sábado, 31 de outubro de 2009
Aécio diz a aliados que vai disputar indicação
O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), garantiu a 49 deputados de sua base no Estado que segue disposto a ser candidato à Presidência em 2010. “Não estou dando para trás”, disse Aécio, segundo fontes que ouviram o discurso.
No coquetel que ofereceu no Palácio da Liberdade, anteontem à noite, ele explicou os motivos para pressionar o partido por uma decisão até dezembro. Segundo ele, a chance de atrair apoio de outras legendas em torno de sua candidatura ficará comprometida se não houver decisão do PSDB ainda este ano.
Aécio afirmou que tem um compromisso com Minas. Não sendo candidato à Presidência, precisa preparar, no tempo oportuno, sua sucessão no Estado. O vice-governador Antônio Anastásia, nome cotado para essa missão, estava presente ao coquetel. Aécio elogiou o vice, mas não fez discurso a favor de sua candidatura. Estavam no Palácio da Liberdade deputados dos 11 partidos da base aliada. O PMDB, que até recentemente se definia como “independente”, agora integra o bloco de oposição, ao lado do PT.
De acordo com a assessoria de Aécio, o motivo do coquetel era fazer um balanço de 2009. O encontro foi realizado no mesmo dia em que o governador contou à imprensa que, depois de um telefonema de quase uma hora, ele o governador de São Paulo, José Serra, não conseguiram chegar a um consenso. O paulista segue determinado a só definir em março se será ou não candidato à Presidência. O mineiro deixou claro que não estará mais à disposição do partido para essa missão a partir de janeiro. Disse que respeita a posição de Serra, mas o PSDB também terá de respeitar a sua. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agência Estado
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Quércia diz que PMDB estará unido com Serra na disputa pela Presidência
O presidente do Diretório Estadual do PMDB de São Paulo, Orestes Quércia, disse nesta quinta-feira que o partido estará unido com o governador José Serra (PSDB) na disputa pela Presidência da República nas eleições de 2010.
"Estaremos juntos com o governador José Serra na disputa pela Presidência", disse Quércia após encontro com Serra e 63 prefeitos paulistas do PMDB no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
A declaração de Quércia contraria a decisão do comando nacional do PMDB, que fechou um pré-acordo com o PT para apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República. Pela proposta, o PMDB ficará com a vaga de vice na chapa de Dilma.
Favorável à candidatura de Serra, Quércia criticou o pré-acordo. "Não se pode fazer alianças visando cargos, o que contraria a história e a ideologia do PMDB", disse.
O encontro com os prefeitos foi administrativo, mas Quércia admitiu que a reunião teve uma "dimensão política importante". "O encontro mostra a força da união do PMDB com o PSDB e o DEM, que traz grandes benefícios para São Paulo", disse.
Quércia não é o único no PMDB contrário a aliança PT-PMDB. Ontem, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) subiu à tribuna do Senado para classificar de "insana" a decisão da cúpula peemedebista de apoiar a candidatura de Dilma.
Jarbas disse que, se o PMDB não mudar de ideia em relação ao acordo nacional com o PT, haverá um "confronto político desnecessário" dentro do partido.
"Não aceitarei, de forma alguma, que esse caciquismo lulista do PT seja implantado também dentro do PMDB. Existem hoje três tendências dentro do partido: os que defendem a aliança com o PSDB, os que querem se unir ao PT e os que defendem a candidatura própria. Ou essas diferenças são respeitadas, ou haverá um desnecessário confronto político dentro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro", afirmou.
Serra não comentou as declarações de Quércia. Em recentes entrevistas, o governador paulista tem demonstrado irritação quando questionado sobre sua candidatura à Presidência. Ontem, por exemplo, ele admitiu que era impaciente para esperar em filas ou no trânsito, mas que em política tinha "nervos de aço" e que ainda era cedo para definir candidaturas.
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Especial
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Serra diz ao DEM que deseja Aécio como o seu ‘vice’
Fotos: ABr e Folha
Em público, José Serra esquiva-se de assumir a candidatura presidencial. E nega o desejo de compor com Aécio Neves uma chapa puro sangue do tucanato.
Em privado, o governador de São Paulo desdiz tudo o que afirma sob holofotes. Sua posição foi acomodada em pratos asseados há oito dias.
Serra reuniu-se em Brasília com dois aliados –um grão-tucano e um dirigente do DEM. Foi à mesa o desconforto dos ‘demos’ com as hesitações do governador.
O interlocutor do DEM foi ao ponto:
— O partido sente insegurança na sua candidatura. Não sabemos se você é o candidato ou não. Você é o candidato?
— Eu sou o candidato, Serra respondeu.
O dirigente ‘demo’ emendou uma segunda pergunta:
— Posso dizer isso à minha tropa?
— Pode dizer, Serra completou, em timbre categórico.
Na sequência, sem que ninguém o provocasse, Serra disse que, a depender do seu desejo, Aécio Neves vai à chapa de 2010 na condição de vice.
Serra foi lembrado acerca do óbvio: é preciso combinar com os russos. No caso do PSDB, o "russo" é mineiro.
Recordou-se a Serra que o governador Aécio Neves recusa o papel secundário na chapa. Prefere ser protagonista no Senado a coadjuvante no Planalto.
Serra concordou. Mas deu a entender que não jogou a toalha. Espera que a conjuntura quebre as resistências de Aécio.
Nesta terça (27), de passagem por Brasília, Aécio foi à mesa de almoço com o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ).
O mesmo Rodrigo que, nos últimos dias, destila irritação com Serra nas páginas dos jornais. Um veneno que revigorou Aécio.
Conversaram sobre a antecipação do calendário eleitoral. Coisa imposta por Lula, que corre o país com a presidenciável oficial Dilma Rousseff.
Aécio repisou uma tecla que vem pressionando há semanas: acha que o PSDB precisa se definir, no máximo, até janeiro de 2010.
Na reunião reservada de uma semana atrás, Serra dissera que não contempla a hipótese de levar a candidatura à vitrine antes de março de 2010.
Trata-se de grave erro, na opinião de Rodrigo Maia, endossada por um pedaço expressivo do DEM.
No almoço com o presidente ‘demo’, o “russo” de Minas disse que não abre mão do menos elástico.
Aécio deu a entender que, à falta de uma definição no tempo que considera razoável, vai cuidar da vida. Significa dizer que voltará os olhos para o Senado.
Além de avistar-se com Rodrigo Maia, Aécio desperdiçou um pedaço do seu tempo em Brasília em conversas com lideranças do seu partido.
Repetiu ao tucanato: não será vice de Serra. Para usar as palavras do governador mineiro: não vai a 2010 “na garupa de ninguém”.
Também nesta terça (27), o senador Eliseu Resende (DEM-MG) revelou, numa reunião da bancada ‘demo’, uma suspeita.
Coisa recolhida nos subterrâneos da política de Minas: descartado como alternativa presidencial, Aécio tentaria emplacar um outro candidato a vice mineiro.
