que se elegeu em plena depressão, conseqüência de 1929.
A contradição dos jornalões. Manchete da Folha, logicamente baseada no Datafolha: "Kassab abre 4 pontos sobre Alckmin".
No mesmo texto, provavelmente escrito por repórteres sabendo que a pesquisa não está correta: "Kassab e Alckmin estão empatados". Que República.
Ontem, com 5 minutos de jogatina, o dólar já subia 3,61, indo a 1,91 alto. E a Bovespa mantinha o pano verde em baixa de 3,20. Era apenas o início.
Ao meio-dia a Bovespa estava em baixa de 6 por cento cravados. E o dólar subia 4 por cento, indo para 1,92, apesar do BC.
Às 2,42, quando havia a impressão de recusa do pacote de 700 BILHÕES, a Bovespa caía 7%. Às 3,53, com o pacote recusado, a queda era de 11,43%.
O dólar chegou às 3,54 a 1,97, com alta de mais de 6,23%. A Petrobras anunciava mais 2 poços em pouca profundidade e a queda passava de 15%. Pura manipulação. Nos EUA falavam em "SOCIALISMO".
4,30 em ponto, Bovespa menos 14% e Dow Jones em baixa de 6,23%. Vale, menos 20%, Gafisa caiu 13%.
No final, recuperação (pequena) aqui e em Wall Street. Dow Jones menos 5,47%, Nasdaq caiu 9%. A Bovespa, menos 9,75%. O dólar não chegou aos 2 reais anunciados.
A grande queda: MRV, a maior construtora do Brasil, menos 22%. Petrobras recuperou metade da queda.
A revista Veja não falha. Pela sexta semana consecutiva, parte contra o delegado Paulo Lacerda e a ABIN. Quer, evidentemente, impedir a volta de Paulo Lacerda ao cargo. Sua presença nele, portanto, ameaça fortemente Daniel Dantas.
A Veja chegou ao cúmulo de publicar, na edição que está nas bancas, duas reportagens. A segunda aproveitou uma entrevista do escritor John le Carré ("O espião que saiu do frio", "O alfaiate do Panamá").
Para atingir Lacerda, baseou-se na experiência de Le Carré como integrante do serviço secreto inglês e apontou uma paranóia mundial (vejam só) em matéria de interceptações e gravações. Não se referiu, é claro, à matéria que publicou em 2001 sobre uma conversa gravada de Ricardo Boechat, então titular da Coluna Swann, no Globo. Incrível.
Incrível também o debate frontal, ontem, na Folha de São Paulo, entre o ministro Gilmar Mendes e o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. O jornal deu uma página inteira para cada um. O presidente do Supremo, que agora é polemista pró-Daniel Dantas, afirma que o estado policial encontra-se fora de controle. Criticou portanto o governo Lula.
XXX
Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, o maior corrupto do mundo e dono do Inter (de Milão), assistiu no estádio a derrota do seu time. Não ficou aborrecido. Para ele, só o fato de estar em liberdade já é lucro.
XXX
Tristeza com a morte de Paul Newman, grande ator e diferente personagem. Espero que a televisão, pelo menos, passe alguns filmes dele.
XXX
A Ferrari gasta centenas de milhões de dólares e não sabe apertar um botão. É justo que perca o campeonato de Fórmula 1, apesar da injustiça com Felipe Massa.
XXX
Amanhã, dia 1º, "Encontro de amazônidas" no Clube Militar. Espero que rádios, jornais e televisões não esqueçam de dar ao acontecimento o destaque merecido. É o grito de revolta dos que conhecem a Amazônia, viveram lá, sabem o potencial de riqueza inteiramente abandonado.
XXX
O comentarista esportivo Alex Escobar é o que mais cresce na NET. Ontem, apareceu no "Bom Dia, Brasil" da Globo, nem sabia que ele tinha terno e gravata.
Só se fala na eleição de 2010. Opções várias, todas imaginárias ou ainda fora da realidade. A oposição "alimenta" a ilusão do terceiro mandato para o presidente Lula, este inteiramente longe disso. Se é que alguma vez esteve mesmo perto. O PMDB já decidiu seu FUTURO, será o mesmo do PRESENTE, baseado no PASSADO. Quer a vice e nada mais.
O PSDB se julga o mais poderoso de todos, só que ainda não resolveu a crise de 2008, mas já enfrenta a crise de 2010. Quer dizer: a crise de agora pode (e irá) aumentar a crise do depois. E tudo ainda depende do Congresso manter ou não manter o direito à REEELEIÇÃO.
Existem no Congresso vários projetos sobre reeeleição. Mantendo, acabando, aumentando o mandato, mas para uma vez, única e final. Se a reeeleição ficar proibida, o PSDB (que ainda não percebeu) pode ser o vitorioso. Motivo? Em 2010 pode juntar Serra e Aécio na mesma chave. Serra estará com 68 anos, Aécio com 50.
Assim, o governador de São Paulo se fortaleceria com a ajuda perfeitamente possível do governador de Minas. O mandato poderia ser de 5 anos, como defendem muitos. Eleito, Serra deixaria o governo com 73 anos, perfeitamente realizado. Insatisfeito e com o povo ignorando-o.
Em número de cargos "ecléticos", mas com pouco saldo na conjugação do verbo "fazer". Nunca se preocupou com isso, sempre foi um mestre na comunicação e mobilização dos holofotes, da administração dos amestrados e do aproveitamento da televisão.
Começou como secretário do governador Montoro. Passou para o plano nacional, no qual foi tudo sem deixar marca de coisa alguma. Perdeu duas vezes para prefeito de SP, foi eleito muito mais tarde, depois de 8 anos de exploração do governo FHC.
Senador, mas isso não conta, pois não ocupou a cadeira, simultaneamente foi ministro do Planejamento e da Saúde. O lugar no Senado ficou ocupado pelo financiador de suas campanhas.
Um homem que já foi tudo, como José Serra, mas que na verdade persegue a presidência pelos caminhos e descaminhos os mais disparatados e para ele quase desesperados, depende cada vez mais da eleição municipal que será realizada no próximo domingo. Só que ele tentou (e até se julgou, como sempre) ser mais maquiavélico do que o próprio. E que agora nem sabe o que será melhor para ele mesmo.
O governador, que ocupou todos os cargos federais como homem do PSDB, resolveu vetar um companheiro ainda mais PSDB do que ele. Sendo que Alckmin teve em muitas oportunidades o apoio incondicional de Covas, coisa que Serra nunca teve.
E Covas, ninguém discute ou contesta, foi o maior personagem do PSDB. Não chegou a presidente, como outros, a política é indescritível e não pode ser analisada facilmente. O que será melhor para o sucesso de Serra em 2010? A derrota ou a vitória de Alckmin agora? Como Alckmin, segundo pesquisas, caiu 8 pontos, Serra não sabia e nem sabe se festeja ou se chora, desconsoladamente.
Os analistas que sabem analisar já viram, a queda de Alckin tem explicação clara e irrefutável: foi a entrada de FHC na campanha de Alckmin. Este já percebeu que o ex-presidente é impopularíssimo, e não acrescenta votos, ao contrário, tira. Mais problemas para Serra, neste 2008 e no futuro 2010.
PS - É muita coisa, depois examino a ligação Lula-PMDB. E o que dizem: "Lula elege até um poste". Teria que se multiplicar e modificar a história: o PT-PT só tem poste.
Amanhã
Jamais houve um escândalo tão grande e tão profundo quanto o das gravações. Como envolveu personagens dos Três Poderes, não chegará a conclusão alguma. ESTARRECEDOR.
Carlos Lacerda
Foi o grande governador eleito da Guanabara. Na linha de Pedro Ernesto, o primeiro prefeito eleito do Rio. Depois, o vazio total.
As pesquisas nos EUA são tão enganadoras quanto no Brasil. E nessa eleição de 4 de novembro, existe um complicador indecifrável até mesmo para o eleitor: um candidato negro, o que ninguém acreditava ou admitia. Isso se reflete nas respostas dos pesquisadores. Vejam só as alterações. Na semana de 14 a 21 de setembro, McCain estava 8 pontos na frente. De 21 a 28, Obama livra vantagem de 10 por cento. Não existe alteração assim, é dúvida.
A mulher do ministro Paulo Bernardo já foi candidata a governador e logo a senador em 2006. Desistiu das duas por falta de votos. Agora é candidata a prefeito de Curitiba, Beto Richa ganha no primeiro turno.
Ontem, às 2 horas da tarde de Washington, o presidente ainda apelava para Democratas e Republicanos votarem os 700 BILHÕES de dólares para ajudar os manipuladores. Todos diziam: "Bush faz verdadeiro terrorismo".
A Coca-Cola se orgulha no mundo inteiro: não perdeu um dólar ou um real em toda essa crise financeira. E garante: é a empresa mais sólida do mundo, está acima de qualquer banco.
Qualquer que seja o resultado da eleição de São Paulo, José Serra terá dissabores, que palavra. Podem se abraçar em praça pública, mas não haverá reconciliação Serra-Alckmin.
Já disse aqui, e reafirmo com toda a segurança: se ele puder influir, gostaria que a vitória fosse de Dona Marta. Assim, quase certo, ela seria a candidata de Lula. E Serra acha, "para ela não perco".
Jornalões e revistonas disseram: "Lula teve longa conversa com Michel Temer do PMDB, falaram sobre a vice-presidência em 2010, que deve ser do PMDB". Que conversa longa podem ter Lula e Temer?
Falam linguagem inteiramente diferente. Lula está com quase 80% de popularidade, Temer mal se elege deputado. Queria presidir a Câmara, agora pretende ser vice da República. Ha! Ha! Ha!
Não existe a menor dúvida e há meses venho chamando a atenção para o fato: ganhando ou não ganhando a eleição, o PSDB de SP ficará inconciliável ou irreconciliável. E haja o que houver, o grande perdedor se chama José Serra.
E indiretamente, o vencedor será o Brasil. A possibilidade de Serra ser presidente, retrocesso maior do que FHC. Já disse e repito: a vitória será de Alckmin, a derrota, de Serra e FHC.
A matéria grande da Veja, "Procura-se um estadista", é inútil, sem sentido e desnecessária. O mundo teve poucos estadistas, e os EUA, em 220 anos de eleição, teve apenas 4 estadistas.
O primeiro foi o líder da Independência (que eles comemoram na data errada) e o último, o presidente que acumulou mais mandatos. E que se elegeu em plena depressão, conseqüência de 1929.
A contradição dos jornalões. Manchete da Folha, logicamente baseada no Datafolha: "Kassab abre 4 pontos sobre Alckmin".
No mesmo texto, provavelmente escrito por repórteres sabendo que a pesquisa não está correta: "Kassab e Alckmin estão empatados". Que República.
Ontem, com 5 minutos de jogatina, o dólar já subia 3,61, indo a 1,91 alto. E a Bovespa mantinha o pano verde em baixa de 3,20. Era apenas o início.
Ao meio-dia a Bovespa estava em baixa de 6 por cento cravados. E o dólar subia 4 por cento, indo para 1,92, apesar do BC.
Às 2,42, quando havia a impressão de recusa do pacote de 700 BILHÕES, a Bovespa caía 7%. Às 3,53, com o pacote recusado, a queda era de 11,43%.
O dólar chegou às 3,54 a 1,97, com alta de mais de 6,23%. A Petrobras anunciava mais 2 poços em pouca profundidade e a queda passava de 15%. Pura manipulação. Nos EUA falavam em "SOCIALISMO".
4,30 em ponto, Bovespa menos 14% e Dow Jones em baixa de 6,23%. Vale, menos 20%, Gafisa caiu 13%.
