quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Serra diz ao DEM que deseja Aécio como o seu ‘vice’


Fotos: ABr e Folha

Em público, José Serra esquiva-se de assumir a candidatura presidencial. E nega o desejo de compor com Aécio Neves uma chapa puro sangue do tucanato.

Em privado, o governador de São Paulo desdiz tudo o que afirma sob holofotes. Sua posição foi acomodada em pratos asseados há oito dias.

Serra reuniu-se em Brasília com dois aliados –um grão-tucano e um dirigente do DEM. Foi à mesa o desconforto dos ‘demos’ com as hesitações do governador.

O interlocutor do DEM foi ao ponto:

— O partido sente insegurança na sua candidatura. Não sabemos se você é o candidato ou não. Você é o candidato?

— Eu sou o candidato, Serra respondeu.

O dirigente ‘demo’ emendou uma segunda pergunta:

— Posso dizer isso à minha tropa?

— Pode dizer, Serra completou, em timbre categórico.

Na sequência, sem que ninguém o provocasse, Serra disse que, a depender do seu desejo, Aécio Neves vai à chapa de 2010 na condição de vice.

Serra foi lembrado acerca do óbvio: é preciso combinar com os russos. No caso do PSDB, o "russo" é mineiro.

Recordou-se a Serra que o governador Aécio Neves recusa o papel secundário na chapa. Prefere ser protagonista no Senado a coadjuvante no Planalto.

Serra concordou. Mas deu a entender que não jogou a toalha. Espera que a conjuntura quebre as resistências de Aécio.

Nesta terça (27), de passagem por Brasília, Aécio foi à mesa de almoço com o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ).

O mesmo Rodrigo que, nos últimos dias, destila irritação com Serra nas páginas dos jornais. Um veneno que revigorou Aécio.

Conversaram sobre a antecipação do calendário eleitoral. Coisa imposta por Lula, que corre o país com a presidenciável oficial Dilma Rousseff.

Aécio repisou uma tecla que vem pressionando há semanas: acha que o PSDB precisa se definir, no máximo, até janeiro de 2010.

Na reunião reservada de uma semana atrás, Serra dissera que não contempla a hipótese de levar a candidatura à vitrine antes de março de 2010.

Trata-se de grave erro, na opinião de Rodrigo Maia, endossada por um pedaço expressivo do DEM.

No almoço com o presidente ‘demo’, o “russo” de Minas disse que não abre mão do menos elástico.

Aécio deu a entender que, à falta de uma definição no tempo que considera razoável, vai cuidar da vida. Significa dizer que voltará os olhos para o Senado.

Além de avistar-se com Rodrigo Maia, Aécio desperdiçou um pedaço do seu tempo em Brasília em conversas com lideranças do seu partido.

Repetiu ao tucanato: não será vice de Serra. Para usar as palavras do governador mineiro: não vai a 2010 “na garupa de ninguém”.

Também nesta terça (27), o senador Eliseu Resende (DEM-MG) revelou, numa reunião da bancada ‘demo’, uma suspeita.

Coisa recolhida nos subterrâneos da política de Minas: descartado como alternativa presidencial, Aécio tentaria emplacar um outro candidato a vice mineiro.

Segundo Eliseu, Aécio trabalharia para empurrar para dentro da chapa de Serra o atual vice-presidente do PPS, Itamar Franco. Uma ideia que deixa a tribo 'demo' de cabelos hirtos.

Escrito por Josias de Souza às 04h08

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.