Segundo Eliseu, Aécio trabalharia para empurrar para dentro da chapa de Serra o atual vice-presidente do PPS, Itamar Franco. Uma ideia que deixa a tribo 'demo' de cabelos hirtos.
Escrito por Josias de Souza às 04h08
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Lula diverge do PT e quer Dilma no governo até abril
Alan Marques/Folha
Subiu no telhado o plano que a direção nacional do PT traçara para Dilma Rousseff.
O partido programara para fevereiro a despedida de Dilma da Casa Civil de Lula.
O presidente discorda da tática. Prefere que a ministra fique no governo até abril.
Pela lei, ministros-candidatos só precisam deixar os seus cargos em 3 de abril.
E Lula acha que a antecipação idealizada pelo petismo não faz sentido. Por quê?
Acha que convém a Dilma desfrutar ao máximo da atual condição de ‘gerente de obras’.
Lula quer levar sua ministra às obras do PAC até o último dia que o calendário permitir.
O presidente dá de ombros para as críticas da oposição, convertidas em ação no TSE. PSDB, DEM e PPS pedem que a Justiça Eleitoral imponha limites ao vaivém de Dilma.
A oposição acusa o governo de converter as visitas às obras em comícios eleitorais. Neste domingo (25), ecoando Lula, Dilma ironizou a pregação de ‘demos’ e tucanos.
A ministra-candidata participou, em São Paulo, de encontro com movimentos sociais. Provocada por repórteres disse que a tentativa de inibi-la não passa de “preconceito”.
”É preconceito contra a mulher”, exagerou, comparando-se às donas de casa. “Eu posso ir para a cozinha...”
Posso “...cozinhar os projetos por quatro anos. Agora, na hora de servir, não posso nem ver?”
Nas últimas semanas, a agenda da candidata Dilma vem prevalecendo sobre os compromissos da ministra Dilma.
Nesta segunda, a exemplo do que fizera há sete dias, Dilma abre a semana no território do rival tucano José Serra.
Ela fará campanha em São Bernardo do Campo, cidade governada pelo petista Luiz Marinho.
Participa de uma pajelança internacional promovida pela prefeitura. Um fórum que terá a participação 15 representantes de embaixadas e consulados estrangeiros.
Dilma falará uma sobre a estratégia do governo para o pré-sal e as obras de infra-estrutura do PAC. Notícia levada à web pela prefeitura menciona a palestra sem mencionar o nome da palestrante.
Na quarta (28), Dilma é aguardada no Rio Grande do Sul. Deve encontrar-se com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores do PT gaúcho.
Coisa organizada pelo prefeito petista de São Leopoldo (RS), Ary Vanazzi. Na engrenagem da campanha de 2010, os municípios são tratados pelo PT como peças estratégicas.
Na semana que vem, de volta a São Paulo, Dilma participará de novo encontro com prefeitos e vice-prefeitos petistas.
Será em Guarulhos. Vai começar na sexta (6) e só termina no sábado (7). Para esse dia, prevê-se um almoço da “companheira Dilma”.
Estima-se que acorrerão a Guarulhos 560 prefeitos e 423 vice-prefeitos petistas de todo o país.
A programação não deixa dúvidas quanto à natureza do encontro. Vão a debate a conjuntura política, a gestão Lula e a sucessão de 2010.
Enquanto isso, no quintal vizinho, o tucanato desperdiça o seu tempo no debate interno que opõe José Serra e Aécio Neves.
O DEM cobra pressa na definição. Serra tenta jogar a decisão para março de 2010. Aécio fala em janeiro.
Enquanto administra o contencioso, Sérgio Guerra, presidente do PSDB, tenta pôr de pé uma agenda de viagens para os dois candidatos.
Escrito por Josias de Souza às 04h59
domingo, 25 de outubro de 2009
Estrategista do PT diz que candidatura de Aécio "desarruma o jogo"
Blog do Noblat |
Fechado o contrato de gaveta com o PMDB e concluída a aproximação preliminar com quase todos os outros partidos da base aliada, a preocupação maior do Planalto, no que diz respeito a 2010, passa a ser com a oposição. "Agora é garantir que o Aécio vá para o Senado", afirma um cardeal petista em palavras que resumem o pensamento do entorno de Lula e de sua candidata, Dilma Rousseff (PT). Mas e se Aécio aceitar ser vice de Serra? "Não vai aceitar", diz o petista. Mas e se aceitar? "Atrapalha", ele reconhece. E se for Aécio o candidato do PSDB a presidente? "Aí desarruma o jogo inteiro." |
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Eleição presidencial: o roteiro está traçado - Postagem feita por Luiz Carlos Nogueira
22/10/2009 - 06h25
Está publicada no Site Congresso em Foco:
http://congressoemfoco.ig.com.br/cf/noticia.asp?Cod_Canal=4&Cod_Publicacao=30253
“Se a oposição optar por uma chapa pura e contar com o apoio do DEM, do PPS e parcela expressiva do PMDB, poderá surgir o grande fato novo: Lula renunciar e concorrer a vice de Dilma. Isto, claro, se a lei permitir”
O governo quer uma eleição plebiscitária (fará comparação entre os mandatos presidenciais de Lula e FHC), e a oposição deseja um pleito voltado para debater o futuro, o pós-Lula. 2010 começou mais cedo e promete muita emoção.
Na linha plebiscitária, serão atribuídas ao presidente Lula algumas conquistas – como a superação da crise, a descoberta e o marco regulatório do pré-sal, a consolidação dos programas sociais, a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e as Olimpíadas em 2016 no Rio de Janeiro – que serão reforçadas pela exibição, em grande escala, do filme Lula, o filho do Brasil.
Os fiadores do governo Lula, que poderão dar caráter plebiscitário ao pleito e favorecer a candidata oficial, são: o próprio Lula, cuja aprovação supera os 70%; a capilaridade dos programas sociais, ilustrada pelo Bolsa-Família, que já beneficia 49 milhões de pessoas, distribuídas em 12,4 milhões de famílias; a economia, que estará gerando emprego no ano da eleição; e o apoio oficial do PMDB, além de outros partidos de médio porte.
Já a estratégia da oposição passa por insistir no fato de que o candidato não é Lula nem o governante será ele, enfatizando que a candidata é Dilma e que o governo será dela. E sobre ela, em caráter acusatório, dirão que pouco se sabe, exceto sua condição de ex-guerrilheira, de fazedora de dossiê contra adversários e de pessoa arrogante e autoritária.
Além disso, ainda em relação a Dilma, irão questionar sua história, seus projetos, sua capacidade de exercer as funções de chefe de governo, chefe de Estado e líder da nação. No que diz respeito ao governo, conforme já antecipou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmarão que desde 2009 não existe governo, mas a campanha de Dilma; não há obras a inaugurar, mas sim festa; nem discurso governamental ou administrativo, mas eleitoral.