No final, recuperação (pequena) aqui e em Wall Street. Dow Jones menos 5,47%, Nasdaq caiu 9%. A Bovespa, menos 9,75%. O dólar não chegou aos 2 reais anunciados.
A grande queda: MRV, a maior construtora do Brasil, menos 22%. Petrobras recuperou metade da queda.
A revista Veja não falha. Pela sexta semana consecutiva, parte contra o delegado Paulo Lacerda e a ABIN. Quer, evidentemente, impedir a volta de Paulo Lacerda ao cargo. Sua presença nele, portanto, ameaça fortemente Daniel Dantas.
A Veja chegou ao cúmulo de publicar, na edição que está nas bancas, duas reportagens. A segunda aproveitou uma entrevista do escritor John le Carré ("O espião que saiu do frio", "O alfaiate do Panamá").
Para atingir Lacerda, baseou-se na experiência de Le Carré como integrante do serviço secreto inglês e apontou uma paranóia mundial (vejam só) em matéria de interceptações e gravações. Não se referiu, é claro, à matéria que publicou em 2001 sobre uma conversa gravada de Ricardo Boechat, então titular da Coluna Swann, no Globo. Incrível.
Incrível também o debate frontal, ontem, na Folha de São Paulo, entre o ministro Gilmar Mendes e o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. O jornal deu uma página inteira para cada um. O presidente do Supremo, que agora é polemista pró-Daniel Dantas, afirma que o estado policial encontra-se fora de controle. Criticou portanto o governo Lula.
XXX
Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, o maior corrupto do mundo e dono do Inter (de Milão), assistiu no estádio a derrota do seu time. Não ficou aborrecido. Para ele, só o fato de estar em liberdade já é lucro.
XXX
Tristeza com a morte de Paul Newman, grande ator e diferente personagem. Espero que a televisão, pelo menos, passe alguns filmes dele.
XXX
A Ferrari gasta centenas de milhões de dólares e não sabe apertar um botão. É justo que perca o campeonato de Fórmula 1, apesar da injustiça com Felipe Massa.
XXX
Amanhã, dia 1º, "Encontro de amazônidas" no Clube Militar. Espero que rádios, jornais e televisões não esqueçam de dar ao acontecimento o destaque merecido. É o grito de revolta dos que conhecem a Amazônia, viveram lá, sabem o potencial de riqueza inteiramente abandonado.
XXX
O comentarista esportivo Alex Escobar é o que mais cresce na NET. Ontem, apareceu no "Bom Dia, Brasil" da Globo, nem sabia que ele tinha terno e gravata.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Antecipada a briga pela vice (Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa)
BRASÍLIA - A disputa acirra-se antes mesmo de realizadas as eleições municipais e de conhecidos os seus resultados: PMDB, de um lado, e pequenos partidos aliados do governo, de outro, já se engalfinham para indicar o candidato à vice-presidência da República na chapa de Dilma Rousseff. Ou, como alternativa meio malandra, para ocuparem o mesmo lugar numa hipotética, mas cada vez mais viável candidatura do presidente Lula a um terceiro mandato.
O prêmio parece apetitoso, num caso ou no outro. O PMDB já começou a triagem, tendo como possíveis indicados os governadores Sérgio Cabral e Roberto Requião, os ministros Nelson Jobim e Edison Lobão, o deputado Michel Temer, que nesse caso até abriria mão de candidatar-se à presidência da Câmara e, fechando o círculo, por que não o presidente do Senado, Garibaldi Alves?
Do lado dos pequenos partidos da base oficial, uma candidatura sobressai, a do deputado Ciro Gomes, que no último fim de semana admitiu publicamente a possibilidade. Decidirá a questão o presidente Lula, mas no momento certo, ou seja, lá para o final do ano que vem. As preliminares, porém, já estão postas. Açodadamente, sem dúvidas, mas dentro da lição daquele velho provérbio árabe, de que bebe água limpa quem chega primeiro na fonte. Começando pelo começo, como diria o saudoso Chacrinha.
Sérgio Cabral tornou-se a mais nova estrela do universo lulista. Faz tudo o que seu mestre manda e, em retorno, recebe até mais do que o governo federal poderia dar ao Rio de Janeiro. Juventude e experiência não são incompatíveis, nesse caso, pois o Serginho, como é carinhosamente chamado, consegue superar parte dos gravíssimos problemas do estado e da antiga capital. No PMDB, ocupa a pole-position.
No partido que já foi do dr. Ulysses, fosse para seguir as lições do patrono e Roberto Requião venceria qualquer convenção, desde que para indicar o candidato ao Palácio do Planalto. Para vice, há divergências, tendo em vista a independência do governador do Paraná e, até mesmo, suas posições polêmicas. Mas está no páreo.
Houve tempo, há mais de um ano, que Nelson Jobim usava a coroa de príncipe de Gales. Deixando o Supremo Tribunal Federal antes do prazo, com certa ingenuidade disputou a pré-indicação para presidente do PMDB, sendo enrolado pelas raposas felpudas do partido. Hesitou um pouco, mas aceitou tornar-se ministro da Defesa, numa quadra delicadíssima onde não foi poupado o correto Waldir Pires.
Cresceu, mesmo criando um caso por dia com suas declarações - coisa que mais ou menos continua até hoje. Participa daquele grupo que, no governo e no PMDB, não se enquadra na ortodoxia da prática política. Está para o que der e vier, já que não dará mesmo para disputar seu objetivo maior, o Palácio do Planalto.
Edison Lobão não disputa a condição de estrela maior no céu de brigadeiro em que se tornou o governo Lula. É um cometa de grandes proporções e luminosidade. Enganou-se quem imaginou se constituísse num corpo estranho no governo, uma imposição do PMDB ao chefe maior. Por competência política e sorte, tornou-se Minas e Energia o ministério do coração do Lula. Só não recebe mais telefonemas diários do presidente do que Dilma Rousseff. Mas deixa longe Guido Mantega e qualquer outro.
Da descoberta do petróleo no pré-sal à entrada em carga da nona turbina de Itaipu, da programação de 50 novas usinas nucleares ao chega-para-lá dado na Petrobras, da firmeza com que negociou a nova partida do gás boliviano à condição de convidado especial na última reunião da Opep, o senador poderá ser levado a arquivar o sonho de voltar a governar o Maranhão, se for à troca da vice-presidência na chapa encabeçada pelo PT.
Michel Temer pode ser considerado a "opção Bom-Bril", excelente para mil e uma utilidades. Consegue dar nó em pingo d'água, mantendo-se há mais de uma década na liderança do PMDB, como seu presidente, capaz de compor interesses tão conflitantes quanto explosivos. Se os pretendentes acima citados forem sendo escanteados, cada um por uma razão engendrada no comando do partido, sobrará quem, a não ser Temer?
Para Garibaldi Alves sobra a condição de uma espécie de regra-três de Michel Temer. Cresceu na presidência do Senado, até batendo de frente com o Executivo, na questão das medidas provisórias. Se o presidente Lula quiser alguém tão independente quanto leal, não esquecerá de mandar botar Garibaldi na lista "como maior de espadas". A referência vai para uma das múltiplas rasteiras que Getúlio Vargas passou nos políticos quando se tratou de indicar o novo governador de Minas, dada a morte de Olegário Maciel. Entre Virgílio de Mello Franco e Gustavo Capanema, o caudilho mandou relacionar, só para constar, o nome de Benedito Valadares. Poderia Lula fazer o mesmo?
Com relação aos pequenos partidos, surpresas poderão acontecer, já que PSB, PC do B, PTB, PDT, PR e PP, entre outros, não se entendem mesmo. Um nome, porém, sobressai do conjunto, até já referido pelo presidente Lula. É o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, duas vezes candidato presidencial derrotado, uma por Fernando Henrique, outra pelo Lula. Dias atrás ele declarou admitir tornar-se companheiro de chapa de Dilma Rousseff. Disse que jamais ficará contra o presidente da República, ou seja, só disputaria a presidência como indicado dele.
Em suma, o quadro hoje é esse, tornando-se óbvio que, com tantos candidatos disputando a vice-presidência, o natural é que logo se engalfinhem. E com o beneplácito do Lula, que de ingênuo não tem nada. Aos referidos pré-candidatos abrem-se duas opções: ser vice de Dilma ou de... (cala-te boca).
O prêmio parece apetitoso, num caso ou no outro. O PMDB já começou a triagem, tendo como possíveis indicados os governadores Sérgio Cabral e Roberto Requião, os ministros Nelson Jobim e Edison Lobão, o deputado Michel Temer, que nesse caso até abriria mão de candidatar-se à presidência da Câmara e, fechando o círculo, por que não o presidente do Senado, Garibaldi Alves?
Do lado dos pequenos partidos da base oficial, uma candidatura sobressai, a do deputado Ciro Gomes, que no último fim de semana admitiu publicamente a possibilidade. Decidirá a questão o presidente Lula, mas no momento certo, ou seja, lá para o final do ano que vem. As preliminares, porém, já estão postas. Açodadamente, sem dúvidas, mas dentro da lição daquele velho provérbio árabe, de que bebe água limpa quem chega primeiro na fonte. Começando pelo começo, como diria o saudoso Chacrinha.
Sérgio Cabral tornou-se a mais nova estrela do universo lulista. Faz tudo o que seu mestre manda e, em retorno, recebe até mais do que o governo federal poderia dar ao Rio de Janeiro. Juventude e experiência não são incompatíveis, nesse caso, pois o Serginho, como é carinhosamente chamado, consegue superar parte dos gravíssimos problemas do estado e da antiga capital. No PMDB, ocupa a pole-position.
No partido que já foi do dr. Ulysses, fosse para seguir as lições do patrono e Roberto Requião venceria qualquer convenção, desde que para indicar o candidato ao Palácio do Planalto. Para vice, há divergências, tendo em vista a independência do governador do Paraná e, até mesmo, suas posições polêmicas. Mas está no páreo.
Houve tempo, há mais de um ano, que Nelson Jobim usava a coroa de príncipe de Gales. Deixando o Supremo Tribunal Federal antes do prazo, com certa ingenuidade disputou a pré-indicação para presidente do PMDB, sendo enrolado pelas raposas felpudas do partido. Hesitou um pouco, mas aceitou tornar-se ministro da Defesa, numa quadra delicadíssima onde não foi poupado o correto Waldir Pires.
Cresceu, mesmo criando um caso por dia com suas declarações - coisa que mais ou menos continua até hoje. Participa daquele grupo que, no governo e no PMDB, não se enquadra na ortodoxia da prática política. Está para o que der e vier, já que não dará mesmo para disputar seu objetivo maior, o Palácio do Planalto.
Edison Lobão não disputa a condição de estrela maior no céu de brigadeiro em que se tornou o governo Lula. É um cometa de grandes proporções e luminosidade. Enganou-se quem imaginou se constituísse num corpo estranho no governo, uma imposição do PMDB ao chefe maior. Por competência política e sorte, tornou-se Minas e Energia o ministério do coração do Lula. Só não recebe mais telefonemas diários do presidente do que Dilma Rousseff. Mas deixa longe Guido Mantega e qualquer outro.
Da descoberta do petróleo no pré-sal à entrada em carga da nona turbina de Itaipu, da programação de 50 novas usinas nucleares ao chega-para-lá dado na Petrobras, da firmeza com que negociou a nova partida do gás boliviano à condição de convidado especial na última reunião da Opep, o senador poderá ser levado a arquivar o sonho de voltar a governar o Maranhão, se for à troca da vice-presidência na chapa encabeçada pelo PT.
Michel Temer pode ser considerado a "opção Bom-Bril", excelente para mil e uma utilidades. Consegue dar nó em pingo d'água, mantendo-se há mais de uma década na liderança do PMDB, como seu presidente, capaz de compor interesses tão conflitantes quanto explosivos. Se os pretendentes acima citados forem sendo escanteados, cada um por uma razão engendrada no comando do partido, sobrará quem, a não ser Temer?
