terça-feira, 13 de outubro de 2009

De olho na vice-presidência, PMDB anunciará apoio a Dilma

Cruzeiro On Line

A cúpula do PMDB anunciará na próxima semana que o partido vai apoiar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), à Presidência da República em 2010. Para fechar a aliança, o PMDB exigiu não apenas a vaga de vice na chapa - já oferecida pelo PT - como mais poder em caso de uma nova gestão petista à frente do Planalto. Até agora, o nome mais cotado para vice de Dilma é o do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O "noivado" entre PT e PMDB será formalizado em reunião de dirigentes dos dois partidos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma, no dia 21 ou 22.

Até a noite de terça-feira (13), a data ainda dependia da agenda de Lula. O "casamento de papel passado", porém, só ocorrerá em junho do ano que vem, após as convenções das duas legendas. "Nós vamos firmar um pré-compromisso com o PT, deixando claro que estaremos juntos em 2010 e a vaga de vice será do PMDB", afirmou o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder da legenda na Câmara. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), garantiu que os problemas regionais entre os dois partidos para a formação de palanques não impedirão a coligação nacional.

"Há Estados onde o PT e o PMDB não se bicam, mas isso não atrapalha a aliança com Dilma", argumentou Berzoini. "Já dissemos várias vezes ao PMDB que estamos dispostos a estabelecer uma parceria estratégica para governar o Brasil". Diplomático, o petista fez questão de elogiar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que também está de olho na cadeira de Lula. "Ciro é nosso amigo e não vamos brigar. Se ele sair candidato, a disputa será feita nos marcos da cordialidade", observou Berzoini.

NEGOCIAÇÕES

Nos últimos dias, o Palácio do Planalto intensificou as negociações para fechar as alianças com os partidos que formam a base aliada do governo. A ideia é criar um fato consumado para neutralizar o assédio do governador José Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência, sobre os integrantes da coalizão federal, como é o caso do PMDB, que hoje ocupa seis Ministérios na Esplanada e dirige diversas estatais importantes. "Existe um movimento dos serristas para tentar impedir nossa aliança com o PMDB, mas quero dizer que estamos muito bem", reforçou Berzoini.

Orientada por Lula, a própria Dilma tem se reunido com as bancadas parlamentares. Nas palavras de deputados que já participaram desses encontros, a chefe da Casa Civil faz questão de mostrar que não é apenas "técnica". "A ministra pode aposentar aquele bambolê que demos a ela, pois já está provado que tem muito jogo de cintura política", comentou o líder do PMDB.

Nem tudo, porém, são flores. Desde que foi realizado o jantar entre parlamentares e dirigentes do PMDB, no último dia 6, não param de chegar reclamações à cúpula do partido sobre o "casamento" com o PT. As divergências são muitas nas campanhas para os governos estaduais. Os dois partidos vivem às turras em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Pará, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Suas alas enfrentam ainda dificuldades de relacionamento em vários outros Estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

Além disso, senadores peemedebistas como Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS) e Geraldo Mesquita Junior (AC) condenaram publicamente a dobradinha com o PT. "Precisamos ter bom senso para conduzir esse processo com baixo nível de estresse", comentou Berzoini. "A aliança com o PT é normal, coerente, ética e política. Os que são contrários compõem um grupo minoritário, de oposição ao governo", emendou Alves.(AE)

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.