O surgimento das pré-candidaturas de Ciro Gomes, pelo PSB, e de Marina Silva, pelo PV, se prevalecer esse padrão de disputa, dificilmente terão fôlego para evitar a polarização entre PT e PSDB ou entre a candidata do governo e o candidato da oposição.
É verdade que a população não está plenamente satisfeita com o PT (embora goste muito do presidente Lula), nem tem saudades do PSDB, o que teoricamente abriria espaço para uma terceira via, mas dificilmente Ciro ou Marina, caso confirmem as candidaturas, teriam mais votos que um dos candidatos da oposição ou da situação.
Três coisas são determinantes numa eleição: o tempo de televisão, palanques fortes nos estados e dinheiro para a campanha. E os candidatos do PT e do PSDB as terão em abundância, enquanto Ciro e Marinha são frágeis nesses quesitos.
Assim, de modo mais abrangente, o resultado da eleição presidencial de 2010 dependerá:
a) Para o governo, do desempenho da economia, dos programas sociais, das obras do PAC, da unidade da base de apoio, do caráter plebiscitário ou não da eleição, da capacidade do presidente de transferir votos, e também do desempenho pessoal da candidata.
b) Para a oposição, do estrago da crise, da desunião da base aliada do governo, de quem será o cabeça de chapa, do caráter não plebiscitário do pleito, da avaliação do desempenho dos governos dos estados de São Paulo e Minas Gerais, do apoio do DEM e do PPS e, principalmente, da aliança entre Serra e Aécio, além da capacidade de atrair apoio de parcela do PMDB.
A oposição não definiu ainda seu candidato. Os nomes são os dos governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves. Se o critério for o desempenho nas pesquisas eleitorais, Serra será o candidato. Se o critério for a capacidade de fazer alianças e penetrar em Estados dominados por Lula, como os do Nordeste, será Aécio.
Entretanto, se a oposição fizer a opção por uma chapa pura (Serra e Aécio ou Aécio e Serra), e contar com o apoio do DEM e do PPS, além de parcela expressiva do PMDB, poderá surgir o grande fato novo da campanha: Lula renunciar e concorrer a vice de Dilma. Isso naturalmente, se a legislação permitir.
(*) Jornalista, analista político e diretor de documentação do Diap.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Nota Conjunta PT-PMDB sobre o acordo para a Sucessão Presidencial
É a seguinte a nota conjunta emitida pelos diretórios nacionais do PT e do PMDB sobre o protocolo da aliança para as eleições de 2010:
"Representados por lideranças e dirigentes nacionais, PMDB e PT, após avaliar o satisfatório cumprimento dos eixos programáticos que fundamentaram a coalizão de governo em 2007, comunicam que, de comum acordo, estabelecem pré-compromisso com vistas à disputa da eleição à Presidência da República em 2010, baseados nas seguintes premissas:
1 - Construir aliança programática e eleitoral para o pleito presidencial;
2 - Os dois partidos comporão, necessariamente, a chapa de Presidente e Vice, a ser apresentada ao eleitorado brasileiro;
3 - Os dois partidos compartilharão, em conjunto com as demais agremiações que venham a integrar essa aliança, a coordenação de campanha e a elaboração do programa de governo, com objetivo de dar continuidade aos avanços do governo do Presidente Lula, do qual PT e PMDB são forças de apoio e sustentação;
4 - Com esse escopo, PMDB e PT levarão este pré-compromisso às suas instâncias partidárias, construindo soluções conjuntas para as alianças regionais.
Brasília, 21 de outubro de 2009.
Partido dos Trabalhadores (PT) - Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)"
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Acordo PT-PMDB deve tirar Ciro da corrida pelo Planalto
AE - Agencia Estado
A retirada da candidatura não será feita com antecedência por razões estratégicas. Primeiro, o próprio Lula quer esperar pela consolidação do nome de Dilma. A expectativa é de que as viagens da ministra, como a feita ao lado do presidente e de Ciro por cidades do Rio São Francisco, já comecem a produzir efeito, refletindo nas pesquisas eleitorais.
Além disso, o governo entende que a presença momentânea de Ciro como fator favorável, pois tem disputado intenção de voto nos mesmos segmentos que o governador de São Paulo, José Serra, (PSDB), principal pré-candidato da oposição. Ele também tem assumido o debate crítico contra o tucano, o que ajuda na campanha governista.
No entanto, existe uma condição clara para que esse movimento se concretize. Dilma precisa ultrapassar Ciro nas pesquisas. "Se ela não decolar, ele disputa a Presidência", avisa um dirigente do PSB.
Outro claro sinal da sintonia com o Planalto é que Ciro e os dirigentes do PSB nem sequer têm se movimentado para atrair o apoio de outros partidos. Sem alianças, terá pouco tempo de propaganda eleitoral. Na prática, Ciro e seu partido têm acompanhado com serenidade o movimento de Lula e Dilma para fecharem acordo com todas as outras legendas da base governista, sem se apresentarem como alternativa.
Bloquinho
PDT e PCdoB, que se aliaram ao PSB para formar o chamado "bloquinho" na Câmara, também apostam na desistência de Ciro da corrida presidencial. "Em poucos dias, boa parte dos partidos mais à esquerda deve anunciar o apoio à candidatura de Dilma", afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, que foi candidato a vice na chapa presidencial encabeçada por Ciro em 2002. "Nesse cenário, ficará somente com o PSB e a tendência é de que seja candidato em São Paulo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
PMDB expõe a Lula suas condições para apoiar Dilma
Lúcio Távora/Folha
Foi antecipado em um dia o encontro da cúpula do PMDB com Lula. Será na noite desta terça (20). Um jantar, no Palácio da Alvorada.
Sócio majoritário do consórcio que dá suporte congressual a Lula, o PMDB levará ao presidente as suas “condições” para o acerto de 2010.
Pretende-se escorar o apoio do partido à candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff num “pré-acordo”. São três os pontos tidos como essenciais:
1. A garantia de que o candidato a vice sairá dos quadros do PMDB. A escolha do nome fica para 2010.
2. A incorporação do PMDB à coordenação da campanha de Dilma, hoje confiada apenas a políticos do PT.
3. A participação do PMDB no grupo que elabora, sob a coordenação do petista Marco Aurélio Garcia, o programa de governo da candidata.
Em privado, Lula revela-se disposto a atender às “exigências” do PMDB. Considera a aliança com o partido “vital” para o êxito eleitoral de Dilma.
Vão ao repasto com Lula, além de lideranças do PMDB, mandachuvas do PT e a própria Dilma, principal beneficiária do ajuste.
Pelo lado do PMDB, a principal voz será a de Michel Temer, presidente licenciado da legenda, mandachuva da Câmara e nome mais cotado para a vice.
Pelo PT, falará no jantar o deputado Ricardo Berzoini, que preside a legenda até a escolha de um novo dirigente, no final do ano.
Tratada como favas contadas, a celebração do acordo pré-nupcial, representará uma guinada na estratégia que o PMDB traçara no início do ano.