Para Garibaldi Alves sobra a condição de uma espécie de regra-três de Michel Temer. Cresceu na presidência do Senado, até batendo de frente com o Executivo, na questão das medidas provisórias. Se o presidente Lula quiser alguém tão independente quanto leal, não esquecerá de mandar botar Garibaldi na lista "como maior de espadas". A referência vai para uma das múltiplas rasteiras que Getúlio Vargas passou nos políticos quando se tratou de indicar o novo governador de Minas, dada a morte de Olegário Maciel. Entre Virgílio de Mello Franco e Gustavo Capanema, o caudilho mandou relacionar, só para constar, o nome de Benedito Valadares. Poderia Lula fazer o mesmo?
Com relação aos pequenos partidos, surpresas poderão acontecer, já que PSB, PC do B, PTB, PDT, PR e PP, entre outros, não se entendem mesmo. Um nome, porém, sobressai do conjunto, até já referido pelo presidente Lula. É o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, duas vezes candidato presidencial derrotado, uma por Fernando Henrique, outra pelo Lula. Dias atrás ele declarou admitir tornar-se companheiro de chapa de Dilma Rousseff. Disse que jamais ficará contra o presidente da República, ou seja, só disputaria a presidência como indicado dele.
Em suma, o quadro hoje é esse, tornando-se óbvio que, com tantos candidatos disputando a vice-presidência, o natural é que logo se engalfinhem. E com o beneplácito do Lula, que de ingênuo não tem nada. Aos referidos pré-candidatos abrem-se duas opções: ser vice de Dilma ou de... (cala-te boca).
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Para líder tucano, só 'unidade' salva PSDB em 2010
José Aníbal atribui popularidade de Lula a três fatores
‘Tem a ver com sorte, astúcia e pragmatismo’, afirma
Acha que, em 2010, presidente será ‘um eleitor forte’
Considera ‘muito provável’ que Dilma vá ao ‘2º turno’
Condiciona o êxito do tucanato à unidade Serra-Aécio
Folha
O líder do PSDB na Câmara falou ao blog na noite desta segunda (22), sob o impacto da pesquisa Sensus: popularidade de Lula em 77,7% e aprovação do governo em 68,8%. Vai abaixo a entrevista do deputado José Aníbal (PSDB-SP):
- A que atribui a alta popularidade de Lula?
Tem a ver com sorte, astúcia na propaganda e pragmatismo na economia.
- Como assim?
Na eleição passada o Lula criou o biocombustível. Agora, veio com o pré-sal. Ele percebeu, antes de todo mundo, que o pré-sal é um ovo do Colombo em termos políticos. E se não de em nada? Não tem a menor importância. Ele fica alimentando isso. Cria um clímax. Faz da mera possibilidade uma certeza absoluta de que o país será um dos maiores exportadores de petróleo do mundo no curto prazo. E fatura os dividendos políticos.
- Não atribui importâncias aos programas sociais?
Claro que sim. O Lula demorou pra perceber. Começou o governo perdendo tempo com o Fome Zero. Mas logo notou a importância da rede de proteção social iniciada no governo Fernando Henrique.
- Isso não foi correto?
Está certo. Ele pegou o cadastro dos quatro programas criados pelo Fernando Henrique: Bolsa Alimentação, Bolsa Escola, Vale Gás e combate ao trabalho infantil. E unificou tudo num único programa.
- E quanto ao desempenho da economia?
Nesse ponto entra o pragmatismo do Lula. Ele não tem nenhum compromisso de natureza ideológica, zero. É um pragmático.
- Isso é bom ou ruim?
Na economia foi bom. Essa qualidade o levou a se empenhar para preservar os fundamentos econômicos, contra tudo o que preconizava no passado. Isso não é coisa só do [Antônio] Palocci. É do Lula. Se não fosse o Palocci seria outro. O pragmatismo do Lula está na Carta ao Povo Brasileiro. Ali está o Lula por inteiro –um sindicalista objetivo, negociador, que busca resultados.
- Então, a seu juízo, a popularidade do presidente está fundada num tripé?
Exatamente. Empregou o pragmatismo na economia e na fusão dos programas sociais. Vale-se de uma intuição para a propaganda que nenhum outro tem. Além disso, teve sorte e não tem compromisso com nada e com ninguém, só com ele mesmo. Mistura tudo isso com o vento a favor que sopra na economia mundial e chega-se a esse índice de popularidade.
- A crise nos EUA não representa uma virada no ambiente favorável?
Claro que sim. Mas ainda não surtiu efeitos no Brasil. Além disso, o Lula, de novo, constrói o discurso à sua maneira. Num primeiro momento, ele disse: ‘Isso é problema do Bush.’ Depois, teve de admitir: ‘Bom, sempre que os EUA entram em crise devemos nos preocupar.’ É óbvio que se essa crise se aprofunda, acaba afetando o Brasil.
- Não acha que falta discurso ao PSDB para se contrapor ao Lula?
Discurso o PSDB tem. O que falta ao partido é unidade.
- Qual é o discurso?
Se você ligar para qualquer liderança nacional nossa, vai ver que todas têm uma boa reflexão. Com começo, meio e fim. O que falta pra nós é uma ação mais combinada, mais convergente. Precisamos nos comportar de modo mais unitário, em conjunto.
- Falta de unidade é problema para 2010, não?
Sim. O grande problema nosso para 2010 chama-se unidade.
- Refere-se a José Serra e Aécio Neves?
Exatamente. Não há outro caminho pra nós em 2010 que não seja a unidade entre Serra e Aécio.
- Lula prevaleceu duas vezes sobre um PSDB desunido –Serra, em 2002; e Alckmin, em 2006. O que o leva a crer que haverá unidade em 2010?
Vivemos nesse período a que você se refere uma fase em que a afirmação do projeto do partido ficou menos importante do que os candidatos. Não assumimos o que fizemos de bom. As duas campanhas foram importantes, mas se apresentaram dissociadas do que o partido tinha conquistado.
- Envergonharam-se da fase FHC?
É o que eu acho. Deixamos de agregar ao nosso discurso conquistas importantes e inegáveis. Aí entra o Lula com o estilo Carta ao Povo brasileiro. O que ele sinalizou: ‘Olha, pessoal, nós vamos fazer o nosso dever de casa direitinho.’
- Não acha que, mantida a popularidade, Lula chega a 2010 com chances de fazer o sucessor?
Ele é, sem dúvida, um eleitor forte.
- Dificilmente deixará de levar Dilma Rousseff pelo menos ao segundo turno, não acha?
Ele diz que vai eleger. É preciso considerar que o quadro será outro. Não sei se pior ou melhor pra ele. Mas é muito provável que ele consiga levar alguém para o segundo turno. Ele e a máquina que se formou em torno dele. O Lula exerce poder hegemônico sobre o PT. Os chamados partidos aliados estão totalmente dependentes dele, que negocia tudo. Juntando ele e essa máquina, evidentemente, dá densidade para uma candidatura presidencial.
- Como enfrentar?
Por isso falo de unidade. Para nós, hoje, competência tornou-se sinônimo de unidade. Se tivermos unidade, principalmente entre Serra e Aécio, juntamos o partido inteiro, agregamos outras forças políticas e ganhamos a eleição.
- Refere-se a uma chapa puro sangue?
Não necessariamente. O essencial é que os dois estejam juntos. E quando digo juntos, quero dizer juntos pra valer. Pra nós, não tem outro caminho.
- Que tipo de país acha que Lula vai entregar?
O Lula é extremamente conservador, não entra em bola dividida. Não fez e não fará nenhuma das reformas importantes. Vai entregar, ele sim, a herança maldita. É licencioso. Opera com o momento. Está entrando mais dinheiro? Então gasta mais, desbragadamente. E deixa a bomba para o próximo.
Escrito por Josias de Souza às 02h17
‘Tem a ver com sorte, astúcia e pragmatismo’, afirma
Acha que, em 2010, presidente será ‘um eleitor forte’
Considera ‘muito provável’ que Dilma vá ao ‘2º turno’
Condiciona o êxito do tucanato à unidade Serra-Aécio
Folha
O líder do PSDB na Câmara falou ao blog na noite desta segunda (22), sob o impacto da pesquisa Sensus: popularidade de Lula em 77,7% e aprovação do governo em 68,8%. Vai abaixo a entrevista do deputado José Aníbal (PSDB-SP):
- A que atribui a alta popularidade de Lula?
Tem a ver com sorte, astúcia na propaganda e pragmatismo na economia.
- Como assim?
Na eleição passada o Lula criou o biocombustível. Agora, veio com o pré-sal. Ele percebeu, antes de todo mundo, que o pré-sal é um ovo do Colombo em termos políticos. E se não de em nada? Não tem a menor importância. Ele fica alimentando isso. Cria um clímax. Faz da mera possibilidade uma certeza absoluta de que o país será um dos maiores exportadores de petróleo do mundo no curto prazo. E fatura os dividendos políticos.
- Não atribui importâncias aos programas sociais?
Claro que sim. O Lula demorou pra perceber. Começou o governo perdendo tempo com o Fome Zero. Mas logo notou a importância da rede de proteção social iniciada no governo Fernando Henrique.
- Isso não foi correto?
Está certo. Ele pegou o cadastro dos quatro programas criados pelo Fernando Henrique: Bolsa Alimentação, Bolsa Escola, Vale Gás e combate ao trabalho infantil. E unificou tudo num único programa.
- E quanto ao desempenho da economia?
Nesse ponto entra o pragmatismo do Lula. Ele não tem nenhum compromisso de natureza ideológica, zero. É um pragmático.
- Isso é bom ou ruim?
Na economia foi bom. Essa qualidade o levou a se empenhar para preservar os fundamentos econômicos, contra tudo o que preconizava no passado. Isso não é coisa só do [Antônio] Palocci. É do Lula. Se não fosse o Palocci seria outro. O pragmatismo do Lula está na Carta ao Povo Brasileiro. Ali está o Lula por inteiro –um sindicalista objetivo, negociador, que busca resultados.
- Então, a seu juízo, a popularidade do presidente está fundada num tripé?
Exatamente. Empregou o pragmatismo na economia e na fusão dos programas sociais. Vale-se de uma intuição para a propaganda que nenhum outro tem. Além disso, teve sorte e não tem compromisso com nada e com ninguém, só com ele mesmo. Mistura tudo isso com o vento a favor que sopra na economia mundial e chega-se a esse índice de popularidade.
- A crise nos EUA não representa uma virada no ambiente favorável?
Claro que sim. Mas ainda não surtiu efeitos no Brasil. Além disso, o Lula, de novo, constrói o discurso à sua maneira. Num primeiro momento, ele disse: ‘Isso é problema do Bush.’ Depois, teve de admitir: ‘Bom, sempre que os EUA entram em crise devemos nos preocupar.’ É óbvio que se essa crise se aprofunda, acaba afetando o Brasil.
- Não acha que falta discurso ao PSDB para se contrapor ao Lula?
Discurso o PSDB tem. O que falta ao partido é unidade.
- Qual é o discurso?
Se você ligar para qualquer liderança nacional nossa, vai ver que todas têm uma boa reflexão. Com começo, meio e fim. O que falta pra nós é uma ação mais combinada, mais convergente. Precisamos nos comportar de modo mais unitário, em conjunto.
- Falta de unidade é problema para 2010, não?
Sim. O grande problema nosso para 2010 chama-se unidade.
- Refere-se a José Serra e Aécio Neves?
Exatamente. Não há outro caminho pra nós em 2010 que não seja a unidade entre Serra e Aécio.