Antes, priorizava-se a negociação das alianças com o PT nos Estados. Agora, acomoda-se o carro nacional à frente das boiadas estaduais.
Munido do pacto federal, o pedaço governista do PMDB tentará conter as defecções nos diretórios estaduais que flertam com José Serra, do PSDB.
Para que se converta em decisão oficial, a aliança com Dilma precisa ser referendada pela convenção nacional do PMDB.
A convenção só irá se reunir em junho de 2010. O colegiado é integrado por delegados escolhidos pelos diretórios estaduais da legenda.
Daí a importância de fechar bons acertos regionais com o PT. Há Estados em que o desacerto com o petismo parece incontornável. Bahia, por exemplo.
Para esses casos, o PMDB advoga a fórmula do duplo palanque. Lula e Dilma participariam, em condições igualitárias, das duas campanhas estaduais.
Noutros Estados, a decisão de apoiar Serra está consolidada. Por exemplo: São Paulo, Pernambuco e Santa Catarina.
Pela lei, os diretórios estaduais não estão obrigados a seguir a orientação nacional. Podem se integrar à campanha do candidato da oposição sem sofrer sanções.
Fechado com Serra, o presidente do PMDB-SP, Orestes Quércia, conspira para produzir na convenção nacional uma maioria pró-Serra.
Em entrevista concedida ao blog no início do mês, Quércia disse: “O PMDB não vai a mercadoria [que Temer promete] a Lula”.
A despeito de soar peremptório, Quércia sabe que, aos olhos de hoje, o pedaço governista é majoritário no PMDB. Torce para que Dilma empaque nas pesquisas.
Afora os termos do pré-acordo, o PMDB levará a Lula a sugestão de que tire uma licença do cargo de presidente, em 2010, para cuidar da eleição.
Proposta do líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves. Lula mostra-se receptivo. Fala em dedicar-se à campanha de Dilma durante três meses.
A implementação do projeto depende, porém, de variáveis que nem o PMDB nem Lula controlam. A saúde do vice-presidente José Alencar, por exemplo.
Escrito por Josias de Souza às 02h47
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
PMDB fecha pré-acordo com PT com promessa de apoio à pré-candidatura de Dilma
Lula decidiu entrar em campo nas negociações para assegurar a aliança formal com o PMDB. Como há dissidências dentro do partido, a cúpula peemedebista avalia que o presidente tem mais condições de agregar apoio dentro da legenda do que Dilma ou Temer --que sofrem resistências de parte do PMDB.
A ala peemedebista ligada ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), trabalha nos bastidores contra o acordo com Dilma. Por ser minoria dentro do partido, o grupo pró-Serra reconhece que não terá forças para barrar a aliança formal com o PT, mas promete rachar o PMDB na disputa de 2010.
Outro risco à aliança com o PT está nas coligações estaduais. Em vários Estados do país, não há acordo entre petistas e peemedebistas para a formação de um único palanque. Na Bahia, por exemplo, o governador Jaques Wanger (PT) pretende disputar a reeleição, assim como o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) já anunciou sua pré-candidatura ao governo estadual.
O grupo pró-Serra trabalha para formalizar somente em junho de 2010, durante a convenção do partido, a eventual aliança com o PT. A cúpula do PMDB, por outro lado, corre contra o tempo para assegurar que o partido terá a vice-presidência na chapa de Dilma. O PMDB teme uma eventual chapa de Dilma com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) na vice, o que deixaria a legenda sem representação no Palácio do Planalto numa eventual eleição da petista.
Os peemedebistas também querem selar o acordo com Lula antes do próximo final de semana, quando serão realizadas eleições para a escolha dos diretórios municipais do partido. Se a aliança com os petistas estiver fechada, parlamentares do PMDB avaliam que será mais fácil eleger nomes favoráveis à união com o PT em 2010.
Campanha
No jantar, os peemedebistas também devem levar ao presidente a sugestão de formar logo um bloco de sustentação para a campanha da ministra, com o maior número de partidos aliados. Dilma já conquistou, nos bastidores, o apoio do PC do B, PDT, PR e PRB. Os peemedebistas avaliam que o grupo deve se unir oficialmente para ações pró-Dilma.
O objetivo do PMDB é polarizar a campanha na disputa governo versus oposição, uma vez que o PSDB ainda não definiu se vai lançar Aécio Neves ou José Serra para a presidência da República em 2010. Os governistas querem promover o nome de Dilma enquanto permanece a indefinição no seu principal partido rival.
Lula cita Hélio Costa como ‘opção’ de vice para Dilma
Folha
Está consolidado o entendimento de Lula com o PMDB. Será selado em reunião marcada para quarta-feira (21).
Ficou entendido que o pedaço governista do PMDB, que se supõe majoritário, vai à chapa de 2010 como o vice de Dilma.
A escolha do nome será convenientemente adiada para o ano que vem. Pode ser Michel Temer. Mas também pode não ser.
Dias atrás, em diálogo privado, Lula lançou um olhar sobre a grama do vizinho: “E nós tivermos que enfrentar uma chapa Serra-Aécio?”
Neste caso, disse o presidente, talvez seja conveniente acomodar ao lado de Dilma “um vice mineiro”.
Levou à roda o nome de Hélio Costa, ministro peemedebista das Comunicações. Hoje, Costa é candidato ao governo de Minas.
Escrito por Josias de Souza às 19h44
domingo, 18 de outubro de 2009
Dilma desfila candidatura nas passarelas do tucanato
Nos próximos dias, a presidenciável do PT vai dedicar o grosso da agenda para desfilar sua candidatura em duas passarelas geridas pelo PSDB.
Dilma Rousseff abre a semana em São Paulo. E fecha em Minas Gerais. Justamente os Estados governados pelos rivais tucanos José Serra e Aécio Neves.
Quem quiser encontrar a chefe da Casa Civil deve evitar o gabinete dela em Brasília. A ministra pôs o pé na estrada.
A candidata de Lula amanhece a segunda-feira (19) no município de Araraquara, interior de São Paulo.
Uma cidade governada pelo prefeito pemedebê Marcelo Barbieri. É um velho amigo de Orestes Quércia, o homem de Serra no PMDB.
Para disfarçar o indisfarçável, Dilma escora a campanha em compromissos pseudo-administrativos.
Em Araraquara, visitará um estádio de futebol erigido para abrigar jogos da Copa do Mundo de 2014.
Depois, Dilma irá para São Carlos. Ali, o prefeito é do PT: Oswaldo Barba. O escudo administrativo será a visita às obras de um hospital-escola.
À noite, Dilma vai à capital paulista. Junto com Lula, ela participa de evento organizado pela revista Carta Capital.
Na quarta (21), a ministra e o chefe dela pisarão o Estado de Aécio Neves. Vão a Ouro Preto. Ali, aguarda-os um pa©lanque. Mais um.
Anunciarão a liberação de verbas do PAC para obras assentadas nas cidades históricas de Minas Gerais.
À noite, em Belo Horizonte, Lula e Dilma participam da cerimônia de lançamento do programa BH Digital, do Ministério das Comunicações.