- Lula prevaleceu duas vezes sobre um PSDB desunido –Serra, em 2002; e Alckmin, em 2006. O que o leva a crer que haverá unidade em 2010?
Vivemos nesse período a que você se refere uma fase em que a afirmação do projeto do partido ficou menos importante do que os candidatos. Não assumimos o que fizemos de bom. As duas campanhas foram importantes, mas se apresentaram dissociadas do que o partido tinha conquistado.
- Envergonharam-se da fase FHC?
É o que eu acho. Deixamos de agregar ao nosso discurso conquistas importantes e inegáveis. Aí entra o Lula com o estilo Carta ao Povo brasileiro. O que ele sinalizou: ‘Olha, pessoal, nós vamos fazer o nosso dever de casa direitinho.’
- Não acha que, mantida a popularidade, Lula chega a 2010 com chances de fazer o sucessor?
Ele é, sem dúvida, um eleitor forte.
- Dificilmente deixará de levar Dilma Rousseff pelo menos ao segundo turno, não acha?
Ele diz que vai eleger. É preciso considerar que o quadro será outro. Não sei se pior ou melhor pra ele. Mas é muito provável que ele consiga levar alguém para o segundo turno. Ele e a máquina que se formou em torno dele. O Lula exerce poder hegemônico sobre o PT. Os chamados partidos aliados estão totalmente dependentes dele, que negocia tudo. Juntando ele e essa máquina, evidentemente, dá densidade para uma candidatura presidencial.
- Como enfrentar?
Por isso falo de unidade. Para nós, hoje, competência tornou-se sinônimo de unidade. Se tivermos unidade, principalmente entre Serra e Aécio, juntamos o partido inteiro, agregamos outras forças políticas e ganhamos a eleição.
- Refere-se a uma chapa puro sangue?
Não necessariamente. O essencial é que os dois estejam juntos. E quando digo juntos, quero dizer juntos pra valer. Pra nós, não tem outro caminho.
- Que tipo de país acha que Lula vai entregar?
O Lula é extremamente conservador, não entra em bola dividida. Não fez e não fará nenhuma das reformas importantes. Vai entregar, ele sim, a herança maldita. É licencioso. Opera com o momento. Está entrando mais dinheiro? Então gasta mais, desbragadamente. E deixa a bomba para o próximo.
Escrito por Josias de Souza às 02h17
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Pesquisa CNT/Sensus mostra que três em cada quatro brasileiros aprovam presidente Lula
Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostrou que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu o patamar de 77,7% - nos mesmos níveis do início de seu governo, em 2003.
Os números foram revelados em pesquisa realizada pelo Instituto Sensus, encomendada pela CNT, com duas mil pessoas de todas as regiões do país, entre os dias 15 e 19 deste mês, com margem de erro de três pontos percentuais, para mais e para menos.
A alta avaliação do presidente Lula refletiu o desempenho do governo em geral, aprovado por 68,8% dos entrevistados, conforme afirmou o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, ao divulgar hoje (22) os resultados da pesquisa. Em especial, segundo ele, por causa dos bons resultados da economia, dos programas sociais e do aumento do poder de compra do trabalhador.
Segundo Guedes, a popularidade do presidente não implica, obrigatoriamente, em transferência de votos. Lula tem potencial de 44,1% quanto ao apoio de candidatos a prefeitos, nas eleições do próximo dia 5. O mesmo não acontece, porém, com relação à sucessão presidencial, em 2010, quando o escolhido em todas as simulações é o governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, se as eleições fossem hoje.
Ricardo Guedes disse que “sem dúvida”, o presidente Lula “é o maior cabo eleitoral do Brasil e tem força de transferência”, mas o candidato apoiado por ele “tem que ser politicamente palatável”. E, pelo menos por enquanto, os possíveis candidatos petistas à sucessão de Lula ainda não apresentam forte nível de competitividade, de acordo com o diretor do Sensus.
Em simulações de primeiro turno, Serra teria 38,1% dos votos, contra 17,4% do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), 9,9% da ex-senadora Heloísa Helena (P-SOL-AL), e só então viria a ministra da Casa Civil, Dilma Housseff, que tem o apoio do presidente da República.
Nas medições para o segundo turno da corrida presidencial, Serra venceria Dilma Rousseff por 51,4% a 15,7%, e se o concorrente fosse o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, outro nome lembrado pelos petistas, a diferença seria ainda maior: de 55,1% a 7,7%. A disputa mais acirrada em um possível segundo turno seria com Ciro Gomes, por 47,1% a 22,5%
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostrou que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu o patamar de 77,7% - nos mesmos níveis do início de seu governo, em 2003.
Os números foram revelados em pesquisa realizada pelo Instituto Sensus, encomendada pela CNT, com duas mil pessoas de todas as regiões do país, entre os dias 15 e 19 deste mês, com margem de erro de três pontos percentuais, para mais e para menos.
A alta avaliação do presidente Lula refletiu o desempenho do governo em geral, aprovado por 68,8% dos entrevistados, conforme afirmou o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, ao divulgar hoje (22) os resultados da pesquisa. Em especial, segundo ele, por causa dos bons resultados da economia, dos programas sociais e do aumento do poder de compra do trabalhador.
Segundo Guedes, a popularidade do presidente não implica, obrigatoriamente, em transferência de votos. Lula tem potencial de 44,1% quanto ao apoio de candidatos a prefeitos, nas eleições do próximo dia 5. O mesmo não acontece, porém, com relação à sucessão presidencial, em 2010, quando o escolhido em todas as simulações é o governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, se as eleições fossem hoje.
Ricardo Guedes disse que “sem dúvida”, o presidente Lula “é o maior cabo eleitoral do Brasil e tem força de transferência”, mas o candidato apoiado por ele “tem que ser politicamente palatável”. E, pelo menos por enquanto, os possíveis candidatos petistas à sucessão de Lula ainda não apresentam forte nível de competitividade, de acordo com o diretor do Sensus.
Em simulações de primeiro turno, Serra teria 38,1% dos votos, contra 17,4% do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), 9,9% da ex-senadora Heloísa Helena (P-SOL-AL), e só então viria a ministra da Casa Civil, Dilma Housseff, que tem o apoio do presidente da República.
Nas medições para o segundo turno da corrida presidencial, Serra venceria Dilma Rousseff por 51,4% a 15,7%, e se o concorrente fosse o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, outro nome lembrado pelos petistas, a diferença seria ainda maior: de 55,1% a 7,7%. A disputa mais acirrada em um possível segundo turno seria com Ciro Gomes, por 47,1% a 22,5%
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Se Serra perder, Aécio enfrenta Dilma (Pedro do Coutto - Tribuna da Imprensa)
As mais recentes pesquisas sobre intenções de voto para a prefeitura da cidade de São Paulo, tanto a do Ibope quanto a do Datafolha, apresentam um avanço de Gilberto Kassab sobre Geraldo Alckmin e uma queda de 3 ou 4 pontos de Marta Suplicy, que, apesar disso, segue disparada na frente.
Desceu para 35 por cento e está previamente classificada para o segundo turno. A dúvida é se será contra Kassab ou Alckmin. Não existia esta dúvida, mas passou a existir. O ex-governador vem recuando, o atual prefeito avançando. Para o Ibope, ambos encontram-se empatados no vigésimo segundo andar. Para o Datafolha, Kassab atingiu 22 pontos, Alckmin ficou com 21.
Se Alckmin for qualificado para o confronto decisivo, o resultado, hoje, seria imprevisível. Mas se couber a Kassab enfrentar Marta, a ex-ministra do Turismo leva boa vantagem. É explicável. Gerald Alckmin, no segundo turno, arrebata os eleitores de Kassab. Mas se Kassab superar o ex-governador, nem todos os que tiverem votado em Alckmin vão para ele, magoados com o comportamento do governador José Serra, que, embora do PSDB, mantém-se dúbio entre os principais competidores de Marta Suplicy.
A meu ver, Marta deve torcer para que seu adversário seja Kassab. Eleita a candidata do PT, a derrota será de José Serra. Com isso, sem sombra de dúvida, crescerá a candidatura de Aécio Neves entre os tucanos para enfrentar Dilma Rousseff, candidata declarada de Lula, na sucessão presidencial de 2010. O governador de São Paulo, até o momento, está mais forte do que o governador de Minas Gerais no partido e, portanto, na convenção. Mas continuará mais forte depois das urnas?
Esta é a pergunta. Sobretudo porque, junto com o PT, Aécio vai vencer em Belo Horizonte com o candidato Marcio Lacerda disparado nos levantamentos do Ibope e Datafolha. O quadro da capital mineira está nítido. O da cidade de São Paulo, não. Há nuvens em torno, não só do desfecho, mas também em volta de Serra. Se Alckmin vencer, depois das vacilações do governador, não é absolutamente certo que o apoiará na luta pelo Planalto. Alckmin pode até preferir Aécio, que sempre o prestigiou e esteve com ele. Política é um enigma.
De qualquer forma, a candidatura de Serra à presidência passou a correr risco. Pode até não se consolidar. Vai depender do desfecho de São Paulo. No entanto, o panorama para daqui a dois nos não apresenta muitas alternativas. A ministra Dilma Rousseff pelo PT, em aliança com o PMDB de José Sarney, como este já afirmou diretamente. Ciro Gomes, no esquema, fica sem espaço, pelo menos ao lado de Lula. Pertence ao PSB.
Se disputar sozinho, não tem chance. Vice, ele só poderá ser de Serra ou Aécio, pela oposição. Não companheiro de chapa da chefe da Casa Civil. Pois o vice de Dilma Rousseff, mantido o quadro de hoje, terá que ser alguém do PMDB. Política é assim. Alternativas surgem. Alternativas se esgotam. Ciro Gomes já disputou a presidência duas vezes: teve 10 por cento dos votos em 98; 12, em 2002. Não concorreu em 2006. Dificilmente poderá concorrer em 2010. Explosivo, pavio curto demais.
Um outro assunto. Excelente reportagem de Juliana Sofia, "Folha de S. Paulo" de 13 de setembro, focalizando os déficits que marcam o desempenho dos regimes previdenciários estaduais. Uma verdadeira calamidade. Em seu conjunto, somaram um total de 20,5 bilhões de reais. Só em 2007. Pela forma com que atuam os governos dos estados, os prejuízos só podem crescer e jamais equilibrar a despesa com a receita.
Os dados, citados por Juliana Sofia, são do próprio Ministério da Previdência Social. Explico porque os déficits deverão ser cada vez maiores. O do Rioprevidência - RJ, por exemplo, registrou no exercício passado um saldo negativo de nada menos que 3,2 bilhões de reais. Para uma receita (contribuição do funcionalismo) de 2,4 bilhões, verificou-se uma despesa da ordem de 5,6 bilhões. Não acontece por acaso.
Trata-se do seguinte: os funcionários antigos são estatutários. Recolhem, portanto, 11 por cento de seus vencimentos, sem limite, para a seguridade. A taxa média de aposentadoria é de 12 mil casos por ano. O desembolso com o pagamento das aposentadorias - como é natural - cresce.
E não é compensado pelo ingresso de novos servidores, uma vez que os que entram são contratados diretamente pela CLT, ou por intermédio de ONGs, e assim, em ambos os caos, não contribuem para o Rioprevidência e sim para o INSS. O mesmo acontece com os cargos em comissão. Dessa forma, o governo do Rio de Janeiro, em vez de captar recursos para a área do estado, os transfere para a esfera federal.
Descapitaliza-se, portanto. Mas não apenas isso. Como empregador celetista, tem que recolher 22 por cento sobre a folha de salários também para o INSS. É o que determina a lei. Se as admissões fossem estatutárias, a administração Sergio Cabral livrar-se-ia desses 22 por cento e a parte de 11 por cento, dos funcionários, seria paga por eles próprios.