A dupla pernoita na capital. Na quinta (22), o périplo administrativo-eleitoral chega a Governador Valadares.
Antes de retornar a Brasília, o presidente e sua pupila passam pelas prósperas Uberlândia e Uberaba.
Tudo isso depois da Caravana do São Francisco, a pajelança nordestina que durou três dias, na semana passada.
Enquanto Dilma bica os tucanos Serra e Aécio, o PSDB analisa, também nesta semana, a hipótese de protocolar mais uma ação na Justiça Eleitoral.
Pretende-se pedir ao TSE que condene Lula e Dilma ao pagamento de multas por estarem supostamente fazendo campanha fora de época.
Será o terceiro recurso do gênero. Os dois anteriores desceram ao arquivo.
Escrito por Josias de Souza às 04h32
sábado, 17 de outubro de 2009
Serra: ‘A disputa de 2010 não será entre Lula e FHC’
Há dois dias, às margens do rio São Francisco, Lula jogou a isca: quer um 2010 plebiscitário –“Nós contra eles”.
Neste sábado (17), num seminário tucano em Goiânia, José Serra desviou o bico:
"A disputa no ano que vem não se dará entre o presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique. Eles não são candidatos...”
“O povo vai optar pelo candidato que fez, que faz e que tem propostas para o futuro do país”.
Sem mencionar o nome de Lula, Serra comparou-o a um imperador do Brasil colônia.
Insinuou que o presidente trata o país como uma capitania, cuja exploração ele planeja delegar à donatária Dilma Rousseff.
“O Brasil não vai voltar a ter capitanias hereditárias”, Serra ironizou. Estava ao lado de Aécio Neves, com quem mede forças numa disputa interna.
Pela enésima vez, levou as plumas à fogueira, numa aposta pela unidade: “Eu e o governador Aécio estaremos juntos”.
Junto para tocar um “projeto de sustentação para governar o Brasil para os brasileiros e não para grupos políticos, por fisiologismo".
Aécio também discursou. A exemplo de Serra, fustigou Lula. Chamou-o de “quixotesco”. Acha que o ele tenta apagar Pedro Álvares Cabral dos livros.
"Se um ser extraterrestre desavisado desembarcasse em nosso país acabaria por acreditar, escutando o presidente Lula, que o Brasil surgiu em 2003".
O grão-tucanato foi a Goiânia a pretexto de realizar um seminário sobre emprego. Deu ênfase especial ao emprego de presidente da República.
Antes mesmo da escolha do candidato que o PSDB apresentará à vaga, Sérgio Guerra, presidente do partido, prenuncia uma disputa dura.
Uma das campanhas “mais difíceis da história da República”. Por quê? “O Lula e sua candidata não tem limites [...].”
A julgar pelo ânimo de Sérgio Guerra, o PSDB vai à campanha com uma idéia fixa: "Nosso objetivo em 2010 é combater o PT".
Escrito por Josias de Souza às 17h33
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Dilma evita criticar pré-candidatura de Ciro Gomes
Estadão |
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, visitou hoje um empreendimento do programa "Minha Casa, Minha Vida", em Fortaleza. Durante o encontro, foi questionada sobre a insistência do deputado federal Ciro Gomes (PSB) em manter a pré-candidatura à Presidência da República. "Tenho destacado sempre que tenho uma relação com Ciro Gomes muito boa, muito fraterna. E eu o considero um brasileiro dos mais importantes desse País no que se refere ao seu espírito público. Então, eu acho que ele é uma pessoa cidadã, e qualquer cidadão brasileiro tem o direito de pleitear uma candidatura", afirmou. Perguntada se ele estaria preparado para governar o País, foi comedida: "Suponho que sim". Ela também não quis colocar o parlamentar no campo oposto ao governo. "Não acredito que o Ciro Gomes, nem o PSB, seja adversário do presidente Lula jamais. Não acredito nisso". |
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Dilma monta ''núcleo político'' da candidatura
Palocci, Gilberto Carvalho e Franklin Martins integram grupo, que já vem se reunindo com Lula e a ministra
Vera Rosa, BRASÍLIA
Além de Palocci, fazem parte do time o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, o ministro Franklin Martins (Comunicação Social), o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o marqueteiro João Santana.
No último jantar, há cerca de um mês, Lula falou sobre dificuldades enfrentadas em suas campanhas para atrair apoios além das "fronteiras da esquerda". Foi dessas conversas reservadas que saiu a ideia de Dilma comandar reuniões com os partidos aliados e apresentar-se como candidata disposta a fazer acordos políticos, e não apenas como "gerentona" do governo.
Santana, por sua vez, tem orientado a ministra a vestir o figurino da simpatia. Dona de temperamento explosivo, Dilma ficou conhecida na Casa Civil por distribuir broncas. "Sou uma mulher dura, cercada por homens meigos", diz ela, toda vez que é lembrada de sua "fama". O marqueteiro deixou Dilma sorridente e pediu a ela que usasse cores mais vivas.
Nos bastidores, porém, é Palocci que ocupa papel de destaque nessa fase de aquecimento da maratona eleitoral, por vezes trocando "figurinha" com o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu. Não foi à toa que Palocci compareceu ao jantar na casa de Dilma com dirigentes e parlamentares do PDT, no último dia 6, e com os aliados do PR, na noite de terça-feira. Visto com uma espécie de curinga por Lula, o ex-ministro da Fazenda tanto pode ser candidato do PT ao governo paulista como coordenador da campanha de Dilma.
Na prática, o destino de Palocci está atrelado ao do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), ex-ministro da Integração. O Planalto quer desidratar a candidatura de Ciro à Presidência - tanto que deflagrou ofensiva a fim de garantir o apoio de vários partidos a Dilma - e tenta empurrá-lo para a sucessão do governador José Serra (PSDB).
O cenário dos sonhos de Lula é uma disputa plebiscitária entre Dilma e Serra, para comparar os oito anos de governo do PT com o mesmo período da gestão do PSDB de Fernando Henrique. No xadrez montado pelo presidente, Ciro concorre a governador de São Paulo, com o apoio do PT, e sai do caminho de Dilma. Se esse jogo for confirmado, Palocci não entrará na corrida ao Bandeirantes e poderá coordenar a campanha de Dilma.
Absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da acusação de violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, em 2006, o deputado também tem o nome citado para ocupar a Casa Civil, quando Dilma deixar o governo para assumir a candidatura. Lula, porém, tem dúvidas sobre quem deve ser o substituto da ministra.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Sucessão de Lula terá segundo turno, afirma Sarney
Em Brasília
Em entrevista exclusiva ao colunista do UOL Notícias e da Folha de S. Paulo Fernando Rodrigues, o senador disse acreditar numa disputa entre a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), e do PSDB, o governador de São Paulo José Serra.