A celetização do Serviço Público, como se vê, custa imensamente mais caro, não só ao RJ, mas a todos os estados. Por que governadores a adotam então? Eis aí uma pergunta sem resposta. A menos que o objetivo seja canalizar recursos financeiros para ONGs que crescem velozmente no País. Um mistério.
Desceu para 35 por cento e está previamente classificada para o segundo turno. A dúvida é se será contra Kassab ou Alckmin. Não existia esta dúvida, mas passou a existir. O ex-governador vem recuando, o atual prefeito avançando. Para o Ibope, ambos encontram-se empatados no vigésimo segundo andar. Para o Datafolha, Kassab atingiu 22 pontos, Alckmin ficou com 21.
Se Alckmin for qualificado para o confronto decisivo, o resultado, hoje, seria imprevisível. Mas se couber a Kassab enfrentar Marta, a ex-ministra do Turismo leva boa vantagem. É explicável. Gerald Alckmin, no segundo turno, arrebata os eleitores de Kassab. Mas se Kassab superar o ex-governador, nem todos os que tiverem votado em Alckmin vão para ele, magoados com o comportamento do governador José Serra, que, embora do PSDB, mantém-se dúbio entre os principais competidores de Marta Suplicy.
A meu ver, Marta deve torcer para que seu adversário seja Kassab. Eleita a candidata do PT, a derrota será de José Serra. Com isso, sem sombra de dúvida, crescerá a candidatura de Aécio Neves entre os tucanos para enfrentar Dilma Rousseff, candidata declarada de Lula, na sucessão presidencial de 2010. O governador de São Paulo, até o momento, está mais forte do que o governador de Minas Gerais no partido e, portanto, na convenção. Mas continuará mais forte depois das urnas?
Esta é a pergunta. Sobretudo porque, junto com o PT, Aécio vai vencer em Belo Horizonte com o candidato Marcio Lacerda disparado nos levantamentos do Ibope e Datafolha. O quadro da capital mineira está nítido. O da cidade de São Paulo, não. Há nuvens em torno, não só do desfecho, mas também em volta de Serra. Se Alckmin vencer, depois das vacilações do governador, não é absolutamente certo que o apoiará na luta pelo Planalto. Alckmin pode até preferir Aécio, que sempre o prestigiou e esteve com ele. Política é um enigma.
De qualquer forma, a candidatura de Serra à presidência passou a correr risco. Pode até não se consolidar. Vai depender do desfecho de São Paulo. No entanto, o panorama para daqui a dois nos não apresenta muitas alternativas. A ministra Dilma Rousseff pelo PT, em aliança com o PMDB de José Sarney, como este já afirmou diretamente. Ciro Gomes, no esquema, fica sem espaço, pelo menos ao lado de Lula. Pertence ao PSB.
Se disputar sozinho, não tem chance. Vice, ele só poderá ser de Serra ou Aécio, pela oposição. Não companheiro de chapa da chefe da Casa Civil. Pois o vice de Dilma Rousseff, mantido o quadro de hoje, terá que ser alguém do PMDB. Política é assim. Alternativas surgem. Alternativas se esgotam. Ciro Gomes já disputou a presidência duas vezes: teve 10 por cento dos votos em 98; 12, em 2002. Não concorreu em 2006. Dificilmente poderá concorrer em 2010. Explosivo, pavio curto demais.
Um outro assunto. Excelente reportagem de Juliana Sofia, "Folha de S. Paulo" de 13 de setembro, focalizando os déficits que marcam o desempenho dos regimes previdenciários estaduais. Uma verdadeira calamidade. Em seu conjunto, somaram um total de 20,5 bilhões de reais. Só em 2007. Pela forma com que atuam os governos dos estados, os prejuízos só podem crescer e jamais equilibrar a despesa com a receita.
Os dados, citados por Juliana Sofia, são do próprio Ministério da Previdência Social. Explico porque os déficits deverão ser cada vez maiores. O do Rioprevidência - RJ, por exemplo, registrou no exercício passado um saldo negativo de nada menos que 3,2 bilhões de reais. Para uma receita (contribuição do funcionalismo) de 2,4 bilhões, verificou-se uma despesa da ordem de 5,6 bilhões. Não acontece por acaso.
Trata-se do seguinte: os funcionários antigos são estatutários. Recolhem, portanto, 11 por cento de seus vencimentos, sem limite, para a seguridade. A taxa média de aposentadoria é de 12 mil casos por ano. O desembolso com o pagamento das aposentadorias - como é natural - cresce.
E não é compensado pelo ingresso de novos servidores, uma vez que os que entram são contratados diretamente pela CLT, ou por intermédio de ONGs, e assim, em ambos os caos, não contribuem para o Rioprevidência e sim para o INSS. O mesmo acontece com os cargos em comissão. Dessa forma, o governo do Rio de Janeiro, em vez de captar recursos para a área do estado, os transfere para a esfera federal.
Descapitaliza-se, portanto. Mas não apenas isso. Como empregador celetista, tem que recolher 22 por cento sobre a folha de salários também para o INSS. É o que determina a lei. Se as admissões fossem estatutárias, a administração Sergio Cabral livrar-se-ia desses 22 por cento e a parte de 11 por cento, dos funcionários, seria paga por eles próprios.
A celetização do Serviço Público, como se vê, custa imensamente mais caro, não só ao RJ, mas a todos os estados. Por que governadores a adotam então? Eis aí uma pergunta sem resposta. A menos que o objetivo seja canalizar recursos financeiros para ONGs que crescem velozmente no País. Um mistério.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Jobim no fio da navalha (Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa)
BRASÍLIA - Caso não sobrevenha um imprevisto, o ministro Nelson Jobim prestará depoimento, hoje, na CPI dos Grampos, na Câmara. Ainda que com todo o respeito, será confrontado com perguntas incômodas. Como explica que tenham chegado ao seu gabinete informações apenas sobre sete escutas telefônicas promovidas no âmbito das Forças Armadas, quando o Superior Tribunal Militar informa terem sido 234, só este ano? Afinal, Exército, Marinha e Aeronáutica possuem aparelhos para grampear telefones?
O que dizer da revelação do jurista Ives Gandra Martins de que em 2007 foram autorizadas 409 mil escutas telefônicas? Os organismos ligados à inteligência devem dispor do direito de grampear telefones e ambientes variados, claro que com autorização judicial? Como punir agentes de informações flagrados promovendo escutas irregulares?
Abre-se para o ministro da Defesa excelente oportunidade de falar pelo governo e repor a crise em seus devidos termos, quer dizer, justificar a existência de instituições aparelhadas para monitorar criminosos, jamais para bisbilhotar a vida de cidadãos acima de suspeitas.
Caso venha a sair-se bem, Jobim poderá receber a grata surpresa de ser incluído no rol dos presidenciáveis, melhor dizendo, dos vice-presidenciáveis, na hipótese de o PMDB insistir na formação de uma chapa com Dilma Rousseff. Perdendo-se em inconsistências, porém, arrisca-se a cair em desgraça no Palácio do Planalto. Dias atrás o presidente Lula determinou-lhe ficar em silêncio para não conturbar ainda mais a crise dos grampos. Se for falar, é porque, no mínimo, foi liberado pelo chefe para transitar pelo fio da navalha.
Números inexplicáveis
De quatro, positivamente, o Brasil não se encontra, ficando a razão com o ministro Guido Mantega. Mas não dá para explicar porque, no auge da crise que levou a Lehman Brothers à breca, tenha a bolsa de valores de Nova York caído 4.42 pontos, enquanto a Bovespa, no mesmo dia, caiu 7.59 pontos. Nosso colchão será mais macio que o deles, permitindo queda mais acentuada?
É bom tomar cuidado, porque cresceu nas últimas semanas a fuga de investimentos externos. O dinheiro sai bem mais do que entra, em nossa economia, coisa que nem o momento mágico do pré-sal consegue evitar. As ações da Petrobras perdem valor quando deveriam constituir-se na taboa de salvação dos especuladores estrangeiros. Tem algo de errado por aí.
Contra Lula, Serra fica em São Paulo
José Serra não confirmará nunca, vai jurar de pés juntos que não disse, mas alguém de sua intimidade revelou sua resposta dada de bate-pronto diante da indagação sobre um hipotético terceiro mandato. Rejeitando a possibilidade de disputar o Palácio do Planalto contra o presidente Lula, em 2010, o governador admitiu, então, concorrer a um segundo mandato em São Paulo.
"E quem seria o candidato do PSDB à presidência da República?" "Ora, o Geraldinho, que já tem experiência...". Ninguém, no ninho, admite que o presidente Lula aceite mudar as regras do jogo para permanecer no poder. Até porque, as oposições não deixariam, imaginam os cardeais do PSDB. Mesmo assim, uma nuvem de carcarás poderá melar o plano de vôo e ofuscar a revoada dos tucanos. Porque se Dilma Rousseff não emplacar, se as pesquisas indicarem no momento apropriado a vitória incontestável de Serra, penas vão se espalhar por todo lado.
Vai sem falar de crise
Dia 22 o presidente Lula estará em Nova York. Será homenageado com jantar oferecido por empresários de lá e de cá, possivelmente conversará com o presidente George W. Bush, em Washington. Seus assessores internacionais já estão preparando a visita, com uma recomendação especial: não abordar a crise financeira americana. Responder, no máximo, que confia na capacidade da economia dos Estados Unidos superar as dificuldades atuais.
Apesar do momento mágico promovido pelo pré-sal, o presidente Lula parece disposto a retomar a campanha proselitista do etanol, até mesmo buscando convencer empresários e governantes americanos de que o produto retirado do álcool é mais barato do que o proveniente do milho. Além, é claro, de não contribuir para a falta de alimentos.
O que dizer da revelação do jurista Ives Gandra Martins de que em 2007 foram autorizadas 409 mil escutas telefônicas? Os organismos ligados à inteligência devem dispor do direito de grampear telefones e ambientes variados, claro que com autorização judicial? Como punir agentes de informações flagrados promovendo escutas irregulares?
Abre-se para o ministro da Defesa excelente oportunidade de falar pelo governo e repor a crise em seus devidos termos, quer dizer, justificar a existência de instituições aparelhadas para monitorar criminosos, jamais para bisbilhotar a vida de cidadãos acima de suspeitas.
Caso venha a sair-se bem, Jobim poderá receber a grata surpresa de ser incluído no rol dos presidenciáveis, melhor dizendo, dos vice-presidenciáveis, na hipótese de o PMDB insistir na formação de uma chapa com Dilma Rousseff. Perdendo-se em inconsistências, porém, arrisca-se a cair em desgraça no Palácio do Planalto. Dias atrás o presidente Lula determinou-lhe ficar em silêncio para não conturbar ainda mais a crise dos grampos. Se for falar, é porque, no mínimo, foi liberado pelo chefe para transitar pelo fio da navalha.
Números inexplicáveis
De quatro, positivamente, o Brasil não se encontra, ficando a razão com o ministro Guido Mantega. Mas não dá para explicar porque, no auge da crise que levou a Lehman Brothers à breca, tenha a bolsa de valores de Nova York caído 4.42 pontos, enquanto a Bovespa, no mesmo dia, caiu 7.59 pontos. Nosso colchão será mais macio que o deles, permitindo queda mais acentuada?
É bom tomar cuidado, porque cresceu nas últimas semanas a fuga de investimentos externos. O dinheiro sai bem mais do que entra, em nossa economia, coisa que nem o momento mágico do pré-sal consegue evitar. As ações da Petrobras perdem valor quando deveriam constituir-se na taboa de salvação dos especuladores estrangeiros. Tem algo de errado por aí.