"Eleição com 4 ou 5 candidatos inevitavelmente vai para o 2º turno"
"Uma eleição com 4 ou 5 candidatos inevitavelmente vai para o segundo turno", disse o senador. Para o presidente, a polarização entre governo e oposição será inevitável mesmo com diversos candidatos na disputa. "Com essa quantidade de partidos, tem sempre candidatos que ensaiam e escorregam", falou Sarney.
Segundo o presidente, os outros dois pré-candidatos de maior peso, a senadora Marina Silva (PV-AC) e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), não devem viabilizar suas candidaturas.
"Não acredito [que os dois tenham chances] porque a Marina está dentro do espectro das forças que apoiaram o Lula. E o Ciro Gomes também está dentro desse espectro", disse Sarney.
PMDB e Dilma
Sarney defendeu que o PMDB apóie a candidatura de Dilma Rousseff, mas negou que vá servir como interlocutor para a possível aliança.
Sarney defende que o PMDB apóie a candidatura de Dilma Rousseff
Na última semana, a direção nacional do partido deu um ultimato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar se o vice de Dilma será do PMDB. Sarney acredita que essa aliança deve se concretizar.
O presidente do Senado disse que o seu partido não tem um candidato maduro para concorrer a uma eleição presidencial. Para o senador, a falta de um nome de peso é um problema para o PMDB, pois abre uma lacuna na liderança do partido.
"O partido passa a nunca ter uma força de coesão interna, que sempre se faz em torno de uma liderança maior. Em geral, essa liderança maior é o candidato à Presidência da República", disse.
Apesar da crítica, Sarney disse haver uma vantagem no fato da legenda não possuir uma liderança forte. Para o presidente, "o PMDB é o único partido que não tem dono".
Censura ao Estadão
Sarney disse não ter interferido na decisão judicial que impede o jornal o "Estado de S. Paulo" de publicar reportagens com informações da operação Boi Barrica da Polícia Federal.
Imprensa: "estado de liberdade total"
As gravações da operação mostram supostos casos de favorecimento em nomeação de cargos públicos envolvendo o senador e um de seus filhos, o empresário Fernando Sarney. Desde o dia 31 de julho, o jornal está impedido de publicar as gravações devido a uma decisão judicial sobre uma ação feita por Fernando Sarney.
"Nesse episódio, o meu filho não me perguntou se iria [entrar com a ação contra o jornal]", disse. "Ele tem 54 anos. Eu não posso chegar e dizer [que ele não entre com a ação] se ele se sente ferido nos seus direitos e privacidade".
Sarney disse que a decisão é legítima numa democracia por ter sido tomada pelo Judiciário. "Não existe ninguém que não possa demandar a Justiça. Você pode contestar uma decisão judiciária, mas você não pode condenar ninguém [por ir à Justiça]", falou o senador.
Segundo o presidente do Senado, a imprensa brasileira se encontra em estado de "liberdade total" desde que a Lei de Imprensa, resquício da ditadura militar, foi revogada no dia 30 de abril deste ano. O presidente do Senado defendeu a existência de nova regulamentação sobre o assunto.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
De olho na vice-presidência, PMDB anunciará apoio a Dilma
A cúpula do PMDB anunciará na próxima semana que o partido vai apoiar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), à Presidência da República em 2010. Para fechar a aliança, o PMDB exigiu não apenas a vaga de vice na chapa - já oferecida pelo PT - como mais poder em caso de uma nova gestão petista à frente do Planalto. Até agora, o nome mais cotado para vice de Dilma é o do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O "noivado" entre PT e PMDB será formalizado em reunião de dirigentes dos dois partidos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma, no dia 21 ou 22.
Até a noite de terça-feira (13), a data ainda dependia da agenda de Lula. O "casamento de papel passado", porém, só ocorrerá em junho do ano que vem, após as convenções das duas legendas. "Nós vamos firmar um pré-compromisso com o PT, deixando claro que estaremos juntos em 2010 e a vaga de vice será do PMDB", afirmou o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder da legenda na Câmara. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), garantiu que os problemas regionais entre os dois partidos para a formação de palanques não impedirão a coligação nacional.
"Há Estados onde o PT e o PMDB não se bicam, mas isso não atrapalha a aliança com Dilma", argumentou Berzoini. "Já dissemos várias vezes ao PMDB que estamos dispostos a estabelecer uma parceria estratégica para governar o Brasil". Diplomático, o petista fez questão de elogiar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que também está de olho na cadeira de Lula. "Ciro é nosso amigo e não vamos brigar. Se ele sair candidato, a disputa será feita nos marcos da cordialidade", observou Berzoini.
NEGOCIAÇÕES
Nos últimos dias, o Palácio do Planalto intensificou as negociações para fechar as alianças com os partidos que formam a base aliada do governo. A ideia é criar um fato consumado para neutralizar o assédio do governador José Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência, sobre os integrantes da coalizão federal, como é o caso do PMDB, que hoje ocupa seis Ministérios na Esplanada e dirige diversas estatais importantes. "Existe um movimento dos serristas para tentar impedir nossa aliança com o PMDB, mas quero dizer que estamos muito bem", reforçou Berzoini.
Orientada por Lula, a própria Dilma tem se reunido com as bancadas parlamentares. Nas palavras de deputados que já participaram desses encontros, a chefe da Casa Civil faz questão de mostrar que não é apenas "técnica". "A ministra pode aposentar aquele bambolê que demos a ela, pois já está provado que tem muito jogo de cintura política", comentou o líder do PMDB.
Nem tudo, porém, são flores. Desde que foi realizado o jantar entre parlamentares e dirigentes do PMDB, no último dia 6, não param de chegar reclamações à cúpula do partido sobre o "casamento" com o PT. As divergências são muitas nas campanhas para os governos estaduais. Os dois partidos vivem às turras em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Pará, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Suas alas enfrentam ainda dificuldades de relacionamento em vários outros Estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.
Além disso, senadores peemedebistas como Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS) e Geraldo Mesquita Junior (AC) condenaram publicamente a dobradinha com o PT. "Precisamos ter bom senso para conduzir esse processo com baixo nível de estresse", comentou Berzoini. "A aliança com o PT é normal, coerente, ética e política. Os que são contrários compõem um grupo minoritário, de oposição ao governo", emendou Alves.(AE)
Berzoini diz que 80% do PMDB apoia Dilma
Se o PMDB depender de qualquer sinalização do PT para embarcar na campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República pode ficar tranquilo e já pode começar a trabalhar os nomes para compor a chapa com a indicação à vice-presidência. O atual presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), mantém contato permanente com os peemedebistas e afirmou à Agência Brasil que a aliança já está fechada com 80% do partido.
“Essa é uma aliança estratégica não só politicamente, mas para governar o país. Já falei com o PMDB. Os peemedebistas podem, publicamente, assumir que são vice da gente”, disse Berzoini.
Para consolidar essa união, no entanto, os peemedebistas correm contra o tempo. Até novembro, o partido realiza convenções regionais para eleger os novos diretórios e serão justamente essas pessoas que decidirão, na convenção nacional do partido em junho de 2010, que rumo o PMDB tomará nas eleições presidencial. A cúpula do PMDB está afinada com a cúpula petista, mas há resistências regionais.
O Rio Grande do Norte é um exemplo. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e ex-presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse que essa aliança entre petistas e peemedebistas ainda está por ser decidida. Ele condiciona as definições das alianças estaduais como pré-requisito para se começar a conversar a respeito de aliança nacional.
“Se colocarmos a situação nacional de imediato até que poderemos obter o consenso, mas ficaremos devendo uma solução nos estados, que tenha o mesmo êxito”, afirmou Garibaldi Alves.
O peemedebista acrescentou que não vê problemas em se fechar uma aliança nacional com o PT, entretanto tem dúvidas se este seria o melhor momento de o PMDB discutir um nome para a vice-presidência numa futura campanha presidencial. “O problema é que com relação ao estado [Rio Grande do Norte] há algumas divergências e a partir do momento em que se antecipar essa discussão pode-se gerar problemas no partido.”
Na semana passada, outros peemedebistas reclamaram desta “pressa” da cúpula do PMDB de fecha uma aliança nacional com o PT para 2010. Os senadores Pedro Simon (RS) e Geraldo Mesquita Júnior (AC) discursaram em plenário condenando a iniciativa da cúpula partidária de amarrar um acordo com o presidente Lula e o PT sem consultar as bases do partido.
O vice-líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), no entanto, é um dos articuladores da futura aliança que garante a indicação da vice-presidência numa eventual campanha de Dilma Rousseff. Para ele, o assunto já foi debatido o bastante no partido, e a hora de fechar o acordo é agora.
“Quem está falando contra [o acordo do PMDB com o PT] que dispute na convenção [nacional de 2010]”, disse o parlamentar Eduardo Cunha. Ele destacou que a maior parte dos dirigentes estaduais de hoje são favoráveis à aliança com o PT. Entretanto, esse quadro pode não ser o mesmo a partir de novembro, quando o PMDB terá definido os novos representantes dos diretórios estaduais que decidirão, em junho de 2010, o rumo do partido na sucessão presidencial.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
PMDB vai a Lula para cobrar aliança ‘formal e pública’
PT constitui um grupo para redigir programa da candidata
Fotos: Renato Araújo e Fábio Pozzebom/ABr
Cúpula do PMDB acerta o passo num jantar na casa de Henrique Eduardo Alves
Acossada por uma conjuntura adversa, a candidatura presidencial de Dilma Rousseff passou a travar uma corrida contra o relógio.
Nas últimas semanas, a preferida de Lula ganhou feições de um desastre esperando para acontecer. Para tentar evitar a calamidade, desistiu-se de esperar.
Antecipam-se para já movimentos que haviam sido programados para o início de 2010. Respira-se na seara governista uma atmosfera de azáfama.
Reunida na noite passada, a cúpula do PMDB decidiu inverter o calendário. Em vez de priorizar as alianças nos Estados, optou-se por antecipar o acerto nacional.
Ao desembarcar de sua última viagem internacional, nesta quarta (7), Lula receberá um pedido de audiência do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
Autorizado pelos dois grupos do PMDB de Brasília –o da Câmara e o do Senado—, Temer vai a Lula para fazer um pedido com ares de cobrança.
Sócio majoritário do consórcio governista, o PMDB exige de Lula que seja acomodada em pratos limpos a aliança do partido com a candidatura de Dilma.
Coisa formal, pública e imediata. Passa pela reafirmação de que o posto de vice caberá ao PMDB. Um compromisso que, por ora, só foi assumido de gogó.
O PMDB exigirá, de resto, que sejam fixadas desde logo as regras que nortearão os acertos e os desacertos nos Estados.
Nada muito complicado. Deseja-se escorar o apoio a Dilma em três escassas premissas:
1. Onde for possível, o PMDB apoiará os candidatos do PT aos governos estaduais.
2. Noutros Estados, o PT apoiará os candidatos do PMDB.
3. Nas províncias em que a conciliação se mostrar impossível, haveria dois palanques pró-Dilma. Lula e a candidata dispensariam tratamento igualitário aos aos dois lados.
Estiveram na reunião com Temer os mandachuvas do Senado –José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá...
...Os figurões figurões da Câmara –Henrique Eduardo Alves e Jader Barbalho— e os ministros do partido –José Gomes Temporão (Saúde)...
...Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Edson Lobão (Minas e Energia) e Reinhold Stephanes (Agricultura).
Em viagem ao exterior, os ministros Hélio Costa (Comunicações) e Nelson Jobim (Defesa) mandaram representantes.
Não houve vozes dissonantes. Todos referendaram a delegação para que Temer leve a Lula as inquietações do partido.
Simultaneamente à reunião-jantar do PMDB, Dilma Rousseff ofereceu um repasto às bancadas de deputados e senadores do PDT.
De novo, uma tentativa de adiantar o calendário. Na estratégia que fora esboçada por Lula, o governo daria primazia ao acerto com o PMDB.
Imaginou-se que os sócios minoritários da aliança viriam por gravidade. Sobreveio, porém, a novidade Ciro Gomes.
Candidato multiuso do PSB, Ciro escalou as pesquisas. Na última, feita pelo Ibope, aparece ora empatado ora à frente de Dilma.
Cortejado por Ciro, o PDT ouviu de Dilma a reiteração de uma tese que Lula defende desde o ano passado: o governo precisa ir às urnas com um candidato único.
O ministro Carlos Lupi (Trabalho), presidente licenciado do PDT, ecoou Dilma. Melhor: disse que a candidatura única é personificada pela ministra.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, foi na mesma direção. Disse que a candidata é Dilma. E ponto.
Ponto para a ministra. Lupi e Paulinho vinham sendo apontados como pretensos simpatizantes da alternativa Ciro. Era jogo de cena.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) não deu as caras no jantar. Dispunha de um álibe. Agendara há tempos o encontro com um executivo da TV Bandeirantes.
Cristovam é contra a aliança com Dilma. Defende que o PDT tenha candidato próprio. “Pode ser o Lupi, não eu”. Acha que composição é coisa para o segundo turno.
Para sorte de Dilma, Cristovam é voz isolada no partido. O PDT pediu tempo. Mas parece agora inclinar-se para o colo da ministra.
O PT de Dilma também decidiu apressar o passo. Constituiu um grupo de trabalho para deitar sobre o papel o programa que Dilma levará aos palanques e à TV.
O grupo será coordenado pelo assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia. Será auxiliado por três grão-petistas: Ricardo Berzoini, presidente da legenda...
...Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula; e Antonio Palocci, deputado e ex-ministro da Fazenda.
Espera-se concluir o trabalho até o final do ano, de modo a entrar 2010 com um feixe de idéias que dêem consistência programática a Dilma.
O ritmo de toque de caixa em que Dilma se vê envolta contrasta com a letargia da oposição.
O tucanato, por ora, apenas gere a disputa entre José Serra e Aécio Neves, os seus dois presidenciáveis.