Contra Lula, Serra fica em São Paulo
José Serra não confirmará nunca, vai jurar de pés juntos que não disse, mas alguém de sua intimidade revelou sua resposta dada de bate-pronto diante da indagação sobre um hipotético terceiro mandato. Rejeitando a possibilidade de disputar o Palácio do Planalto contra o presidente Lula, em 2010, o governador admitiu, então, concorrer a um segundo mandato em São Paulo.
"E quem seria o candidato do PSDB à presidência da República?" "Ora, o Geraldinho, que já tem experiência...". Ninguém, no ninho, admite que o presidente Lula aceite mudar as regras do jogo para permanecer no poder. Até porque, as oposições não deixariam, imaginam os cardeais do PSDB. Mesmo assim, uma nuvem de carcarás poderá melar o plano de vôo e ofuscar a revoada dos tucanos. Porque se Dilma Rousseff não emplacar, se as pesquisas indicarem no momento apropriado a vitória incontestável de Serra, penas vão se espalhar por todo lado.
Vai sem falar de crise
Dia 22 o presidente Lula estará em Nova York. Será homenageado com jantar oferecido por empresários de lá e de cá, possivelmente conversará com o presidente George W. Bush, em Washington. Seus assessores internacionais já estão preparando a visita, com uma recomendação especial: não abordar a crise financeira americana. Responder, no máximo, que confia na capacidade da economia dos Estados Unidos superar as dificuldades atuais.
Apesar do momento mágico promovido pelo pré-sal, o presidente Lula parece disposto a retomar a campanha proselitista do etanol, até mesmo buscando convencer empresários e governantes americanos de que o produto retirado do álcool é mais barato do que o proveniente do milho. Além, é claro, de não contribuir para a falta de alimentos.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Cenário favorece PT para a sucessão de Lula
Candidatos de partidos da base aliada do governo lideram pesquisas em 19 das 26 capitais
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não anunciou quem será seu candidato à sucessão, mas o escolhido deverá partir para a campanha com uma invejável rede de apoio nas capitais brasileiras. Hoje, candidatos de partidos da base aliada do presidente lideram as pesquisas de intenção de voto em 19 das 26 capitais, levando vantagem até em importantes redutos políticos administrados pela oposição, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Para se ter uma idéia do que representa esse potencial político, as 19 capitais que estão se alinhando com o governismo representam um universo de aproximadamente 22,5 milhões de eleitores, excluindo o total de Belo Horizonte. Do lado da oposição, os apoios das capitais representam cerca de 4,9 milhões de eleitores.
O desempenho reflete a alta popularidade de Lula, cujo governo estabeleceu sua melhor marca de aprovação, segundo pesquisa do Datafolha, publicada sexta-feira, impulsionado por bons resultados na economia, como o crescimento de 6% do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa projeção de vitórias aliadas nem leva em conta a situação peculiar de Belo Horizonte, onde o líder das pesquisas, Márcio Lacerda, pertence a um partido da base aliada (PSB), mas ligado politicamente tanto a um governista (o prefeito petista da capital mineira, Fernando Pimentel) como a um oposicionista (o governador tucano Aécio Neves).
Se o atual cenário se confirmar nas urnas, o futuro candidato governista à Presidência terá a seu favor uma base de apoio municipal superior à que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso repassou para seu candidato, José Serra, na eleição de 2002.
Na ocasião, Serra saiu do Ministério da Saúde para se tornar o candidato oficial de Fernando Henrique tendo apenas 13 das 26 capitais alinhadas à base governista. O atual governador de São Paulo acabou derrotado por Lula.
Obviamente, o bom resultado dos governistas nas eleições municipais não garante a vitória automática na sucessão presidencial. Mas amplia consideravelmente a capilaridade de sua campanha e garante palanques nas maiores cidades do País.
Esse aspecto acaba sendo mais vantajoso no caso de Lula confirmar a tendência de bancar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Estreante em campanhas, Dilma precisa mais do que outros candidatos desse tipo de apoio regional, justamente para tornar seu nome mais conhecido. Natal vive situação peculiar. Micarla de Souza lidera as pesquisas e pertence ao PV, partido da base que controla, inclusive, o Ministério da Cultura.
Apesar disso, politicamente Micarla é ligada ao líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), e à senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Agripino é um dos principais críticos do governo no Senado. Se Micarla for eleita, entretanto, há quem aposte que ela se aproximará do governo federal, aumentando ainda mais o arco de aliados de Lula eleitos.
Os governistas têm esperanças de melhorar ainda mais seu desempenho na votação municipal. Com o bom momento da economia, acreditam que podem impedir a vitória da oposição em pelo menos mais duas capitais: Salvador e São Luís. Na capital baiana a aposta é no crescimento do petista Walter Pinheiro ou numa reação do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB). No momento, a vantagem é do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM).
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não anunciou quem será seu candidato à sucessão, mas o escolhido deverá partir para a campanha com uma invejável rede de apoio nas capitais brasileiras. Hoje, candidatos de partidos da base aliada do presidente lideram as pesquisas de intenção de voto em 19 das 26 capitais, levando vantagem até em importantes redutos políticos administrados pela oposição, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Para se ter uma idéia do que representa esse potencial político, as 19 capitais que estão se alinhando com o governismo representam um universo de aproximadamente 22,5 milhões de eleitores, excluindo o total de Belo Horizonte. Do lado da oposição, os apoios das capitais representam cerca de 4,9 milhões de eleitores.
O desempenho reflete a alta popularidade de Lula, cujo governo estabeleceu sua melhor marca de aprovação, segundo pesquisa do Datafolha, publicada sexta-feira, impulsionado por bons resultados na economia, como o crescimento de 6% do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa projeção de vitórias aliadas nem leva em conta a situação peculiar de Belo Horizonte, onde o líder das pesquisas, Márcio Lacerda, pertence a um partido da base aliada (PSB), mas ligado politicamente tanto a um governista (o prefeito petista da capital mineira, Fernando Pimentel) como a um oposicionista (o governador tucano Aécio Neves).
Se o atual cenário se confirmar nas urnas, o futuro candidato governista à Presidência terá a seu favor uma base de apoio municipal superior à que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso repassou para seu candidato, José Serra, na eleição de 2002.
Na ocasião, Serra saiu do Ministério da Saúde para se tornar o candidato oficial de Fernando Henrique tendo apenas 13 das 26 capitais alinhadas à base governista. O atual governador de São Paulo acabou derrotado por Lula.
Obviamente, o bom resultado dos governistas nas eleições municipais não garante a vitória automática na sucessão presidencial. Mas amplia consideravelmente a capilaridade de sua campanha e garante palanques nas maiores cidades do País.
Esse aspecto acaba sendo mais vantajoso no caso de Lula confirmar a tendência de bancar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Estreante em campanhas, Dilma precisa mais do que outros candidatos desse tipo de apoio regional, justamente para tornar seu nome mais conhecido. Natal vive situação peculiar. Micarla de Souza lidera as pesquisas e pertence ao PV, partido da base que controla, inclusive, o Ministério da Cultura.
Apesar disso, politicamente Micarla é ligada ao líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), e à senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Agripino é um dos principais críticos do governo no Senado. Se Micarla for eleita, entretanto, há quem aposte que ela se aproximará do governo federal, aumentando ainda mais o arco de aliados de Lula eleitos.
Os governistas têm esperanças de melhorar ainda mais seu desempenho na votação municipal. Com o bom momento da economia, acreditam que podem impedir a vitória da oposição em pelo menos mais duas capitais: Salvador e São Luís. Na capital baiana a aposta é no crescimento do petista Walter Pinheiro ou numa reação do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB). No momento, a vantagem é do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM).
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Berzoini confirma: candidata do PT será Dilma
RECIFE - Passadas as eleições municipais de 2008 - cuja expectativa é de grande crescimento do PT em todo o País - o objetivo do partido será o de discutir 2010, para vencer a eleição presidencial, com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e manter o "projeto exitoso" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A afirmação foi feita ontem, em entrevista coletiva, no Recife, pelo presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini
Num discurso que reforçou o que já vem sendo destacado pelo presidente Lula, Berzoini afirmou que o PT, além de cuidar da sua unidade interna, deve discutir e aprofundar, com universidades e sindicatos, o debate sobre a plataforma a ser apresentada em 2010, com um Brasil pós-Lula em situação bem mais favorável
Por isso, defendeu que tal plataforma deve girar em torno de uma estratégia da política industrial brasileira para alcançar um maior nível de produtividade e de capacitação tecnológica capazes de enfrentar os desafios do século 21.
"E também avançar com maior celeridade e maior aprofundamento não apenas para distribuir a renda, mas criar oportunidades sofisticando o planejamento político e administrativo do País", disse. Ele lembrou que o País ainda é muito desigual, mas vive outro momento. E que a geração de riqueza, com a descoberta do pré-sal deve propiciar a geração de um projeto forte de educação
Berzoini já visitou 14 estados na sua missão de ajudar as campanhas eleitorais municipais. Na sua programação no Recife, que se encerra amanhã, ele participará de atos de campanha dos candidatos petistas. Ele relembrou que foi no Recife que o presidente Lula fez o primeiro comício da sua campanha à reeleição, ao lado de dois candidatos aliados que disputavam o governo de Pernambuco - o vencedor da eleição, Eduardo Campos (PSB) e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT). "A partir do Recife, foi sinalizado o objetivo maior da campanha, o de não permitir retrocesso no País", reforçou Berzoini
Lula: sucessor pode ser mulher
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu em declarações ao jornal argentino "Clarín" que deseja uma sucessora presidencial "que seja mulher". Na segunda parte da entrevista exclusiva ao jornal portenho publicada ontem - coincidindo com a visita da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, à Brasília - Lula indicou que vai escolher seu sucessor. "Não posso dizer quem é, mas existem muitas possibilidades de que (o sucessor) será uma mulher", disse Lula.
Lula citou ainda que o cenário econômico brasileiro será positivo nas eleições. "O Brasil estará muito bem em 2010", disse Lula. Mostrando segurança em poder fazer seu sucessor, sustentou que para a época das próximas eleições presidenciais, "chegaremos em uma situação muito confortável".
"Vamos estar em uma economia em crescimento, uma renda per capita em aumento, os trabalhadores vão melhorar, os pobres serão menos pobres. Isso é o que garante uma eleição", disse. Segundo ele, seja quem for o sucessor, terá que "fazer mais do que um torneiro mecânico".
Num discurso que reforçou o que já vem sendo destacado pelo presidente Lula, Berzoini afirmou que o PT, além de cuidar da sua unidade interna, deve discutir e aprofundar, com universidades e sindicatos, o debate sobre a plataforma a ser apresentada em 2010, com um Brasil pós-Lula em situação bem mais favorável
Por isso, defendeu que tal plataforma deve girar em torno de uma estratégia da política industrial brasileira para alcançar um maior nível de produtividade e de capacitação tecnológica capazes de enfrentar os desafios do século 21.
"E também avançar com maior celeridade e maior aprofundamento não apenas para distribuir a renda, mas criar oportunidades sofisticando o planejamento político e administrativo do País", disse. Ele lembrou que o País ainda é muito desigual, mas vive outro momento. E que a geração de riqueza, com a descoberta do pré-sal deve propiciar a geração de um projeto forte de educação
Berzoini já visitou 14 estados na sua missão de ajudar as campanhas eleitorais municipais. Na sua programação no Recife, que se encerra amanhã, ele participará de atos de campanha dos candidatos petistas. Ele relembrou que foi no Recife que o presidente Lula fez o primeiro comício da sua campanha à reeleição, ao lado de dois candidatos aliados que disputavam o governo de Pernambuco - o vencedor da eleição, Eduardo Campos (PSB) e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT). "A partir do Recife, foi sinalizado o objetivo maior da campanha, o de não permitir retrocesso no País", reforçou Berzoini
Lula: sucessor pode ser mulher
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu em declarações ao jornal argentino "Clarín" que deseja uma sucessora presidencial "que seja mulher". Na segunda parte da entrevista exclusiva ao jornal portenho publicada ontem - coincidindo com a visita da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, à Brasília - Lula indicou que vai escolher seu sucessor. "Não posso dizer quem é, mas existem muitas possibilidades de que (o sucessor) será uma mulher", disse Lula.