Escrito por Josias de Souza às 04h50
terça-feira, 6 de outubro de 2009
PMDB governista esboça noivado com Dilma nesta 3ª
O pedaço do PMDB que se abriga sob o guarda-chuva de Lula programou para a noite desta terça (6) um jantar.
Será em Brasília. Reunirá congressistas e ministros da legenda, sob o comando de Michel Temer, presidente da Câmara.
Durante o repasto, Temer discutirá com seu grupo os termos de um “noivado” a ser celebrado nos próximos dias.
Um compromisso de casamento futuro com Dilma Rousseff, a candidata de Lula à sucessão presidencial.
Lula reservara ao PMDB, há tempos, a vaga de vice na chapa de Dilma. O “noivo” cobra que o compromisso migre do gogó para o papel.
Antes de viajar para Copenhague, na comitiva de Lula, Temer alinhavara o acordo com a própria Dilma.
Durante a viagem, em meio aos festejos do Rio-2016, o deputado obteve o assentimento de Lula, padrinho da união.
Organizado pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), o jantar servirá para que Temer informe sobre o estágio do ajuste.
A ideia é obter um pedaço de papel forte o bastante para assegurar uma maioria pró-Dilma na convenção nacional do PMDB.
O partido idealiza uma cerimônia formal. De preferência com a presença de Lula. Almeja, além do papel, uma boa foto.
O PMDB de Temer tem pressa. Sabe que, em política, quando os personagens se mexem muito, a fotografia acaba não saindo.
E a movimentação é intensa nos Estados, de onde virão os convencionais que ditarão os rumos da legenda no plano federal.
Em algumas províncias, o PT demora-se em produzir acertos com os pemedebês que irão às urnas de 2010 como candidatos aos governos locais.
O naco do partido que flerta com José Serra, o presidenciável do PSDB, aproveita-se da algaravia para advogar o retardamento do acerto com Dilma.
Daí a correria para acomodar os compromissos numa folha de papel. A direção do PT resistia. Mas o medo prevaleceu sobre a aversão.
O documento em vias de redigido deve deixar claro que o posto de vice é do PMDB e ninguém tasca. E quanto ao nome?
Bem, a preferência da maioria recai sobre Michel Temer. Mas, até aqui, prevalece o entendimento de que o documento só precisa mencionar a sigla, não o nome.
Há uma dose de imponderável na operação. Afasta-se o risco de um vice de outra legenda. Por exemplo: Ciro Gomes, o candidato multiuso do PSB. Porém...
Porém, fica aberta uma fenda larga o bastante para que Lula, amanhã, tente empurrar um nome alternativo. Por exemplo: o neopemedebê Henrique Meirelles.
Escrito por Josias de Souza às 04h30
domingo, 4 de outubro de 2009
Dilma se mexe e tenta evitar que o PDT se alie a Ciro
Sérgio Lima/Folha
É dura a vida de Ciro Gomes. Ao levar seu título eleitoral para passear em São Paulo, tornou-se um candidato multiuso.
Presidência? Talvez. Sucessão paulista? Quem sabe. Na dúvida, os potenciais aliados de Ciro olham ao redor. É o caso do PDT.
O ministro Carlos Lupi (Trabalho) frequentava o noticiário como alternativa de vice para Ciro. Asseadiado por Dilma Rousseff, Lupi abriu o leque.
Leia-se, a propósito, um par de notas veiculadas no Painel, a seção que a repórter Renata Lo Prete edita na Folha:
- A boa filha...: Na semana em que Lula enquadrou Ciro Gomes, levando o deputado a transferir o domicílio eleitoral para São Paulo, Dilma lançou ofensiva para cortejar o PDT, que vinha se oferecendo para ocupar o posto de vice numa chapa presidencial ancorada por Ciro.
Sexta, em passagem pelo Rio, a pré-candidata do PT aproveitou para tomar café da manhã com a base governista na Assembleia acompanhada do ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
- ... à casa torna: E nesta semana Dilma, ex-pedetista, jantará com os deputados federais do partido, de novo escoltada por Lupi. O ministro era o nome que vinha sendo cogitado para vice de Ciro.
Escrito por Josias de Souza às 03h54
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Vitória do Rio favorece candidatura de Dilma, avaliam analistas (Postado por Danuza Peixoto Zambrana)
Estadão/JP | |
Parlamentares da base aliada do governo e da oposição avaliam que a escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016 vai trazer impactos positivos na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva --com reflexos na candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República em 2010 e do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que disputará a reeleição. Apesar de o DEM e PSDB minimizarem os benefícios da escolha do Rio na candidatura de Dilma, nos bastidores os oposicionistas reconhecem que a notícia será usada como palanque da candidata petista --uma vez que Lula se tornou o principal cabo eleitoral da candidatura do Rio. Oficialmente, porém, a oposição atribui a vitória do Rio a Cabral, evitando o discurso de benefício à candidatura de Dilma. "É inegável que reforça a popularidade do presidente Lula. Isso não pode ser contestado. Agora acho que o impacto maior é para o governador Cabral. Ele também vai ter que mostrar competência para saber colocar a Olimpíada em prática", disse o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE). O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), afirmou que a escolha do Rio beneficia diretamente o presidente Lula. Maia disse não acreditar, porém, em vantagens para a candidatura de Dilma ao Palácio do Planalto. "Para o Lula, sem dúvida, é um benefício que ele vai carregar para o currículo dele. Para ela [Dilma], não. É um benefício do presidente", afirmou. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que Lula, Cabral e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), têm que dosar o uso político da escolha da cidade para que o "tiro não saia pela culatra" no que diz respeito à resposta política nas urnas. "Isso fortalece o Lula, que já tem uma popularidade enorme e agora conseguiu vencer até o Obama. Há uma percepção política favorável ao presidente, ao governador [do Rio] Sérgio Cabral, e ao prefeito Eduardo Paes", disse Alencar. Governistas Entre os aliados, o sentimento nos bastidores é que Dilma poderá ter vantagens políticas na escolha do Rio. Os governistas apostam que Lula vai adotar o discurso de que a petista é a candidata com melhores condições de gerir o país nos próximos anos --o que inclui a gestão dos recursos para os Jogos Olímpicos de 2016. O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), reconheceu que a escolha do Rio traz impactos ao presidente Lula e aos integrantes do governo federal. "É uma vitória do país, mas também tem um grande impacto para quem está no governo." Para o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Lula é o grande vitorioso da candidatura do Rio. "A população é inteligente para separar uma coisa da outra. Quem se consolida mais é o presidente Lula. Ele conseguiu elevar o Brasil no cenário internacional", afirmou. Alencar aposta que a escolha do Rio poderá, inclusive, beneficiar o petista num eventual terceiro mandato a partir de 2015. "O que se cogita, e é legítimo, é o Lula voltar depois do seu sucessor. Essa ideia fica fortalecida", afirmou. |
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Quem sou eu
- Blog do Paim
- Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.