Lula citou ainda que o cenário econômico brasileiro será positivo nas eleições. "O Brasil estará muito bem em 2010", disse Lula. Mostrando segurança em poder fazer seu sucessor, sustentou que para a época das próximas eleições presidenciais, "chegaremos em uma situação muito confortável".
"Vamos estar em uma economia em crescimento, uma renda per capita em aumento, os trabalhadores vão melhorar, os pobres serão menos pobres. Isso é o que garante uma eleição", disse. Segundo ele, seja quem for o sucessor, terá que "fazer mais do que um torneiro mecânico".
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Ciro admite compor com Dilma
Deputado afirma que não seria impossível uma chapa com a ministra para a sucessão de 2010
SÃO PAULO - O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) admitiu ontem a possibilidade de compor uma chapa eleitoral com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), para disputar a sucessão presidencial de 2010. Ao falar a respeito de Dilma, que é o nome mais cotado do PT para disputar a Presidência da República, contando com o apoio do presidente Lula, Ciro destacou que não seria difícil uma composição política com ela: "A ministra Dilma é uma pessoa extraordinária."
O parlamentar e ex-ministro, que participou ontem em São Paulo de evento de comemoração dos 40 anos da revista "Veja", foi questionado também sobre uma eventual composição com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), em 2010. A esse respeito, frisou que apesar dos dois serem muito amigos, militam em diferentes esferas políticas, o que dificultaria uma eventual aliança partidária. Ainda sobre Dilma, Ciro disse: "Dilma tem um pouco mais de estrada na vida nacional, embora estrada nenhuma na vida eleitoral."
Apesar de acenar com a composição política com a ministra Dilma em 2010, o deputado esquivou-se em definir quem poderia ser cabeça de chapa à Presidência da República. "Isso é o Brasil que vai definir em 2010, ninguém é candidato de si próprio", limitou-se a dizer.
Ciro afirmou também que atualmente existem cinco nomes que podem se tornar candidatos à sucessão de Lula em 2010. Pela situação, ele e Dilma Rousseff, e pela oposição os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB), e de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL)
(Tribuna da Imprensa)
SÃO PAULO - O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) admitiu ontem a possibilidade de compor uma chapa eleitoral com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), para disputar a sucessão presidencial de 2010. Ao falar a respeito de Dilma, que é o nome mais cotado do PT para disputar a Presidência da República, contando com o apoio do presidente Lula, Ciro destacou que não seria difícil uma composição política com ela: "A ministra Dilma é uma pessoa extraordinária."
O parlamentar e ex-ministro, que participou ontem em São Paulo de evento de comemoração dos 40 anos da revista "Veja", foi questionado também sobre uma eventual composição com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), em 2010. A esse respeito, frisou que apesar dos dois serem muito amigos, militam em diferentes esferas políticas, o que dificultaria uma eventual aliança partidária. Ainda sobre Dilma, Ciro disse: "Dilma tem um pouco mais de estrada na vida nacional, embora estrada nenhuma na vida eleitoral."
Apesar de acenar com a composição política com a ministra Dilma em 2010, o deputado esquivou-se em definir quem poderia ser cabeça de chapa à Presidência da República. "Isso é o Brasil que vai definir em 2010, ninguém é candidato de si próprio", limitou-se a dizer.
Ciro afirmou também que atualmente existem cinco nomes que podem se tornar candidatos à sucessão de Lula em 2010. Pela situação, ele e Dilma Rousseff, e pela oposição os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB), e de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL)
(Tribuna da Imprensa)
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Lula diz que governo tem condições de fazer seu sucessor em 2010
Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu agora à noite que o governo tem condições de fazer o seu sucessor em 2010. A afirmação foi feita durante solenidade de aniversário da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), em Brasília, quando foi cobrado por dirigentes sindicais sobre a candidatura do seu sucessor. Ele ressaltou, no entanto, que o assunto será encaminhado no tempo certo.
Lula foi saudado por dirigentes das centrais sindicais e durante 45 minutos fez um discurso relembrando passagens do seu tempo de dirigente sindical em São Bernardo do Campo (SP).
O presidente enfatizou que a sua geração, como metalúrgico, não teve em nenhum momento ganho salarial, diferente de hoje, quando a economia está crescendo e gerando empregos. Ressaltou, inclusive, que esta é a hora adequada para os trabalhadores reivindicarem mais direitos, “porque em momento de crise a gente tem é que ficar quieto”.
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu agora à noite que o governo tem condições de fazer o seu sucessor em 2010. A afirmação foi feita durante solenidade de aniversário da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), em Brasília, quando foi cobrado por dirigentes sindicais sobre a candidatura do seu sucessor. Ele ressaltou, no entanto, que o assunto será encaminhado no tempo certo.
Lula foi saudado por dirigentes das centrais sindicais e durante 45 minutos fez um discurso relembrando passagens do seu tempo de dirigente sindical em São Bernardo do Campo (SP).
O presidente enfatizou que a sua geração, como metalúrgico, não teve em nenhum momento ganho salarial, diferente de hoje, quando a economia está crescendo e gerando empregos. Ressaltou, inclusive, que esta é a hora adequada para os trabalhadores reivindicarem mais direitos, “porque em momento de crise a gente tem é que ficar quieto”.
sábado, 16 de agosto de 2008
Crise entre PT e PMDB abala alianças para eleições (Tribuna da Imprensa)
BRASÍLIA - Vão muito além de Minas Gerais as trombadas entre PMDB e PT na montagem das alianças municipais para outubro. A crise entre os dois partidos é de tal ordem que na quarta-feira passada o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), foi forçado a adiar a reunião que teria com presidentes de diretórios regionais para discutir a aliança preferencial com o PT nas eleições municipais. "Achamos melhor apagar alguns incêndios antes de reunir as lideranças estaduais em Brasília", justificou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
A revolta maior grassa entre os mineiros, inconformados em tomar um "chute eleitoral" do PT na briga pela Prefeitura de Belo Horizonte. Mas a parceria bem-sucedida entre PT e PMDB na Bahia, que garantiu a eleição do governador Jaques Wagner (PT), também está abalada. PT e PMDB estão juntos no secretariado de Wagner e são parceiros na prefeitura de Salvador, comandada pelo prefeito João Henrique Carneiro (PMDB).
O ministro da Integração Nacional, deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), tem sugerido ao governador e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o PT não deve lançar candidato próprio na capital, já que João Henrique concorre à reeleição. Mas até agora os apelos de Wagner e Lula em favor do entendimento não surtiram efeito. Temer adverte que em muitos casos a aliança é improvável. "Haverá disputa entre os partidos da base e vários desses partidos vão se alinhar com a oposição em várias capitais e cidades estratégicas", prevê.
Dirigentes das duas legendas já não têm dúvidas de que PT e PMDB vão duelar em Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), São Luís (MA), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC). O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) acha que o PT mineiro está fazendo um acordo com o PSDB para isolar o ministro Hélio Costa, das Comunicações, e lembra que, no momento, Costa é o líder nas pesquisas eleitorais para a prefeitura da capital.
O PMDB mineiro reage porque o PT dispensou um aliado de primeira hora para se unir ao PSDB do governador Aécio Neves no apoio a um candidato do PSB. Temer avalia que "o grande desafio é não contaminar a aliança nacional com as brigas locais". Afinal, nem em São Paulo, onde o PT chamou o PMDB de Orestes Quércia para conversar e lhe ofereceu o cargo de vice ou composição para uma das vagas ao Senado em 2010, a aliança é tida como certa.
A revolta maior grassa entre os mineiros, inconformados em tomar um "chute eleitoral" do PT na briga pela Prefeitura de Belo Horizonte. Mas a parceria bem-sucedida entre PT e PMDB na Bahia, que garantiu a eleição do governador Jaques Wagner (PT), também está abalada. PT e PMDB estão juntos no secretariado de Wagner e são parceiros na prefeitura de Salvador, comandada pelo prefeito João Henrique Carneiro (PMDB).
O ministro da Integração Nacional, deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), tem sugerido ao governador e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o PT não deve lançar candidato próprio na capital, já que João Henrique concorre à reeleição. Mas até agora os apelos de Wagner e Lula em favor do entendimento não surtiram efeito. Temer adverte que em muitos casos a aliança é improvável. "Haverá disputa entre os partidos da base e vários desses partidos vão se alinhar com a oposição em várias capitais e cidades estratégicas", prevê.
Dirigentes das duas legendas já não têm dúvidas de que PT e PMDB vão duelar em Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), São Luís (MA), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC). O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) acha que o PT mineiro está fazendo um acordo com o PSDB para isolar o ministro Hélio Costa, das Comunicações, e lembra que, no momento, Costa é o líder nas pesquisas eleitorais para a prefeitura da capital.
O PMDB mineiro reage porque o PT dispensou um aliado de primeira hora para se unir ao PSDB do governador Aécio Neves no apoio a um candidato do PSB. Temer avalia que "o grande desafio é não contaminar a aliança nacional com as brigas locais". Afinal, nem em São Paulo, onde o PT chamou o PMDB de Orestes Quércia para conversar e lhe ofereceu o cargo de vice ou composição para uma das vagas ao Senado em 2010, a aliança é tida como certa.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
PMDB quer a vice-presidência (Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa)
BRASÍLIA - Vale começar repetindo o provérbio árabe de que "bebe água limpa quem chega primeiro na fonte". Por conta disso o PMDB está começando a entrar em ebulição. Transcorra a sucessão de 2010 dentro das regras atuais, com Dilma Rousseff de candidata, ou venha a confirmar-se a presunção do terceiro mandato para o presidente Lula, uma evidência transparece: o PMDB aceita abrir mão de disputar o pPlácio do Planalto, mas não cede à pretensão de indicar o candidato à vice-presidência.
Tanto faz se, daqui até as eleições, o Congresso tiver aprovado o direito de Lula eleger-se mais uma vez, certamente com os votos da bancada peemedebista. Ou se a atual Constituição for cumprida.
"Da vice não abrimos mão, desta vez!" é o slogan que mais se ouve na Câmara e no Senado entre parlamentares do PMDB, de José Sarney a Mão Santa, de Michel Temer a Eliseu Padilha, sem esquecer os governadores, os prefeitos, os vereadores e as bases.
Nomes existem aos montes, da senadora Roseana Sarney ao governador Roberto Requião. Todos acomodados à necessidade de mais uma vez seguirem a reboque das decisões do presidente Lula, desde que o companheiro de chapa dele ou de Dilma provenha de seus quadros.
Por isso tem sido grande a rejeição à dobradinha atribuída ao presidente Lula, de que Ciro Gomes seria excelente opção para companheiro de chapa da chefe da Casa Civil. Oferecer a presidência da República em holocausto à própria permanência nas beiradas do poder e suas benesses, o partido admite. Mas aceitar um cristão-novo de um pequeno partido, no caso o PSB, de jeito nenhum.
Disporá o PMDB de poder de fogo capaz de emplacar um seu candidato à vice-presidência? Depende. A bancada no Congresso é poderosa, mas desunida. Dificilmente seus deputados e senadores, em maioria, aceitariam deixar de votar os projetos oficiais como uma espécie de aviso à possível escolha de Ciro. Podem agir assim se a nomeação para alguma diretoria de empresa estatal demorar a sair.
A ameaça de lançar um candidato próprio à presidência da República gera pouca intranqüilidade, por enquanto, porque se ignoram quem poderá ser o candidato à vice-presidência, quanto mais em se tratando do candidato à presidência? Mesmo a hipótese do ingresso do governador Aécio Neves em suas fileiras é vista com muita descrença e alguma discordância, no partido.
Os dirigentes maiores do PMDB imaginam conseguir segurar a reação de suas bases até a proclamação dos resultados das eleições de outubro. Depois, caso seus candidatos tenham apresentado boa performance, poderão começar a negociar. Sem eles, o governo corre risco. Com eles, o preço a pagar pode ser demasiado.
Tanto faz se, daqui até as eleições, o Congresso tiver aprovado o direito de Lula eleger-se mais uma vez, certamente com os votos da bancada peemedebista. Ou se a atual Constituição for cumprida.
"Da vice não abrimos mão, desta vez!" é o slogan que mais se ouve na Câmara e no Senado entre parlamentares do PMDB, de José Sarney a Mão Santa, de Michel Temer a Eliseu Padilha, sem esquecer os governadores, os prefeitos, os vereadores e as bases.
Nomes existem aos montes, da senadora Roseana Sarney ao governador Roberto Requião. Todos acomodados à necessidade de mais uma vez seguirem a reboque das decisões do presidente Lula, desde que o companheiro de chapa dele ou de Dilma provenha de seus quadros.
Por isso tem sido grande a rejeição à dobradinha atribuída ao presidente Lula, de que Ciro Gomes seria excelente opção para companheiro de chapa da chefe da Casa Civil. Oferecer a presidência da República em holocausto à própria permanência nas beiradas do poder e suas benesses, o partido admite. Mas aceitar um cristão-novo de um pequeno partido, no caso o PSB, de jeito nenhum.
Disporá o PMDB de poder de fogo capaz de emplacar um seu candidato à vice-presidência? Depende. A bancada no Congresso é poderosa, mas desunida. Dificilmente seus deputados e senadores, em maioria, aceitariam deixar de votar os projetos oficiais como uma espécie de aviso à possível escolha de Ciro. Podem agir assim se a nomeação para alguma diretoria de empresa estatal demorar a sair.
A ameaça de lançar um candidato próprio à presidência da República gera pouca intranqüilidade, por enquanto, porque se ignoram quem poderá ser o candidato à vice-presidência, quanto mais em se tratando do candidato à presidência? Mesmo a hipótese do ingresso do governador Aécio Neves em suas fileiras é vista com muita descrença e alguma discordância, no partido.
Os dirigentes maiores do PMDB imaginam conseguir segurar a reação de suas bases até a proclamação dos resultados das eleições de outubro. Depois, caso seus candidatos tenham apresentado boa performance, poderão começar a negociar. Sem eles, o governo corre risco. Com eles, o preço a pagar pode ser demasiado.
domingo, 3 de agosto de 2008
De olho na Presidência, PSDB concorre em 11 capitais
Agência Reuters
Com candidatos em 11 capitais, o PSDB pretende usar as eleições municipais para reconquistar a Presidência da República em 2010. A estratégia do partido é aproveitar a campanha eleitoral deste ano para fortalecer a legenda, que terá papel essencial para garantir ao seu candidato a presidente o apoio necessário.
"Nas eleições presidenciais de 2006, os candidatos estavam acima dos partidos. Em 2010, os candidatos precisarão mais dos partidos para vencer, pois não há mais lideranças majoritárias", disse o presidente tucano, senador Sérgio Guerra (PE).
"Por exemplo, as bases de Geraldo Alckmin (candidato à Presidência há dois anos e atual candidato à prefeitura de São Paulo) eram fortes, mas não foram solidárias", complementou.
Os tucanos, que ocuparam a Presidência com Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), perderam o Planalto para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas duas eleições.
A primeira para o atual governador de São Paulo, José Serra, que pretende concorrer em 2010 se vencer a disputa interna com o também governador Aécio Neves (MG). Na segunda, em 2006, além de Lula ter tido a vantagem da reeleição, Alckmin sofreu com a desestruturação do apoio interno por ter disputado com Serra a indicação a candidato.
Em relação às capitais, nas eleições municipais de outubro, o partido quer, no mínimo, reeleger os prefeitos de Curitiba, Cuiabá e Teresina. Mas pretende também conquistar as prefeituras de cidades populosas, como São Paulo, além de Salvador.
Onde seus candidatos não estiverem bem colocados nas pesquisas de opinião, os tucanos querem, ainda assim, usar a campanha para melhorar a imagem do partido junto ao eleitorado.
"O nosso fator diferencial é a gestão", disse o secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro (MG). "As nossas três prefeituras de capitais são vitrines e serão exemplos de gestão para os outros candidatos."
Além de Curitiba, Cuiabá, Teresina, São Paulo e Salvador, o PSDB contará com candidatos próprios em João Pessoa, Maceió, Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco e São Luís. Nos demais municípios do país, os tucanos disputarão 1.783 prefeituras.
Nas eleições de 2004, o PSDB venceu em 870 cidades, número inferior ao resultado do pleito de 2000, quando ganharam em 985 municípios, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
CUIDADO COM ALIADOS
Candidato em São Paulo, Alckmin tem a missão de vencer as eleições sem gerar fraturas entre a aliança do PSDB e DEM no âmbito nacional. O atual prefeito, Gilberto Kassab, é filiado ao Democratas e tenta permanecer no cargo por mais quatro anos. Tucanos ligados a Serra apóiam Kassab.
"São Paulo tem a eleição mais importante do Brasil. Em São Paulo, temos que manter o caminho aberto para receber o apoio do DEM no segundo turno. O nosso grande adversário é o PT", ponderou o secretário-geral tucano. Alckmin e Marta Suplicy (PT) disputam a preferência dos paulistanos nas recentes pesquisas de intenção de voto.
Em Belo Horizonte, o PSDB se juntou ao PT para apoiar Márcio Lacerda, do PSB. O candidato foi lançado por Aécio e pelo atual prefeito da cidade, Fernando Pimentel (PT).
Mas enquanto o PT ocupa a vice na chapa, o PSDB apóia o candidato de maneira informal. Temendo o fortalecimento de Aécio, a direção nacional do PT vetou uma aliança formal com os tucanos na capital mineira.
Lacerda, secretário de de Desenvolvimento Econômico de Aécio até há pouco tempo, está em terceiro lugar nas pesquisas de opinião pública.
"O grande eleitor dele é o governador Aécio Neves. A maior credencial dele foi a sua participação no governo estadual. Então, é natural que, se ele ganhar, o PSDB participe do governo dele", comentou Castro.
Para a cúpula do PSDB, os prefeitos Beto Richa (Curitiba), Silvio Mendes (Teresina) e Wilson Santos (Cuiabá) são bem avaliados pela população e devem se reeleger. Em Salvador, Antonio Imbassahy disputa a dianteira das pesquisas de opinião com o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM). O ex-governador e ex-deputado federal João Castelo também está bem avaliado em São Luís.
Em Porto Alegre e Maceió, acreditam integrantes da Executiva Nacional do PSDB, as eleições serão árduas. O deputado estadual João Gonçalves, candidato em João Pessoa, também enfrenta dificuldades.
Fonte: A Tarde
Com candidatos em 11 capitais, o PSDB pretende usar as eleições municipais para reconquistar a Presidência da República em 2010. A estratégia do partido é aproveitar a campanha eleitoral deste ano para fortalecer a legenda, que terá papel essencial para garantir ao seu candidato a presidente o apoio necessário.
"Nas eleições presidenciais de 2006, os candidatos estavam acima dos partidos. Em 2010, os candidatos precisarão mais dos partidos para vencer, pois não há mais lideranças majoritárias", disse o presidente tucano, senador Sérgio Guerra (PE).
"Por exemplo, as bases de Geraldo Alckmin (candidato à Presidência há dois anos e atual candidato à prefeitura de São Paulo) eram fortes, mas não foram solidárias", complementou.
Os tucanos, que ocuparam a Presidência com Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), perderam o Planalto para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas duas eleições.
A primeira para o atual governador de São Paulo, José Serra, que pretende concorrer em 2010 se vencer a disputa interna com o também governador Aécio Neves (MG). Na segunda, em 2006, além de Lula ter tido a vantagem da reeleição, Alckmin sofreu com a desestruturação do apoio interno por ter disputado com Serra a indicação a candidato.
Em relação às capitais, nas eleições municipais de outubro, o partido quer, no mínimo, reeleger os prefeitos de Curitiba, Cuiabá e Teresina. Mas pretende também conquistar as prefeituras de cidades populosas, como São Paulo, além de Salvador.
Onde seus candidatos não estiverem bem colocados nas pesquisas de opinião, os tucanos querem, ainda assim, usar a campanha para melhorar a imagem do partido junto ao eleitorado.
"O nosso fator diferencial é a gestão", disse o secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro (MG). "As nossas três prefeituras de capitais são vitrines e serão exemplos de gestão para os outros candidatos."
Além de Curitiba, Cuiabá, Teresina, São Paulo e Salvador, o PSDB contará com candidatos próprios em João Pessoa, Maceió, Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco e São Luís. Nos demais municípios do país, os tucanos disputarão 1.783 prefeituras.
Nas eleições de 2004, o PSDB venceu em 870 cidades, número inferior ao resultado do pleito de 2000, quando ganharam em 985 municípios, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
CUIDADO COM ALIADOS
Candidato em São Paulo, Alckmin tem a missão de vencer as eleições sem gerar fraturas entre a aliança do PSDB e DEM no âmbito nacional. O atual prefeito, Gilberto Kassab, é filiado ao Democratas e tenta permanecer no cargo por mais quatro anos. Tucanos ligados a Serra apóiam Kassab.
"São Paulo tem a eleição mais importante do Brasil. Em São Paulo, temos que manter o caminho aberto para receber o apoio do DEM no segundo turno. O nosso grande adversário é o PT", ponderou o secretário-geral tucano. Alckmin e Marta Suplicy (PT) disputam a preferência dos paulistanos nas recentes pesquisas de intenção de voto.
Em Belo Horizonte, o PSDB se juntou ao PT para apoiar Márcio Lacerda, do PSB. O candidato foi lançado por Aécio e pelo atual prefeito da cidade, Fernando Pimentel (PT).
Mas enquanto o PT ocupa a vice na chapa, o PSDB apóia o candidato de maneira informal. Temendo o fortalecimento de Aécio, a direção nacional do PT vetou uma aliança formal com os tucanos na capital mineira.
Lacerda, secretário de de Desenvolvimento Econômico de Aécio até há pouco tempo, está em terceiro lugar nas pesquisas de opinião pública.
"O grande eleitor dele é o governador Aécio Neves. A maior credencial dele foi a sua participação no governo estadual. Então, é natural que, se ele ganhar, o PSDB participe do governo dele", comentou Castro.
Para a cúpula do PSDB, os prefeitos Beto Richa (Curitiba), Silvio Mendes (Teresina) e Wilson Santos (Cuiabá) são bem avaliados pela população e devem se reeleger. Em Salvador, Antonio Imbassahy disputa a dianteira das pesquisas de opinião com o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM). O ex-governador e ex-deputado federal João Castelo também está bem avaliado em São Luís.
Em Porto Alegre e Maceió, acreditam integrantes da Executiva Nacional do PSDB, as eleições serão árduas. O deputado estadual João Gonçalves, candidato em João Pessoa, também enfrenta dificuldades.
Fonte: A Tarde
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Quem sou eu
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- Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.